Todas as Estações/Versão One-Shoot

Nick POV

Querido Diário,

Eu ando estranho ultimamente. Me sinto sozinho nos últimos dias, mesmo vivendo em meio a multidões. As lembranças da escola estão cada vez mais fortes na minha cabeça, mais especificamente quando vi Shawn pela primeira vez.

Era um dia ensolarado e Joe me infernizou para que fôssemos ao clube assim que saíssemos da aula.
"Vou pensar, mais tarde respondo" eu disse.

"Pensa bonitinho, por favor" implorou Joe.

"Pode deixar" lembro me de responder.
Joe apenas concordou, pois sabia que era notável minha vontade de passar a tarde na piscina. Meu irmão e eu estudávamos na mesma escola, a única diferença era que enquanto eu estava entrando no ensino médio ele estava pra sair. Ele tinha uma namorada, embora eu ainda me pergunto como alguém consegue aguentar aquele garoto... Enfim, seu nome era Demetria e ela era bem legal. A propósito eles estão juntos até hoje.

No horário da saída, ou seja 15:00 Joe veio ao meu encontro sorrindo e de mãos dadas com Demetria.
"Nós vamos ou não Nick?" Ela havia me perguntado.
"Certo, vamos" respondo. Eu precisava fazer o garoto difícil, afinal Joe era um pouco folgado demais.
Fomos a pé até o clube que é um quarteirão acima da escola.
O caminho era repleto de casas e flores e mais flores e flores.
"Esse caminho é torturante" eu digo e acabara sendo ignorado, pois Joe colhe uma rosa branca e dá a Demi.
"Tão linda, igual você" ele diz. Se algum dia eu encontrasse alguém, nunca faria essas coisas clichés que meu irmão faz, entretanto Demi pareceu surpresa e feliz com o presente. Ela agradeceu com um selinho.

Chegamos e entramos. Felizmente eu iria sair de perto um pouco do "casal 20"
Já havia ido vestir minha sunga e estava pronto pra pular na piscina. Pulei.
O contato da água fria com meu corpo quente me deu um choque instantâneo.
Com o passar do tempo, meu corpo havia se acostumado e eu só precisava relaxar. Coloquei meus óculos escuros e fiquei com as costas para cima.

Longos minutos se passaram até que ouço a voz de Joe me chamar.
"O que foi?" Respondo.
"Vou levar a Demi pra casa e ir embora, não tem quase ninguém aqui. Vai ficar mais um pouco?" Me espantei com a fala.
"Que horas são?"
"16:45". Sim, eu cochilei por alguns minutos.
"Vou ficar" respondo.
Os dois logo saem do clube. Finalmente a piscina era só minha.
Só minha até que alguns minutos se passem e um branquelo, de cabelos castanhos e de shorts azul caminha em minha direção.

"Com licença. Posso?" Ele pergunta, querendo entrar na piscina.
"Claro". Respondo.
O garoto entrou.
Além disso começou a conversar comigo.
"A escola me mata. Trabalhos e trabalhos. Ai vem provas e provas" diz ele.
"Comigo não é tão diferente".
"Onde estuda?"
E por incrível que pareça quando digo onde estudo o garoto se surpreende. Depois respondeu que estudava numa escola do centro da cidade.
"Vou embora, está tarde. A propósito qual seu nome?" Pergunto.
"Shawn. E o seu?"
"Nick. Até mais" digo.
Naquele dia voltei um pouco feliz pra casa, ao lembrar da nossa conversa. O doce e simpático jeito do garoto.

Os dias se passaram e Shawn e eu viramos amigos. Melhores amigos.
Conversávamos por telefone todos os dias e nos víamos uma vez por semana no clube. Joe e Demi estranharam meu interesse em sempre querer ir ao local, mas não contestaram.

