A proposta
Eu sei...
Eu tenho algumas fics para terminar, mas já tenho alguns capítulos dessa aqui e achei que vocês precisariam de uma distração enquanto esperam minhas outras utts.
Depois me contem o que acharam!!
Ah! Antes de começar, acho que deveria alertar sobre essa fic. Ela não é muito convencional e têm cenas pesadas de sexo explícito e situações de humilhação, como também alguns kinks / BDSM, como ageplay, petplay, entre outros. Se por acaso não curtir tais assuntos, por favor não leia
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Yoongi afrouxou um pouco mais a gravata, se amaldiçoando por ter ouvido Jungkook àquela noite.
Seu parceiro já devia estar em casa a essa hora, não que ele se importasse com a sua presença ultimamente.
Ele colocou mais um pouco de whisky nas pedras de gelo quase derretidas e bebeu o líquido âmbar num único gole.
Sua mente estava viajando em como sua vida um dia foi e como era agora, quando ele ouviu umas batidas na porta.
Yoongi estava hospedado num quarto de hotel cinco estrelas. O lugar tinha até uma piscina pequena aquecida no meio da sala, mas não foi por isso que ele escolheu aquele hotel e sim pela discrição.
Ele foi a passos lentos até a porta, quase deixando seu queixo cair ao ver o garoto parado na sua frente quando a abriu.
Ele era novo, muito novo. Seus cabelos era de um loiro impecável, seus olhos claros eram arrebatadores, apesar de ser provavelmente lentes de contato, pois eram cinzas. Sua boca fina estava entreaberta e sua camisa social tinha os três primeiros botões abertos.
Porra, era o homem mais lindo existente na Terra, com toda certeza!
- Olá. Você deve ser, Suga? - O loiro estalou a língua no céu da boca, fazendo Yoongi acordar ligeiramente da sua distração momentânea.
- Eu...sim...é…
- Por que não me deixa entrar, Suga? Aí conversamos. - O loiro sorriu de um jeito fofo que deixou as pernas de Yoongi bambas, literalmente.
- Claro! Me desculpa, entre. - Suga liberou espaço na porta, a fechando assim que aquele homem entrou.
Seu cheiro era de laranja e açúcar ou ele poderia muito bem estar tendo algum aneurisma.
- Você quer alguma coisa pra beber?
O loiro sorriu e sentou no sofá, as pernas cruzadas deixando seu tornozelo a mostra, a calça social grudando na sua coxa torneada e até o sapato social dava uma impressão de elegância e delicadeza. Ele normalmente não agia como ele mesmo, mas o tal Suga parecia tão nervoso que ele decidiu agir um pouco mais naturalmente.
- Bom! Isso depende, você tem suco?
- Suco? - Yoongi balançou a cabeça sem saber se ouviu direito, mas acabou rindo com a ideia de um homem que exalava sexo e luxúria querer beber suco.
- Não curto muito álcool. Na verdade não curto nada que possa me deixar sem as minhas funções intactas.
Yoongi foi até o frigobar, encontrando alguns sucos de caixinha e danoninhos. Provavelmente para crianças hospedadas.
- Pode ser de uva? - Yoongi perguntou, balançando a caixinha de suco nas mãos.
O garoto sorriu de um jeito fofo confirmando e Yoongi jogou na sua direção, assistindo o garoto pegar com maestria a caixinha no ar.
Ele queria assobiar em admiração ou só limpar a baba imaginária no canto da sua boca, mas tudo que fez foi engolir em seco ao ver aqueles lábios finos e brilhantes rodeando um canudo de plástico.
- Meu Deus! Você é muito lindo. - Yoongi disse sem pensar, ganhando aquele sorriso encantador de volta.
- Você parece nervoso, Suga. - O garoto disse sugando mais do seu suco e brincando um pouco com a língua no plástico, o que pegou a total atenção do mais velho.
- Você parece tão novo. - Yoongi passou as mãos no cabelo, com certo desespero.
O que ele está fazendo ?
- Eu tenho 21. Você não parece muito confortável. - O garoto levantou do sofá e se aproximou de Yoongi, o fazendo andar pra trás até cair sentado na banqueta da bancada que dividia o bar da sala.
- Eu estou bem nervoso, nunca fiz isso antes. Desculpa. - Yoongi deu seu sorriso gengival, colorindo suas bochechas de rosa.
- Você também é muito lindo. - O garoto disse um pouco a contragosto, ele normalmente não conversava tanto com seus clientes assim.
Suas pernas se posicionaram estrategicamente entre as de Suga e sua mão apertou sua cintura com firmeza. O loiro se aproximou dos lábios do menor com calma e os selou, soltando um gemido quase rouco quando Suga suspirou com aquele simples toque.
Suas mãos tremeram agarrando o loiro pela sua blusa social branca e brilhante.
Quando o loiro pensou que iam aprofundar o beijo, Suga o afastou delicadamente e saiu do entrelaço de suas pernas para um local mais seguro.
- Eu não… Desculpa, qual seu nome? - Suga perguntou com as mãos ainda trêmulas.
- V. - O loiro disse tentando não franzir a testa com a rejeição do menor. Tinha um tempo que ele não sabia o que era ser rejeitado.
- Desculpa V. Não beijo alguém além do meu marido tem 10 anos. - Yoongi riu seco, passando as mãos no rosto.
- Oh! eu… ele está morto? - V perguntou confuso.
- Que? - Suga levantou a cabeça desesperado. - Não! Ele está vivo. - ele respondeu, rindo de nervoso.
- Ah! É que você pareceu tão pesaroso ao falar dele.
- É, bem você é meio que minha vingança pessoal. Ele está se separando de mim. - Yoongi disse honestamente, arrancando uma risada do maior.
