Vicente Johnson:

Tratei de avisar a todos sobre o pedido em um grupo por mensagem, com Pedro ainda grudado em mim e as crianças fazendo o mesmo.

Posso dizer que os três têm algo bastante em comum, ficam em cima de mim como se estivessem protegendo a coisa mais bela de todo o mundo.

Olhei para as alianças novamente com o coração completamente calmo e emocionado; teria que aproveitar bastante as coisas até que o pessoal surgisse com as inúmeras perguntas.

— Se quiser, posso dizer para o pessoal vir amanhã para saberem do pedido — Pedro disse. — Só nós ficaríamos para comemorar hoje, afinal seus pais e o Luigi nem estão no país.

— Bem, isso seria ótimo — Falei e olhei para a tela do celular quando o rosto do meu pai apareceu. — Eles não vão deixar passar.

— Todos são muito curiosos e emocionados — Pedro murmurou, e olhei para ele completamente divertido.

— Não tem que ser assim, vamos ficar muito tempo juntinhos — Falei.

— Sim, planejando o casamento — Os gêmeos disseram.

— Pode apostar — Falei, beijando ambos no rosto; eles riram divertidos ao mesmo tempo que meu coração se abriu com tudo.

Meus tios e prima estavam ali no batente; Donald logo em seguida, Milena junto de Jonas com expressões ansiosas, e por último Stefano e Mario.

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Meia hora depois, eu estava olhando para uma cena divertida: Pedro olhando para a expressão séria que meus pais fazíamos através da tela do computador, sem hesitar nem um pouco. Pedro, que olhou alternadamente para a tela do computador e para eles por um tempo, como se tal atitude fosse surpreendente, ergueu imediatamente a ponta do nariz.

— Olha, eu sei que o pedido foi muito repentino e nem pedi a permissão de vocês para ter a mão do Vicente. Acho que estava vendo que já tinhamos, afinal temos dois filhos e uma futura filha a caminho, ou porque já ficou com pavor de não pensar em não poder me casar com o Vicente?

Meu pai Bill ergueu ligeiramente as sobrancelhas e as abaixou. Parecia que ele faria isso se quisesse. Pedro, que estava nervoso, olhou para eles como se esperasse uma decisão de vida ou morte.

— Já chega de tanto suspense — Minha tia Sarah falou da cozinha e apareceu com a cabeça, e soltei uma risada. — Bill Johnson, pare de fazer isso, o rapaz já está tremendo todo.

Pedro abriu a boca, mas ela se fechou automaticamente.

— Ah, meu filho. — Meu pai Bill disse, soltando um suspiro. — Eu sei que você está feliz com tudo isso.

— Estamos apoiando tudo o que fizer — Meu pai Luciano disse calmamente. — Tudo o que você quiser para sua própria felicidade, e sei como o Pedro e as crianças fazem parte dessa felicidade.

Abraçou meu pai Bill e deu um beijinho no rosto dele com delicadeza.

— Realmente, eles são a minha felicidade — Falei e beijei Pedro com delicadeza. — Então, a gente tem a sua permissão?

Não houve resposta imediata.

— Vocês têm nossa permissão para se casarem um com o outro e serem felizes — Meu pai disse e olhou para Luciano com um imenso sorriso no rosto.

— Além disso, ligamos também porque temos algo a dizer. — A voz do meu pai estava um pouco mais relaxada do que alguns minutos atrás.

Senti uma certa sensação estranha nesse momento. Eu também estava preocupado em relação aos pais de Pedro e como vão reagir à notícia do casamento. Ava disse que eles estão bem, e embora não parecesse quando Pedro e eu ficamos noivos pela primeira vez, eles acabaram organizando as coisas de uma vez por todas em cada detalhe e ficaram surpresos de como fiquei completamente controlador em cada detalhe.

— Quando planejam se casar? — Meu pai Luciano perguntou, me trazendo de volta à realidade. — Digam para podermos nos organizar.

— Bem, isso não será algo tão imediato. — Falei.

— Sim, mas eu estava pensando o tempo todo quando fomos casar antes da bebê nascer. — Pedro falou.

— Apenas temos que decidir isso com calma. — Falei.

Meu pai Bill deu uma risada suave.

— Vocês têm todo o tempo do mundo para planejar isso. O importante é que estão felizes. — Ele disse com um sorriso.

Luciano assentiu.

— Com certeza. E nós estaremos aqui para apoiar em tudo o que precisarem — Luciano disse.

Pedro sorriu, visivelmente aliviado.

— Obrigado, de verdade. Significa muito para nós. — Piscou um olho. — Pode deixar vamos cuidar dele.

Minha tia Sarah se aproximou, um sorriso brincando em seus lábios.

— Bem, agora que o suspense acabou e vocês têm nossa bênção, acho que é hora de comemorarmos! Imagino que agora podemos usar aqueles álbuns de casamento que você fez — Minha tia falou e meu pai sorriu amplamente. — São quantos álbuns de ideias? Ainda tem os que a Lorraine tem guardado e só está esperando a oportunidade de usar.

— Sim, estamos conversando diretamente sobre as escolhas que temos para o casamento desses dois — meu pai disse e olhou para mim de forma cética. — O que? Sabíamos que em algum momento vocês iriam se casar, então aproveitamos para ver algumas decorações para o casamento.

— Eu juro que eu e Charles tentamos impedir que eles fizessem algo que fosse grande demais para o que vocês possam desejar — meu pai Luciano falou.

Olhei para Pedro, que estava surpreso. Acho que dessa vez vou ter que deixar a organização do casamento um pouquinho com a minha sogra, e o meu pai seria ótimo para mim por causa dessa gravidez não ser muito estressante e não me fazer ter algum problema do gênero.