Certo dia eu havia convidado ele para irmos a praia. E ele aceitou.
Fomos na sexta e voltamos na segunda. Só nos dois em uma imensa praia.
Minhas melhores lembranças desses dias são de quando ele estava fazendo um castelo com algumas crianças que lhe pediram ajuda.
Ele era tão delicado e compreensivo.
Também me lembro de quando entramos no mar e ficamos bem próximos.
Ele encarava meus olhos fixamente e eu sentia um estranho desejo em tocar seu corpo exposto. Mas me contive...
"Vamos? Já vai anoitecer"
Ele concordou e juntos fomos até o hotel.

A melhor parte de voltar pra casa foi que ele estava feliz comigo. Ele até havia me dito que nunca teve um namoro sério.
"Pode ser eu seu primeiro" digo totalmente sem jeito.
Era muito precipitado, sempre fui.
"Quem sabe" ele responde.
Pronto. Aquilo foi o suficiente pra abastecer a chama de esperança acesa em meu peito.
Ainda nos dias de forte sol, os mesmos no qual havia conhecido Shawn, já me sentia mais interessado.
Eu não via mais ele com os mesmos olhos. Com o olhar de um amigo.

A última lembrança marcante que tenho dos dias de verão ao lado de Shawn, são os do ano seguinte, ou melhor, no começo dele.
"Você já viu o prédio abandonado que tem em frente ao antigo orfanato da cidade? Dizem que é assombrado"
"Felizmente não" responde Shawn.
Eu o chamo para ir ver e ele aceita, um pouco receoso, mas aceita.
Andamos até lá, e ainda havia sol.
Eu sempre soube que não havia nada diferente com o prédio, era apenas um pretexto para ficar a sós com Shawn longe das pessoas.
"Eu tenho um presente pra você" digo assim que entramos no térreo do abandonado.
Era aquela hora, eu pensava. Finalmente iria sentir o gosto daquilo com que sonhei por dois meses.
E assim que ele pergunta o que era, selo nossos lábios causando-lhe um pequeno espanto.
Shawn corresponde e eu agarro sua cintura e intensifico nosso beijo.
Eu estava perdidamente apaixonado.

As minhas lembranças de primavera são as do ano seguinte, eu estava indo a escola totalmente sozinho. Joe e Demi se formaram e partiram para a faculdade, deixando o solitário e amargo Nicholas para trás. Tudo bem é brincadeira e drama, eu senti muita saudade dos dois, afinal passavamos os intervalos juntos.
As matérias mudaram quando alguns professores legais saíram da escola, deixando suas matérias legais com professores chatos, que tornaram as matérias legais chatas.

Eu observava apressadamente toda quarta o relógio bater 15:00, não por ser uma professora chata e sim por ser química. Todo minuto e a toda hora eu lembrava dos olhos de Shawn e sua pele macia, junto da minha incontrolável vontade de agarrar seu corpo pertinho do meu.
"É isso então classe, não esqueçam de decorar a tabela para a prova de sexta feira. Estão dispensados" foi o que a professora disse antes que eu pegasse minha mochila e fosse correndo para o clube.
As pessoas olharam para mim como se eu fosse um louco apressado, correndo as ruas da cidade.
Sempre que você estiver com pressa de chegar em um lugar, esse lugar irá parecer milhões de léguas mais longe do que é.
Finalmente chego no clube, e já avisto meu amor, sim Shawn já estava no meu coração dessa maneira.
Caminho rapidamente em sua direção e antes que eu terminasse de colocar a minha mochila no chão, sinto seus braços me agarrando. Era um abraço apertado de imensa saudade que era correspondido da mesma forma.
Ele descansava sua bochecha um pouco acima da minha clavícula enquanto se apoiava em meu corpo.
"Eu senti saudades" ele me diz.
"Só se passou uma semana" respondo.
"Mesmo assim. Você vai na festa das flores, não vai?" Ele me perguntou con um tom de melancolia.
"Se você for, eu vou"  respondo. Shawn não disse mais nada, o beijo apaixonado que ele me deu em seguida, disse tudo o que eu precisava ouvir.

