Capítulo 3: A Decepção

Quando David chegou à sua casa, a primeira coisa que fez foi dar uma boa tarde para seu pai, mãe e irmão. Logo em seguida foi para a cozinha, pois havia sentido um cheiro irresistível de macarronada. Ele sentia esse cheiro de longe porque sua comida favorita era macarrão. Preparou o seu prato e foi sentar-se junto a sua família.

- Isso filho! Come bastante, a mãe gosta de ver você comendo com gosto.

- Obrigado mãe, a comida está deliciosa.

- Como foi na escola hoje? Arranjou alguma namorada? - O pai de David sempre fazia essa pergunta e sempre ouvia um não, já estava até acostumado.

- Pronto mãe! Terminei! A comida estava deliciosa.

- Isso filho, assim que eu gosto, agora vai para o seu quarto descansar.

A mãe de David tratava-o como um verdadeiro bebê, isso porque tinha quase dezesseis anos nas costas. Nem o seu irmão que tinha sete anos ela não tratava assim. Seu pai ficava furioso com essa atitude. David o que poderia fazer, ele também não gostava da mãe quando fazia isso, mas aproveitava quando ela dava esse agrado.

David cumpriu o que a mãe ofereceu então, foi para o seu quarto. Só que não para descansar e sim deixar tudo preparado para a vinda de Peter. Depois iria dar uma cochilada é claro, pois seu amigo só viria três horas da tarde e agora era uma hora.

Enquanto isso na casa de Peter...

- Eu não acredito! Você tirou um dez?!!! Parabéns filho!

- Por que tanta alegria mãe? Não é o primeiro dez que eu tiro.

- Eu sei filho, mas é que para mãe não importa que você já tirou vários dez, e sim que você está indo muito bem na escola. Estou orgulhosa.

- Nossa mãe! Fico muito feliz em saber disso.

Após o elogio Peter subiu para o seu quarto para poder descansar um pouco, para mais tarde subir para a casa de David e testar logo aquele CD. Chegou ao quarto, abriu a porta e desmontou-se na cama.

Peter estava tendo um sonho muito bom até que... Trim! Trim! Trim! Era a campainha, quem seria? A mãe de Peter já havia saído para trabalhar, portanto sobrou para ele atender a porta. Ao descer Peter olhou para o relógio e viu que já eram duas e meia. O combinado com David era as três em sua casa, então tinha que se apressar após atender a porta.

Peter abriu-a bem de devagar e levou um susto, pois quem estava na porta era simplesmente... u...uma...uma garota. O pior era que ele nunca tinha visto ela na vida.

- Pois não? – Foi à única palavra que saiu naquele momento.

- Oi, eu... eu... eu sou Amanda, desculpe o incomodo.

Peter ficou com o queixo caído, porque nunca havia visto tamanha perfeição de garota. Ele ficou encantado por sua beleza, não sabia o que fazer, estava paralisado, hipnotizado, bobo...

- O que... É... digo... desculpe, o que você deseja mesmo?

Peter começou a lembrar o rosto daquela menina, sabia que a tinha visto em algum lugar, mas não se lembrava de onde. Até que ouviu algo que nunca jamais pensou que iria ouvir em sua vida.

- Peter, minhas amigas foram atrás de você na escola hoje. Pedi para que elas não fossem, mas mesmo assim resolveram ir. Eu não estava com coragem de confessar algo... Mas não consigo mais guardar este segredo. – Coração de Peter já estava saindo pela boca. - Eu... eu... eu... estou totalmente, completamente a... apaixonada por você.

Peter pensou que estava sonhando, acreditava que ainda não tinha acordado de seu cochilo, foi a vez que ficou mais nervoso, mais paralisado, mais sei lá o que, mais vermelho? Peter não sabia o que falava para aquela menina, para ele aquilo não era verdade, era uma ilusão! "Chamem a ambulância, nerd vai infartar!"

- É... é... é... o que foi que você disse?

- Esqueça, eu sou uma boba mesma, onde já se viu? Vir à casa de um garoto que nunca sequer olhou para a minha e dizer para ele que estou apaixonada... Não sei onde eu estava com a cabeça... Desculpe ter gastado seu tempo, tenho que ir. Thau!

- Espere um pouco, não vá! Tempo é o que eu mais tenho...

Peter não sabia por que havia dito isto, poderia deixá-la muito bem ir embora, mas não, alguma coisa o fez não fazer isso.

