Capítulos 38 e 39
O SÓTÃO
Ethan
Ethan acordou consciente no sótão. Úmido. Vazio. Escuro.
Pelo visto, nunca mais voltaria para casa. Sua cabeça girava. A boca salivou. Um aviso de que o vômito estava a caminho. Certamente comeu algo estragado, tinha gosto de carne crua. Novamente, não se lembrava de como chegou ali.
Ethan ficava cada vez mais angustiado. Começava a se esquecer da última vez que seu corpo, obedeceu aos seus comandos.
Sentado no chão, apoiou a testa nas duas mãos suadas. Um incômodo no estômago lhe provocou arrepios. Houve tempo apenas de virar a cabeça e vomitar quando as lembranças invadiram sua mente.
Mas não podia ser ele quem cometia tais monstruosidades. Talvez algo se apoderasse do corpo de Ethan, e adormecesse seus pensamentos para agir em seu lugar. Suas mãos não eram suas, nem suas pernas, braços, olhos...
Não, isso é maluquice! Ou um pesadelo.
— Ethan... um rapaz tão sensato como você, tentando se convencer de que está alucinando. Você me decepciona... Deixe-me esclarecer. Isso é um pesadelo, mas só para você, meu caro.
A voz, a maldita voz!
Serpenteou pelo cômodo. Surpreendeu-o com seu sussurro pelos cantos.
— Por que não diz o que quer? Eu fa... ço! — Ethan implorou sem fôlego. Os espasmos provocados pela enxaqueca cortavam sua fala.
— Não se preocupe, em breve não sentirá mais nada. Estará vazio.
— Não será sim... ples assim. Devem ter no... tado a minha ausência na faculdade. Devem estar à mi... nha procura! — Era muito estranho gritar para uma voz no breu.
Por mais que metade dele lutasse para acreditar que se tratava de sua imaginação, o peso da realidade o atingiu: Ethan corria perigo. Não havia a menor chance de fugir. Estava fraco demais, para sequer tentar cavar um buraco no chão ou arrombar uma porta.
— Oooooh — sibilou a voz. — Devo me preparar então, alguém da faculdade está a caminho. Meu fim se aproxima!
A voz gargalhou. O sótão foi preenchido por aquela risada enjoativa.
— Preste atenção, meu caro. É melhor repensar suas palavras, porque da próxima vez que gritar, perderá a fala. Cortarei sua língua com muito prazer. Quanto à sua família... — A voz continuou — Sua mãe parece muito satisfeita com suas últimas semanas na faculdade, e lhe mandou os parabéns pelas altas notas atingidas. Como pode ver, tenho tudo sob controle. Eu sempre tenho tudo sob controle. Foi você, quem se perdeu uma vez, lembra? Se não tivesse feito aquilo, eu não teria entrado. E uma vez que eu entro, vou dominando, lhe preencherei aos poucos, até que o possua por inteiro. E será então meu... Sempre meu.
Ethan analisou as palavras em silêncio. Não ousou falar. A voz o aterrorizava. Ele soube exatamente ao que a voz se referia. A voz sabia, então, do que ele havia feito no passado. Ainda que não pudesse voltar atrás, arrependeu-se amargamente. Ethan, aprendeu que nada de bom poderia vir de uma vingança.
E o que ele fez, era um segredo que levaria para o túmulo. Somente a pessoa a quem prejudicou conhecia os fatos.
— Ah, o medo, uma das minhas emoções favoritas — sibilou a voz antes de deixar o sótão.
Ethan ficou novamente sozinho. O que a voz planejava fazer. Aquilo era horrível demais. Pobre garota. Pobres garotas. Deitou-se inerte, para aguardar pela próxima vez que seu corpo seria utilizado, como um fantoche. Essa era a sua penitência, pelo mal causado no passado. Nunca acreditou no poder do perdão. O ceticismo, sempre cegou os homens.
