Capítulo Vinte
Vicente Johnson:
Domingo de manhã acordei com os gêmeos me balançando na cama, lentamente abri os olhos olhando para seus rostos alegres.
- Bom dia, papai - Ambos falaram e beijaram meu rosto enquanto os abraçava.
- Bom dia, meus amores. Como saíram da cama? - falei.
- Vovô nos tirou da cama e viemos atrás de você, papai - Gabriel falou.
- Queríamos acordar você e contar que o tio Stefano e o tio Mário vieram ontem à noite brincar com a gente - Otávia falou, e pensei em como devem ter sido as coisas ontem à noite. - O vovô ainda deixou que eles fizessem chocolate quente para a gente.
- O chocolate quente era completamente gostoso e ainda fizeram pipoca doce, e acabamos dormindo - Gabriel falou.
Penso na situação com meu pai conversando com Stefano e Mario tão abertamente. Mesmo que eu não estivesse por perto, quero dizer, ele não tem nenhum problema com aqueles dois, ou muito menos com o Luigi, mas deve ter sido um pouquinho estranho no início.
Balancei a cabeça e resolvi levantar da cama, pegando minhas crianças nos braços e girando com ambos pelo quarto, que riram divertidos. Dei um beijinho nas bochechas deles e eles franziram seus rostinhos.
- Mau hálito - Otávia falou.
- Sim, o papai está com mau hálito - Gabriel falou.
Soltei uma risada.
- Então é melhor eu escovar meus dentes. - falei divertido e indo para o banheiro com ambos atrás de mim.
- Papai, o vovô falou que hoje a tia Milena e o tio Donald vêm almoçar em casa e ele também convidou o tio Stefano e a família dele e a tia Sarah e a família dela - Gabriel falou, e olhou para a irmã. - Papai, porque não podemos convidar o tio Pedro e a família dele?
Olhei para eles com cautela, preocupado em saber sobre essa informação que poderia ser verdade sobre meu pai convidar Stefano e sua família para almoçar. Seria uma situação estranha, considerando a tensão que houve entre nós no passado, mas talvez fosse hora de superar isso.
Além disso, fiquei chocado ao perceber como as crianças se apegaram tão rapidamente ao Pedro. Essas duas fofuras realmente se apaixonam tão facilmente por alguém que os agrada, e isso chega a ser surreal. Mas, ao mesmo tempo, fico feliz em ver que eles estão se divertindo e se sentindo à vontade com ele.
- Se vocês convencerem seu avô a deixar que isso aconteça, eu vou mandar uma mensagem para o Pedro e a família dele - falei, vendo ambos ficarem felizes e saírem correndo atrás do avô. - Não corram no corredor, podem se machucar.
Voltei a fazer minha higiene calmamente, até que ouvi os gritos animados dos gêmeos. Sabia que meu pai não conseguiria dizer não para os netos tão facilmente. Fiquei pensando sobre a situação com meu pai convidando a família do Stefano para almoçar e senti um pouco de cautela.
Meu pai teria um motivo por trás para fazer um convite desses tão abertamente e ainda na frente das crianças. Conheço muito bem o homem que me criou.
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Indo atrás dos gêmeos, que me abraçaram pela cintura assim que me viram, notei que estavam com enormes sorrisos em seus rostos.
- Papai, o vovô disse que podemos convidar o tio Pedro e a família dele - Otávia disse.
- Podemos ligar para ele e perguntar se ele poderá vir? - Gabriel falou, e ambos me lançaram enormes olhos de cachorrinho pidões.
- Não tem como dizer não para esses lindos rostinhos - meu pai disse divertido.
Peguei o telefone e disquei o número de Pedro sob o olhar atento dos três. O telefone tocou por alguns segundos até que a voz de Pedro surgiu do outro lado.
- Vicente, bom dia - Pedro falou.
- Bom dia, Pedro - falei e suspirei calmamente. - As crianças gostariam de convidar você, Ava e o Rafael para um almoço na nossa casa.
Ouvi algo caindo do outro lado e a voz gaguejante dele, fazendo com que me lembrasse que foi exatamente assim quando o chamei para sair pela primeira vez. Lembro-me claramente de como fiquei ansioso ao chamar a pessoa que eu amava para sair. Senti meu coração acelerar e minhas mãos suarem enquanto discava o número do telefone. Quando finalmente consegui falar com ele, pude sentir a hesitação em sua voz, e isso só aumentou minha própria ansiedade. Ele estava tão nervoso que derrubou um copo de vitamina em si mesmo, gaguejando e errando as palavras diversas vezes, até que finalmente recuperou a compostura e aceitou meu convite. Apesar do constrangimento momentâneo, esse momento marcou o início de algo especial entre nós.
- Pedro, olha essa bagunça na cozinha - Ava disse irritada do outro lado.
- Desculpa - Pedro disse recuperando a voz. - Então, se não for forçar nada para o seu lado, irei aceitar, ainda mais se for um pedido das crianças.