Daquele dia até a festa foram oito dias. Oito dias de imensa tortura.
Mas finalmente chegou a data.
Minha família toda estava presente, junto da cidade inteira.
Por onde você olhava, eram enormes barracas com flores de todos os tipos, tamanhos e cores. Ainda não havia avistado meu branquinho.
"Eu sei quem você 'tá procurando" disse Demetria.
"Como?" Eu perguntei.
"Procura na barraca das rosas" ela sussurra. Sem saber muito o que fazer e desesperado pra ver Shawn, corro pras rosas.
Não sei até hoje como Demi sabia que Shawn era meu amor, mas ela acertou em cheio.
Shawn estava lá, sentindo o aroma de uma rosa que havia comprado.
Pensei em comprar uma e lhe dar de presente. Então antes que eu me aproximasse comprei uma vermelha e uma branca, com um lindo laço nos caules.
Shawn havia se impressionado com o presente e me agradeceu com um forte abraço e um beijo casto.
"Vamos andar um pouco?". Ele aceita.
Nós observamos a feira inteira juntos, e eu sempre o fazia rir.
"Você é um sonho" ele me diz.
"E você é mais que um sonho" eu respondo.

Ainda na primavera, houve um dia no qual convidei Shawn para um passeio no parque. As árvores estavam verdes e cheias.
"As árvores são lindas" ele disse.
"Não tanto quanto você" digo. Eu me tornei exatamente o que Joe é com Demi. Em todas as atitudes bobas.
Shawn me agradece com um selinho, exatamente como Demetria fez a Joe.
Andamos e apreciamos a vista. O parque inteiro estava em movimento, desde crianças brincando e correndo, a adultos com seus encontros e juras de amor.
"Eu ficaria aqui o ano todo com você" disse Shawn.
Eu pensava parecido. Nós não nos víamos diariamente e um dia na semana era muito pouco.
"A gente conversa todo dia por telefone, eu sei. Mas que tal se nos víssemos mais dias semanais agora?"
Proponho a ele.
"Tipo sexta, sábado e domingo? Eu topo" ele diz me abraçando. Seus abraços eram sempre uma atitude feliz de uma pessoa que eu considerava a minha felicidade.
O sol já estava se pondo, então me levantei e tomei Shawn pela mão
"Eu vou te levar pra casa" digo a ele, antes de lhe dar um beijo.
Ele concorda.
Quando estávamos já na praça central, mais especificamente na escadaria que nos levava ao bairro de Shawn, pergunto.
"O que pretende fazer depois do ano que vem?"
"Eu ainda não faço idéia. E você?"
"Não sei também, mas quero que façamos juntos."
"Bobo, não vamos nos separar nunca" ele me diz, tornando a me abraçar.
Eu apenas concordo com a cabeça.
Tudo o que eu mais queria era que aquelas palavras fossem verdadeiras e que Shawn tivesse razão.

O outono mais marcante da minha vida começou numa sexta feira com Shawn chegando no clube com um moletom cinza e sua nova calça jeans.
"Ela é bem apertada" ele me disse ao se aproximar de mim.
"Bem sexy" respondi. Eu o olhei rir com um pouco de tristeza.
Nós caminhamos juntos pela praça, e observamos as árvores e suas folhas caídas no chão. Era um ciclo vital na vida de uma árvore e ninguém poderia fazer nada para modificar aquilo.
Aquele dia quando lhe paguei um café eu senti Shawn um pouco estranho. Ele sorria, mas logo fechava a cara.
Ele estava um pouco quieto e sempre q tinha oportunidade me segurava em Abraços. Abraços mais longos que os normais.
"Vem dormir em casa hoje". Ele me disse.
"Mas e seus pais?" Havia feito aquela pergunta pois Shawn uma vez me disse que seus pais eram bastante controladores em relação a sua vida, porém podíamos nos ver livremente durante o dia, já que ambos trabalhavam muito.
"Não importa. Você entra pela janela quando for umas 22:00"
Eu aceitei.

