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6 meses depois.
Taehyung parecia dormente nos últimos meses, ele mal fazia algo além de transar com caras desconhecidos. Não que ele se incomodasse de transar, na verdade era um bom passatempo.
Tinha pelo menos uns 3 meses em que seus pensamentos não voltavam sem controle algum para o casal que ele jamais iria esquecer. Em algumas madrugadas ele acordava assustado, podendo jurar que ouviu a risada de Hoseok de longe ou o sussurro de um piano tocado do jeito que só Suga poderia fazer. Suas ilusões se tornaram menos frequentes ultimamente e de alguma forma ele começou a esquecer de como soava a voz de um ou o toque delicado de outro. Quanto mais desconhecidos ele tinha numa cama de hotel cinco estrelas, mais ele chegava a conclusão de que Jimin era insano por achar que podia manter aquele número de clientes para sempre.
Seu corpo estava dormente e sua mente mais ainda, suas ações se tornaram robóticas e com muita frequência ele se pegava olhando o caos da rua abaixo da sacada do apartamento decrépito. Ironicamente ele mal conseguia olhar nos olhos do seu pai ou sua avó agora, como se o número de pessoas com quem você faz sexo por dinheiro estivesse automaticamente relacionado com o nível de vergonha ao se olhar no espelho pela manhã.
Jimin parecia melhor e menos surtado, pelo menos era uma notícia boa, menos a parte em que o menor lhe sorria com piedade todas as noites em que Taehyung chegava cheirando a shampoo de hotel e com os olhos vazios.
Namjoon ligava para ele todas as noites à 00:00. Tae não tinha nenhum desejo de irritar o homem, mas sempre o ignorava.
Jin no entanto ele atendia e foi em umas das ligações do mais velho que descobriu que seu chefe finalmente chamou Seokjin para sair, depois foi a vez de um passeio à uma galeria de artes renomada, um restaurante em Roma, uma viagem surpresa para Veneza em seu jato particular e então teve a primeira vez deles, que mesmo que Jin não contasse a ele com todos os detalhes, ainda sim Taehyung saberia de cada ação feita pelo Namjoon, ele o conhecia muito bem, tanto na cama quanto fora dela.
Seokjin estava nas nuvens e Taehyung estava feliz por ele.
Namjoon no entanto nunca parou de ligar, mesmo quando Jin aceitou o pedido de namoro espalhafatoso e super chique do maior, ainda assim Namjoon não parava de ligar.
Existia algo parecido com transição às 00:00. Era quase como se ele pudesse se iludir com a ideia de que por mais que seu dia tivesse sido um lixo, um novo dia começaria após as 00:00 e assim como seu botão de esperança ilusória de que o próximo dia seria melhor que anterior. Nunca era.
...
Taehyung estava no shopping com um Jimin saltitante comprando roupas de cama nova, quando uma risada extremamente familiar soou atrás dele.
- De todas formas em que já te imaginei, dono de casa nunca foi uma delas. - Suga disse com um sorriso debochado e um olhar indecifrável para o mais novo.
Taehyung virou na direção da voz, com as mãos no bolso e uma postura relaxada.
- Sr. Jung, Sr. Min. - Taehyung abaixou a cabeça em sinal de respeito e sentiu Jimin tenso e protetor ao seu lado fitando o casal responsável por boa parte da tristeza do seu melhor amigo.
- Não vai nos apresentar? - Hoseok perguntou curioso, como se já não tivesse conhecido Jimin da última vez em que invadiu seu apartamento para cozinhar para ele.
- Park Jimin. - Jimin disse para Suga e abaixou a cabeça a respeito.
- Fofo. - Suga sussurrou sem muita empolgação. - Seu namorado? - ele perguntou encarando Taehyung com um olhar significativo.
E então fechou a cara no momento em que ele viu o olhar vazio e acinzentado de Taehyung, como se somente seu corpo estivesse ali com eles. Suga enrugou a testa em preocupação e estava prestes a perguntar se ele estava bem, quando Hoseok o segurou pelo antebraço e apertou significativamente.
Eles prometeram que nunca mais machucariam V. Que se manteriam afastados e não tentariam se aproximar do mais novo novamente, pelo seu próprio bem. Aqueles dois eram fodidos demais, tudo que tocavam se transformava em desgraça.
- Vocês vieram comprar roupas de cama também? - Jimin perguntou com a falsa inocência que costumava usar com seus clientes. Fazia um tempo que ele não utilizava suas habilidades sem motivo, era estranho, quase como se estivesse se avaliando de fora do próprio corpo, tão familiar, porém tão estranho. Era como olhar para um desconhecido que lhe parecia de certa forma familiar.
- Nós vimos o V pelo vidro e resolvemos entrar e dar um "oi" . - Hoseok disse parte da verdade.
A verdade toda era que eles realmente tinham visto Taehyung pelo lado de fora da loja e Suga simplesmente surtou, correndo até o mais novo sem lembrar da sua promessa de se manter longe e Hoseok foi atrás para lembrá-lo, mas já era tarde demais quando finalmente alcançou o marido.
