Capítulo Quatro
Vicente Johnson:
Após deixar os meus bebês na creche que fica a um quarteirão do meu condomínio, voltamos para o carro onde todos estamos perdidos em pensamento.
Eu ainda queria entender a sensação que tive com aqueles rapazes, foi como uma sensação de familiaridade.
Devo estar ficando louco.
- Aonde vamos no centro mesmo? - Donald perguntou. - Tem literalmente vários locais de decoração de festa lá? Porque não pede ajuda para a sua tia também?
Olhei pra ele que estava encostado no encosto do sofá.
- Ela está o culpada e ainda mais como pai é meu dever fazer a decoração de festa para meus filhos - Falei estalando a língua.
- Porque não vamos onde compramos as decorações para a festa do meu pai? - Milena perguntou. - Os atendentes são super gentis e sempre sabem o que queremos de decoração só de ouvir poucas palavras.
Balancei a cabeça, lembrando de como foi aquela festa maravilhosa e a decoração era linda e olha que nunca fui em uma festa tão magnífica daquelas até os gêmeos se divertirem com as outras crianças.
- Bem, até que a decoração ficou fantástica pelo que me lembro e completamente únicos - Falei. - Então seria uma coisa muito boa para fazer, lembrando que vai ser uma festa infantil.
- Amei, ainda fica no shopping - Donald falou pegando a carteira. - Tenho que ver o presente deles e já tenho uma ideia em mente.
- Também preciso - Milena falou. - E agora que lembrei ainda preciso marcar um médico.
- Tenho uma ótima para indicar, ela me ajudou com tudo desde o início - Falei.
Assenti, afinal precisa tomar cuidado com a gravidez dela que está na fase inicial. Donald assentiu e riu.
- O que foi? - Perguntei confuso e Milena também.
- Só pensando que se os pais e irmãos da Milena descobrirem o que a família do Felipe fez com ela, vão surtar - Donald deu voz ao pensamento. - Afinal amam muito a princesa da família.
- Por isso não vou contar - Milena falou. - Vai ser difícil eles me associarem com os incríveis advogados bilionários internacionais Browns e o ator Lorenzo e o meu irmão Antônio também não tem muito tempo livre desde que começou no novo trabalho.
Olhei pra minha amiga e balancei a cabeça, afinal a mesma se parece bastante com os advogados Browns e o irmão dela o ator Lorenzo. Só um idiota não percebe.
- Você sabe que seus pais vão descobrir - Falei voltando a locomover o carro. - Eles descobrem tudo, também acho que isso de esconder as coisas é uma má ideia.
- Seja sincera com eles - Donald falou. - Amiga, você não é a errada em nada disso e sua família vai entender.
Ela soltou um resmungo, afinal seus pais são iguais ao meu que no caos são superprotetores.
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No restante do caminho, ambos ficaram conversando enquanto me concentrava em dirigir, e percebi um carro preto mega chique andando ao lado do ônibus, os vidros dele pretos.
Balancei a cabeça e ignorei isso e prestei atenção na conversa dos meus dois amigos e devo admitir que ela me fez cair na risada. Afinal, ambos estavam falando da família Almeida, a família do Felipe e como eles eram escrotos.
Ficamos nisso e quarenta e cinco minutos depois chegamos no shopping, entrei na garagem e procurei a melhor vaga para não ter que ficar com dor nas costas de tanto carregar peso das sacolas de compras.
Entramos no shopping e sempre admiro que todos os shoppings tem três andares com diversas loja, praça de alimentação e um cinema que é a minha parte favorita.
- Vou atrás do meu presente! - Donald falou. - Você vem comigo Milena?
- Também, vou com você - Milena falou. - Não, vou te deixar sozinho igual da última vez.
- A culpa não é minha, aquele cara que deu em cima de mim - Donald falou.
- Donald, você foi parar em um sex-shop e ainda quase fez sexo no provador - Milena falou.
- Quase por culpa de vocês - Donald retrucou.
Ambos se despediram sem perguntar se precisaria de ajuda com algo em relação a festa dos meus filhos, mesmo que os tivesse convidado só para ver isso. Mas entendi que não queria ficar perto de mim para ajudar na decoração, afinal sou um pouco controlador na parte de escolher as coisas e ainda fico xingando se a outra pessoa estiver errada.
Meu pai me ensinou assim.
Fui andando e observando as lojas e cada uma era maravilhosa e até mesmo as pessoas que passavam por ela. E ver pais e filhos andando juntos é incrível, que me faz lembrar do meu pai do seu carrinho comigo e de como cuidou de mim sem ter ninguém por perto, nem meu outro pai que o abandonou sem dizer mais nada e só desapareceu.
Claro que ele não estava completamente sozinho, afinal tinha a minha madrinha Sara ao seu lado.
Seis minutos andando cheguei em frente a loja de decorações e vejo dois conhecidos meus.
-- Manuel, Lucas! - Chamei e os mesmos se viraram pra mim. - Oi!
