Capítulo Trinta e Seis
Vicente Johnson:
Enquanto desfrutamos do delicioso café da manhã, os sons de conversas animadas e risadas preenchiam a cozinha. Stefano, com seu sorriso contagiante, parecia radiante por ter toda a família reunida em torno da mesa.
De repente, ouvimos uma batida na porta da frente. Todos se entreolharam, curiosos para ver quem poderia ser. Meu pai levantou-se e foi abrir a porta, revelando uma surpresa inesperada: Milena e Donald na porta, com um rapaz incrivelmente bonito ao lado da minha amiga.
— Bom dia, espero que não estejamos atrapalhando? — Milena perguntou.
— Não seja boba, vocês são de casa — falei e dei espaço para eles entrarem. — Esse seria o tal do Jonas?
Jonas sorriu para mim.
— Imagino que já tenha ouvido falar de mim — Jonas disse com um sorriso tímido. — Espero que tenham sido coisas boas.
Milena deu uma cotovelada nele, o que resultou em uma risada complementarmente divertida. Eu dei passagem para eles e o restante do pessoal acenou da cozinha com expressões curiosas ao notarem Jonas.
Sério? Pelo menos disfarcem a curiosidade estampada no rosto.
Os gêmeos pularam do lugar e foram na direção dos meus amigos, dando beijinhos neles.
— Bom dia, meus amores — Donald disse. — Como estão os meus sobrinhos mais queridos?
— Somos os únicos sobrinhos que você tem — Gabriel disse.
— Sim, os únicos que são seus queridos — Otávia falou, fazendo um beiço.
— Isso é verdade até certo ponto — Donald disse, soltando uma risada, e olhou para Milena com divertimento.
— Quem seria esse rapaz bonitão? — Eleonora perguntou, finalmente interrompendo a cena.
— Ele é um amigo meu, Jonas Azevedo — Milena disse e pareceu envergonhada. — Ele quis me acompanhar na consulta com a minha médica e acabei entrando na dele, e viemos juntos até aqui depois da consulta, e ele não quis me deixar sozinha.
— Agora é minha vez de perguntar, quem seria essa moça que está usando uma roupa fantástica? — Donald disse, apontando para Eleonora.
— Eleonora Ricci — a mulher falou, estendendo a mão para Donald e para os demais. — Mãe do Luigi e do Stefano, agradeço por me chamar de estilosa. Devo dizer que você e sua amiga também são muito estilosos, inclusive esse Jonas Azevedo.
Meu pai riu.
— Espero que tenham espaço para comida, o Stefano quem fez o café da manhã — meu pai disse, apontando para a mesa.
— Iríamos adorar, mas antes precisamos conversar com o Vicente em particular — Milena disse, me puxando para longe, com Donald atrás da gente. — Podem ir se apresentando para o Jonas e evitar as coisas constrangedoras.
— Esse é o meu trabalho — Donald disse, divertido.
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Ela nos arrastou para o quintal de casa e explicou a situação do que havia acontecido. No final de tudo, ela estava olhando em nossa direção com divertimento, e o Donald olhou da mesma forma, como se essa fosse a situação que ele mais adorou ouvir.
— Deixa eu ver se entendi direito, seu amigo de infância se declarou para você ontem à noite e você simplesmente surtou e o beijou no seu escritório. Depois disso, saiu correndo? — disse Donald lentamente, com um sorriso ainda em seu rosto. — Você sabe o quanto isso é loucura.
Dei uma cotovelada nele.
— Na verdade, é uma reação bem normal, se a outra pessoa também sentir algo quase na mesma intensidade — falei.
Milena me olhou chocada.
— Por que você está parecendo o meu pai, Daniel, ao dizer isso? — Milena disse e estremeceu. — Eu não sei o que sinto pelo Jones, está bem? Ele tem sido muito bom nos últimos dias, quando não me faz lembrar da pessoa que ele era na infância. Mas vejo ele como o belo homem que ele se tornou — Essa última parte foi especialmente direcionada a o Donald.
Donald franziu a testa, processando as palavras de Milena por um momento. Seu olhar passou da surpresa para uma expressão pensativa.
— Bem, Milena, acho que você tem um dilema interessante nas mãos. É compreensível que você esteja confusa sobre seus sentimentos. Afinal, pessoas mudam ao longo do tempo, e o Jones parece ter evoluído bastante. Mas só você pode decidir o que é melhor para você. — Falei.
Milena assentiu lentamente, ainda insegura.
— Eu sei que é uma decisão difícil, Donald. Não quero me machucar novamente, mas também não quero perder a chance de ser feliz. — Ela disse. — Ainda tem a minha gravidez e se depois ele desistir por ter que criar o filho de outra pessoa.
Eu coloquei minha mão em seu ombro, oferecendo apoio.
— Milena, o mais importante é seguir seu coração. Só você sabe o que realmente sente pelo Jones. Se ele tem sido bom para você e você o vê como o homem maravilhoso que se tornou, talvez seja hora de considerar dar uma chance a esse relacionamento. — Falei. — Você só vai saber se tentar e ainda por cima pelo que me contou ele tem sido maravilhoso em cada detalhe, mas lembre que você não precisa de ninguém para ser forte.
Donald assentiu em concordância.
— Eu concordo com o Vicente. Às vezes, é preciso correr riscos para descobrir as reais intenções das pessoas. E se você e o Jones compartilham uma conexão especial, pode valer a pena explorar essa possibilidade. — Donald falou.