- Uau! Não lembro a última vez que alguém foi tão honesto assim comigo. - V disse, atravessando a sala para colocar Whisky no copo de Yoongi e entregar em suas mãos um pouco mais firmes agora.
- Obrigado! - Yoongi disse sincero. - Eu sou sempre honesto e isso é uma merda. - Yoongi disse um pouco infeliz.
- Como assim? Você nunca engana ninguém? - V levantou uma sobrancelha, sem botar muita fé naquilo.
- Eu nunca minto. - Yoongi sorriu sem mostrar os dentes, bebendo um pouco mais de Whisky puro.
- Isso deve te colocar em muitos problemas. - V riu com a ideia de ter alguém brutalmente honesto em sua vida, seria confuso, já que todo mundo mentia pra ele e ele sempre mentia para todo mundo.
- Na verdade, sim. Isso me deixa um tanto quanto enrascado.
- Então seu marido sabe que você está aqui? - V perguntou rindo porque tinha certeza que a resposta era não.
Não tinha como alguém ser honesto o tempo todo.
- Ele está viajando, então, não.
- Você vai contar a ele quando voltar de viagem?
- Se ele perguntar onde estive, sim, mas ele não pergunta nada nunca, então, é improvável.
V analisou o cara lindo e extremamente introvertido na sua frente. Ele parecia tão depressivo e triste, mas de um jeito que encantava. Era como ter um encontro com as próprias trevas. Te assusta tanto quanto te excita.
- O que você faz da vida, Suga? - V pergunta, se lamentando pela primeira vez, por não poder levar um cliente pra cama.
Tava na cara que Suga não estava pronto para o que ele contratou de V.
- Você quer mesmo saber? - Yoongi perguntou quase incrédulo.
V deu de ombros.
- Você sabe minha profissão, é mais que justo eu saber a sua. Principalmente agora que eu sei que você não mente. - V riu sapeca deixando Suga ainda mais encantado com o garoto.
- Meu Deus! Você é tão lindo que eu mal consigo me concentrar. - Suga disse sendo brutalmente honesto mais uma vez.
- Você realmente fala o que pensa. - V riu, sem se incomodar com o elogio. Ele estava acostumado com aquilo na verdade.
- Eu sou músico. - Suga disse sem dar muita importância aquilo.
- Tipo cantor ou algo assim?
- Compositor, eu toco piano. - Yoongi sorriu parecendo pela primeira vez orgulhoso de algo.
V arregalou os olhos encantado com o quanto Suga podia ser neutro com tudo, quase entediado e ainda assim parecer apaixonado e vivo ao mesmo tempo.
Era estranho, confuso e encantador.
- V, eu sei que você não é meu psicólogo nem nada assim e não está aqui pra conversar, mas não sei se…
- Eu não me importo, acredite. Eu sou um bom ouvinte.
Suga deu seu sorriso gengival, fazendo V suspirar pela primeira vez em anos.
Meu deus! O que está acontecendo aqui?!
- Vamos pedir comida então? - Suga perguntou entregando um cardápio que estava ao lado do sofá.
- Uau! Eles só vendem coisas caras.
Suga olhou o cardápio.
- Na verdade, são só nomes complicados pra dizer coisas simples. - Yoongi apontou para um nome em francês na lista. - Isso aqui é basicamente ovo e bacon.
V arregalou os olhos, rindo do maior que começou a apontar as coisas e simplificar os nomes para ele.
No final, ele acabou pedindo sorvete e bolinho com calda que tinha um nome fofo, Petit gateau, parecia nome de gatinhos filhotes. V riu dos próprios pensamentos, lambendo a colher dourada em seus lábios.
- Você é a definição de pecado V. - Yoongi disse balançando a cabeça em negação.
V tinha a camisa social dobrada até a altura dos cotovelos e a calça de tecido fino enrolada nas pernas, enquanto seus pés descalços balançavam dentro da piscina aquecida.
Seu olhar de inocência era normalmente escondido para seus clientes, mas ele e Suga estavam conversando há 4 horas e ele já não ligava mais. Estava só sendo ele.
- Falando assim eu quase me ofendo de você não querer transar comigo.
Suga riu, mas estava distraído com o olhar vago para as ondas que V fazia com seus pés na água.
- Você é um acompanhante, certo?
V travou com a colher no meio do caminho, devolvendo o sorvete para seu prato de sobremesa.
- O que quer dizer?
- Você iria à uma exposição de artes comigo?
V enrugou a testa confuso.
- Eu vou tocar junto com a orquestra filarmônica de Seul e queria que tivesse um rosto conhecido na plateia.
- Você não me conhece.
Suga concordou com a cabeça.
- Eu sei, mas é que…Essa música que eu escrevi já há muito tempo, é meio que a coisa mais importante que já fiz em toda minha vida e eu não sei se quero mostrar isso pra mais alguém, no entanto já que estou disposto a fazer isso, só ter rostos desconhecidos assistindo provavelmente me dará a sensação de que na verdade eu não toquei ela pra ninguém e toda minha luta interna foi injustificada.
- Por que sua família não vai estar lá, seu parceiro?
Suga deu de ombros.
- Porque essa música é sobre nossa filha morta e tenho certeza que meu marido odiaria ouvir.
V puxou o ar com tanta força que quase engasgou, tentando se recompor o mais rápido possível, mas Suga não estava prestando atenção de qualquer forma.
- Eu posso te pagar o dobro, o triplo ou sei lá. - Suga tinha a boca aberta, os olhos arregalados e brilhantes, era de partir o coração na opinião de V.
Por mais que Suga não demonstrasse fraqueza, ainda assim a honestidade em suas palavras eram avassaladoras.
Ele iria a qualquer lugar com o cara a esse ponto.
- Tem certeza? Eu normalmente não vou à eventos desse tipo no meu ramo. - V disse , quase entortando o nariz para o tipo de lugar que um garoto de programa normalmente ia.