Jimin fez uma careta pelo apelido de Taehyung como garoto de programa. O apelido V, nunca mais foi aceito em casa depois que Taehyung começou a chegar em casa parecendo um manequim com coração de gelo.
Jimin sabia que Taehyung estava em apuros, mas era covarde demais para dizer algo e acabar tendo que voltar para aquela vida que ele sentia arrepios só de lembrar. Sua única saudade daqueles tempos era do Sr. Jeon, que tentou entrar em contato com ele por 2 meses depois de finalmente desistir.
- Oi então. - Taehyung resmungou entediado.
Hoseok franziu a testa igual ao seu marido minutos atrás.
- Você está bem, Tae? - ele perguntou com a voz suave que ele só dedicava ao Suga e à ele.
Taehyung ficou rígido no mesmo instante jogando o cesto de compras no chão e agarrando dolorosamente o punho de Jimin.
- Vamos Chim. - Taehyung disse com agressividade tentando passar pelo casal que não se moveu da frente por choque ou resiliência.
Taehyung bufou.
- Sai da frente. - ele resmungou encarando Hoseok sem parecer irritado ou chateado.
Taehyung tinha uma cara tão neutra que Hoseok mal sabia como reagir.
- Não até você responder minha pergunta. - Hoseok quase gritou parecendo bem mais estressado com a atitude do mais novo do que o que ele consideraria apropriado.
Taehyung riu seco e encarou Suga com a mesma expressão vazia.
Suga suspirou quase lacrimejando com aquela atitude e então abaixou a cabeça se afastando de Hoseok e abrindo espaço entre eles.
Hoseok notou um brilho distinto nos olhos de Taehyung ao encarar Suga quase chorando, mas foi tão rápido que ele mal pôde acreditar no que via antes da máscara de indiferença voltar para seu devido lugar.
- Eu diria que foi bom ver vocês… - Taehyung resmungou sem terminar a frase antes de sair às pressas dali carregando um muito confuso Jimin.
- Tae Tae. - Jimin resmungou já do lado de fora do Shopping.
- Se for para perguntar se estou bem, por favor não.
Jimin se encolheu imperceptivelmente.
- Só ia apontar que a festa do Jin é amanhã e não compramos nada.
Taehyung franziu a testa. Ah! Sim, Seokjin estava fazendo uma festa de boas vindas no apartamento de Namjoon. Eles iam morar juntos ou algo assim, ele quase havia esquecido o porquê estava naquele shopping.
- Vamos comprar algum perfume caro e está tudo ótimo.- Tae resmungou chamando um táxi que passava por eles com a luz de vaga acesa.
- Mas era para ser algo para a casa nova deles.
Taehyung franziu a testa, eles iriam mudar de casa? Não lembrava.
- Achei que Jin só ia mudar para o apartamento de Namjoon.
- Não, eles vão mudar para uma casa em Itaweon.
Taehyung suspirou desanimado.
- Acredite em mim quando digo que Seokjin não vai se importar se o presente for para ele e não para casa.
Jimin fez um biquinho fofo, mas concordou, entrando sem muita vontade no táxi.
- Desculpa Jimin. Não queria ter estragado sua tarde. - O maior finalmente falou.
Jimin sorriu largo e suspirou alto.
- Você não estragou nada.
Jimin encostou no ombro de Taehyung e se enganchou no seu braço.
Tae era como um irmão mais velho para ele, alguém que o protegia de todo mal e cuidava dele com amor, mesmo que parecesse praticamente morto para o resto do mundo, então não. Ele não se importava com a merda da roupa de cama jogada no chão da loja naquele instante.
...
Taehyung estava impecável. Vestindo um terno da Gucci que ele havia ganhado de um dos seus clientes mais ricos.
Jimin babava no seu melhor amigo enquanto o via apertando a campainha da tal casa do mais novo casal poderoso de Seul.
Jin abriu pessoalmente a porta, gritando e agarrando Taehyung como se não o visse há meses, o que provavelmente era verdade.
E Tae estava completamente certo, Seokjin absolutamente amou o perfume que compraram para ele e Jimin não podia deixar de rir animado quando o mais velho saiu gritando um " como vocês sabiam?" Seguido de " até que enfim um presente decente".
Taehyung achou que seria uma festa grande, mas tinham poucas pessoas na casa enorme e acolhedora.
Jeon Jungkook era um deles. Taehyung encarou o cara que só tinha olhos para o Jimin desde o minuto em que eles entraram no lugar.
Aquele foi o único cliente que Taehyung não aceitou assumir da cartela de clientes de Jimin e a expressão de alívio quando ele contou o fato para o menor fez ele ter certeza que tinha feito a coisa certa.
Tinha algo com aqueles dois, Taehyung só não sabia dizer exatamente o que.
- Podemos conversar? - Namjoon perguntou se aproximando dos dois com aqueles passos de gato que fez Jimin quase pular da própria altura.
