O Contrato

 Taehyung sentia suas mãos tremerem antes de apertar a campainha do apartamento de Namjoon.

 Aquele lugar lhe trazia lembranças confusas.

 Namjoon abriu a porta ele mesmo, já que sempre que Taehyung ia lá, os empregados eram dispensados. 

- Olá baby. - Namjoon puxou Taehyung para um beijo, vendo o garoto abrir os lábios em total submissão, o que gerou um sorriso em seu rosto. Namjoon era uma das poucas pessoas que o beijava, mas não tinha sentimento algum ali para nenhum dos lados então ele simplesmente não contava como beijo.

- Vi o nome de sua avó na lista dos testes para o novo tratamento experimental contra o câncer em estágio III . Era para isso que queria o dinheiro?

 Taehyung concordou, tirando os sapatos antes de entrar no enorme espaço aberto para onde Namjoon estava indo. 

- Vista-se. - Namjoon apontou para o sofá, onde tinham algumas peças de roupas milimetricamente organizadas.

- Dr. Byun acha que tem boas chances da minha avó se dar bem com o tratamento.

 Taehyung começou a tirar suas roupas, para colocar as que estavam no sofá, que não passava de uma calcinha de renda azul bebê, uma camisa enorme, provavelmente de Namjoon e uma coleira com as letras RM num medalhão pesado. 

- Sabe como testes experimentais funcionam? 

 Taehyung negou com a cabeça, se ajoelhando no chão ao lado de onde Namjoon, que estava numa mesa de escritório lotada de papéis, havia sentado meio que destoando do resto da decoração da sala.

 Namjoon alisou os cabelos de Taehyung, com um sorriso pequeno nos lábios e Tae fez seu melhor para se acomodar no chão, deitando a cabeça no colo do mais velho.

- Você fica bem loiro. - Namjoon disse enquanto lhe entregava uma folha de papel.

- Obrigado, Hyung. - Tae falou baixinho, adorando o carinho na cabeça.

- Para sabermos se o tratamento funciona, precisamos de dois grupos de estudos. Um receberá a medicação que temos a intenção de levar para o mercado e outro grupo receberá o que chamamos de placebo, que é uma espécie de farinha sem nenhum poder medicinal.

 Taehyung enrugou a testa, olhando para a lista sem ver o nome da sua avó nela. 

- O paciente obviamente não sabe em que lista está, para que não altere os resultados por causa do lado emocional envolvido. - Namjoon mostrou os nomes divididos em duas tabelas diferentes. - O que significa que eles não saberão se estão sendo realmente tratados ou só recebendo o placebo.

- Isso é cruel.

- Isso é necessário.

 Tae entregou o papel de volta para Namjoon, tentando não parecer mais abalado do que já estava.

- Não vejo o nome da minha avó na lista.

- O dinheiro que trouxe para o Dr. Byun garantiu o nome dela na lista. O que fará no meu apartamento hoje vai lhe garantir em qual tabela sua avó vai estar.

- Eu faço qualquer coisa. - Taehyung disse apressado e francamente desesperado.

- Eu estou contando com isso. - Namjoon disse enquanto alisava os cabelos de Taehyung e voltava a trabalhar.

 Era cruel e ele sabia, mas essa era a única forma que Namjoon aprendeu a lidar com aquele tipo de situação.

 Estava anoitecendo e Taehyung não tinha feito muita coisa além de cozinhar para Namjoon e bancar a criança bem adestrada, fazendo tudo que ele mandava.

 Ele estava até feliz, achando que tirar pó e cozinhar seria tudo que Namjoon lhe mandaria fazer quando o mais velho o chamou para o quarto e suas esperanças foram se transformando em ansiedade. 

- Quem fez isso na sua bunda? - Namjoon perguntou enquanto trocava de roupa.

 Taehyung vestia uma calcinha vermelha cheia de babados agora e uma máscara também vermelha em seu rosto.

- Um cliente novo.

 Namjoon concordou em silêncio, penteando os cabelos de Taehyung de forma que ele parecesse mais infantil do que já parecia.

 Ele o vestiu com uma camisa social enorme, deixando as mangas cobrirem suas mãos e sorriu.

 A campainha tocou fazendo Taehyung ficar tenso. 