Ele pensou que ser um prostituto de luxo fosse algo especial, que ele se livraria da nojeira da profissão, mas chegou a conclusão que gente rica era ainda mais doente e nojenta, por mais que odiasse generalizar.
- Eu Gostaria muito que fosse como meu acompanhante.
- Ok. - V sorriu um pouco tímido. - Mas não posso sair com um cliente sem ser através da agência, então…
- Vou avisá-los. - Suga o interrompeu, assegurando de que não estava passando de nenhum limite pré estabelecido.
- O que eu devo vestir? - V perguntou um pouco preocupado.
- Terno social. - Suga disse saindo da piscina e indo até um canto da sala.
Merda!
V mordeu os lábios, preocupado. Ele tinha um terno, mas era barato e Suga ia acabar passando vergonha com ele.
- Aqui. - Suga entregou um cartão de crédito preto nas suas mãos escrito Min Yoongi.
- Você não devia falar seu nome verdadeiro para mim. - V falou em choque.
- Eu não falei. - Suga disse rindo, o que fez V olhar feio na sua direção.
- Desculpa, mas se você pesquisasse Suga no Google encontraria tudo sobre mim. Te dei meu nome artístico.
V negou com a cabeça.
- Você é péssimo em contratar um prostituto.
Suga riu.
- Nisso eu tenho que concordar com você.
- Por que está me dando esse cartão?
- Para comprar um terno, brincos, sapatos. O que quiser para o evento. Será no sábado. Ah! Você pode querer ir no cabeleireiro ou coisa assim, o crédito do cartão é ilimitado, então não seja modesto.
- Você não pode fazer isso também Sr.Min. - V disse completamente abismado.
- Na verdade, eu posso sim. Acabei de perguntar para o meu amigo que fez o contrato com sua empresa em meu nome. - Suga disse balançando o celular na mão.
V tinha visto ele digitar feito louco no celular, mas achou que estava falando com o tal marido ou algo assim.
- Ele me chamou de Sugar Daddy, não sei o que isso significa.
V gargalhou, quase engasgando com a cara confusa de Suga.
Ele era meio que fofo.
- Olha! Eu estava prestes a usar seu corpo pra me satisfazer, o mínimo que você deve fazer é arrancar meu dinheiro.
V riu, assistindo sua risada sumir enquanto um arrepio na nuca lhe dizia o quanto ele queria Suga na cama. Normalmente ele tratava sexo como um negócio, fazia tempo que não se excitava por tão pouco com alguém.
- Você é rico então. - V disse, tossindo falsamente enquanto tentava se livrar do calor no corpo e uma semi ereção irritante entre as pernas.
A voz baixa e monótona de Suga não ajudava em nada com aquilo.
- Meu marido é rico, então tudo que eu ganho é demais para eu conseguir gastar sozinho, o que faz de mim rico, mas acho que sou um falso rico. - Suga riu meio sem graça.
- Posso te beijar?
- Que?
- Pra te agradecer pelo Petit gateau e o cartão sem limites. - V disse rindo sem graça.
Meu deus! Como ele queria provar daquela boca.
- Sim! Eu acho. - Suga coçou a nuca meio sem graça enquanto V arrastava o prato para o lado e começava engatinhar até Suga.
Ele se aproximou do menor e colou seus lábios no dele, sentindo aquela boca quente e úmida se abrir para que ele pudesse explorar.
V nunca beijou em nenhum dos seus programas. Bom! Exceto em um, mas isso não vinha ao caso agora, então Suga era seu primeiro beijo em anos e que beijo. Sua boca era tão quente e convidativa, a forma que ele puxava os lábios de V e gemia causava uma fisgada na boca do estômago do loiro.
V empurrou Suga no chão e sentou no seu colo, deixando que a ereção do mais velho se encaixasse na sua bunda por cima da calça apertada.
Suga gemeu e apertou a cintura de V tão forte que o mais novo arfou dentro dos seus lábios, descendo o beijo para o seu pescoço.
- É uma pena que seja casado. Ficaria com uma marquinha linda no seu pescoço se eu te chupasse. - V falou sem pensar, sentindo o corpo inteiro de Suga enrijecer sob o seu.
- Desculpa. - V pediu, saindo de cima de Suga e encarando sua cara de decepção.
- 90% dos seus clientes devem ser casados, não devia me pedir desculpas. - Suga disse, rindo nervoso.
V se sentiu a pessoa mais estúpida do mundo por ter desperdiçado aquele momento incrível por ser inconveniente.
- Eu não estou muito pronto pra isso. Mas não me arrependo de achar que estava, assim pude te conhecer. - Suga disse meio sem graça.
V fica vermelho feito pimentão e em choque.
Porra! Ele sempre estragava tudo com sua boca grande.
- Preciso me acostumar com sua honestidade até sábado. - V disse deixando o clima mais descontraído, não havia mais nada que ele pudesse fazer afinal.
Yoongi concordou rindo também.
- Você tem a noite inteira paga, então porque não assistimos um filme? - V perguntou se levantando do chão.
Suga foi até o quarto sem dizer nada e voltou com uma toalha nas mãos indicando para que V sentasse no sofá espaçoso com um simples aceno.
V obedeceu, indo com os pés molhados até o sofá.
- Coloque seus pés na minha coxa.
- Eu…
- Me obedeça. - Suga falou entediado.
Ele bateu nas próprias coxas e V colocou suas pernas de um jeito tímido no colo do mais velho, assistindo ele secar seus pés e suas pernas com todo cuidado do mundo.
V queria enfiar a cara dentro de algum buraco ao mesmo tempo que seu coração batia de um jeito estranho e desritmado.
Era estranho ele se sentir assim agora, já que não muito tempo atrás estava esfregando sua bunda no pau alheio.