Taehyung concordou e saiu andando até a direção em que Namjoon apontava com a cabeça só pra tirar o chefe de perto de um Jimin trêmulo e assustado.
Park se assustava com bem pouco, mas ele tinha um instinto de que algo de muito errado morava dentro de Namjoon no lugar da alma e ele raramente errava a esse respeito.
Tae abriu uma porta aleatória encarando um escritório extremamente bonito e bem decorado.
- Achei que não viria à festa. - Namjoon disse mais chateado do que deveria.
- Seokjin foi pessoalmente nos convidar, seria estranho dizer não. Ele poderia achar que eu estava com ciúmes ou incomodado com a situação se rejeitasse. Poderia até pensar que eu costumava ser fodido por seu novo namorado de todas as posições possíveis antes. Seria algo chato de se pensar eu presumo.
- Você está?
- O que?
- Com ciúmes, quero dizer.
Taehyung riu nasalado.
- Não. Acho que me sinto aliviado por não precisar mais dormir no chão ao lado da sua cama gigante de aparência confortável.
Namjoon riu seco e estreitou o olhar de um jeito um tanto quanto maligno fazendo os pelos da nuca de Taehyung se arrepiarem, apesar do medo em que sentia antigamente não vir.
Namjoon também notou a ausência do medo ali e isso quase o assustou.
- Você tem me ignorado. - Namjoon resolveu mudar de assunto, sem saber exatamente o que em Taehyung o incomodava.
Era quase como encarar um total estranho.
- E?
Namjoon deu dois passos largos e rápidos e agarrou o pescoço de Taehyung o jogando na parede e prendendo o menor ali com o peso do seu corpo.
- Não me desrespeite na minha casa moleque.
Taehyung sentiu o hálito quente no seu rosto e a pressão no aperto em seu pescoço e sorriu.
A dor era extrema e o ar lhe faltava de seus pulmões, mas ele não fez nenhuma ação para desencorajar o mais velho que o enforcava com seu olhar vítreo e odioso.
- Pede desculpas - Namjoon rosnou e liberou um pouco o aperto no pescoço do mais novo para deixá-lo falar.
- Pelo que? - Tae disse engasgando com o próprio ar.
- Taehyung. - Namjoon murmurou com sua voz de aviso.
Tae sorriu feito um maníaco e subiu uma mão por baixo da camisa do mais velho alisando seu peito com sua unha curta e sentindo o maior tremer com seu toque.
Taehyung riu seco.
- Achei mesmo que ainda te causava tesão. - Taehyung sussurrou abaixando a cabeça para lamber o punho que o agarrava pelo pescoço.
Namjoon soltou o garoto, se afastando alguns metros da pessoa em que ele parecia não conhecer mais.
- O que aconteceu com você?
- Estranho perguntar isso para mim. É como se de repente se importasse. - Taehyung cuspiu suas palavras quase com tanto ódio quanto Namjoon estava.
- Entendo que esteja pouco se fodendo para suas atitudes comigo. É quase como se quisesse morrer, mas nunca pensei que estivesse disposto a machucar Jin no processo.
Taehyung arregalou os olhos por um instante, como se não tivesse pensado nisso antes, mas logo voltou para sua feição de indiferença.
Namjoon conhecia aquele olhar suicida e assassino tudo junto, era o mesmo olhar que o encarava toda vez que ele olhava no espelho.
Talvez fosse isso que o atraia para Taehyung toda vez. O mais novo era sua imagem e semelhança.
- O que quer Namjoon? Estou cansado de fazer nosso joguinho de sempre.
Namjoon voltou a realidade, dando de ombros e encarando a marca dos seus dedos no pescoço do mais novo.
- Quero te dar um aviso.
Taehyung virou devagar para a enorme janela panorâmica ao lado da parede em que seu corpo estava grudado até agora.
- Um aviso ou um ultimato?
- Você me conhece bem, me diz você?
Taehyung respirou audível.
- Qual é o ultimato?
Namjoon sorriu de canto. Ali estava alguém que o conhecia como ninguém, nem mesmo Seokjin foi capaz de olhar sem pestanejar para seu lado maligno como Taehyung fazia.
- Da próxima vez que eu ligar, é melhor atender.
Os dois ficaram silêncio por minutos que pareceram horas e então Taehyung se virou até encostar seus lábios secos no ouvido do mais velho.
- Da próxima vez que você ligar. Vou fazer questão de bloquear o número. - Tae sussurrou e saiu andando pela porta semi aberta, deixando Namjoon com a boca aberta pela primeira vez em toda sua vida.
…
Taehyung estava num quarto de hotel sendo maravilhosamente fodido por um policial que parecia venerar sua bunda de forma apropriada e prazerosa, quando algo em sua visão periférica o alarmou significativamente.
Seu rosto seguiu o vulto que entrava no quarto de hotel, o assustando pra valer dessa vez.