- Convidei uns amigos para um jogo de poker essa noite. Ninguém pode tocar em você e não os encare em nenhum momento. Está pronto?

 Taehyung concordou mesmo não estando.

 Ele sentou no chão ao lado de Namjoon e bancou o escravo o resto da noite.

 Alguém lhe encarava sem intervalos já há muito tempo e agora que eles estavam na sala fumando charuto e bebendo Whisky, Taehyung não conseguiu evitar virar para o par de olhos que não parou de lhe encarar a noite toda.

 Ele era lindo, devia ter uns 25 anos. Tinha aquele olhar de superioridade que todo homem rico e empoderado tinha, mas um certo ar infantil também, os cabelos negros e um pouco ondulados até o queixo emoldurando seu rosto delicado.

- Gosta do que vê?  - Namjoon perguntou em seu ouvido, fazendo Taehyung quase chorar com um pedido de desculpas na ponta da língua.

- Já sei. Isso deve estar te atrapalhando. - Namjoon tirou sua máscara e todos o encararam.

 Taehyung era lindo e sabia disso, mas odiava que aquelas pessoas vissem seu rosto. Namjoon estava lhe punindo por ter desobedecido e não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso. 

- Senta aqui. - Namjoon ordenou, vendo Taehyung sentar no seu colo de frente para aquele homens que o olhavam como se ele fosse o doce favorito de todos na sala ou apenas um pedaço de carne. Ambas as analogias serviam bem ali.

 Namjoon levantou um pouco a camisa que Taehyung vestia enquanto conversava sobre ações e bolsa de valores.

 Tae gostava da atenção, mas queria muito a máscara que tinha em seu rosto um pouco antes.

 Sua calcinha era evidente e Namjoon alisava sua semi ereção distraído com a conversa. Sua glande estava para fora do tecido fino e como Namjoon era muito bom no que fazia, suas carícias geraram efeitos por todo seu corpo. Suas pernas estavam dormentes, a glande rosada e sensível agora expelia pré gozo pelo seu estômago, deixando uma pequena linha brilhante pouco abaixo do seu umbigo. Tae deitou a cabeça no ombro do mais velho e deixou ser assistido por aquele homens famintos.

 Ele choramingou de um jeito infantil, ouvindo alguns suspirarem, mas seus olhos estavam no homem que lhe encarou a noite toda. Já que já tava no inferno, por que não?

 Namjoon masturbou Taehyung na frente daqueles homens e o olhar de pura luxúria de todos ali, fez Tae finalmente entender seu papel.

 Ele era lindo, como um anjo caído e estava nas mãos de Namjoon. 

 Tudo que Namjoon queria mostrar com aquele pequeno ato exibicionista, era poder. Ter Taehyung entregue em seu colo, fazia com que fosse ainda mais desejado por aqueles homens, se tornando um desejo intocavel.

 Tae sabia seu papel agora, então resolveu começar atuar, afinal, ele precisava agradar o mais velho. Ele Rebolou no colo de Namjoon, dando uma risadinha travessa que fizeram parte daqueles homens se remexerem incomodados enquanto outra parte gaguejava toda vez que precisavam falar algo.

 Taehyung entreabriu os lábios e suspirou, sentindo as mãos agressivas de Namjoon o masturbando quase à seco, o que era doloroso, mas bom também.

 Porra espirrou do seu pau, sujando sua camisa e parte da calcinha. Namjoon sorriu, contente com o resultado.  

- Como se diz ? - Namjoon perguntou agressivo.

- Obrigado, mestre. - Tae respondeu baixinho, numa falsa inocência que gerou um sorriso retangular em seu rosto, depois beijou a bochecha dos mais velho antes de fingir timidez tampando seu pau com a camisa toda suja de porra e abaixando os olhos com uma dúvida infantil do que fazer a respeito, digno de um Oscar.

- Vá para o quarto, estou indo logo atrás. - Namjoon bateu na bunda de Taehyung quando ele se virou para obedecê-lo e voltou a conversar como se nada tivesse acontecido.

 Taehyung já estava quase dormindo quando Namjoon entrou no quarto.

 O mais velho o livrou dos lençóis que cobriam seu corpo e sentou na sua bunda. 

- Não se mexe, bebê. - Namjoon ordenou e Taehyung obedeceu.