- Que filme quer assistir?
V simplesmente não conseguia responder, ainda em choque.
- Esse deve ser o pior programa da sua vida. - Suga resmungou rindo um pouco.
Era engraçado como o mais velho não parecia se importar com nada, mas suas atitudes demonstravam exatamente o contrário.
- Pode ser desenho? - V perguntou sem pensar muito.
- Quer assistir desenho? - Suga perguntou com a sobrancelha levantada.
- Se você não se importar. - V ficou vermelho de novo. Ele nem lembrava a última vez que corou antes de hoje.
- Desenho então. - Suga sorriu, achando a timidez de V adorável.
- Acha que tem pipoca num desses nome chiques do cardápio? - V perguntou tentando interromper o silêncio enquanto Suga se concentrava na lista de desenhos na TV.
- Provavelmente. - Ele resmungou enquanto V ria da sua concentração exagerada pra escolher um filme.
…
- Taehyung, você tá me dizendo que vocês simplesmente dormiram depois disso? - Jimin arregalou os olhos em choque com aquela história bizarra.
Jimin era o melhor amigo de Taehyung e também acompanhante de luxo. Eles faziam programas desde de muito novos e foi Jimin quem levou Tae para a parte Rica daquele negócio sujo.
E naqueles muitos anos de profissão, os dois já viram de tudo, mas aquela noite com Suga foi a primeira vez pra V e pela cara de Jimin, ele nunca tinha visto aquilo também.
- Ele é tão honesto e direto. Me deixou com os nervos à flor da pele. Eu simplesmente não sei como reagir quando ele está perto. Até o jeito que ele falava "V" me fazia tremer dos pés a cabeça. Me senti um virgem de 15 anos.
- Vê se não vai se apaixonar, pelo pouco que ele te contou o cara parece perturbado. Sem contar que ele vive nos tablóides.
- Sério? - V puxou o celular de Jimin, olhando alguma das notícias que tinha o nome de Suga ou Min Yoongi envolvido.
Acidente de carro.
Prisão por dirigir embriagado.
Invasão e depredação à uma loja de música.
- Uau! Ele quebrou uma vitrine de uma loja de música só pra entrar e tocar piano. - Jimin disse rindo com aquilo.
- Isso parece excêntrico. - V falou preocupado, resolvendo parar de ver todas aquelas reportagens.
Ele não conhecia Suga, mas o homem que esteve com ele por seis horas num quarto de hotel, não parecia com nada do que aqueles jornais falavam sobre ele.
- O que significa que ele é rico e pode muito bem pagar meu cabelo também. - Jimin fez um bico fofo e pidão.
- Jimin, não posso sair torrando o dinheiro do cara.
- Ele disse que podia. - Jimin falou mudando a expressão para uma de cachorro abandonado agora.
- Não.
- Pelos menos pergunta pra ele. Você disse que ele te deu o número de celular.
Taehyung encarou o melhor amigo com dúvida. Desistindo, assim que Jimin começou com seu aegyo.
V:
Se aparecer uma conta de cabeleireiro absurda, você vai me matar?
Taehyung digitou, demorando quase dez minutos para enviar.
Seus olhos não desgrudaram da tela, mas mesmo assim ele se espantou quando a resposta veio rápido.
Suga:
Isso depende, vai aparecer com o cabelo pintado de oncinha ou algo assim? Por que eu posso errar algumas notas se isso acontecer.
Taehyung gargalhou, tapando a boca ao perceber que eles estavam rodeados de gente na praça de alimentação do shopping.
V:
Meu melhor amigo quer pintar o cabelo também. Ele disse que você é rico, então não devia se importar.
Taehyung ri com seu tipo de sinceridade brusca, imaginando se Suga iria gostar.
Droga! O que ele estava pensando?!
Tae estava prestes a enviar um pedido de desculpas pelo disparate, quando o celular vibrou em suas mãos.
Suga:
Você podia só dizer que o salão era caro.
V:
Não gostou da minha versão de honestidade bruta?
Suga:
Eu adorei, V.
Taehyung sentiu o coração parar enquanto ele mordia os lábios e ria para a tela do celular.
- Tae. - Jimin tinha uma cara super séria agora. - Você não tá…
- Não. - Taehyung respondeu rápido demais. - É só meu cliente, nada mais.
Jimin concordou distraído, voltando para o celular enquanto Tae fazia o mesmo, já que uma notificação de mensagem chegou.
Suga:
Conversei com meu amigo e ele disse que um Sugar Daddy paga tudo o que o seu baby quiser.
Tae arregalou os olhos.
Porra! Ele era tão inocente assim ou estava realmente o provocando?
V:
Seu amigo sabe das coisas, Daddy.
Tae mordeu os lábios.
Será que ele fez merda?
Nenhuma mensagem chegou e Taehyung já tinha desistido, quase jogando o celular longe pela sua frustração.
Eles terminaram de comer, foram ao banheiro para lavar suas mãos engorduradas e voltaram a fazer compras nas lojas.
Taehyung estava provando uma gargantilha preta com um medalhão de prata pesado quando o celular vibrou no bolso da calça e ele quase pulou para ler a mensagem.
Suga:
Você pode gastar o quanto quiser, com quem quiser. O cartão é seu.
Taehyung estranhou aquilo, já que tinha certeza que deveria entregar o cartão para ele no sábado, mas deu de ombros, avisando Jimin que poderiam ir no salão que ele queria para pintarem o cabelo, fazendo Jimin quase derrubar o manequim na loja enquanto comemorava com uma dancinha fofa e sexy ao mesmo tempo graças aquela bunda enorme e seu rosto de anjinho depravado.