- O que está fazendo aqui? Você disse que eu poderia foder ele antes. - Seu cliente disse encarando o cara que ele reconheceu quase de imediato. Era o delegado que ele eletrocutou as bolas por ter espancado Jimin no último programa do garoto.
O homem sorriu ao estilo do gato da Alice e negou com a cabeça.
- Ele é meu agora, sai pelas portas dos fundos para o segurança dele não te ver e lembre-se, você nunca esteve aqui. Cancelou o programa assim que olhou para o V porque ele te lembrava do seu ex.
O policial deu de ombros enquanto se trocava às pressas.
- Tem certeza que essa é uma boa desculpa? Todo mundo sabe que eu sou hetero.
Taehyung virou o corpo, encostando na cabeceira sem nenhuma vergonha por estar nu e riu nasalado da pergunta idiota do policial.
- Tá vendo graça em que otário? Quer ir para cadeia?
O delegado bufou irritado, tirando o policial da linha de visão de Taehyung.
- Só vai embora Suho.
O tal do Suho colocou o sapato às pressas e bateu a porta enquanto resmungava xingamentos aleatórios.
O delegado encarou o corpo de Taehyung com fascinação, custando se concentrar em seu rosto.
- Fiquei sabendo que Jimin parou com os programas e que você é responsável por isso?
Taehyung levantou uma das sobrancelhas, olhando para o delegado com pouco interesse.
- E qual o seu problema com isso? - ele perguntou entediado.
O delegado pareceu encarar Taehyung com novos olhos depois disso, mas não desistiu de rir empolgado como o filho da puta predador que era.
- O problema é que por causa daquele viadinho eu fui banido de todas as casas noturnas da cidade e o programa mais próximo que consigo é com os putinhos do centro que vivem sendo presos e são péssimos em manter a boca fechada, sem contar que são uns esqueléticos drogados.
Taehyung enrugou o nariz com nojo do cara, desejando seu taser para enfiar nas bolas daquele idiota novamente.
- Isso não explica o porquê invadiu meu quarto durante meu programa.
O delegado tirou a arma do coldre, a carteira do bolso, colocando na mesinha de centro e começou a dobrar a manga da camisa até a altura do cotovelo.
- O negócio é o seguinte vadia, existe uma espécie de simbiose com esta cidade e o mundo do crime. O que significa que o esgoto pode até ser comandado pelo Kim Namjoon, mas a cidade é minha e aquela merdinha que eles chamam de conselho decidiu me dar um aviso por ter batido na vadia que veio antes de você e me proibiram de entrar em alguns lugares, mas isso é tudo que eles podem fazer. A cidade ainda é minha e eles não podem fazer nada além de dar tapinhas na minha mão toda vez que sou malcriado. Então considere o que eu estou prestes a fazer com você o meu aviso à eles.
O delegado tirou o cinto da calça e deu uma chicotada assustadora nas pernas de Taehyung que mal ouviu o barulho estalado antes de finalmente sentir uma dor e ardência nas pernas.
Ele levantou da cama às pressas tropeçando no tapete e caindo de boca no chão antes de levar mais chicotadas nas costas.
A dor era tão grande que ele mal conseguia gritar. Seu agressor vendo suas intenções o chutou e colocou umas das meias jogadas próximo aos seus pés na sua boca antes dele poder fazer algo a respeito.
Suas mãos estavam livres, mas assim que as chicotadas iniciaram todas as suas defesas foram engolidas pela dor. Ele não conseguia mexer, gritar ou pelo menos entender o que estava acontecendo, seus olhos perderam suas funções o deixando à mercê da escuridão e a dor desapareceu assim que desmaiou por completo, deixando o delegado atrás dele ainda mais irritado.
Quando Taehyung voltou a si ainda estava no mesmo lugar, jogando em frente a cama de hotel deitado em uma poça do próprio sangue e com as costas e bunda dormentes. A dor foi a próxima coisa que ele sentiu, gritando abafado por causa da meia ainda na boca.
Ele arrancou o pano úmido dos lábios e vomitou logo em seguida quase desfalecendo mais uma vez pelos movimentos bruscos, mas parou de se mexer assim que ouviu uma risada alta soar pelo quarto.
Taehyung levantou a cabeça com dificuldade notando o delegado sentado numa poltrona próximo ao frigobar com um copo de alguma bebida numa das mãos enquanto seu cinto estava na outra pingando sangue que escorria aos poucos no carpete bege.
- Que bom que acordou, já estava prestes a brincar com você desacordado mesmo.
Taehyung travou a mandíbula, se levantando com muita dificuldade, tanta que o máximo que ele pôde fazer foi sentar na cama e suspirar de dor pela pele sensível da bunda.
Ele sentia filetes de sangue nas costas escorrendo para o lençol branco da cama de hotel, mas o ódio era tão grande que quase o cegava para tamanha dor, quase como se o seu cérebro não fosse capaz de lidar com dois extremos de uma vez só e acabasse anulando um em benefício do outro.
Taehyung já pensou em muitas formas de morrer nos últimos meses, mas estuprado e assassinado por um filho da puta como aquele não seria uma delas.