- Então imagino que podemos esperar que venham fazer companhia durante o almoço em família, junto com sua irmã e cunhado - falei e olhei para as crianças que comemoravam. - Alguém tem alguma restrição alimentar?
- Não - Pedro falou e fez uma pausa. - Mas acho que Ava está dizendo que ela quer ajudar na preparação da comida.
Olhei para meu pai.
- Ava quer te ajudar no preparativo da comida - falei.
- Então diga para ela chegar cedo, que temos muito o que fazer - meu pai disse e voltou para a cozinha. - Temos muito o que fazer!
- Meu pai gostou da ideia de ter mais alguém na cozinha - falei.
Os gêmeos ainda estavam me olhando com olhos brilhantes. Sabia perfeitamente o que ambos estavam querendo fazer. Dei uma risada e me agachei para ficar na altura deles, estendendo o celular.
- Tio Pedro, então você vai almoçar na nossa casa?! - Ambos gritaram felizes. - Vai acabar conhecendo o tio Stefano e a família dele.
- O pai do tio Stefano também vai estar presente - Otávia disse. - Ele é um senhor super alto, mas ele é meio louco, sempre fica olhando o vovô da janela da casa do tio Stefano. Ele até já beijou o vovô quando se conheceram.
- Ontem ele veio e quis conversar com o vovô, que ouviu e pediu por uma chance, então beijou a palma da mão do vovô - Gabriel disse.
Engasguei com essas palavras. Acho que ainda devo uma explicação para as crianças em relação ao que aconteceu com meu pai e Luciano.
- Que interessante - Pedro falou, divertido. As crianças continuaram puxando assunto e se divertindo com Pedro, contando sobre a noite de ontem, o que me fez ficar surpreso em como Luciano foi completamente cavalheiro com meu pai.
Pedro puxou assunto sobre todos os gostos dos gêmeos e prometeu até brincar como um cavaleiro quando ele chegasse.
- O senhor vai mesmo brincar com a gente? - Otávia perguntou.
- Claro que vou, princesinha - Pedro disse. - Serei o cavaleiro e vou brincar o quantos vocês quiserem.
As crianças comemoram e me olharam com os olhos brilhando como pequenas estrelas. Peguei o telefone tirando do viva-voz.
- Esperando para que venham ajudar e almoçar - Falei.
- Logo vamos estar aí para ajudar - Pedro falou e nos despedimos.
Olhei para a tela do aparelho com o coração tendo uma sensação estranha surgindo, me fazendo voltar no tempo em minhas memórias enquanto conversávamos tão calmamente.
- Já que teremos visitas, ambos tratem de arrumar os seus brinquedos espalhados pela sala e o quintal - falei.
- Pode deixar papai - ambos falaram e começaram a trabalhar e ajudei no que era preciso.
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Algumas horas depois, Pedro e o restante do pessoal chegaram para ajudar com o preparo da comida. Meu pai olhou para Luciano calmamente antes de voltar aos seus afazeres e fui ajudar. Anteriormente, era capaz de me virar e ir embora. Desta vez, olhei para Luciano e acenei.
- Você se parece muito com o Bill quando mais novo - Luciano disse e assenti lentamente. - Você quer que eu lhe diga imediatamente como estou me culpando por tudo que perdi sobre você nos últimos tempos?
Olhei para ele calmamente.
- Eu não culpo ninguém por nada - falei calmamente. - O senhor e o meu pai seguiram por caminhos diferentes, mesmo que esse incidente tenha sido causado por um homem que fazia mal o próprio serviço.
- Sim, mas o que desejo dizer é que você e o Bill podem contar comigo a partir desse momento em diante. Não posso voltar ao passado, então pelo menos me deixe consertar com antecedência nossa relação.
- O que o senhor está querendo começar nesse momento? Sei muito bem o que se passa na minha cabeça sobre você nesse momento e não quero forçar nada nesse instante - falei. - Tive uma imagem estranha sobre o senhor conforme crescia e não será de uma hora para outra que vou mudar.
- Está bem então. - Luciano disse com uma expressão entristecida.
- Não estou dizendo isso. Quero dizer que vai demorar para essa imagem que tenho sobre você mudar na minha cabeça, não é algo que vai acontecer de uma hora para outra - falei e soltei um suspiro. - Apenas vamos deixar o tempo passar naturalmente.
Coloquei minha mão em seu ombro com delicadeza, dando-lhe um pequeno sorriso.
- Apenas deixar o tempo passar naturalmente - ele murmurou, com uma expressão alegre.
- Mas você tem que fazer as pazes com o meu pai - Falei calmamente e ele assentiu. - Por alguma razão que desconheço, ele quis convidar você também para o nosso almoço, então não sei muito sobre o que ele está pensando nesse momento.
Antes que ele abrisse a boca, a porta foi aberta e meus tios, junto com Jéssica, entraram. Quando o olhar da minha tia encontrou o de Luciano, a expressão dela escureceu.
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Gostaram?
Até a próxima 😘
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