Capítulo 7: Que Comece os Treinamentos!
David estava muito feliz de estar naquele lugar, havia feito novos amigos, conheceu lugares muito lindos, estudou bastante sobre aquele mundo e se divertiu bastante com as histórias loucas de Fleder (o profeta e contador de histórias da cidade), e acreditem se quiser, David estava sendo alvo de muitas meninas que sonhavam em namorar ele "Só assim mesmo hein David, sendo um herói, se é que pode considerar, já que não salvou ninguém ainda".
Estava tudo muito bem, considerado um morador daquela cidade. Era amado por muitos como o seu pai foi, só que algo novo estava por vir. Eram os treinamentos. O problema era que o entusiasmo de David havia acabado só que não a sua raiva, portanto tinha que iniciar logo esses treinamentos. O inicio seria no próximo amanhecer.
No dia seguinte David levantou bem cedo com uma energia de dar gosto. Foi até o local de treinamento para conhecer o seu professor "Coitado do professor".
Chegou ao local e não encontrou ninguém, parecia que o professor tinha esquecido dele. Então decidiu esperar mais um pouco. Durante a espera teve tempo para refletir no que havia acontecido em sua vida. Como estaria seu mundo antigo, já que fazia um mês que estava longe. Sua família? Amigo? Será que se conformaram com seu desaparecimento? Como seus pais e irmão reagiram? Peter? Anna? David estava longe, mas não havia se esquecido das pessoas importantes de sua vida. Essas eram as perguntas que não saiam de sua cabeça. O que ele não entendia era como conseguia forças para superar isso, abandonar tudo e começar uma vida nova e ainda com uma missão praticamente suicida. Era medroso, sentimental e fraco e tais características pareciam que começaram ir embora conforme o tempo passava naquele mundo. Talvez realmente fosse seu destino tornar-se um herói.
Após alguns minutos de pensamento, David avistou um vulto bem longe no meio dos arbustos O local de treinamento era na floresta sem dono. Era apelidada desta forma por não pertencer a nenhum reino, portanto qualquer um podia pisar naquela terra, significando que coisa ruim podia aparecer.
- Quem está aí? Não estou com brincadeira, mostrarei toda a minha força, você não sabe com quem está mexendo! "Que força?"
Após dizer esta hilária frase apareceu uma sombra no meio dos arbustos, aos poucos deu para perceber que era uma sombra feminina.
- Vamos, apareça logo!
- Há! Há! Há! Olha só o que ele disse, estou impressionada!
- Vamos!
- Calma aí David! Sou eu! - Aos poucos a sombra foi desaparecendo e surgindo à pessoa. Era Sofia.
- O que você está fazendo aqui Sofia?
- Vim ver os seus treinos.
- Há! Você perdeu viagem, porque o treinador ainda...
- Olá! Desculpe o atraso.
David ficou espantado, mal conseguiu terminar a frase e foi interrompido por outra voz. Era uma mulher.
- Bom então você é o tão conhecido David?
- Sim sou eu.
- Muito prazer! Eu sou Leka, a sua treinadora.
David não sabia o que dizia, estava pensando que pela lógica o certo era ser um homem o seu treinador, já que envolveria assuntos de força. Um pouco machista de sua parte...
- E você senhorita, quem é? – disse Leka.
- Eu sou Sofia.
- E posso saber o que está fazendo aqui? Recebi ordens para treinar David. Por acaso você não está pensando em treinar também, está?
- Acho melhor não estar pensando. – Comentou David baixinho.
- É... Eu... Eu... Para falar a verdade eu estava pensando em treinar sim.
- Não! Você não pode! Isso é só para homens Sofia!
- O que você está querendo dizer com isso David, por acaso está dizendo que sou homem?! - Leka olhando com uma cara furiosa para ele.
- Não! Não é nada disso treinadora. É que eu falei sem pensar...
- Então assim está bem. Mas enfim, Sofia não posso treinar você.
- Por favor. Professora me treina. – Aquele rostinho delicado implorando.
Leka olhou com uma cara de piedade e decidiu reformular uma resposta.
- Sofia, só que tem uma condição, você só irá treinar conosco se David permitir. – As duas olharam para ele. Ficou congelado, olha só a situação que sua treinadora lhe botou.
- Sofia, me perdoa, mas acho que não vou permitir.
- Mas porque não?