- Não se preocupe, entre, vamos conversar.

A menina muito surpresa não recusou a proposta de Peter, entrou.

- Não repare muito na bagunça, sente-se no sofá, vamos bater um papo.

A menina muito feliz com generosidade e carinho de Peter agradece com palavras muito bonitas, onde deixaria qualquer homem contente. "Deixa a mãe chagar..."

Enquanto isso na casa de David ele estava acabando de acordar de seu cochilo olhando para o relógio e vendo que já era cinco para as três. Deu uma organizadinha em seu quarto, para poder testar o CD quando Peter chegasse.

- Pronto! Já está tudo arrumado, onde será que está Peter uma hora destas? Espero que esteja a caminho, não sei se vou agüentar por muito tempo está minha ansiedade.

David pensava que o amigo estava a caminho, mas nós muito bem sabemos onde ele estava, ou melhor, o que estava fazendo.

Na casa de Peter...

- Escuta uma coisa Amanda, eu não sei por que estou fazendo isso, mas sei que você é a primeira pessoa, ou melhor, a primeira menina que entra em minha casa.

- Verdade? Fico muito feliz em ouvir isso. Eu queria dizer uma coisa para você também.

- Diga.

- É que eu tenho vergonha de dizer.

- Não tenha vergonha, pode se abrir comigo.

- O que eu quero dizer é que você é o meu primeiro amor.

Mais um momento de paralisia em Peter.

- Verdade?! Você não sabe como estou me sentindo ao ouvir isso. É algo inexplicável! Amanda, eu sei que a situação que estamos passando agora é algo até confuso, mas eu... eu... eu não sei como dizer isso, mas eu... eu... espero que esse momento seja o inicio de um laço mais próximo. Precisamos nos conhecer melhor...

Peter não acreditou que isso saiu de sua boca, achou que se pudesse voltar o tempo não falaria isso. Mas agora era tarde demais.

Alguns segundos de silêncio e acontece algo que nunca achou que experimentaria. Amanda aproximou-se de Peter e começou a encostar seus lábios perto do dele. O coração de Peter estava a mil! Até que num piscar de olhos se formou um lindo beijo de dois jovens apaixonados.

Após o beijo, Amanda levantou-se e foi diretamente para a porta. Peter a acompanhou. Ela se despediu como se nada tivesse acontecido e disse apenas uma palavra:

- Obrigado por essa tarde. Nos vemos amanhã...

Peter não disse nada. "Leitor, bate neste otário" Apenas a seguiu com seus olhos bobos até ela virar a esquina. Após ter ido embora Peter voltou-se a si, e concluiu que aquilo não era um sonho. Foi à melhor tarde de sua vida! Não via à hora de poder vê-la mais uma vez. Por dentro não pulava de alegria e sim dançava.

Depois de ter voltado ao estado normal Peter olhou para o relógio e viu que era nada menos que quatro da tarde!

David estava furioso, não sabia por que Peter não cumpriu o combinado, "Ele não é de mentir pensava consigo mesmo". Estava decepcionado com seu melhor amigo...

Cansado de ficar esperando, decidiu testar o CD sem ele mesmo, afinal de contas seria o seu troco, pagaria com a mesma moeda. Nesse caso pagaria com uma decepção de sua parte.

Após alguns minutos de fúria David decidiu de uma vez por todas testar aquele CD. Pegou-o na mão, e com muito cuidado colocou-o no seu vídeo game, conectou o cabo na tomada e esperou para ver o que acontecia.

Não estava acontecendo nada, nenhuma imagem, nenhum som, nenhum ruído, nada, absolutamente nada. David não sabia o que fazer, queria jogar aquele CD fora. Agora além de estar furioso com Peter, com o CD, agora também estava bravo com sua falta de sorte.

"Fazer o que, tem dias que acontecem coisas desagradáveis mesmo. Vou tirar logo este jogo, pois esta gastando energia a toa."

Quando David foi encostar a mão na tomada para desconectar o vídeo game, aconteceu algo estranho e inexplicável. Sentiu algo entrar em seu braço, não conseguia se mover, era uma energia que não combinava com o ambiente. Em questão de segundos essa energia começou a espalhar pelo seu corpo deixando-o com uma tontura muito forte. A energia continuou percorrendo até chegar em sua cabeça. Após isso, não viu mais nada, David estava completamente inconsciente.

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