— Contando que eu possa me casar com o Vicente, já está muito bem para mim chamá-lo de meu esposo por toda a vida — Pedro disse e me deu um rápido selinho nos lábios. — Só quero que tudo seja perfeito para o mesmo e que seus sonhos sobre o casamento se realizem.

— Então está tudo em concordância — minha tia falou com um sorriso grande.

— Então vou me preparar para mandar as ideias para vocês — meu pai disse, então fez uma expressão pensativa antes de olhar para Luciano por alguns segundos. — Vicente, posso pedir que você fique de olho no que o Stefano está preparando para o casamento dele? Seu pai está preocupado com as decisões que ele e o Mário vão tomar para tudo isso.

— Isso seria muito bom, afinal nem parece que ele vai casar e ainda está com o processo de adoção acontecendo — meu pai Luciano disse.

Sorri amplamente e concordei com a cabeça. Seria uma ótima ideia ajudar Stefano com tudo o que ele precisasse do casamento e ainda mais incrível para estreitarmos nossos laços como irmãos. Nesse momento, Stefano se aproximou com um copo d'água.

— Então, como está a conversa sobre o assunto da bênção? Lembro que o pai quase fez Mário ter um treco de tão nervoso que o deixou — Stefano falou.

— Está indo às mil maravilhas — falei. — Mas estava pensando que pudesse me deixar te ajudar com os preparativos do seu casamento.

— Isso seria maravilhoso — Stefano disse com um sorriso, bebendo o copo d'água lentamente. Notei que ele estava escondendo alguma coisa. — Quer dizer, seria incrível se eu e Mário não tivéssemos aproveitado para ir no cartório mais cedo e nos casado ali mesmo, e tivéssemos desistido de fazer a festa de casamento. E posso dizer que temos o Donald como testemunha da nossa união.

Uma pausa tensa ficou no recinto. Meu pai olhou para Luciano, assim como minha tia, e todos esperando a próxima reação dele.

— Stefano, vou te dar três segundos para se explicar do porquê de ter cancelado a festa — Luciano disse lentamente.

— Pai, eu e Mário já moramos juntos e fazemos tudo que pessoas casadas fazem. Achei melhor só assinamos os papéis do cartório e esquecer essa festa — Stefano disse. — Então pensei por que fazer uma festa imensa e gastar uma enorme quantidade de dinheiro para um único dia.

— Para a sua família se reunir — Luciano disse.

— Pai, eu converso com você, o Bill e a mãe quase o tempo todo e com o Luigi ainda mais. E ainda vemos o Vicente e as crianças todos os dias — Stefano disse. — Foi uma ótima decisão, isso tirou um enorme peso dos meus ombros e do Mário, que já estava um amontoado de nervos. E ainda mais desastrado em casa. Semana retrasada, quase engoliu uma colher de plástico.

— Mas...— Luciano começou.

Stefano não esperou que ele continuasse e se afastou de nós. Meu pai se despediu, enquanto Luciano ainda estava em choque. Minha tia foi atrás de Stefano, quando comecei a me levantar.

— Isso explica por que ele estava tão calmo e relaxado hoje — falei para Pedro.

Donald se aproximou com Milena. Minha amiga tinha uma expressão emburrada, olhando para o outro. Sua barriga de quase seis meses estava aparecendo, e ainda tinha a aliança de namoro que ela e o Jonas escolheram para oficializar a relação deles algum tempo atrás. Segundo ela, foi ela quem pediu em namoro e, segundo suas palavras, ele derramou litros de lágrimas de felicidade.

— Então você foi a testemunha do Stefano e nem ousou dizer nada para ninguém — Milena disse.

— Eu só fiz o que ele pediu para guardar segredo até que eles tivessem certeza se iriam cancelar a festa ou não — Donald disse, revirando os olhos. — Não é como se tivesse acabado de cometer um crime. Desde que sua barriga começou a crescer, você e o Vicente estão muito dramáticos com qualquer coisa. Uma festa de casamento cancelada não é como se o casamento fosse dar errado. Um exemplo disso é o caso dos meus avós, que não tiveram festa e continuaram juntos por bastante tempo.

— Quem você está chamando de dramática? Estou perfeitamente bem — Milena falou irritada.

— Claro que está — Donald retrucou. — Esqueça tudo sobre o casamento dos outros. O único casamento que deve te interessar é o do Vicente.

— Com certeza — Milena disse e sorriu na minha direção. — Ainda mais comigo sendo escolhida para ser a madrinha do casamento.

— Pode apostar que já estou pensando em como vai ser a festa mais grandiosa do mundo — Donald falou com um imenso sorriso no rosto. — Só lembre-se de todas as festas que ele organizou para ele, os gêmeos, você e para mim. Todas foram muito perfeitas, sem falar das que ele fez para comemorar algo relacionado ao restaurante.

— Assim fico até envergonhado — falei, divertido com essa maneira que ambos me elogiam tanto.

— Você sabe que é a mais pura verdade. Você sabe fazer uma organização perfeita de festas — Milena disse. — Só exagera quando o assunto são os gêmeos. Lembro que uma vez, em um evento escolar, se reuniu com todos os pais para arrecadar dinheiro para a instituição. Ficou um pouco super controlador com os outros pais, que tiveram medo de você por um ano inteiro.

Pedro me olhou surpreso. Lembro perfeitamente dessa ocasião e dos outros pais que estavam com medo de me ver sendo super controlador para fazer as coisas. Tiveram pavor de me irritar por muito tempo, a ponto de, quando os filhos deles brincavam com os meus, os adultos faziam o possível para não me irritar com algo que eu organizasse. Não vou mentir, foi muito bom ver como aqueles pais tinham um certo pavor de mim.

— Vai ser interessante ver esse seu lado — Pedro sussurrou.

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Até a próxima 😘