- É que é algo perigoso e eu não quero ver você se machucar. Afinal de contas essa missão não é sua e sim minha. Se acontecesse algo de ruim com você em minha luta, eu me sentiria culpado. Por isso acho melhor não...
Sofia ficou com muita vergonha em saber que David estava tão preocupado com ela. Mas mesmo assim lhe respondeu com um tom bem seco:
- E quem disse que irei com você em sua missão? Eu só quero fazer companhia durante os seus treinos e aproveitar para aprender a lutar.
David ficou meio sem graça, percebeu que sua treinadora estava forçando para não rir.
- Está bem Sofia, irei permitir que treine junto a mim.
- Oba! Oba! – Sofia deu um pulo para cima de David e lhe mandou um grande abraço. David ficou vermelhinho.
- Ok, agora que está tudo certo vamos iniciar o treinamento.
- Então vamos! – respondeu os dois juntos.
- Bom, primeiramente quero saber se vocês têm alguma noção sobre como manusear uma espada, ou seja, como lutar.
- Bem treinadora... De vez em quando arrumo umas briguinhas com umas meninas da minha escola e com relação a espada eu brincava com a do meu avô.
- E enquanto a você David?
- Olha para minha cara, "Estamos olhando" e vê se eu tenho condição de dar uma resposta que lhe agrade.
- Teremos que começar do zero então.
- A primeira coisa que vamos aprender é se defender. Esse é um dos aprendizados mais importantes para um guerreiro, portanto se prestem bastante atenção. Sofia venha até aqui.
Com passos muitos lentos ela foi até Leka. Estava com receio.
- Sofia me de um soco! – Sofia deu uma risada não acreditando no que tinha ouvido.
- Vamos Sofia, não estou brincando!
- Está bem, já vou.
Sofia já as sabendo que Leka iria defender o seu soco decidiu enganar a professora. Em vez de um soco iria dar um chute. Sofia se preparou com aquele rosto de pegadinha que dava medo.
Vummm foi o barulho de seu chute, só que não acertou, pois Leka se esquivou na hora certa, segurou a perna Sofia e a derrubou no chão em questão de segundos.
David ficou impressionado com a rapidez de Leka.
- Então alunos, viram só como a defesa é algo importante? Consegui me esquivar mesmo sendo enganada, não é mesmo Sofia? – Aquele olhar.
- Me desculpe professora.
- Não foi nada, foi até bom você ter feito isso, porque vocês viram que temos que estar sempre atentos, pois nunca iremos saber o que o inimigo irá fazer.
O tempo foi passando e eles foram aprendendo cada vez mais coisas.
- Agora que vocês já têm uma noção sobre defesa irei ensiná-los outro fundamento na vida de um guerreiro.
- E o que é professora? – Disse Sofia toda animada.
- Vocês não têm nem idéia?
- Não temos.
- Como vocês não sabem? É a principal coisa que um guerreiro tem que fazer. Sem essa coisa ele não ganha nenhum combate.
David se pronunciou.
- Já sei professora!
- Então diga David.
- Acredito que seja o ataque.
- Muito bem David! Você está começando achar o espírito da coisa "Também! Se não soubesse essa, já poderia abandonar os treinamentos".
- O que vocês têm que aprender é que todo ataque precisa ser pensado antes. David agora é a sua vez! Venha até aqui.
- Agora você sabe um pouco sobre defesa, portanto quero que me ataque, só que pense antes de atacar, pois eu revidarei com um golpe que você terá que defender.
- Está bem.
Leka deu um passo para trás. Encurvou-se um pouco para o lado e... Vummmm! Deu um soco na direção do rosto dele. David parou o soco com a mão e lhe meteu um chute no estômago de Leka. Ela ajoelhou-se no chão.
- O que foi que você fez David? – exclamou Sofia.
- Eu me defendi. A culpa não foi minha, ela disse que era pra mim atacar e o que foi que ela fez? Atacou primeiro!
David estendeu a mão para ajudar Leka a se levantar quando... Slap! David leva uma rasteira de Leka a cai no chão. Ele reage e paga com a mesma moeda. Leka cai no chão e para finalizar David coloca o pé sobre ela, deixando-a imobilizada.
Sofia começa a aplaudir desesperadamente. A professora levanta e começa aplaudir também.
- Impressionante David! Você está de parabéns, não sei nem como explicar a felicidade que estou sentindo nesse momento. Você aprendeu tudo direitinho.