Capítulo 39
MANHÃ
Liza
Minha leve dor de cabeça havia se transformado em enxaqueca. Eu não fazia ideia do motivo do desmaio, muito menos do por que não lembrava mais nada, depois de dizer não a Ethan. Talvez eu tivesse desmaiado logo em seguida. Mas eu sentia uma lacuna vazia. Como um sonho que você só se lembra de flashes, mas sabe que teve algo a mais. Algo importante.
Acordei muito quente e descobri rapidamente a causa.
Minha cabeça descansava no peito nu de Nathaniel. Meu braço, o envolvia pela cintura, esticado sobre o seu abdômen definido. Fiquei tímida pela sua quase nudez. A atração que ele despertava em mim, chegava a me espantar.
Em que momento ele tirou a camisa?
Não que isso me incomodasse, mas estávamos no inverno. Eu dormi com o aquecedor ligado, calças de pijama e casaco de moletom.
— Já turbilhando em pensamentos, Liz? — ele perguntou de súbito, virando-se de frente para mim. Seus dedos passearam em meu cabelo e em minha nuca.
— Bom dia. — Tentei disfarçar as sensações que ele me provocava naquele momento. Ele provavelmente percebeu, mas apenas sorriu.
— Eu já disse que adoro ver você acordando?
— Por quê? Logo quando estou com a cara amassada e o cabelo desgrenhado? — Vi-o menear a cabeça para os lados.
— Você é linda Liz, sempre. E pela manhã, esse cheiro irresistível que você tem, fica quente, macio. Cheiro de cookie de baunilha com gotas de chocolate.
Ele se aproximou e respirou fundo em meu pescoço ao terminar a frase. Dei uma risada. Mas parei logo, ao ver o desejo crescer em seus olhos. Meu estômago deu um solavanco.
— Então já sei o que vou preparar no café da manhã para você.
— Não quero dar trabalho.
— São fáceis de fazer. Volto em alguns minutos. E você, me espere aqui.
Obediente, ele ficou na cama. Deitado e sem camisa. Reuni todas as minhas forças para conseguir fechar a porta do quarto e deixar o anjo esculpido em meus lençóis, antes de descer até a cozinha.
Preparei tudo rapidamente. Enquanto os cookies assavam, saí do banheiro e andei até a sala para assistir televisão, ao mesmo tempo em que escovava os dentes.
Lutei para organizar o meu turbilhão mental. Na confusão desmaio/ceia de Natal de ontem, Nathaniel acabou não mencionando o que descobriu em sua visita ao orfanato.
Fui surpreendida pelo furacão Ben abrindo a porta com violência. Ele caminhou até mim com um brilho tão determinado nos olhos, que por pouco não me assustou.
Acabei rindo quando ele me segurou pela cintura com uma mão e com a outra elevou a minha mão livre no alto, forçando-me a dançar valsa pela sala.
— Dance comigo, segunda esposa. Senti sua falta.
— Segunda esposa? — perguntei com a voz embolada por causa da escova de dente em minha boca.
— Shhhhh... Não fale! Não temos muito tempo antes que ela chegue. — Ele fez uma careta. — E você pode babar...
Corri até o banheiro para me livrar da escova antes que espalhasse espuma por todos os lados. Eu não conseguia parar de rir. Voltei para a sala ainda sorrindo.
Amanda nos observava enfurecida da porta. Ela segurava as malas de ambos, e pelo carro amarelo manobrando do lado de fora, deduzi que também pagou o táxi.
— Você é um inútil, Ben! Não presta nem para carregar as malas!
— Oh... Sinto muito, docinho. Permita-me corrigir isso! Estava apenas ansioso para dar um abraço na segunda esposa. — Ben andou até ela e tirou as malas de sua mão, colocando-as no chão.
Amanda revirou os olhos e o ignorou:
— Oi, Liza! Então, como foi ter a casa para você no fim de semana?
— Interessante. — Arqueei as sobrancelhas indicando que precisávamos conversar. — E vocês? Como estava a estação de esqui? Aposto que eu congelaria. Aliás, se preparem: o jornal informou para esperarmos mais neve amanhã.
Foi Ben quem me respondeu, pois Amanda de repente ficou muito irritada com a lembrança que a minha pergunta devia ter trazido.
