Capítulo Seis

Vicente Johnson:

Donald caiu em cima do meu sofá completamente exausto e Milena olhou para sua direção com um sorriso divertido.

— Vicente, quanto tempo você levou para fazer essa lista de comidas? — Donald perguntou.

— Eu estou preparando tudo para que a gente se divirta e ainda está resmungando — Falei.

— Mesmo assim, é só uma festa para duas crianças — Donald falou. — Isso é muita coisa para que comemos.

Olhei para a lista com as comidas que as crianças iriam gostar de saborear, mas eram tão gostosas para os meus filhos que merecem tudo do bom e do melhor.

— Que tal diminuir um pouco a lista e ao invés de onze pratos, pode fazer cinco só que em maior quantidade — Milena falou e pensei em qual seria a melhor opção. — Vai ser fantástico de qualquer maneira e poderá pensar nas coisas sem nenhum problema.

— Está certo que são muitos pratos, mas são pelas crianças — Falei.

— Vicente, eles são crianças, vão se divertir com os amigos e não se lembrar de uma grande festa — Donald falou e olhou para o celular, mostrou a tela com as fotos dos gêmeos se divertindo com os amiguinhos em todas as festas que foram convidados. — Eles querem se divertir e lembrando que eles não tem um paladar tão aguçado para tantos doces e salgados, mesmo que adorem sua comida.

— Não exagera tanto — Milena falou, pegou a lista da minha mão e rasgou metade do papel. — Pronto os cinco melhores pratos.

Me entregou sorrindo completamente orgulhosa. Antes que fizesse qualquer coisa, ouvi um grito do lado de fora.

Corri para ver que Stefano ao lado do irmão e do esposo soltando uma risada com ambos caídos no chão com uma caixa toda quebrada ao redor.

— Vocês estão bem? — perguntei.

— Sim, foi só porque o Luigi está distraído com alguma coisa — Stefano falou e pegou a caixa. — Quase destruindo os temperos que o papai enviou, onde está a cabeça?

Luigi levantou-se arrumando suas roupas.

— Estoy perfectamente bien — Luigi disse e se virou para me olhar. — Desculpa por ter feito esse barulho todo por causa de alguns temperos.

Assim como o seu irmão, ele tinha um certo sotaque ao falar em outra língua.

— Sem problemas — Falei e olhei para a caixa e senti o cheiro dos temperos. — Eles são temperos naturais?

— Sim, feitos pela fazenda da família ou no caso do meu pai no tempo livre — Stefano falou com um enorme sorriso. — Vicente, você tem um ótimo olfato.

— Crescendo com um pai que ama cozinhar e ainda tem seu próprio restaurante sabe reconhecer qualquer tempero — Falei.

— Acho que é melhor pegar uma vassoura para limpar isso — O noivo de Stefano falou e soltou um espirro assim que sentiu os temperos. — Desculpa, acho esses temperos naturais muito fortes.

— Mario, mi amor — Stefano falou. — pelo visto só poucos têm o dom para usar esse tempero natural que meu pai criou.

Sorrindo timidamente.

Donald e Milena se aproximaram e espirram ao sentir o cheiro do tempero que ainda estava no ar.

— Desculpa, mas quem está querendo usar tanto tempero picante desse jeito — Donald falou e limpou os olhos que começaram a lacrimejar.

Milena piscou os olhos alguns segundos antes de espirrar novamente.

— Pelo visto foi essa caixa de tempero que caiu — Milena falou e deu um passo para trás.

— Gente, não é tão forte assim — Falei e três pares de olhos caíram sobre mim. — Vocês são muito frescos.

— Concordo — Stefano disse e se virou para Milena e Donald. — Sinto muito por dizer isso a vocês sem os conhecer direito.

— Já ouvi coisa pior então não estou ofendido — Donald falou e deu de ombros. — Mas por causa disso deve me chamar do fantabuloso Donald quando me ver durante um mês.

— Você não consegue perder uma oportunidade de ser excêntrico — Milena falou. — Já vejo que conheceram o Donald, eu sou a Milena em relação ao assunto de segundos atrás não me importo muito.

— Ele sabe quem você é — Falei e expliquei a situação.