 Ele ouviu o barulho da embalagem de camisinha e sentiu o lubrificante entrar em contato com sua pele. 

- O último que te fodeu acabou com você. Quer que eu peça aos membros do conselho para o proibirem de te ver novamente?

- Não. - Taehyung resmungou ainda sonolento. - Gosto dele. - Ele admitiu pela primeira vez.

 Namjoon riu seco, colocando a calcinha de Tae para o lado e enfiando o pau de vez em Taehyung que estava sem ânimo de gritar pela invasão.

 Doeu. Doeu pra porra, mas o mais velho era sempre gentil depois e isso compensava todo o resto. Pelo menos na cabeça de Taehyung.

 A foda com Namjoon era livre de qualquer falsidade que o mais novo pudesse ter.

 Ele não precisava fingir que gostava ou gemer e implorar por mais. Namjoon não se importava com o que ele pensava, então era bom estar ali de bruços, sendo fodido sem precisar fazer nada a respeito.

 Namjoon demorava se cansar, essa era a única desvantagem. 

- Dorme no chão. Gosto de te olhar de cima. 

 Taehyung sorriu.

 Namjoon se excitava com todo esse negócio de humilhação, Taehyung aprendeu a respeitar a tara alheia. Afinal, aquele era seu ganha pão.

 Ele ganhou um travesseiro por ter sido um bom ator para os competidores de Namjoon mais cedo na sala, foi assim que ele os chamou.

 Taehyung acordou com muita dor no corpo no dia seguinte, mas não se importava. Ele só queria se vestir logo e sair correndo dali, mas antes precisava muito de um banho.

 Ele encontrou Namjoon na mesma posição que o dia anterior em sua escrivaninha, deixando bem óbvio o quanto o cara era um Workaholic.

- Pode ir agora, baby. - Namjoon beijou Taehyung nos lábios enquanto voltava a escrever algo no computador. 

- Minha avó.

- Terá o tratamento adequado e será a primeira da lista.

 Taehyung sorriu genuinamente. 

- Obrigado.

- Não. Eu quem agradeço. Jungkook aceitou assinar um contrato importante comigo essa manhã e tenho certeza que você tem grande parte nisso. Ele quer ser igual a mim quando crescer. - Namjoon falou debochado e talvez com um pouco de orgulho?

 Taehyung pensou se não era o cara que não tirou os olhos dele na noite anterior. 

- Ele quer você essa noite.

- Não posso, já fui agendado pelo resto da semana, mas acho que ele iria gostar de Jimin. - Taehyung tentou ser audacioso. Se Namjoon o quisesse em algum lugar, é onde ele deveria estar.

 Taehyung só precisava de descanso e graças a Hoseok e Yoongi, ele teria, mas só se Namjoon permitisse. Obviamente.

 Era normal sua vida ser ditada por alguém poderoso, estava longe de sua alçada, tudo que ele podia fazer era aceitar. 

- Vou enviar Jimin então. - Namjoon não falou mais nada depois disso, então ele entendeu que estava dispensado e quase chorou quando saiu pela porta do apartamento, mas era mais forte que isso.

 O importante é que sua avó teria o melhor tratamento que alguém podia oferecer em suas condições e ele fez o melhor que pôde para que isso acontecesse.

 Isso era tudo que importava no momento.

… 

- Você conseguiu um cara rico e poderoso pra mim? - Jimin perguntou assim que desligou uma ligação.

 Taehyung estava na sala jogando PS sem se importar muito se perdia ou ganhava.

- Sim! Ele é gato, tipo muito.

 Jimin sorriu largo.

 Ao contrário de Taehyung, Jimin meio que amava essa vida. Ele adorava sexo e ser pago por isso parecia algo ainda melhor. O menor só via vantagem nessa vida, Tae não conseguia concordar, apesar de às vezes adorar uma boa foda sem compromisso. O dinheiro estragava tudo, o fazia se sentir um objeto e um pouco sujo também.

 Ele apagou o último pensamento de sua mente, voltando com o jogo.

 Era quase começo de noite, quando seu celular tocou.

" Qual o número do seu apartamento?" - Yoongi perguntou entediado como sempre e Tae ficou um pouco confuso ao reconhecer sua voz de primeira, já que estava distraído demais pra ver quem estava ligando antes de atender.