Seu corpo tremeu visivelmente quando o homem levantou da poltrona, indo na sua direção. O delegado riu da reação de Taehyung com certo prazer e levantou o cinto ao se aproximar com a intenção clara de prolongar ainda mais seu medo.
Taehyung agarrou o cinto com a mão com tanta força que o couro cortou sua pele, começando a sangrar de imediato escorrendo pelo seu cotovelo. O delegado puxou o cinto com tanta força que quando Taehyung soltou o homem caiu com tudo para trás, batendo a cabeça no chão com violência.
Tae levantou da cama agarrando a primeira coisa que viu, no caso o telefone antigo do hotel e sentou no peito do tal delegado socando o telefone na sua cara tantas vezes que ele podia ouvir o som dos ossos faciais se quebrando. Ele não sabe por quanto tempo ele fez isso, ele não sabe se gritou ou disse alguma frase de efeito, ele mal sabe o porquê tinha parado, tudo que ele sabia naquele momento é que quando parou não existia mais um rosto na bagunça nojenta que ele encarava e tudo que ele queria fazer era dormir pra sempre de tanto esforço que aquilo exigiu dele, suas mãos tremiam e o telefone caiu ao lado do corpo imóvel abaixo do seu.
Por alguma razão inexplicável ninguém mais invadiu aquele quarto, apesar dos barulhos horríveis que saiam de lá de dentro. Taehyung ficou tanto tempo ali que mal notou quando Félix apareceu com a chave mestra numa mão e o celular no ouvido.
Tae ergueu a mão que não sangrava e Félix entregou o celular para ele com todo o receio que aquele rosto podia expressar.
- Monnie? - Sua voz era irreconhecível, seca, rouca e chorosa.
" Tae? O que aconteceu?" - Namjoon perguntou assustado do outro lado da ligação sem obter uma resposta.
Taehyung ficou encarando o corpo imóvel aos seus pés e não sabia dizer o que tinha acontecido, ele lembrava de ter pegado o telefone do criado mudo em algum momento, mas como um telefone poderia fazer tanto estrago? O telefone era de ferro? Quanta força ele empregou naquilo? Ele mal conseguia entender de onde tinha vindo todo aquele sangue. Tinha respingos de sangue por toda a parede lateral e se alguém lhe dissesse que aquele carpete tinha sido bege um dia ele não teria acreditado.
" … Já estou chegando, prometo que vou resolver o que quer que seja".
Taehyung não fazia ideia se Namjoon estava tentando acalmar ele ou a si próprio, mas de qualquer forma não funcionou para nenhum dos dois. O mais velho claramente parecia descompassado e ele estava em alguma espécie de choque.
Félix foi até a sacada para fechá-la na tentativa de trazer ainda mais privacidade para o quarto, sugando o ar de modo audível ao ver o estrago feito nas costas do Tae.
Ele sabia que suas costas estava fodida, mas Félix realmente fez parecer que algo terrível tinha acontecido ali atrás.
- Sr. Kim. O senhor me ouviu ? Você precisa urgente de um hospital.
Taehyung suspirou desanimado deixando o celular cair de suas mãos trêmulas.
- Não importa o que faça. Não encoste em mim. - ele resmungou no exato instante em que Namjoon escancarou a porta do hotel com a cara afobada e os olhos arregalados.
- Que porra?
Foi a última coisa que Taehyung ouviu antes de desmaiar pela segunda vez naquela noite.
- Sem hospitais. - Foi tudo que ele conseguiu dizer antes de cair ao lado do corpo morto e desfigurado do delegado. Pelo menos ele acha que disse, era como se seu corpo estivesse só esperando o outro chegar para finalmente se desligar da sua atual realidade.
A próxima coisa que Taehyung ouviu foi a voz escandalosa de Jin tentando soar sussurrada enquanto seu corpo mergulhado na água morna era delicadamente lavado.
Ele resmungou uma reclamação desconexa à medida que os cortes espalhados pelo seu corpo ardiam em contato com o sabão na água, mas o toque sobre si era delicado e prático. Ele conhecia aquele toque sem ao menos precisar abrir os olhos.
- Namjoon. - ele sussurrou fazendo o maior parar o que estava fazendo para encará-lo.
- Devo me impressionar com o fato de que você reconhecer meu toque sem precisar abrir os olhos?
Taehyung riu seco resmungando de dor logo em seguida.
- Onde estou?
- Em casa Tae Tae. - Seokjin sussurrou gritado ao se ajoelhar em frente a banheira.
- Jimin? - Taehyung perguntou se esforçando muito para permanecer acordado.
- O pai do Jimin morreu nesta madrugada Tae, ele voltou para casa para velar o pai.
Taehyung se mexeu agitado na banheira jogando água nos dois.
Jin olhou feio para Namjoon, achando desnecessário contar tudo aquilo para o pobre garoto.
- Não há nada que você possa fazer por ele Jimin. - Namjoon tentou falar delicadamente, falhando de maneira miserável.