— Foi ótima. Sempre quis conhecer Las Vegas.
— Las Vegas? — perguntei.
Ben continuou o discurso, ignorando a minha pergunta.
— Toda aquela bebida, a jogatina e as dançarinas. Ah, as dançarinas... Como eu gostaria de ter nascido na época dos sultões! — Ele falou no modo sonhador e encarou o teto, parecia ter se esquecido de onde estava.
— Se tivesse nascido nessa época, aposto que você seria o escravo travestido de dançarina, favorito do sultão. — A resposta de Amanda o trouxe de volta, ele desceu o rosto para encará-la.
— Ai... Urgh, Amanda. Como você fica mal-humorada de manhã.
— O que aconteceu nessa viagem? E que negócio é esse de segunda esposa? — Não entendi nada do que estava acontecendo. Amanda parecia pronta para rebater qualquer deslize que Ben cometesse. E ela sempre ria de todas as piadas dele.
— Cuidado, Liza. Descobri nesta viagem que mencionar esse assunto pode despertar o dragão Amanda.
— Vocês homens acham que podem fazer o que bem entenderem, porque levam tudo na brincadeira e nos culpam por vermos as coisas com mais seriedade.
— E lá vem o fogo das narinas... Não sei por que está chateada com isso. Acho que você é orgulhosa demais para admitir que gostou. E eu estava relaxado, apenas entrei no clima do momento. Vai ver que foi esse o problema, não é? — Ben agora gritava e eu olhava de um para o outro sem compreender. — Vocês são todas iguais! Só porque eu não levei o beijo a sério, agora você age como uma lunática. Vocês não sabem se divertir?!
— Você quer que eu seja isso para você? Uma diversão? Eu não serei uma dessas suas namoradinhas de fim de semana. Nenhuma dessas cujo maior sonho, é fingir que namoram um advogado bonitão com carro da moda.
— Quer saber? Eu vou para o trabalho. Prefiro perder o dia de folga e encarar uma pilha de processos do que ficar nesta discussão maluca com você! Mas adoraria exibir esse seu layout ao meu lado mais tarde, minha estudante de design.
De repente ele saiu da sala e foi até a cozinha. Voltou, segurando sua pasta de trabalho, pendurou o paletó no ombro e piscou um olho para a Amanda, enquanto fechava a porta:
— Te ligo para a gente almoçar, está bem, primeira esposa? — Ben piscou o olho e bateu a porta.
— Você não consegue manter uma conversa adulta! — ela gritou para a porta fechada.
Esperei ela se acalmar por alguns minutos. Quando achei que fosse me contar tudo, ela se virou e subiu para o quarto dela. Eu a segui.
Amanda andou de um lado para o outro.
— Amanda... Poderia, por favor?
— Tá, Liza. O Ben me beijou depois de um jantar romântico que tivemos por coincidência. — Ela se jogou na cama.
— Hum? — De novo, não entendi nada.
— Nós chegamos ao hotel e meia hora depois, o Ben voltou. Ele pulava feito uma criança feliz, porque havia ganhado um voucher para jantar no Bellagio. A noite foi perfeita, vi um Ben que eu não conhecia. Conversamos horas sem que ele fizesse uma piada. Falamos sobre trabalho, família, amor. Devo admitir que fiquei impressionada. Terminamos de jantar e fomos para uma boate de um dos cassinos. Ele nem sequer olhou para o lado, nem para as dançarinas das pilastras. Estávamos dançando juntos, um clima surgiu e nos beijamos. Por um instante, me pareceu a coisa certa. Então o beijo terminou... Ben olhou para mim e disse: "Acho que isso torna você a primeira esposa. Espero que Liza não fique chateada."