" Por que quer saber?" - Tae se ajeitou no sofá, tentando não sentir um frio no estômago por causa da voz grave do mais velho em seu ouvido.

" Porque eu estou aqui embaixo e quero entrar"

 Tae enrijeceu o corpo no sofá, olhando a própria roupa sem muito ânimo.

 Ele estava com um shorts vermelho, curto, de dormir e um moletom branco esgarçado. Seu rosto estava amassado por ter dormido no sofá depois do jogo e os cabelos era um emaranhado só.

 Tae tinha sorte por resolver ficar na casa de Jimin aquela noite, já que sua avó dormia cedo e ele estava agitado demais para dormir e não queria perturbá-la.

" V. O número".

" 34" - Taehyung respondeu sem nem perceber.

 Levantando num pulo, assim que caiu a ficha.

- O que é tudo isso? - Taehyung perguntou, apontando para as sacolas nas mãos de Yoongi.

 Ele não trocou de roupa, estava em casa e não queria se esforçar em agradar ninguém àquele dia, então o máximo que fez foi escovar os dentes e o cabelo antes da campainha tocar. 

- Me deixa entrar. Tá pesado. - Yoongi disse fazendo Taehyung se afastar da porta para deixá-lo entrar.

- Cozinha.

- À sua direita.

 Taehyung o seguiu até a cozinha, vendo ele abrir e fechar armários como se fosse dono do lugar.

- O que está fazendo?

- Vou cozinhar pra você. - Yoongi respondeu simplista.

 Taehyung subiu no balcão, balançando as pernas no ar enquanto assistia Yoongi cozinhar. Ele não ia discutir, principalmente porque estava com fome e acabaria comendo rámen com temperos artificiais àquela noite. 

- Hobi quer falar com você.  - Yoongi disse ao entregar um copo com suco de uva, daqueles caros, que Taehyung nem passava perto quando ia num mercado.

- Sobre o que? - Taehyung tremeu um pouco. Pra falar a verdade, Tae tinha certo medo de Hoseok, o cara parecia sempre ter o que queria. Ser objeto de afeição do bilionário o assustava.

- Ele quer saber porque vendeu o relógio que ele deu pra você.

 Taehyung colocou o copo de suco ao seu lado, abrindo a boca em choque com aquilo.

 Yoongi não parou de se mexer pela pequena cozinha nem por um instante. 

- Como ele…

- Ele ganhou aquele relógio do avô e foi bem impressionante o fato de tê-lo dado a você.

 Taehyung fez um bico imperceptível com os lábios, sem notar que Yoongi se aproximava com um pano de prato no ombro e uma colher com um molho vermelho nas mãos. 

- Abre a boca.

 Taehyung abriu, ainda um pouco desnorteado. Sentindo um gosto muito bom logo em seguida. 

- O que achou?

- Muito bom, Hyung.

 Yoongi pareceu satisfeito com a resposta do mais novo. Voltando para o fogão logo em seguida.

 Aquele homem era tão lindo que chegava ser desconcertante. 

- Ele está muito bravo? - Taehyung perguntou um pouco assustado, enquanto remexia sua bunda ainda um pouco dolorida por causa da noite passada e de todas as anteriores.

- Só curioso.

 Taehyung suspirou aliviado, sem nem perceber o gesto. 

- Eu achei que era só mais um relógio da sua coleção. Nunca teria vendido se soubesse do seu valor sentimental. Família é tudo pra mim.

 Yoongi parou o que fazia, encarando Taehyung sem demonstrar externamente seus pensamentos.

- Você tem contato com sua família? - Yoongi perguntou curioso.

 Ele achava que o garoto só tinha Jimin, o tal do melhor amigo.

- Sim. Tenho. - Taehyung disse seco.

- Desculpa. Não quis te deixar desconfortável.

- Não deixou.

- Não minta pra mim. Nunca. - Yoongi falou sério, lembrando bastante de Hoseok com aquela ação.

- Desculpa, Suga.

- Arruma a mesa para nós. - Foi a resposta curta e seca de Yoongi.

 O apartamento era pequeno e simples, mas Taehyung nunca teve vergonha da sua origem, então não se importou com a louça barata que colocava na mesa simples e velha na cozinha estreita, mas o que impressionou Tae, foi o fato de Yoongi se sentir à vontade ali também, não se importando com nada daquilo, assim como ele. 