- Você não entende. - Tae tentou mais uma vez se levantar, ganhando novas pontadas de dores pelo corpo.
Sua luta foi tão inútil que seu corpo mais uma vez falhou e apesar dele não desmaiar não conseguiu mover nem mais um milímetro, deixando ser carregado de volta para cama e deitado de barriga para baixo enquanto Jin tentava passar uma pomada que aparentemente um médico que o visitou pela madrugada receitou para cicatrização das feridas.
- Vai ficar com cicatriz. - Jin resmungou irritado depois de um bom tempo.
Taehyung não conseguia dormir ou se manter acordado, era como se ele estivesse entre as duas opções. Nem aqui nem ali.
- O conselho quer uma entrevista com ele. - Namjoon disse parecendo preocupado.
- O conselho que se foda. - Jin cuspiu as palavras com ódio.
- Jin, não é assim que funciona. Zitao era um membro importante para a pirâmide das coisas nesse país, não é o tipo de pessoa com a qual você simplesmente desaparece com o corpo.
- Tá me dizendo que não o teria matado se Taehyung não tivesse chegado nele antes? - Seokjin perguntou parecendo saber muito mais do que deveria da vida obscura de Kim Namjoon. O que provavelmente queria dizer que Jin sabia esse tempo todo o que Tae fazia da vida e ele teria se arrepiado com a ideia se seu corpo não estivesse com febre e dormente.
- Por causa do Taehyung, o filho de um membro do conselho foi morto. Sim, eu o matei, mas agora outra pessoa importante morreu e ele claramente ficou quase 6 meses com o Hoseok que é praticamente inimigo não falado do conselho por colocar muitos dos nossos atrás das grades. Começou a parecer mais que coincidência e isso é um problema.
- Ele é só um garoto inocente no qual vocês enfiaram nesse mundo horrível. Você vai protegê-lo nem que seja no inferno, Kim. - Jin pareceu tão bravo e defensivo que ele imediatamente o associou com o jeito que sua mãe falava ao defendê-lo quando criança.
- Odeio quando me chama assim. - Namjoon sussurrou parecendo mimado e completamente estranho aos ouvidos de Taehyung.
- Não me importo. Você vai consertar isso, certo?! - Jin parece implorar dessa vez.
Namjoon suspirou desanimado.
- Nada vai acontecer com Taehyung. Quem exatamente você pensa que eu sou?
Jin não respondeu.
- Só tô dizendo que existe uma forma simples e uma complicada de fazer isso. Levar Taehyung até o conselho para se explicar é a forma simples, desaparecer com ele para outro país com uma nova identidade e uma vida em que ninguém que ele conhece está presente é a forma complicada.
- Taehyung nunca deixaria sua avó e Jimin para trás. - Jin argumentou.
- Ele prefere morrer ao abandoná-los, eu sei. Por isso estou dizendo que o melhor é levá-lo até o conselho.
- E eu estou dizendo que é melhor você arranjar outro jeito, porque aqueles velhos babões teriam que passar por cima de mim antes de encostar um dedo no Tae Tae.
- Amor…
- Não, não quero ouvir Namjoon…
- Eu vou. - Taehyung resmungou com dificuldade.
- Silêncio criança, não se esforce. - Jin sussurrou próximo ao seu ouvido, mas sem encostar nele.
- Eu vou, parem de brigar.
Jin fuzilou Namjoon, como se toda dor que Taehyung estava sentindo ao falar fosse culpa dele.
- O que? Ele disse que vai. - Namjoon tentou argumentar, desesperado com a ideia de um Jin chateado com ele.
- Se alguém ofender o Tae Tae nessa maldita reunião, eu juro por Deus que te mato com uma faca de manteiga.
- Depois do que esse aí fez com um único telefone, não duvido de mais nada.
Taehyung tremeu ao ouvir aquilo, tentando não lembrar da massa sangrenta que ele deixou no quarto de hotel.
- Eu vou preparar alguma coisa leve para ele comer antes dos antibióticos, tente não chateá-lo. - Jin abaixou e beijou os cabelos úmidos do Tae antes de sair deixando os dois em silêncio no quarto.
- Desculpa. - Namjoon disse pensativo.
Taehyung não respondeu e dessa vez a dor em seu corpo não tinha nada a ver com isso.
…
Jimin estava sentado em uma das cadeiras do escritório do seu pai quando a porta foi escancarada e a Sra. Park entrou maravilhosamente vestida para seu luto falso. Jimin sabia bem o quanto sua mãe desprezava seu pai, na verdade os dois se desprezavam na mesma quantia. Era engraçado como qualquer um dos dois ainda achavam que casamento arranjado seria uma boa ideia mesmo com os deles dando tão errado.
Sua mãe olhou avaliativa seu terno dos pés à gravata, perdendo a chance de reclamar porque ele pegou um dos da Gucci de Taehyung e apesar de um pouco grande nele, ainda lhe caía bem o suficiente.