…
Um motorista foi buscá-lo no sábado e ele estava meio que sem saber como agir com aquilo. A avó de Taehyung, com quem ele morava, não sabia sobre sua vida, então Taehyung deu o endereço de Jimin e se arrumou lá, antes de ir para o tal evento. Era algo que ele já fazia um tanto que frequentemente.
Ele sentou no banco de trás da Mercedes, mas foi só porque foi a porta que o motorista abriu para ele entrar. Suas mãos suavam, o forçando a passar no seu terno Gucci bege com detalhes em marrom.
Seu cabelo era de um vermelho escuro chamativo. Taehyung não queria parecer exagerado, mas ele era chamativo, então porque não ?!
Seu brinco de pérola na orelha esquerda deixava seu rosto com um ar angelical e delicado, então Suga não passaria vergonha. Pelo menos era o que ele achava.
- Chegamos, Sr. - O motorista disse ao seu lado fazendo Taehyung perceber que a porta ao seu lado estava aberta.
Tinha a porra de um tapete vermelho ali e Taehyung não fazia ideia de como o atravessaria, já que tinham fotógrafos para tudo que é lado.
Um garoto de cabelos rosas veio correndo na sua direção assim que ele saiu do carro.
Ele quase deu um gritinho quando o garoto começou a falar.
- Você deve ser o V.
Taehyung tossiu um pouco por causa da garganta seca.
- Sim, sou eu.
- Prazer em conhecê-lo, meu nome é Baek. Sou o assistente pessoal do Yoongi.
Taehyung concordou, se lembrando de curvar o corpo para cumprimentar o estranho.
- Vem! Vou te levar para a parte VIP do museu.
Taehyung o seguiu, agradecendo por não precisar passar por aquele imenso tapete sozinho.
- Yoongi pediu desculpas por não vir te receber, mas ele ficou ansioso e precisou se trancar no banheiro antes da apresentação.
Taehyung riu, arregalando os olhos quando Baek o olhou sério.
Suga, o cara que ele conheceu no quarto de hotel há uma semana parecia bem confiante, principalmente por mensagem.
Taehyung riu dos próprios pensamentos. Qualquer um poderia ser confiante por mensagem.
- Por favor não diga isso a ninguém. Os tablóides adorariam esse tipo de informação.
- Não vou dizer. - Taehyung lhe assegurou.
Ele foi levado para um salão de teatro e sentou sozinho numa parte privada da arquibancada, suspirando ao perceber que era o melhor lugar de todo o salão.
- Nossa. A visão daqui é linda.
- E muito cara. - Baek disse parecendo um pouco irritado.
- Aqui. Se quiser qualquer coisa é só apertar esse botão e eles vão trazer. - Baek entregou uma plaquinha com um botão no meio.
- Obrigado.
Baek concordou com a cabeça e estava prestes a sair dali, mas voltou e sentou ao seu lado um pouco inquieto.
- Yoongi vai me matar se souber que estou fazendo isso, mas eu não consigo deixar de me perguntar quem diabos é você e o que quer com meu amigo.
Taehyung sorriu sem mostrar os dentes, tentando ser educado com aquele total estranho.
- Ele é seu amigo Baek, não eu. Então pergunte a ele.
Baek fechou a cara e Taehyung lembrou de que Suga tinha comentando que ninguém era franco com ele há muito tempo, então era óbvio que o tal Baek não perguntaria nada.
- Você ao menos sabe que ele é casado?
Taehyung suspirou, tava começando na perder a paciência.
- E todos os bons partidos não são? - Taehyung sorriu amarelo, fazendo Baek finalmente desistir e sair dali.
A apresentação foi curta. Suga parecia o centro de toda ela. A orquestra enorme estava atrás dele, mas o destaque ainda era sua música tocada num piano de cauda, preto com detalhes pratas.
Tae ficou tão encantado que mal sabia como fechar a boca.
Ele chorou e muito, a música começou alegre e quase infantil, mas o final era triste e amargurado. Ele não fazia ideia de como Suga foi capaz de passar sentimentos através daqueles acordes, mas ele podia sentir. Principalmente porque sabia o porquê daquela música ter sido escrita. Ou quase isso.
Tae correu para o banheiro assim que a apresentação acabou, limpando um pouco da maquiagem por causa do choro e a retocando com o pouco de material que pesava no bolso do terno de grife.
Quando ele voltou para o salão, sua cortina estava aberta e Suga encarava o imenso lugar, com as mãos no bolso de um terno preto impecável, feito sob medida.
- Suga. - Taehyung falou com sua voz grave.
- V. - Suga disse se virando de uma vez só.
Seu cabelo não estava escorrido dessa vez, ainda era um preto brilhante, mas tinha cachinhos pequenos e estava um pouco armado.
Ele era lindo de qualquer jeito.
- Porra! Tinha me esquecido do quanto você é lindo. - Suga se aproximou e selou sua boca na de V por um breve instante, fazendo o menor ficar corado.
- Obrigado, eu acho. - V sorriu tímido.
Suga lhe causava raros sentimentos.
- Seu cabelo ficou lindo vermelho, apesar de desconfiar que você ficaria lindo até com a cara enfiada num saco de pão.
V riu alto, tentando cobrir seu sorriso, mas Suga o impediu a tempo, admirando aquele sorriso quadrado, singular.
Suga lhe explicou sobre a arte exposta nas paredes enquanto o levava até um galpão rústico, onde seria servido o jantar. Ele lhe explicou também sobre a comida com nome chique e o ajudou a pedir o que ele gostaria de comer.
Suga pediu suco de uva para o mais novo, o que gerou uma cara engraçada no garçom que os atendia, mas seu pedido foi concedido bem rápido.
- O que achou da comida? - Suga perguntou, mas parecia querer saber de outra coisa e V pareceu entender o que era.
- Está incrível Suga. Também amei sua música.
O mais velho abriu a boca em choque, largando os talheres no prato à sua frente.