Eu não me preparei muito. Cheguei na janela, felizmente a casa tinha apenaa um andar e não tinha portao. Dei apenas dois toques no vidro.
Foi uma questão de segundos até que Shawn a abrisse e me desse passagem pra entrar.
Logo que fechou a janela, ele me grudou na gola da camisa com as duas mãos e uniu nossos lábios.
Era um beijo diferente dos outros, com um toque de necessidade e nervosismo.
Assim que recuperamos o fôlego, eu pude ver que ele havia preparado tudo para dormirmos.
Edredons e travesseiros em cima de sua cama.
Shawn segurou minhas mãos com as suas e me forçou a abraça-lo por trás.
Eu caminhei junto a ele pra frente da janela e, assim que paramos apoiei meu queixo em seu ombro.
"A lua está linda" disse ele.
"Não tanto quanto você". Shawn nada disse, apenas largou minhas mãos e me abraçou fortemente, como faz de uns dias pra cá.
"Eu amo você, Nick"
"Eu amo você também, Shawn".
Naquela noite dormimos juntinhos. Eu o envolvi com os braços e me grudei ao seu corpo. Seu cabelo tinha um cheiro maravilhoso de camomila e sua pele estava macia como a de uma criança recém nascida.
Alguma coisa em minha mente dizia que aquilo talvez mudasse o rumo de nossas vidas para sempre.
Pela manhã, tivemos sorte que os pais de Shawn haviam ido ao mercado e eu pude sair pela porta da frente.

"Precisamos conversar uma coisa séria. Me encontre hoje no prédio abandonado em frente ao antigo orfanato" dizia a mensagem.
Eu havia recebido-a nove dias de ter dormido na casa de Shawn.
Felizmente era a última aula, então não tive muito tempo de me sentir ansioso.
Chegando lá tive a pior notícia que um garoto apaixonado poderia receber.
"Ano que vem eu me mudo com meus pais para a Inglaterra, minha mãe quer me colocar em uma faculdade de arquitetura lá".
Eu entrei em choque. Meu corpo inteiro estava em pânico.
Shawn estava indo embora.
"Mas você quer ir?"
E ele, com os olhos cheios de lágrimas negou com a cabeça.
"Mas não tenho escolha" ele me disse.
Aparentava estar mais devastado que eu.
"Acharemos uma solução"
Ele apenas me abraçou.

Os próximos dias até o fim do ano letivo foram torturantes. Eu me sentia mal pelo tempo estar passando e eu ainda não ter achado uma solução para que Shawn não fosse embora, ms nada parecia adiantar.
Eu o via agora com uma frequência maior, e nosso afeto se aumentou incrivelmente nesses últimos meses.
Finalmente estavamos formados, e nos encontramos para comemorar.
Foi igual os outros encontros, um passeio de tarde com muitos abraços e beijos.
"Passou direto?" Perguntei.
"Em linha reta, sem contorno. E você?" Brincou ele.
"Igualmente". Respondi.
Naquele dia estava um clima um pouco mais frio, o que nos deixou muito mais unidos.

Eu também havia lhe comprado um presente de Natal, um colar simples com as letras "N" e "S". Havia saído na manhã da véspera pra lhe entregar.
Combinamos de nos ver na praça, como sempre fazíamos.
Cheguei e esperei algum tempo. E o vi atravessar a rua alguns instantes depois.
Ele trazia um embrulho de cor verde.
Assim chega, me abraçou fortemente. Em seguida nos beijamos, mas era apenas um selinho prolongado com algumas sugadas.
"Eu espero que você goste" ele me disse e entregou o embrulho.
"Eu também espero que você goste"
Não abrimos o embrulho, apenas nos sentamos no banco e permanecemos de mãos dadas. Uma garotinha passou e nos mandou um pequeno "oi" com sua mãozinha.
Shawn e eu retribuímos gentilmente o gesto da pequena garota.
Nós estavamos calados e eu sabia que aquele era o último encontro. Nossas mãos estavam unidas com uma força surreal e a esperança no meu coração ainda estava viva. Eu ainda tinha a esperança de permanecer nessa cidade ao lado de Shawn e que, construiriamos uma família.
Eu esperava que algum milagre de natal poderia acontecer e talvez, só talvez Shawn e eu ficássemos juntos até o fim de nossas vidas.