- Olha aqui garoto, você só veio para assinar as escrituras para o meu nome e concordar com o testamento entendeu?! O velório é para família e seu pai o expulsou dela, não é porque ele está morto que devemos desrespeitá-lo.
Jimin levantou a cabeça lentamente, seus olhos estavam inchados e as olheiras em evidência causando uma surpresa honesta no rosto quase imóvel de tanto botox de sua mãe.
Ele podia até odiar aquele lugar, mas seu pai tinha acabado de morrer e sim, ele estava de luto. Era seu pai afinal.
Sra. Park não parecia partilhar da mesma visão de mundo que o filho.
- Omma, não vou atrapalhar sua vida mais que o necessário. Então, me deixe em paz, só hoje, por favor.
Sra. Park fez uma careta de desgosto e segurou com força a barra do seu véu bordado e exagerado, pouco propício para ocasião, mas lindo sob seu rosto delicado sem de fato esconder nada.
- Não te considero mais meu filho, então pare com esse negócio de Omma pra cá e Appa pra lá. O único motivo de você estar nessa casa é para acompanhar a maldita leitura do testamento e então sumir de vez de nossas vidas.
Jimin suspirou desanimado olhando para a porta levemente aberta que rangeu.
Jungkook estava lá e Jimin abriu a boca em choque ao vê-lo, mas o moreno desapareceu antes mesmo dele começar a falar.
- Ok. Sra. Park. - Foi sua resposta antes de sair da sala e da visão da sua mãe. Porque sim, por mais que ela odiasse admitir aquela mulher sempre seria sua mãe.
…
O funeral foi incrivelmente bem organizado e a cerimônia digna do seu pai. A Sra. Park podia ser muitas coisas, mas uma péssima organizadora de eventos nunca foi uma delas.
Muitos compareceram ao velório, mas na sala de leitura de testamento estava somente o advogado da família, sua mãe, Jimin, Jihyun, o mordomo e o Sr.Jeon
Jungkook era dono de mais da metade da empresa do seu pai, então não era estranha sua presença ali. Mas aquele olhar que o seguiu por toda a manhã era sim assustador.
Jungkook tentou várias vezes falar com Jimin, mas o menor parecia perito em fugir das suas tentativas até ele finalmente desistir.
Jimin queria se importar mais com a presença do Sr. Jeon na sala, mas honestamente seu luto passou de dormência a preocupação com Taehyung.
Jin mandou uma mensagem mais cedo de não se preocupe, mas o Tae Tae não poderá comparecer ao velório do seu pai, o que fez Jimin quase desmaiar em resposta. Então o resto do dia passou despercebido na verdade.
Jimin ouviu um arquejo na sala e tentou desgrudar os olhos da tela do celular e de suas milhares de ligações não atendidas para o Tae e realmente prestar atenção no maldito testamento.
- Isso é impossível. - Sra. Park falou aos sussurros.
- O que ? - Jimin perguntou para ninguém em específico.
- Não finja espanto seu idiota, não tem como o testamento ser contestado há não ser que alguém peça e eu não vejo ninguém aqui que queira isso mais que você.
Jimin passou dos olhos de ódio da sua mãe para o advogado de escolha do seu pai. O testamento estava lacrado em uma mão e uma folha com um pedido de anulamento erguido na sua direção estava na outra mão.
- Contestado? - Jimin resmungou confuso. - Quem contestaria um testamento, ele não foi redigido recentemente?
- Eu contestei. - Jungkook disse nos fundos da sala interrompendo possíveis xingamentos da Sra. Park.
- Você o que? - Jihyun que estava até então calado resolveu falar.
- Sou o maior beneficiário do testamento, já que o herdeiro primogênito de sangue foi renegado. Sou o único com poder para contestar, na verdade.
- Eu sou o próximo herdeiro na sucessão, eu mereço a herança por direito. Não é Omma? - Jihyun parecia tão mimado naquele momento que Jimin se perguntou se seu irmãozinho alguma vez foi algo além da cópia exata da sua mãe.
Ele esperava que sim.
- Então posso ir? - Jimin perguntou irritado já com aquela palhaçada toda. Ele estava ali por respeito ao seu sangue, mas agora até isso parecia uma péssima ideia.
- Na verdade esse testamento foi contestado há um tempo, enquanto o Sr. Park estava vivo. Foi feito o exame com atestado de insanidade e o segundo testamento anulado. O Sr. Jeon pediu segredo até o dia da leitura para que a notícia de insanidade do Sr. Jeon não vazasse e afetasse a empresa e o Juiz que anulou o primeiro testamento concordou com o pedido.
- Mas nós somos sua família, quem esse aí pensa que é para mandar e desmandar num documento feito exclusivamente para a família Park?
- No contrato que o Sr.Park assinou quando eu salvei a empresa tinha um adendo para avaliação ou anulamento de qualquer documento relacionado a possíveis mudanças na empresa, para que eu não perdesse ações ou habilidade para comandar a firma. Um testamento que entrega 45% dos direitos de negócio para outra pessoa entra nesse critério.
