Capítulo Nove
Vicente Johnson:
No momento em que senti minha respiração parar, acordei do meu sonho. Sentando na cama e engasgando, começando a suar frio e meu coração batia forte.
Foi um pesadelo muito terrível.
Eu balancei minha cabeça, queria me livrar do pesadelo rapidamente. Mas, por outro lado, parecia que jamais conseguiria esquecer aquele sonho.
No entanto, quanto mais olhava para a memória do sonho, mais ela desaparecia como se ele tivesse sido encharcado de água. Levantei da cama com uma dor de cabeça latejante. Coloquei água no copo e bebi, mas minhas mãos de repente ficaram fracas e me apoiei na beirada da pia.
Jéssica entrou na cozinha e viu meu estado então correu para mais perto, passando a mão delicadamente nas minhas costas.
— Vicente! Você está bem? — Ela perguntou. — Sabia que foi uma boa ideia eu dormir aqui, parece que viu uma assombração ou foi enterrado vivo.
— Estou bem...só foi um pesadelo — Falei estalando a língua.
— Melhor sentar e se recuperar um pouco, deve ter sido o pesadelo do século só pelo seu estado — Jéssica falou e me levou até uma cadeira se sentando à minha frente. — Foi uma péssima ideia ter ficado só lendo aqueles papéis com as informações daquele cretino do Ângelo.
Eu balancei a cabeça. De repente perdi a força em minhas mãos, um sentimento sinistro tomou conta de mim enquanto pensava nas informações que Ava havia me fornecido e das intocáveis vezes que Ângelo havia planejado alguma coisa contra mim.
Quando de repente voltei meu olhar para minha prima, vi que a falta de reação da minha parte acabou fazendo com que ela olhasse para mim mais atentamente.
— O que? — Falei Inclinando a cabeça com espanto. — Estou me recuperando, só preciso aproveitar o silêncio antes que os gêmeos acordem. — Notei que ainda não eram seis da manhã. Portanto, não posso ficar com a mente tão ocupada com coisas banais — Tenho muito que fazer para começar o dia.
— Vicente, eu cuido de tudo isso, então você pode descansar por agora. — Jéssica falou e levantou um dedo para me calar. — Estou fazendo isso para ajudar, deve aprender a aceitar minha ajuda quando está com uma certa coisa na cabeça apenas descanse um pouquinho. Sei como cuidar dos meus sobrinhos.
— Sim, eu sei que você sabe. — Falei e olhei para a mesma que levantou apertando meu ombro com delicadeza. — Obrigado. Mas o que aconteceu que fez me visitar ontem que acabei esquecendo? Por que disse que estava precisando relaxar um pouquinho ?
— Ah, é isso! — Jéssica falou, arregalando os olhos como se lembrasse disso naquele momento. E como se estivesse feliz por ser o primeiro a me dar essa notícia, ele sorriu amplamente. — Meu pai e a Sarah tiveram a ideia de comprar um parquinho para que os gêmeos tivessem onde brincar quando fossem visitar.
— Eles não precisam gastar dinheiro nisso — falei.
— Eles querem aproveitar para que eles tenham o melhor de cada coisa enquanto crescem — Jéssica falou. — São só muito babões pelas crianças assim como todo mundo faz, não tem que resmungar do que compramos para as crianças.
Ela se virou e piscou para mim com um amplo sorriso antes de sair da cozinha me deixando sozinho.
************************************
Dito e feito, Jéssica não me deixou fazer nada o tempo todo que até levou os gêmeos para a escolinha, falando para que ficasse em descanso um pouco até que me sentisse melhor. Como também disse que iria conversar com o pai sobre tudo pessoalmente, mesmo que tenhamos enviado uma mensagem para o meu tio sobre o que havíamos descoberto.
Olhei para o cartão com o número de Ava, soltei um suspiro pensando que talvez devesse deixar as coisas continuarem como estão.
Soltei um suspiro e mandei uma mensagem, dizendo que vou querer um encontro com Pedro daqui meia hora. Em segundos a mesma respondeu e enviei uma localização para onde pudéssemos nos encontrar.
Troquei de roupa, saindo de casa em segundos indo em direção ao café com uma certa cautela.
Meia hora depois estacionei em frente, desci e vi que Pedro já havia chegado e estava à minha espera. Me aproximei da mesa e ele se levantou e notei atentamente como estava com uma expressão desgastada e com o rosto um pouco mais fino do que a três anos atrás.
— Achei que nunca iria querer marcar um encontro comigo em um lugar público — Ele disse e deu um sorriso tímido. — Fico até feliz que tenhamos um pouco de tempo só para gente.
— Vamos pedir alguma coisa, não tomei café e pelo visto nem você — Falei, me sentando e pegando o cardápio. Pedro se sentou com calma e pedimos dois copos de café para o mesmo e alguma coisa para comer. — Faz quanto tempo que não está dormindo? Agora que estou reparando você está com uma expressão péssima, está se alimentando ou dormindo direito.
— Desde que você foi embora, não tendo vontade de comer muito e durmo muito bem — Ele disse e voltamos a ficar em silêncio. — Mas nada disso é sua culpa, acaba sendo algo completamente que veio do meu próprio defeito.
Soltei um suspiro.