Eu mordi os lábios para conter o riso. Já havia passado da hora dos dois finalmente admitirem o que sentiam. Ela continuou:
— Eu olhei para ele e perguntei sobre o que estava falando. E ele me respondeu: "Você sabe, Amanda, sempre tive as duas no mesmo nível de estima. Minhas esposas. Liza terá que me perdoar, mas com um beijo desses quem poderia resistir? Você acaba de ser promovida e, se não se importa, acho que gostaria de mais um." — Amanda tomou fôlego. — Ele levou na brincadeira! Eu o empurrei e fui jogar blackjack. Perdi todo o meu dinheiro em menos de uma hora e fui dormir. Depois disso, ele me seguia pelo hotel e pelos cassinos fazendo piadinhas. Dizendo que não entendia o que me deixou tão irritada.
— E isso tudo a deixou com raiva, porque o beijo a fez perceber o sentimento que estava guardando até então, não é verdade?
— Quem é você? Guru do amor? E o que aconteceu por aqui? Você está com cara de boba apaixonada.
— Amanda... — usei o meu tom de não mude de assunto.
— É, tá bom. Eu gosto dele. Que droga, né, Liza?
Nossa atenção foi desviada quando Nathaniel abriu a porta do meu quarto, que ficava de frente para o de Amanda. Ele usava apenas uma calça de moletom azul marinho e tinha os pés descalços. Ele parou quando viu que era o nosso foco.
— Oh, desculpe, Amanda. Pensei que só voltariam à noite. Estava indo chamar você, Liza. Vou me trocar.
— Não. Não se incomode. Preciso dar uma passada no trabalho. Já estava de saída. — Amanda se levantou e andou até a porta. Claro que antes de sair, ela me olhou com a sobrancelha erguida e um sorriso cheio de especulações.
— Desculpe, Liza — Ele se apressou em dizer após Amanda descer as escadas. Levou minha mão até seu rosto e beijou a palma distraidamente, me provocando arrepios. — Sinto que interrompi uma conversa interessante. Ela e Ben são... Perfeitos um para o outro, não tanto quanto eu e você, mas...
— Você estava ouvindo?
— Sabe que não. Senti uma ligeira confusão lá embaixo e esperei no quarto até que tudo se acalmasse. Achei que os dois já tinham saído.
— Me desculpe, fiquei um pouco tonta com essa manhã agitada. Venha, vamos tomar nosso café. — Eu o puxei pela mão, mas parei no corredor ao lembrar que ele estava sem camisa. — Não está com frio? — Desci os olhos para seu abdômen reto e bem trabalhado. Demorei um pouco para fitar o rosto dele novamente.
— O clima não me afeta tanto quanto eu gostaria. — Ele riu. Provavelmente do tempo que levei para subir meus olhos até os dele.
— É verdade, ainda preciso me acostumar com certas coisas.
Fazia pouco tempo desde que ele me contou o seu segredo. Não que fosse fácil esquecer que ele era um anjo. Após ouvir a história de Nathaniel, parecia até óbvio demais, bastava olhar para ele. Mas meu íntimo relutava, parecia bom demais para ser verdade.
— E não se esqueça de que você tem todo o tempo do mundo, Liza. Tentarei fazer com que isso lhe pareça o menos estranho possível.
— Não há nada de estranho nisso. É o contrário.
Chegamos à porta da cozinha e Nathaniel parou para inspirar o ar.
— O cheiro dos cookies está divino, só não consegue ser melhor que o seu — concluiu fingindo farejar o meu pescoço, para comprovar o que acabava de dizer. Ri das cócegas que o gesto me provocou. Ele me puxou pela mão e abriu a porta.
Pousei a travessa na mesa e nos sentamos. Apoiei o queixo na mão para esperar o biscoito esfriar. Passado o furacão da manhã, voltei a me perguntar se Nathaniel desvendou alguma coisa em sua visita ao orfanato. Será que ele descobriu algo ruim? Eu sentia o segredo crepitar no ar. O meu, e o dele. Eu não queria mentir para ele. A verdade é que eu me iludia. Se eu jamais mencionasse a previsão da cartomante, talvez jamais se concretizasse.
Imaginei o que Ben e Amanda diriam se soubessem de um terço dos últimos acontecimentos da minha vida. Provavelmente me internariam em um hospício. Mesmo assim, eu me sentia culpada. Desde que nos conhecemos, nós sempre contamos tudo um ao outro. Eu detestava mentir.