- Sério?
- Sim! Apesar de ter chorado feito um condenado no final.
Suga arregalou os olhos, mas logo voltou a sua feição anterior, concordando com a cabeça baixa.
- Você é incrível Suga, mas tenho certeza que já sabe disso. - V tocou na mão de Suga que finalmente levantou a cabeça para sorrir na sua direção.
- Ele sabe. - uma voz atrás de V falou, deixando Suga aparentemente nervoso.
Seu rosto era rígido, sua mandíbula parecia mais chamativa com ele travando e isso assustou V por um instante, já que Suga parecia sempre tão encantadoramente calmo.
Um homem incrivelmente lindo, com um sorriso largo e uma expressão serena sentou na cadeira vazia ao lado de Suga e encarou Tae com curiosidade.
Era comum V ser julgado onde ia, mas aquilo estava assustador, o olhar daquele homem o deixava com as pernas bambas e dessa vez nem era no bom sentido.
- Não vai me apresentar Yoon?
- Você o está assustando. O que faz aqui? - Suga perguntou entediado, voltando a tomar o vinho da taça na sua frente.
- Isso não é nada educado.
Ele era ruivo, mas não parecia natural, apesar do vermelho não ser tão chamativo quanto os cabelos novos de V. Seu sorriso mostrava suas covinhas na bochecha proeminente. Ele tinha um rosto bem chamativo, daqueles marcantes no qual ninguém nunca esquece. Seu olhar era penetrante e V estava começando a ficar genuinamente com medo.
- Jung Hoseok, esse é…
- Kim Taehyung. - V falou fazendo Suga arregalar os olhos pela segunda vez àquela noite.
V devia estar realmente apavorado para dar seu nome verdadeiro para eles.
- Prazer em conhecê-lo Sr. Kim. - Hoseok disse com um sorriso um tanto quanto cruel nos lábios.
- Como você conhece meu marido? - ele perguntou levantando uma sobrancelha.
Marido? Eita porra! Ele não estava viajando à negócios ou algo assim?
- Eu…
- Eu o contratei. - Yoongi disse interrompendo Tae.
Sim! Ele era a porra de uma puta que devia simplesmente se levantar e se colocar no seu devido lugar, correndo de volta para o buraco de onde ele veio. Era tudo no que Tae conseguia pensar em dizer no momento.
Taehyung ficou vermelho e abaixou a cabeça, mas Suga a levantou com a ponta do seu indicador antes que ele pudesse pensar em qualquer coisa a mais e selou seus lábios carinhosamente, pouco se fodendo com o lugar onde estava ou com o marido.
- Você não tem nada do que se envergonhar. - ele disse baixinho, fazendo Tae suspirar em resposta.
Hoseok juntou as sobrancelhas em curiosidade.
Suga nunca foi amoroso com ninguém em toda sua vida e ele sabia disso porque se conheciam desde o ensino médio.
Nem com ele Yoongi era assim, então o que aquele garoto tinha, que mais ninguém no resto do universo de Yoongi jamais poderia ter?
- Ele tem razão. Desculpa se fui indelicado. - Hoseok disse e foi a vez de Tae franzir a testa.
Por que aquele casal era tão honesto um com o outro? Nenhum casal sobrevive em total honestidade.
Taehyung sabia muito bem disso, afinal ele geralmente era o segredinho sujo de alguém.
- Você parece novo Taehyung. - Jung falou assim que seu marido se afastou do garoto.
- Eu tenho 21, Sr.
- Me chame de…
- Nós já vamos. - Suga disse o interrompendo.
- O que? Mas eu acabei de chegar.
- E eu estou acompanhado, então volte para seu avião e vá fazer seja lá o que tem pra fazer.
- Yoongi. - Hoseok disse tão irritado que Taehyung acabou batendo a perna na mesa assustado balançando toda a prataria e os cristais na frente deles.
Os dois o encararam e Tae só queria enfiar a cabeça num monte de areia.
- Eu deveria ir. - Taehyung disse o mais baixo que conseguiu.
- Vou chamar o motorista. - Yoongi disse pegando o celular do bolso.
- Eu levo vocês.
- Não precis…
- Ok. Então vamos. - Yoongi interrompeu Tae dessa vez, levantando da mesa sem dar muita chance para alguém falar algo.
Merda! Merda! Merda!
- Pra onde? - Hoseok perguntou olhando para Tae pelo retrovisor, mas o menor ainda estava chocado com o carro em que ele estava.
Era esporte, preto e a porta abria para cima. Ele queria muito saber que carro era aquele. Ele só sabia que era um Ferrari por causa do logo no capô.
Tae saía com muita gente rica, mas aqueles dois pareciam nadar no dinheiro.
- V. - Yoongi chamou, tirando Tae de seus devaneios.
- Oi?
- Pra onde?
Taehyung passou o endereço de Jimin e grudou a cara na janela, tentando ser o mais discreto possível dentro do carro.
A tensão era tanta que até a temperatura do ambiente pareceu subir.
- Você não devia estar numa reunião ou algo assim? - Yoongi começou a falar do nada.
- Eu voltei quando descobri do que se tratava a música que você compôs sem me contar.
- Estava com medo de me encontrar num canto chorando? - Yoongi riu amargurado.
- Não seria a primeira vez. - Hoseok devolveu seco e Yoongi abaixou a cabeça.
Taehyung queria bater no tal do Sr. Jung e abraçar Yoongi, mas obviamente não fez nada daquilo.
Os dois pareciam tão próximos, daqueles casais que se entendiam só com um olhar.
Parecia quase errado eles praticamente se odiarem.
Taehyung balançou a cabeça tentando se livrar dos seus pensamentos infantis. Ele sempre achava que todo mundo merecia ser feliz, mas sabia muito bem que não era bem assim.