— Mesmo que não queira, julgo que teremos de ir direto ao assunto principal, sua irmã me contou tudo que aconteceu e me mostrou os papéis com seus exames — Falei. — Pedro, quero que me conte o que aconteceu antes que chegasse no seu apartamento?
— Eu simplesmente o recebi, ele disse que tinha uma assunto para conversar comigo — Pedro falou. — Estava bebendo um energético e o deixei em cima da mesa da cozinha quando ele pediu um copo d'água e então quando voltei a beber o energético minha mente pagou. — Sua voz falhou e automaticamente pegue em suas mãos que estavam frias com os olhos distantes. Seu rosto pode estar pálido ou suar em excesso. Seu corpo estava tenso, com os músculos enrijecidos, e suas mãos trêmulas e pegaram as minhas agarrando em busca de apoio. Tendo uma postura retraída, tentando se proteger de algo invisível. — Quando recobrei um pouco da consciência estávamos no banheiro e alguns instantes depois estava vendo você com uma expressão de raiva que ficou desolada em segundos, meu estômago doendo e a cabeça na mesma situação então as palavras que Ângelo falou para você.
— Se quiser pode parar de falar — Falei e o mesmo balançou.
— Fui atrás de você e quando notei jogou a aliança em cima de mim — Ele continuou com a voz ficando menor a cada palavra, pela primeiro vez ele parecia ser tão frágil — Quando você saiu correndo, avancei para cima de Ângelo e conseguiu socar ele e o expulsando um dos meus vizinhos viu a confusão e o expulsou, tentei te procurar mas não consegui fazer isso ainda estava passando mal até que ava e os meus pais me levaram para o hospital e encontram um pouco da droga no meu metabolismo. O resto você já soube através da Ava.
Era possível notar que ele estava evitando falar sobre essa lembrança. Ele olhou para nossas mãos e se afastou do apertou com rapidez.
— Ângelo tentou fazer mais alguma coisa com você depois disso tudo? — perguntei.
— Ele tentou falar comigo online, mas com a ordem de restrição e comigo o bloqueando em qualquer lugar ou o ameaçando desistiu, pensei que estava livre daquele louco — Pedro falou, seus dedos movendo rápido em cima da mesa e o olho piscando. — Até que ele surgiu na empresa da minha família querendo puxar assunto comigo, mas não resolveu e foi embora quando ameacei expulsá-lo com os seguranças. Então ele descobriu que estava vindo atrás de você e quando percebi aqui estava e até quis te ameaçar.
— Não seria mentira dizer que depois do que Ava me mostrou estou com um pouco de medo do que Ângelo é capaz — Falei e Pedro soltou um xingamento em inglês.
— Eu juro se ele tentar qualquer coisa contra você, vou fazer com que pague em dobro a situação até que tenha que matá-lo — Pedro disse em um rosnado.
Notei que o frágil Pedro que via alguns segundos atrás se foi e um que estava com um ódio mortal de Ângelo surgiu. Olhei para sua mão e notei uma cicatriz.
— O que aconteceu? — perguntei antes de me controlar.
— Bem como já mencionei tive problemas para dormir em meus sonhos via ele ou a sua expressão de dor, mas assim que acordei, acidentalmente quebrei o enfeite que mais amava. Aquela estátua de anjo feita de vidro.
— Aquele que tem de presente de aniversário? — perguntei surpreso .
— Ele era a coisa que mais amava, mas como estava fora de mim e ansioso com tudo acabei o derrubando — Pedro falou.
Lembro que ele aceitou cuidadosamente o presente que o havia dado com tanto cuidado e depois havia me beijando com delicadeza.
— Tentei consertar mas não deu certo, acabei destruindo em pedaços menores e cortando minha mão no processo — Ele disse. — Sinto muito por ter destruído aquela estátua.
— Bem era uma coisa sua, então não tem com o que se desculpar — Falei. — Então pegou férias para vir atrás de mim, imagino que seu pai está irritado.
— Bem ele ficou ainda mais animado para me mandar para cá — Pedro disse e coçou a nunca envergonhado. — Ele e a minha mãe disseram que se não resolver a situação com você, vão me expulsar da família.
— Pedro...eu quero ver até onde podemos ir com tudo isso — Falei lentamente. — Só porque me mostrou que você não fez nada para me magoar as coisas aos nossos arredores mudaram nos últimos anos.
Novamente ficamos em silêncio, diferente das vezes que pensei que seria estranho estar em um lugar público com ele estava até que sendo bastante reconfortante.
— Eu sei que você está com alguém e ainda teve filhos — Ele disse.
— Na verdade.... — Comecei e fiz uma pausa. — Não estou saindo com ninguém, mas ainda há muitas coisas para supor entre a gente.
— Então podemos ir com calma? — Ele perguntou ao mesmo tempo que nosso pedido chegou.
— Esse fato ainda posso me permitir, mas não quero dar esperança para você sobre o que posso sentir — Falei e ele assentiu. — Indo um passo de cada vez para decidir o que fazer.
— Posso aceitar isso — Ele disse, e pegou o café e tomou um gole e colocou para o lado fazendo uma expressão de nojo. — Sinto muito, não consigo comer muitas coisas se passar mal.
— Não tem que pedir desculpas — Falei calmamente. — Então amigos?
Estendi a mão e ele apertou.
— Amigos — Ele concordou.
______________________________________
Gostaram?
Até a próxima 😘
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top