— Não fique se culpando, Liz. Esse não é exatamente o tipo de segredo que se compartilha. — Nathaniel acariciou meu braço. Levei um susto. Imaginei por um momento que ele tivesse visto a previsão de Madame Nadja em minha mente.
— Ei! Pensei que anjos não invadissem os pensamentos alheios — brinquei, fingindo estar incomodada.
— Sabe que sendo você, é praticamente automático. Desculpe pela invasão. — Ele deu uma mordida no biscoito e fitou a parede atrás de mim.
— Fique à vontade, Nate.
— Gostei do apelido. — Ele sorriu e desviou o olhar. Totalmente absorto.
Tamborilei os dedos na mesa. Uma sensação incômoda me tirava o ar. Nate pegou o terceiro cookie na travessa, e quando cravou suas esmeraldas em mim, tive a impressão de que enxergava minha alma. Mas seu olhar era de angústia. Gritava alguma coisa que sua voz não podia proferir. Sua expressão estava tensa. O cenho franzido. O corpo reto na cadeira. Definitivamente, ele me escondia algo. Eu precisava desesperadamente saber o quê, e ao mesmo tempo, temia descobrir. E se fosse algo ainda mais horrível do que a previsão? E se ele tivesse que se afastar de mim novamente? Eu não iria suportar passar por isso. Naquele momento, descobri que não havia nenhum medo capaz de superar o meu temor de perdê-lo. Eu seria capaz de enfrentar qualquer coisa. Menos outra despedida.
— Nate? Está tudo bem?
Com um movimento de cabeça ele disse que sim, o resto do seu corpo, disse o contrário.
— Me conte, Nate. Eu vou ficar bem.
— Eu sei que você é forte, Liz. Tenho medo de que eu não seja o bastante, para fazer a escolha certa quando chegar a hora. — Ele baixou o olhar e fitou a mesa.
— O único erro que você poderia cometer seria se afastar de mim.
Nate ergueu o rosto. Suas esmeraldas brilharam. O ar falhou em chegar aos meus pulmões. Pela reação dele, percebi que eu havia chegado bem perto. Ele planejava me deixar? Arregalei os olhos e o fitei sem palavras. Ele não poderia fazer isso comigo.
Nate notou meu pânico. Ele se levantou da cadeira, me puxou pela mão e me deu um beijo longo. Intenso. Cada partícula viva em mim morreu e renasceu naquele toque. Seus lábios macios. Seu perfume confortador. Seus braços fortes em volta dos meus, me reafirmavam: Com ele eu estaria segura. Com ele tudo ficaria bem.
Ele apoiou a testa na minha quando terminou o beijo. Seu sorriso torto desfez o chão abaixo de mim:
— Eu te amo, Liz.
Meu coração palpitou com uma força violenta. Sorri de volta. O morno se espalhou por minha pele. Aquela energia calmante que Nathaniel emanava.
— Eu te amo, Natha....
Engasguei. Tossi repetidas vezes. Nate acariciou minhas costas.
Uma garra me arranhava de dentro para fora. O aroma de sal, de terra, de orquídea ardeu meu nariz. O gosto enjoativo ficou impregnado em minha garganta.
— Liza, o que você tem?
Apontei para o meu pescoço. Senti-me como se mãos invisíveis o apertassem. Nate segurou suavemente minha nuca e fechou os olhos. O que quer que ele tenha tentado, não funcionou.
Uma voz sibilou dentro de mim. Cerrei as pálpebras, quando as abri, me deparei com uma enorme névoa negra cobrindo a cozinha.
Nate não estava mais ali.
Tentei gritar.
Minha voz não saiu.
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Oláá, desculpem a demora pra postar essa semana, mas fiquei super envolvida com o lançamento do livro no dia 21. Quem me tem no face deve ter visto as fotos. Foi lindo gente! Lá na Saraiva do Rio Sul.
E aí, o que estão achando da história? Comentem e deixem estrelinha!
Postei mais um capítulo a seguir.
Beijosss
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