- Então, Taehyung. O que achou da peça de Suga?
Tae achou ter visto amargura no tom da voz de Hoseok ao pronunciar o nome artístico de Yoongi, mas era difícil saber de algo com aquele homem.
- É realmente linda. Nunca ouvi algo assim antes. - Tae disse distraído, quase tapando a boca ao perceber quão apaixonadinho ele soava.
Mas a peça foi realmente muito linda.
Yoongi sorriu pequeno com aquela observação do mais novo e os dedos de Hoseok apertaram o volante com violência.
- Chegamos. - Hoseok disse, já que era o único que prestava atenção no GPS do carro.
Yoongi saiu do carro e abriu a porta parabo Tae sair.
- Tchau. - Taehyung disse simples antes de sair do carro.
Ele teria dito que foi um prazer conhecer Hoseok, mas não sabia realmente se tinha sido.
- Você realmente mora aqui ou estamos em alguma esquina do seu prédio de verdade? - Suga perguntou rindo enquanto acompanhava Tae até um prédio em específico.
- Essa é a casa de Jimin na verdade.
- O garoto que também pintou o cabelo? - Suga perguntou curioso ganhando uma risada alta de Tae.
- Esse mesmo.
Os dois ficaram em silêncio por um tempo.
- Kim Taehyung. - Yoongi se aproximou para alisar o rosto de Tae com as costas dos dedos. - Combina com você.
Tae ficou corado, sem se amaldiçoar dessa vez. Ele não se importava mais.
- Desculpa pela noite. Queria que tivesse sido mais calma.
- Eu gostei. - Tae disse exasperado, arrancando aquele sorriso de canto de boca que Yoongi fazia com frequência. - Bom! Exceto por conhecer seu marido, quero dizer, ele é bem civilizado, mas ainda assim…
- Hoseok é geralmente bem escandaloso e mandão. Ele está se controlando, acredite.
Taehyung concordou com a cabeça baixa.
- Posso te beijar, V? - Yoongi perguntou se aproximando aos poucos do mais novo.
- Seu marido está literalmente do outro lado da rua.
- Deus sabe que ele não se importa mais. - Suga resmungou selando os lábios de Tae.
De repente Taehyung ficou um pouco desesperado.
Eles não combinaram de se ver novamente, então aquela bem que poderia ser a última vez que eles se encontravam, então Tae meteu um foda-se em tudo e agarrou Yoongi pela cintura, pedindo espaço para explorar a boca quente e convidativa do menor, que cedeu sem nenhuma disputa.
O beijo foi lento, mas um tanto quanto significativo para ambos.
- Obrigado.
- Pelo que? - Tae sussurrou em seu ouvido, deixando um beijo em seu pescoço antes de se afastar.
- Por não se apavorar com a minha vida insana.
Tae riu, tirando o cartão preto do bolso.
- Preciso te devolver isso.
Yoongi juntou às sobrancelhas numa expressão curiosa que Tae achou fofa.
- Oh! Não, isso é seu.
- Eu não poderia aceitar.
- Poderia sim. Sério, deixa eu ser seu Sugar Daddy? - Yoongi perguntou super sério, fazendo Taehyung rir do quão idiota aquilo parecia.
- Eu não vou aceitar Suga, então só pegue. - Taehyung disse tentando ser tão sério quanto Suga, que só concordou enfiando o cartão no bolso de qualquer jeito.
- Tchau. - Tae disse, beijando o rosto do menor.
- Eu…Nós vamos nos ver novamente? - ele perguntou um tanto desesperado, o que fez Tae sorrir encantado.
- Você sabe onde me encontrar. - ele falou desaparecendo para dentro da portaria do prédio.
- Ele é muito lindo. - Hoseok disse depois de quase meia hora em silêncio dentro do carro.
- Sim! Ele é.
- Por que o contratou Yoon? - Hoseok perguntou um pouco magoado. - Quero dizer, você nunca foi do tipo que procura uma foda insignificante.
- Não foi pela foda. - Yoongi falou baixo.
- Então foi pelo que?
Yoongi deu de ombros.
- Eu achei os papéis de divórcio essa manhã. - Yoongi disse ainda sem demonstrar nenhuma emoção no rosto.
Hoseok já estava acostumado com aquilo, mas nunca ia deixar de incomodá-lo.
- Vocês transaram? - Hoseok perguntou, por mais que a resposta fosse óbvia.
- Não.
Ok! Talvez não fosse tão óbvia assim.
- Não?
- Eu não consegui. Quer dizer eu queria, queria muito, mas não consegui.
Hoseok riu, tentando controlar o ciúmes absurdo que estava sentindo.
Não tinha porque ter ciúmes, aquele relacionamento estava basicamente acabado.
- O que te impediu?
Yoongi deu de ombros.
- Não sei. Acho que ainda me pego procurando sua aprovação vez ou outra.
Hoseok fechou as mãos, agora realmente irritado.
- Eu devia ter te contado sobre os papéis de divórcio, eu só …
- Eu só queria sentir um corpo quente colado ao meu. Queria sentir alguém beijando meus lábios, me sentir dentro de algum corpo que me aceite, nem que seja por uma noite. Eu preciso de algum contato físico, qualquer um.
Hoseok ficou paralisado, tentando se concentrar na estrada.
Eles estavam perto de casa já e Hoseok queria diminuir a velocidade, já que Yoongi não falava daquele jeito em anos. Yoongi praticamente não fala mais, na verdade.
- Você achou que eu tentaria me matar de novo, não é?
- O que?
- Se me contasse do divórcio. Você pensa que eu sou fraco e dependente nesse nível.
- Não, eu só…
- Ah! Não mente, você é muito ruim nisso.