Manuel sorriu pra mim. Lucas é o irmão de Manuel que vestia sua roupa de motorista e segurança do irmão e tinha várias sacolas na mão.
- Oi, Vi - Manuel me comprimentou. - O que faz aqui? Veio atrás da decoração da festa dos gêmeos?
Me aproximei dele e pude perceber o barrigão dele de seis meses.
- Acertou, estou atrás de uma decoração - Falei. - E você?
- Comprando algumas coisinhas pra minha casa - Lucas falou. - Meu irmão quis vir junto, só para andar. Novamente só queria aproveitar minha folga.
- Claro, que precisava vir - Manuel falou. - Estava sem nada pra fazer em casa, como também sei que o seu gosto para algumas coisas é duvidoso. Não posso deixar que a minha bebê veja que o tio tem péssima gosto.
Lucas revirou os olhos, e ri baixinho.
- Onde estão a minha cunhadinha e o Donald? - Manuel perguntou. - Tenho certeza que vieram com você.
Sorri pois Milena ama o Manuel como um irmão, e odeia ficar sem ver ele ou alguém da família dela.
- Comprando presente para os gêmeos, e ainda tendo que marcar um médico - Falei. - Milena, está com muita coisa na cabeça nesse momento.
- O que aconteceu? - Manuel perguntou enquanto seu sorriso diminuía. - Porque ela tem que marcar um médico?
- Não é grande coisa - Falei.
- Sei quando está mentindo, então quer dizer que é grande coisa - Manuel falou. - Em que direção ela foi, Milena precisa de mim, vamos Lucas! Depois nos encontramos com você.
Manuel saiu puxando o irmão a toda velocidade, atrás da minha amiga que possivelmente vai encontrar alguma solução razoável para o porque ir ao médico a deixou neurótica.
Observei eles irem e depois virei para entrar na loja, no exato momento que me senti ser observado olhei por cima do ombro e não vi ninguém. Dando de ombros entre na loja.
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Fiquei até com um pouco de pena do vendedor a ver que sou uma pessoa bem complicado de querer ajudar na parte de escolher a decoração de uma festa bem pequena, mas depois de quase duas horas e meia escolhendo a decoração de selva. já que meus filhos amam animais selvagens pagando tudo e pedindo para levarem a decoração minha casa daqui três dias e sai da loja.
Do lado de fora meu celular começou a tocar como um doido e quando o tirei do bolso sorri ao ver no visor o nome do pai.
- Oi, pai - Comprimentei.
- Oi, como estão as coisas? - Ele perguntou do outro lado. - Tenho novidades fantásticas!
Sai andando da frente da loja e me sentei naqueles bancos que todos os Shoppings devem ter.
- Quais são elas? - Perguntei.
- Finalmente consegui fechar um contrato milionário com uma empresa para poder ajudar no preparo da comida! - Meu pai falou feliz da vida. - Em breve seremos um nome renomado, Tudo graças aos meus meus queridos.
- Parabéns, pai! Sabia que o Patrick, Lúcia e Luis seriam de grande ajuda quando começaram a trabalhar no restaurante - Falei. - Eles são os melhores, ainda Agora que a marca de roupas do Vinícius está vendendo por todo país e ainda no Brasil!
Fiquei feliz de meu pai realizar o grande sonho dele de ter uma filial numa grande empresa. Como os meus amigos dos Estados Unidos estão se dando bem nas próprias carreiras.
- Obrigado, filho - Ele falou do outro lado. - E você tem alguma novidade?
Travei, afinal não queria dizer que Pedro me encontrou aqui em São Paulo e fez o primeiro contato.
- Não - Menti. - Só vendo a decoração para a festa dos gêmeos! Você vem né?
- Claro que sim! Não posso perder nenhum aniversário dos meus netos e ainda fazer a comida junto de você - meu pai falou feliz da vida. - É uma tradição para mim, já deixei tudo preparado para que possa viajar amanhã pela manhã e te ajudar com o restante das coisas.
Meu coração se aperta de saudades de não ter ele ao meu lado, e não poder abraçá-lo quando faz um gesto de carinho comigo.
- Pai, eu te amo - Falei. - Obrigado por tudo que fez por mim durante todos esses anos.
- Eu também te amo, filho - Papai falou e ouvi um barulho de algo caindo do outro lado e um choro de criança - Vicente Preciso ir, o filho do Patrick derrubou a filha do Luis no chão e a mesma está começando a chorar.
Ele se despediu, fiz o mesmo e desligamos. Fiquei olhando pra tela do meu celular.
- Que bom que seu pai está bem - Ouvi uma voz masculina ao meu lado. - Faz um certo tempo que não o vejo.
Olhei pro lado, vendo Ângelo surgiu no meu campo de visão.
Só pode ser sacanagem, o que fiz para ver dois desgraçados de uma vez.
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Gostaram?
Até o próximo 😘
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