O inverno deste ano é com certeza o mais marcante da minha vida.
Shawn neste momento já deve estar instalado confortavelmente em sua casa na Inglaterra.
Felizmente eu não vi Shawn partir, afinal sempre fui um garoto de muitas lágrimas.

Os primeiros dias de sua ausência foram de muita dor para minha vida.
Eu sempre esperava receber alguma mensagem, mas lembrava que havia excluido-o da minha vida para tornar sua ausência um pouco menos dolorosa. Pedi que ele fizesse o mesmo.

Shawn havia sido um lindo sonho pro meu coração. Eu nunca havia me relacionado com alguém tão especial como ele.
Os anos que passei ao seu lado fizeram da minha vida canção e poesia. Ele está gravado na minha memória e eu nunca conseguiria apaga-lo da minha história.
Quando meu céu estava coberto por nuvens escuras, Shawn era meu arco íris, minha aquarela. Meus dias felizes passei ao seu lado.
A aula mais entediante do dia passava como um raio quando marcavamos um encontro.

Demorei um pouco para me recuperar de minha perda.
Algumas noites tive sonhos lindos, onde estávamos juntos em um campo florido, sorrindo como se essa situação fosse apenas uma fase.
Sempre acordava com lágrimas nos olhos e soluçando devido ao choro que tinha em seguida, talvez esses lindos sonhos fossem piores do que pesadelos, afinal sempre deixavam meu coração mais dilacerado do que o normal.
Eu me lembrava de quando o vi pela primeira vez, eu achava que tudo iria ser mais fácil, que tudo acabaria bem.

Demi e Joe percebiam o que estava acontecendo, embora não havia contado a ninguém sobre minha vida amorosa dos últimos três anos.
Algumas manhãs recebia algumas cartas com pequenos dizeres e mensagens.
Algumas como "Tudo vai ficar bem"
"É apenas uma tempestade. Sempre vai passar".
Eu tinha certeza que Demi as escrevia.
Ela e Joe sempre me faziam rir quando estávamos juntos.
Quando tomei coragem para sair de casa, eles estavam ao meu lado.
Me apoiando.
Eles fingiam não saber de nada, mas eu sabia que estavam preocupados.
Andamos em meio a neve e até fizemos uma pequena guerra de bolinhas.

Ao passar de alguns dias, comecei a ter pesadelos, alguns com a imagem de Shawn partindo e chorando no aeroporto da cidade e eu não podendo fazer absolutamente nada.
Acordava ainda em lágrimas, porém já eram como um pequeno susto.
Eu comecei a acordar mais disposto, até que tive uma melhora significativa, em vista de alguns dias atrás.

E como toda estação, o inverno passou.
Hoje mais cedo passei em frente a casa de Shawn, algumas lembranças vieram em minha mente, mas eu as expulsei.
Um casal recém casado havia se mudado a poucos dias e pareciam felizes.
Eu caminhei lentamente pela calçada, até que repentinamente vejo Joe e Demi caminhando em minha direção.
Eles estavam felizes, e como uma força de expressão eu sorri junto.
Nos abraçamos em trio, e eu senti que era amado. Senti novamente que era amado, de um jeito diferente.

Como havia dito, as lembranças estão cada vez mais fortes na minha cabeça.
Mas como tudo em nosso passado, são apenas lembranças.

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