- Eu voltei a compor. - Yoongi disse simples e do nada, depois de um tempo enquanto comiam.

- Oh! Já fazia um tempo em que não escrevia?

 Yoongi concordou com a cabeça, sem olhar na sua direção. 

- O que te inspirou?

- Você.

 Taehyung deixou cair o hashi no prato, olhando para Yoongi em completa confusão, mas o mais velho não pareceu reparar na sua estupefação. 

- Eu? Por que eu?

 Yoongi deu de ombros, se servindo de suco de uva.

 Eles voltaram a comer em silêncio e Yoongi agradeceu por ser um exagerado e comprar mais do que deveria de comida, já que só tinha água e ovos na geladeira de Taehyung.

- Espero que goste de chocolate. - Yoongi disse, tirando os pratos da mesa para dar lugar à uma torta de chocolate que ele havia comprado na sua delicatessens favorita.

- Eu adoro. Obrigado, Hyung. - Taehyung disse tímido enquanto era servido com um pedaço do doce.

- Você está com problemas financeiros? - Yoongi perguntou depois de um tempo.

- Não. - Taehyung falou de boca cheia. Tentando ao máximo esquecer o negócio do relógio do avô do Hoseok.

- Porque se estiver…

- Eu sou um prostituto. - Taehyung resolveu falar o que não saía de sua cabeça, quase se arrependendo pela cara confusa que Yoongi fez com aquilo.

- Eu sei.

- Eu adoro o jeito que me trata, mas eu faço programas para sobreviver, não sou nenhuma donzela em perigo.

- Não achei que fosse.

 Taehyung odiava fazer aquilo, mas se iludir com a ideia de ser feliz com alguém era pior do que machucá-lo para que se afastasse, bem pior. Precisava cortar o mal pela raiz, antes que ele florecesse em seu peito sem sua permissão. 

- Então o que está fazendo? - Taehyung perguntou num fio de voz, tentando não chorar pela gratidão escondida na sua expressão falsa de raiva e confusão.

- Te alimentando. Paguei por você pelo resto da semana, até onde o contrato que eu assinei quando entrei para agência diz, eu posso literalmente fazer o que eu quiser com você.

Taehyung sentiu como se tivesse levado um tapa na cara, principalmente porque aquilo era verdade.

 Existiam vários níveis na agência em que ele trabalhava e Taehyung estava no último nível, o que significava que ele aceitava qualquer loucura que alguém quisesse fazer com ele.

 A única ressalva no contrato, era que eles não podia ter cicatrizes, morrer ou se machucar de maneira permanente em nenhuma circunstância.

 Ter um cliente cozinhando para ele era incomum, mas não estava fora dos limites de seus serviços. 

- Eu sinto muito. Não queria passar dos limites ou desrespeitá-lo. - Taehyung pediu quase chorando abertamente dessa vez. - Só fiquei um pouco confuso.

 Ele odiaria machucar Yoongi. O cara parecia um muro intransponível de pura arrogância, mas era óbvio que o mais velho era sensível e amoroso em algum lugar por trás de toda aquela indiferença. 

- Você pode chupar meu pau depois, se só o jantar for demais pra você.

 Taehyung riu, principalmente porque gostava da honestidade crua de Yoongi.

 Na verdade, ele gostou desde o começo de cada pedaço que Yoongi lhe permitiu acessar.

- Eu fico só com a janta, se não for pedir muito. - Taehyung respondeu feliz pelo clima estranho entre eles passar num piscar de olhos.

- Não é. - Yoongi falou, vendo Taehyung confuso com sua resposta. - Pedir muito. - Ele completou honesto, se levantando pra começar a lavar a louça.

… 

- Como foi? - Hoseok perguntou do sofá espaçoso na sala de estar.

 Já era dia, Yoongi havia adormecido no sofá com Taehyung depois da janta e acabou enrolando um pouco para ir embora, mas foi assim que notou os primeiros raios de sol entrando pelas frestas da janela do apartamento que resolveu sair de fininho, mas não sem antes deixar o café da manhã pronto na mesa da cozinha do mais novo, com um simples bilhete escrito "me coma" entre os pratos de comida que ele fez. 