— Então vamos nos ver daqui a três meses no restaurante, estamos de férias — Milena disse.

— Espero que cuidem muito bem de mim — Stefano falou. — Me desculpa mesmo pelo que falei agora pouco.

— Sem problemas — Milena disse com um sorriso.

— Não, como uma maneira de me desculpar permitam que faça uma refeição para vocês — Luigi falou.

— Você não tem que voltar para o seu apartamento? — Stefano falou e estalou a língua. — Julgo que aproveitando a situação para fazer um pedido?

— Não, tenho que ajudar — Luigi disse e pegou os temperos e entrou dentro da casa.

Stefano e Mario olharam para ele com expressões preocupadas, mordi o lábio visivelmente entendendo a situação.

— Já que não tem como negar o almoço — Donald falou depois de todos ficarem em silêncio. — Pelo menos acho melhor ajudar com as coisas do caminhão para a casa.

— Não tem mais nada — Mário falou. — A casa já estava mobiliada, só faltavam os temperos e a louça que compramos, de resto é tudo decorado a mão e já organizado.

— Então vou passar uma dica de como são as coisas no restaurante — Donald disse, puxando a mão de Milena e Stefano. — Temos muito que te ensinar, existem muitas cobras naquele lugar.

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A casa dos meninos souberam muito bem como se manterem organizados em todos os locais da sala de estar até a cozinha.

— Então porque escolheram esse condomínio para morar? — Milena perguntou.

— Bem foi indicação do meu sogro que pesquiso muito assim como a gente — Mario disse. — Também pela localização dele e os lugares que ficam perto.

— Medo do sogro — Falei soltando uma risada.

— Muito — Mario falou e apontou para a foto na lareira e notei o senhor musculoso que abraçava Luigi e Stefano. — Olha o tamanho dele perto de mim.

Notei que tinha uma foto ao lado de Mario abraçando um homem que tinha dois garotinhos de cada lado que sorriam amplamente.

Eu conheci o homem e os garotos.

— Você conhece o Patrick Thompson e o Arthur D'angelo? — perguntei.

— Sim, meu irmão mais velho e meu cunhado — Mario falou. — Patrick tem um temperamento bem forte e o meu irmão um bobo apaixonado, como você o conhece?

— Patrick trabalha com o meu pai — falei.

— Você é o filho do Bill Johnson, devo dizer que seu pai é fantástico só pelo que ouço do meu irmão — Mario disse estalando a língua. Fiquei visivelmente alegre só de ouvir alguém elogiar meu pai. — Chamando seu pai do melhor homem do mundo, palavras do meu irmão e do Patrick.

— Não é para tanto — Falei.

— Esse mundo é muito pequeno — Stefano falou.

— É só uma coisa que poderia acontecer em qualquer lugar — Falei.

— Geralmente não muito — Milena falou estalando a língua.

— Certo, isso vai acontecer em qualquer lugar — Donald falou e revirei os olhos. — Stefano presta atenção na lista das pessoas que não prestam no restaurante.

Voltou a explicar a situação do restaurante e algo nisso  tudo me deixou surpreso assim que ele listou as pessoas que detesta e são completamente venenosas, isso havia se tornado maior desde a última vez que ele mencionou.

— Quantas pessoas você está odiando dessa vez? — Milena perguntou. — Isso é quase cinquenta por cento de quem trabalha conosco.

— Não seja tão dramática — Donald falou e acenou com a mão.

— Sério? Nota os nomes que trabalham com a gente — Milena disse. — metade da sua lista está com essas pessoas.

Soltei uma risada vendo que Donald realmente guarda rancor tão forte de cada um que já magoou ele ou o provocou.

Fiquei conversando até dar hora de ir buscar os gêmeos, falando que já estaria de volta com Milena e Donald discutindo sobre o quão difícil era a lista que Donald estava fazendo.

Não o culpo muito por guardar certas mágoas de algumas pessoas, mas certas coisas que levam o Donald a guardar rancor é completamente besteira.

Mas convencer meu amigo a deixar isso de lado é algo bem difícil de fazer.

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Gostaram?

Até a próxima 😘












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