- Pelo menos eu tento. - Hoseok disse um pouco estourado enquanto parava o carro e começava a andar para entrar na imensa mansão. - Você nem ao menos tenta, fica jogando verdades para o alto e não tá nem aí se podemos aceitar ou não ouví-las.
- Você sabe porque eu não minto.
- Pelo amor de Deus Yoongi, você precisa parar de viver com a cabeça enfiada no passado.
- Foi bom conversar com você, como sempre. - Yoongi resmungou atravessando o carro.
- Espera. - Hoseok correu pelo estacionamento, largando o carro de qualquer jeito, mas Yoongi já tinha entrado na casa e Hoseok sabia que ele precisava de espaço agora.
…
Hoseok acordou sozinho pela milésima vez naquela casa. Yoongi já não dormia ao seu lado há dois anos. Seus olhos foram para o teto alto da suíte enquanto ele pensava na vida que ele proporcionou para Yoongi.
O menor sempre foi o amor da sua vida, lhe ajudou a ser quem ele é hoje e tudo que ele fez foi fugir da briga quando o negócio ficou feio.
Ele devia à Yoongi, ele lhe devia a vida.
Yoongi estava sentado na mesa do café da manhã quando Hoseok desceu as escadas sentando ao seu lado.
Sra. Gerthe colocou suco de laranja no seu copo e Hoseok sorriu para a mulher que estava com eles há mais de seis anos já.
- Eu tenho uma proposta pra você. - Hoseok falou do nada, ganhando um resmungo de Yoongi que olhava as notícias pelo tablet.
Na verdade ele estava lendo as críticas da noite anterior e Hoseok não conseguiu deixar de se preocupar. Yoongi fingia não ligar para nada praticamente o tempo todo, mas ele sabia o quanto o menor conseguia se depreciar e se odiar por bem pouco.
- Você disse que não consegue transar com Taehyung.
- V.
- Que ?
- O nome que ele usa é V, talvez fosse melhor usarmos esse nome ao falar dele, não sabemos se ele esconde sua profissão de alguém.
- Isso não deve ser a profissão dele Yoon.
- Bom, se você for pensar…
- Enfim. - Hoseok o interrompeu impaciente, não queria demorar a dizer antes que desistisse. - Por que não combina com ele um novo encontro, mas dessa vez comigo junto?
Yoongi levantou o rosto, encarando Hoseok com sua poker face característica.
- Eu sei do que você precisa no sexo e por mais patético que isso pareça, eu sei que você não transaria com outra pessoa além de mim, mas eu não sou fiel a você há pelo menos um ano, então acho justo que tenha seus casos amorosos, sendo ele prostituto ou não.
Sra. Gerthe fez um som horrorizado com a boca e correu de volta para cozinha com o pão preferido de Yoongi.
Ele bufou irritado, queria comer o pão.
- Você assustou nossa empregada.
- Ela supera. E então? O que me diz.
Suga mordeu o canto da boca, confuso.
- Eu não transo com ninguém além de você tem uns 10 anos.
- Provavelmente mais, Hoseok disse, tomando do seu suco com aquele olhar superior que Yoongi já amou um dia e agora odiava.
- Quer um sexo a três? É essa a ideia de me ajudar?
- Não. Quero só assistir. Acredite, você vai se sentir confortável comigo lá.
- Vamos só assinar esse papel de divórcio e talvez…
- Você vai travar e desistir por minha causa, é idiota a esse ponto.
Yoongi concordou, ele era realmente idiota.
- Sem contar que o que você viu do divórcio era só um rascunho, ainda estão fazendo o levantamento das propriedades.
- Não quero nada de você.
- Eu sei, mas não vou deixar você sem nada. Não sou tão cruel.
- Não é?
Os dois se encararam ainda perdidos em uma briga silenciosa e avassaladora, mas Yoongi desviou o olhar cedendo, ele sempre cedia.
- Liga para o Taeh… V e veja se ele concorda.
- Eu não disse que concordo.
- Você quer uma boa foda não quer ? Sem contar que eu não lembro da última vez que você me desobedeceu, então só faça.
Yoongi abaixou a cabeça. Ele também não lembrava.
…
Taehyung desligou o celular, olhando para a cara amassada de sono de Jimin.
- O que foi? Hoseok mandou te matar e Suga ligou avisando pra vocês fugirem juntos?
- Que? Não. - Taehyung riu da novela mexicana que era a cabeça de Jimin.
- Então o que foi? Sério, aquele cara é assustador, ele praticamente manda em Seul. Sua família inteira é repleta de juízes e advogados e ele tem tanto dinheiro. Parece que a firma dele faz 40 mil won por hora.
- Isso explica o tanto de dinheiro que eles me ofereceram só pra transar.
- O que ? Os três ? Tipo menage?
- Não. Tipo eu transando com Suga enquanto Hoseok assiste. - Taehyung disse, sentindo um arrepio no corpo só de pensar em transar com Yoongi.
Ele realmente queria muito aquilo, desde a primeira vez que se encontraram.
- Você não deve estar pensando direito, se pensa em aceitar…
- Eu já aceitei. - Tae disse mordendo os lábios apreensivo.
- Espera! Você o que ?
- Jimin, eu sei que é loucura, mas eu não diria não pra transar com Yoongi em nenhuma circunstância.
- Quanto eles ofereceram?
- 20 mil Won, já está na minha conta. - Tae disse mostrando o extrato bancário no app para Jimin.
- Wow! Isso é loucura. Suga é tão lindo, misterioso e podre de rico, até eu diria sim, mas com Hoseok por perto? Você vai broxar certeza.
Tae fez uma cara feia para a parte em que Jimin assume querer transar com Yoongi. O que era ridículo e ele sabia, mas ainda assim não conseguiu evitar.
- E então? - Jimin começou a falar, depois de estranhar o silêncio excessivo do maior. - Você vai?
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