- E quem avaliou a insanidade do meu marido? Aposto que alguém pago por você? Quão conveniente.
- A veracidade das avaliações foram feitas em vídeo e por cinco profissionais distintos, a concordância no resultado dos testes foram assinados por mim e a Sra. Park pode tentar contestar, mas como advogado da família te digo, seria uma causa perdida. O atestado em vigor é oficialmente o antigo em que diz que seu primeiro filho Park Jimin tem direito a toda a sua herança, bem como a mansão, os carros e até mesmo suas roupas e jóias. E tem como direito de primogênito decidir o que é melhor para sua família e como partilhar seus bens em caso de sua morte. As ações da empresa Park também vão para o Sr. Park Jimin e ele pode ou não participar das decisões do conselho ou deixar o assento vazio, fica a seu critério.
Jimin abriu a boca em espanto porque nem ele sabia da gravidade do primeiro testamento.
- Isso é impossível. Jimin foi deserdado da família Park.
- Infelizmente para vocês Sra, o Jimin foi deserdado de boca, não há nenhum documento oficial sobre isso.
- Existe sim, o segundo testamento bem aí na sua mão. Onde meu marido deixa tudo para Jihyun e eu como tutora até que ele tenha 21 anos e possa assumir seus direitos de herança. E Jimin foi deserdado em seu noivado, haviam testemunhas.
- Uma festa onde álcool estava envolvido e Jimin se assumindo gay na frente de todo mundo dificilmente é prova o suficiente. - Jungkook disse irritado.
- Você é meu advogado, faça alguma coisa Heechul.
O advogado encarou a odiosa mulher e sorriu levemente guardando os papéis em sua pasta ridiculamente organizada.
- Na verdade, eu sou advogado do Sr.Park agora, se assim ele quiser. Como tudo que está nesta casa e na empresa dos Park. Se a Sra. quiser contestar esse testamento precisará contratar outro advogado, mas já vou lhe adiantar que seria uma causa perdida. O Sr. Park tem 30 dias para assumir tudo que tem direito, o que significa que a Sra. e seu filho mais novo têm 30 dias para sair da casa.
- O que?
Heechul sorriu de lado. Aquela mulher era horrível, foi a primeira vez que sentiu prazer ao trabalhar para aquela família abominável por gerações segundo seu pai, antigo advogado da família Park.
- Eu não tenho que sair daqui, essa casa é minha. Tudo aqui é meu.
- A casa está no nome da firma, tudo nela está. Tecnicamente o Sr. Jeon tem mais direito sob esta casa do que os próprios Park.
- Isso não pode estar certo. Então meu marido já estava insano mesmo antes de fazer o segundo testamento.
- Na verdade foi o conselho quem fez o contrato de compra com o Sr.Jeon, mesmo se anulasse o voto do Sr. Park ele ainda teria que vender tudo e a mansão foi comprada com dinheiro da empresa, o que significa que nunca foi verdadeiramente de vocês.
- Não. - A Sra.Park sussurrou em pânico, olhando para o filho que ela sempre humilhou com olhos desconfiados.
Jimin estava cansado daquela merda e obviamente já tinha acabado, então ele levantou as pressas e apertou a mão do advogado agradecendo pela leitura que ele mal ouviu antes de ir na direção da porta do escritório.
- Espera. Precisamos conversar sobre isso e resolver esse problema. Você não pode deixar sua Omma na rua e Jihyun também.
- Agora você é minha Omma? - Jimin perguntou seco. - De qualquer forma, não tenho tempo para isso agora.
- Existe alguém mais importante que sua própria família? - Sra. Park perguntou indignada.
- Existe. - Jimin disse firme e finalmente irritado antes de sair daquele lugar maldito.
- Não vai nem me agradecer? - Jungkook perguntou sem ar por ter corrido pelas escadas para alcançar Jimin no portão da mansão.
- Eu disse que não queria aquela maldita herança Sr.Jeon. - Jimin argumentou enquanto chamava um táxi pelo app do celular.
- Se você estiver indo onde penso que está vai mudar de ideia bem cedo.
Jimin encarou Jungkook nos olhos pela primeira vez o dia todo.
- O que quer dizer com isso?
- Você vai muito em breve descobrir que herdou um outro tipo de assento em um conselho no qual vai decidir se seu melhor amigo vive ou morre amanhã pela manhã.
Jimin apertou seu celular com toda força do mundo, sem saber o que pensar daquilo tudo.
- O que Taehyung tem a ver com a empresa do meu pai?
- Como eu disse você vai descobrir em breve que não herdou só aquelas coisas que estavam no testamento.
- Meu pai estava envolvido em negócios ilegais?
- Vá na empresa depois de visitar seu amigo e conversamos. - Jungkook disse misterioso.
Jimin virou para ver o táxi se aproximando e concordou com a cabeça antes de entrar no carro e ansiosamente desejar que aquele carro corresse o mais rápido possível dali.
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