Milena sorriu, sentindo-se reconfortada com nossas palavras de encorajamento.
— Obrigada, vocês dois. Acho que preciso refletir sobre tudo isso e conversar com o Jones. Também não posso mergulhar de cabeça em uma relação ainda mais com um bebê a caminho e ainda sendo a pessoa que está de frente com as ações da minha família — Ela disse.
Eu sorri e apertei sua mão suavemente.
— Estamos aqui para apoiá-la, Milena, não importa qual seja sua decisão. E lembre-se, o amor pode ser complicado, mas também é uma das coisas mais bonitas que existem. — Falei.
Enquanto Milena me escutava, seu rosto mostrava uma mistura de incerteza e esperança.
— Tenho que pensar com muita calma e não magoá-lo — ela disse. — Não aguentaria fazer algo desse tipo!
Sorri na sua direção e dessa vez nossos olhares pousaram em Donald. Ele fingiu indiferença, olhando para as unhas da mão.
— E por que você está ansioso agora? — Milena disse, apontando para o pé dele que estava batendo no chão furiosamente e também para o olho esquerdo que piscava em uma velocidade assustadora. — Encontrou a irmã da sua avó?
— Quem me dera que fosse isso — ele disse, fazendo uma expressão de desinteresse. — Eu estava voltando para casa depois de uma noite divertida, não se preocupem, tomei muito cuidado. Mas então, quando cheguei em casa um tempo depois, um casal e o filho deles apareceram procurando por mim, dizendo que eu era o filho do homem. Eles fizeram um exame de DNA com as informações que o detetive contou e ainda contaram com a ajuda de um médico que conhecem.
Ele retirou um pedaço de papel da bolsa e nos mostrou.
Olhei para a folha do exame cuidadosamente.
— Como você reagiu depois disso? — perguntei calmamente.
— Só pedi que se retirassem e que iria querer fazer um exame novamente," Donald disse.
— Quais são os nomes dessas pessoas? — Milena perguntou.
— Johnny Ferreira, Mary Ferreira e o filho se chama George Ferreira — Donald disse desinteressado. — Me deram o número de telefone para entrar, mas não vou fazer isso e nem quero que vocês façam alguma coisa.
Pegou o papel do exame e o colocou de volta no bolso da calça, voltando para dentro de casa. Milena e eu nos olhamos antes de voltarmos para dentro.
Meu queixo caiu assim que voltamos para junto dos outros e vi Jonas se divertindo com as brincadeiras dos gêmeos. Pedro veio por trás de mim e beijou minha bochecha.
— Acho que sua família gostou bastante desse tal de Jonas — disse Pedro baixinho em meu ouvido enquanto colocava a cabeça na curva do meu pescoço. — Até os gêmeos estão mimando ele.
— Eles também fazem o mesmo com você — falei, divertido. — Está com ciúmes de perder os filhos.
Ele fez um beiço que me lembrou um pouco dos gêmeos quando ficam de mau humor, o que me fez soltar uma risada. Então, beijei seus lábios com delicadeza, sentindo-me calmo e em paz.
— Sei que ele não vai roubar meus filhos — Pedro disse.
Enquanto Pedro falava, senti o calor de suas palavras e o toque suave de seus lábios na minha pele. O momento era agridoce, pois eu sabia que Jonas estava se encaixando bem na nossa família, mas também entendia os sentimentos de Pedro, que se preocupava em perder espaço na vida dos gêmeos.
— Pedro, você é um pai incrível para os nossos filhos, e nada vai mudar isso. O carinho que os gêmeos têm por Jonas não diminui o amor que sentem por você. Nossa família é grande o suficiente para acolher a todos. — Falei segurando sua mão carinhosamente.
Ele sorriu, sentindo-se reconfortado pelas minhas palavras, e me puxou para um abraço apertado. Ali, cercados pelo barulho das risadas das crianças e a felicidade que preenchia o ambiente, percebi o quanto éramos abençoados por ter aquela família unida e amorosa.
Após alguns minutos, Milena se aproximou, com os gêmeos ao lado, ansiosos por mais brincadeiras. Pedro, sempre brincalhão, começou a fazer caretas engraçadas, fazendo todos rirem, inclusive as crianças.
Enquanto observava o sorriso radiante de Pedro, a convivência com ele se tornou mais leve e agradável. O dia seguiu repleto de alegria, com momentos de cumplicidade entre nós, pais orgulhosos, e as crianças que nos preenchiam com tanto amor e alegria, tornando-nos uma família feliz.
Olhei para Jonas e Milena, que estavam sorrindo e rindo junto com as crianças, e percebi que suas presenças enriqueciam ainda mais a felicidade da minha amiga. Eu estava grato por eles serem assim e por trazerem tanta alegria à vida de Milena. Meus pais também riam divertidos um com o outro, e Eleonora contava o passado de Luciano e Donald, enquanto eles se interessavam em cada história que aquela mulher contava sobre suas aventuras.
Mario e Stefano conversavam sobre alguma coisa, mas com enormes sorrisos no rosto, e Luigi mexia no celular com uma expressão de alegria que irradiava felicidade.
Envolvidos pela paz e harmonia daquele dia, eu sabia que as incertezas do futuro poderiam surgir, mas nosso amor e a força da nossa união seriam sempre nossos guias. E, juntos, estaríamos prontos para enfrentar cada capítulo que a vida ainda tinha para nos oferecer.
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Gostaram?
Até a próxima 😘
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