David ficou todo cheio, viu que estava absorvendo os ensinamentos da professora muito rápido, e conseguiu colocar em prática, afinal de contas tinha que aprender tudo mesmo, porque tinha uma grande responsabilidade em suas costas.
- Então professora, manda a próxima lição!
- Como você quiser.
- Obrigado professora, quanto mais rápido eu aprender esses treinamentos mais rápido vocês serão salvos. - David agora estava confiante de que poderia ser um herói.
- Bem! O que vocês irão botar em prática agora será o ensinamento mais importante de todos.
- E o que é professora? – disse Sofia.
- É o ensinamento mais usado por todos os heróis, porque quase todo mundo ganha uma batalha através dele.
- Diga logo qual é! – exclamou David.
- Calma! Não irei falar nada, e sim farei uma demonstração. – A curiosidade dos dois aumentou.
A professora deu cinco passos para trás. Logo em seguida ficou quieta parecendo que estava se concentrando em alguma coisa. David e Sofia ficaram também, mas para prestar atenção no que iria acontecer.
Dentro de segundos começou a surgir algo diferente na frente de seus olhos. A professora começou a ficar com uma cor estranha. Os dois ficaram assustados. A situação piorou com um estouro da professora que ocasionou uma ventania bem forte.
- Não estou enxergando nada Sofia, a onde está você?
- Eu estou aqui David.
- Mas que vento forte é esse?
- Não sei! Mas a onde está a Leka?
- Eu não sei! Mas vamos esperar a ventania passar para ver o que aconteceu.
Mal deu tempo de David dizer essas palavras. A ventania havia passado.
- Mas o que foi isso? Que vento forte é esse? Treinadora?
- Não sei o que aconteceu, mas é melhor procurarmos por ela.
- Não precisa não, olha eu aqui!
Ela estava sentado no topo de uma árvore. Parecia que estava lá faz tempo.
- Como você foi parar aí?
- Então o que acharam?
- Nós ficamos com medo.
- É justamente isso que eu queria. – Leka desceu da arvore.
- Queria nos matar de susto?
- Não é isso não! Acabei de demonstrar uma das minhas habilidades com a magia.
David deu um sorriso quando Leka disse magia, porque estava presenciando algo que ele só via em seus jogos favoritos de vídeo game, entretanto aquilo era real.
- Então alunos, essa é uma das minhas habilidades, ou seja, meu poder. Deu para notar que o ensinamento que me refiro é como usar a magia.
- Mas professora, todos tem o dom de soltar algum poder?
- Não! – Aquela resposta curta e seca.
- Mas eu tenho esse dom, não é mesmo?
- Não sei! Para falar a verdade, tenho dúvidas até se David sabe soltar algum.
Ficaram um pouco desanimados, porque ficaram pensando que não teriam.
- O que vamos fazer agora? Nem sabemos se temos algum poder!
- O único jeito de vocês saberem se conseguem é tentando solta um. Então eu irei ensinar o macete para tentarem. Só que têm um problema.
- E qual é?
- Se vocês tiverem poderes seria fantástico. Só que vocês não sabem se têm ou não, consequentemente também não sabem o grau da força caso tenham. O grande perigo é que existem magias muito perigosas que poderiam acabar com uma, ou várias pessoas em questão de segundos! Estou dizendo isso porque já houve casos assim e imagino que o poder de David deve ser algo muito perigoso, já que possui sangue heróico.
- Por que comentou isso? Agora estamos com medo. – disse Sofia.
- Espero que você esteja se referindo a nós duas, pois David não precisa ficar com medo de nada.
- O que é isso professora? Muito pelo contrário, quem deve ficar com mais medo é eu! Não tenho controle sobre um possível perigo. Tenho mais uma responsabilidade agora. Estão satisfeitas?!?! – Disse com um tom de irritação.
- Calma David! Não precisa ficar nervoso. Isso é só uma hipótese.
- Eu não estou nervoso.
- Não é o que parece.
- Chega de papo! Ensine logo como se solta uma magia.
- Tem certeza?
- Tenho! Eu já estou cansado de ficar ouvindo coisas ruins. Vamos parar de se preocupar com o que vai acontecer. Vocês não cansam de falar que irei ser o salvador, dizem que é o meu destino, então agora está à prova de que serei ou não essa pessoa que vocês dizem que sou. Se o meu destino é ser esse herói, então eu não poderei ser um destruidor ou uma ameaça para o reino. O meu destino é ser um herói e não um inimigo!