- Ele comeu e parece bem. - Yoongi jogou as chaves da casa na mesinha da entrada da mansão e sentou ao lado do marido, olhando o teto enorme e abobadado da imensa sala. - Seu apartamento caberia nesta sala e provavelmente ainda sobraria espaço.

 Hoseok levantou, fazendo uma bebida para o marido. 

- Você parece feliz. Faz anos que não te vejo com esse olhar apaixonado.

 Yoongi aceitou a bebida. 

- Eu quero ele. - Yoongi disse sem se criticar muito por aquilo ser errado.

- Eu sei.

 Eles beberam por um tempo em silêncio, com os pensamentos explodindo. 

- Descobriu algo sobre o relógio? - Hoseok podia achar o que for do casamento dele, mas não podia negar a parceria quase surreal que tinha com o menor. Eles pareciam muitas das vezes, se completar. Talvez se não tivessem perdido a filha, não estariam onde estavam hoje. Nesse mar de tristeza e frieza, que até pouco antes de Taehyung aparecer, parecia um caminho sem volta.

 Era engraçado o fato de um garoto de 21 anos ser causador de tantos sentimentos confusos e recentes entre o casal. 

- Ele ficou mal quando soube da importância do relógio, mas não consegui descobrir porque vendeu.

- Eu vou descobrir quando encontrá-lo novamente. - Hoseok disse seco.

- Seja cuidadoso, não quero que ele nos odeie.

 Hoseok riu com aquilo.  

- Eu quero ele também. - Hoseok falou sem muitas ressalvas.

- Ele é meu.

 Hoseok suspirou. O marido parecia irredutível. 

- Me diga os termos.

 Yoongi o encarou pensativo. Era assim que eles eram desde o começo, não podiam mudar nada sobre isso, não que quisessem. 

 O mais velho odiava ter que tratar Taehyung como objeto, mas se tratando de Hoseok, seria necessário. 

- Quero que largue Jackson e quero decidir sobre tudo relacionado a Taehyung, sem discussão.

 Hoseok pensou sobre o assunto. Ele não sabia que Yoongi sequer soubesse o nome de Jackson, mas o marido parecia saber mais do que dizia. O que era estranho, já que Yoongi raramente abria a boca para opinar em algo. 

- Quero você de volta na cama.

 Yoongi retesou o corpo, tentando não demonstrar espanto com os termos do maior. 

- Não. - ele falou seco.

- Então nada feito. Amanhã mesmo vou garantir que eu seja o único capaz de tocar em Taehyung.

 Yoongi arregalou os olhos e abriu a boca em choque.

 Sim! Hoseok tinha poder o suficiente para tornar aquela ameaça realidade.

 Yoongi sabia que o marido não era de todo mal, mas Hoseok estava lidando com aquilo como se fosse mais uma de suas transações de negócios e quando se tratava de negócios, Hoseok era implacável. 

- Quero metade de toda sua fortuna e a promessa de que nunca vai tirar Taehyung de mim. - Yoongi parecia uma criança mimada agora, mas não se importava, fazia um tempo em que não lembrava o que era ter realmente sentimentos por alguém, então para ele era tudo objeto de troca e Hoseok não era muito diferente.

 Eles se combinavam até mesmo nisso. 

- Metade de tudo que eu conquistei, por causa de uma boa foda? - Hoseok riu debochado.

- É você quem tá dizendo que a foda é boa, não eu. - Yoongi deu de ombros, sem se importar em objetivar seu próprio corpo.

- Um terço da minha fortuna e dividimos Taehyung.

- Sem fortuna e Taehyung é meu.

- Não.

 Os dois se encaram por um momento.  

- Toda sua herança. - Yoongi começou, falando sobre a metade do que o pai de Hoseok deixou pra ele e a irmã depois de falecer. 

- Eu de volta na sua cama e Taehyung, desde que eu decida tudo o que acontece com ele e não quero que saia com mais ninguém.

 Hoseok pareceu pensar. Sua herança não era mais tão significativa, já que ele triplicou aquele montante de dinheiro depois que seu pai morreu, mas a herança tinha valor sentimental e Yoongi sabia disso, sabia onde machucá-lo e o mais velho adorava cutucar uma ferida aberta. 