Sofia e Leka ficaram mudas. Um pequeno discurso que não esperavam ouvir. O que ele disse era a mais pura verdade. Não tinham nada para falar, a única coisa que tinham que fazer era simplesmente concordar.
- Vai ensinar ou não?
- Tudo que você disse é verdade, irei ensiná-los a usar o poder.
- É assim que se fala! Nada de medo.
- Para soltar um poder vocês só precisarão controlar a mente.
- Como assim?
- Vai parecer ser a coisa mais esquisita do mundo o que irei dizer, mas acontece que é assim que as coisas funcionam.
- Então vamos professora! Diga o que é!
- Para vocês conseguirem soltar uma magia, vocês têm que ficar tristes.
- O que?!! – espantou-se Sofia.
- Para ficar mais fácil, usem o macete de relembrar acontecimentos marcantes de tristeza. Sei que é estranho, mas isto nos fortalece...
Sofia ficou horrorizada, onde já se viu pensar na coisa que os deixa mais tristes? Ela sabia que não iria conseguir.
David ficou sem reação, não gostou do que tinha que fazer, mas não se preocupou, pois sabia que iria tirar isso de letra.
- Estão preparados?
- Eu não estou! – respondeu Sofia.
- Por que não Sofia?
- Porque eu não fico triste com nada.
- Isso é que eu chamo de notícia boa e ruim ao mesmo tempo. – Leka e David riram.
- E agora professora, o que faço?
- Não sei, tente se lembrar de alguma coisa. Sempre existe algo...
- Está bem, irei tentar.
Sofia ficou pensando, ficou pensando, ficou pensando por muitos minutos para tentar achar alguma coisa ruim e triste. Mas infelizmente ela não encontrou.
- Não dá professora, eu não consigo!
- Mais que coisa! Então eu sinto muito, mas não dará para você dominar magia.
- Eu já esperava por isso... – Um pouco desapontada, mas feliz ao mesmo tempo.
- Então, agora é a sua vez David, você acha que consegue?
- Aposto que sim!
- Então eu só quero ver. Vamos! Concentra-se em algo que o deixa triste. Depois fique pensando nessa coisa por um certo tempo. Quando você estiver quase para chorar, tente fingir que você expulsará a sua tristeza para fora de si. Essa tristeza que sair se transformará em poder em caso de sucesso. Acha que dá conta?
- Irei tentar.
Leka e Sofia ficaram quietas para David pudesse se concentrar. Afastaram de perto dele ainda com receio do que poderia acontecer.
David iniciou sua concentração. Começou a pensar em algo, eram tantas coisas, não sabia nem por onde começar. Parecia até que era infeliz, mas na verdade era que tinha o defeito de nunca esquecer coisas ruins.
Ficou um bom tempo pensando, mas nenhum poder surgia. Usou a estratégia de relembrar coisas ruins de seu mundo antigo, Só que de nada adiantava...
- E agora? Será que eu não tenho nenhum poder?
- Eu não sei David, infelizmente eu não sei.
- Mas eu pensei em muitas coisas tristes!
- Eu acredito David! Mas realmente eu não sei o que aconteceu.
- Mas que droga! Como poderei ser um herói se não tenho nem uma magia?
- Não desanime David, talvez você seja tão forte que nem precise de poderes para enfrentar Lord Dark. "Há, vai nessa..."
- Tomara que seja.
- Parece que você não teve o gostinho de soltar um poder também. He! He! He!
- Fique quieta Sofia! – Ela foi querer fazer graça numa hora nada propícia.
- Alunos, muita calma! Acho que chega de treinamento por hoje, vocês estão exaustos e precisam descansar para amanhã treinarem mais.
- Acho melhor encerrarmos por aqui mesmo, já está tarde e estou com fome.
- Concordo com você Sofia.
- Vamos embora, até amanhã! Há! Eu estava esquecendo. Dou os parabéns para vocês dois, pois se saíram muito bem hoje. Continue assim e David tenho fé de que você será um verdadeiro guerreiro, não desanime por causa de um simples poder. Enquanto a você Sofia, dou o mesmo conselho, continue assim e será uma ótima parceira.
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