- Feito.

- Sem traições?

- Nunca te traí Yoongi.

- Você me entendeu.

 Hoseok mordeu os lábios, passando a mão no queixo enquanto analisava o marido. 

- Eu sou agressivo na cama, tem certeza que ainda quer isso?

- Quem me parece em dúvida agora é você.

 Hoseok suspirou. 

- Você tem a minha herança de família, eu tenho você na cama e você decide sobre Taehyung, desde que não fiquem em risco com alguma decisão sua.

 Yoongi concordou com a cabeça. 

- Quero por escrito e quero ouvir a ligação que você vai fazer para terminar com Jackson.

- Vou terminar com o garoto por telefone?

- É isso ou nada feito.

 Hoseok admirou um pouco o marido. Ele gostava da perversidade de Yoongi, sempre gostou. Apesar de assustá-lo um pouco.

 Jackson não fez nada para merecer aquele tipo de tratamento, pelo contrário, o garoto era um bobo apaixonado, mas se isso significasse que teria Yoongi de volta na cama…

 Ele odiava admitir, mas sentia falta do marido, isso era uma fraqueza e Hoseok odiava fraquezas, mas não podia negar o fato de que a sentia. 

- Vou começar a redigir. - Hoseok disse simplesmente e Yoongi se levantou do sofá, sumindo nas escadas que levavam ao piso superior da mansão.

 Yoongi estava lendo o contrato pela terceira vez na mesa da enorme sala de jantar, quando finalmente resolveu assinar, vendo o motorista e sua cozinheira assinando como testemunhas, sem ler o que assinavam. Eles ganhavam muito bem para não fazerem perguntas. 

- Está feito. - Hoseok disse terminando de assinar. - Vou levar isso para o arquivista amanhã de manhã e ele autentica.

- Saiam. - Yoongi disse aos funcionários, que não demoraram em nada para obdecê-lo. - Agora liga para o Jackson.

 Hoseok suspirou desanimado enquanto pegava o celular.

 Ele já estava há meia hora no telefone e Jackson chorou boa parte desse tempo. Hoseok odiava fraquezas, mas não pôde deixar de sentir pena do garoto.

 Hoseok estava sentado na mesa de jantar, enquanto conversava com Jackson ao telefone, quando viu Yoongi ir para de baixo da mesa e começar a abrir o zíper da sua calça.

 Ele fechou os olhos, sentindo Yoongi mamar seu pau ainda mole dentro da boca.

Caralho!

 Seus lábios tremeram um pouco, quando ele voltou a se desculpar no telefone, pronto pra desligar. 

- Não desliga. - Yoongi disse seco, voltando a chupá-lo.

 Hoseok sabia ver uma vingança infantil quando esta se materializava na sua frente, ele não podia culpá-lo. Yoongi sofreu sozinho o luto de sua filha quando Hoseok resolveu curar o seu com um garoto novo com uma bunda agradável.

 Ele voltou a conversar com Jackson, deixando o garoto falar enquanto Yoongi chupava, agora seu pau duro e derramando por ele.

 Hoseok poderia até admirar a prudência e o autocontrole, mas adorava uma putaria. Ele era amante da perversão e Yoongi sabia.

 Hoseok sabia que ia acabar no inferno por essas coisas. Era bem capaz dele acabar comandando a porra toda lá embaixo.

 Ele gemeu sem querer, fazendo Jackson engasgar no choro e tentar entender o que estava acontecendo, mas desistindo logo em seguida.

 Hoseok puxou os cabelos de Yoongi e deixou o menor se engasgar algumas vezes antes de gozar na sua garganta.

 Quando ele finalmente desligou a ligação, Yoongi já estava tirando a roupa na sua frente, sorrindo com a boca inchada e os olhos perversos.

 - Onde você quer? - Yoongi perguntou, tentando não parecer com saudade daquilo, mas ele estava.

 Estava com saudade do marido e não podia deixar de agradecer Taehyung mentalmente por finalmente tê-lo de volta. 

- Em cima da mesa. - Hoseok disse com a voz rouca e um desejo incubado, implorando para ganhar liberdade mais uma vez.

  Hoseok mal podia respirar ao pensar em Yoongi rebolando no seu pau como nos velhos tempos.

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