Capítulo Dezesseis
Vicente Johnson:
A casa que eles estavam não era muito diferente do que pensava que seria antes de passar pela porta.
— Eu que escolhi esse lugar, uma amiga disse que é fantástico essa localização e ainda com o jardim comunitário — Ava falou. — Achei tudo perfeito, bem antes de ver que aquele ser humano encontrou a gente tão facilmente. Mesmo com a proteção que contrate para ficar de olho. Ele sabe o que faz para burlar as coisas, vou ter que contratar ainda mais seguranças.
Olhei ao redor do espaço, ela já havia dito que estavam investigando a família do Ângelo para tirar a proteção que ela garante a ele.
Mas isso era algo que precisava mudar de assunto, pelo menos na frente das crianças seria ótimo não mencionar e atiçar sua curiosidade.
— Aqui é lindo — Falei e observei os gêmeos brincando com Rafael e de o maquiar novamente, ava sorriu e foi na direção dele.
Julgo que isso vai render uma boa diversão para Ava assim que ela começou a tirar fotos com o marido e pedindo para os gêmeos maquiarem ela também.
Pedro estava ao meu lado em silêncio, poderia ver que estava perdido em pensamentos.
— Eles gostaram da companhia das crianças — Pedro falou.
— Bem, é assim que ambos são — Falei. — Por onde passam se relacionando com as pessoas.
— Vicente, como vai funcionar isso tudo? — Pedro perguntou. — Eu sendo pai deles e nem sabendo como agir quando eles vieram pedir por minha ajuda?
— Você pode ir com calma para fazer as coisas, acha que tive todas as respostas de imediato, demorei para saber das coisas e ser um bom pai — Falei e coloquei a mão em seu ombro. — Logo vai saber o que precisava, será como um intuição sem se sentir nervoso com um certo pavor de errar.
— Você acha que posso ser um bom pai? — Pedro perguntou baixinho e apertei sua mão, deixando ele surpreso com o gesto.
— Claro que pode ser — Falei docemente. — Vou te ajudar a ver como cuidar das crianças. Afinal é para isso que amigos servem.
— Obrigado, meu amigo — Ele disse sorrindo timidamente.
Olhamos para a cena das crianças rindo da reação de Ava com sua nova aparência por cima da maquiagem.
Puxei ele e fiz com que sentasse ao lado da irmã.
— Crianças, que tal darem um visual inovador para o Pedro — Falei e o mesmo me olhou surpreso, então lentamente se virou para os gêmeos que esperava que ele desse permissão com uma enorme ansiedade para fazer uma nova criação.
Pedro engoliu em seco, mas sorriu amplamente.
— Me deixe mais bonito do que já sou — Ele disse e os gêmeos avançaram com as paletas de maquiagens.
Ficamos uma boa parte da manhã com a família Lewis e com os gêmeos se comportando animadamente fazendo suas criações infantis.
— Fiquei fantástica — Ava disse e tirou uma foto dela e do marido. — Essa vai para mim mãe — Olhou para mim, após olharam para a tela do celular. — Vicente, porque não faz.
Balancei com a cabeça, apenas vendo eles se divertindo.
Na hora do almoço voltei para casa, encontrando meu pai que está descansando de uma boa Jogada de golfe com Shirley e o marido.
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Meu pai ainda estava rindo quando contei da cena com os gêmeos fazendo a maquiagem dos adultos. Ainda mais da parte que Pedro disse que os gêmeos eram mais talentosos do que muitos maquiadores profissionais que ele já havia conhecido. Mas, ao mesmo tempo, ele parecia um pouco preocupado, talvez pensando em como explicar a situação para os outros adultos. Eu ri junto com ele e disse que, pelo menos, estava os indicando para uma carreira futuramente.
— Ele disse isso mesmo — Meu pai falou balançando a cabeça. — Ele vai ser um pai divertido.
— E eu serei o pai que dirá regras? Você não era assim comigo — Falei.
— Bem, eu era um pouco dos dois da minha maneira, mas vamos deixar isso de lado — Meu pai disse voltando a picar os vegetais. — Mas olha o trabalho incrível que fiz com você.
Me olhou cético, revirei os olhos e percebi que os seguranças que meu tio contataram estavam no jardim arrumando câmeras de segurança enquanto outro cuidava dos gêmeos para que ficasse longe dos equipamentos de segurança.
Meu pai resmungou alguma coisa, ouvi a campainha e fui atender. Minha surpresa maior foi que Stefano estava ali parecendo ansioso.
— Eu sei que você odeia a mim e ao meu irmão por sermos filhos do nosso pai e por tudo que aconteceu entre nossos pais — Stefano falou. — Mas pelo menos escuta um pouquinho o que ele tem a dizer para que tenham uma boa reação.
— Stefano, eu não quero discutir sobre essas coisas nesse momento — Falei.
— Vicente, meu pai está querendo se aproximar de você para terem alguma relação e isso o está magoando — Stefano disse, então me estendeu uma carta. — Meu pai amou o seu e quer reconstruir uma relação, depende de quem seja os erros do passado.
— Stefano... — Comecei.
— Eu não sei pelo que você e o seu pai estão passando, mas peço que dê uma chance ao meu pai — Stefano falou, então notei que tinha uma enorme caixa muito bem embrulhada aos seus pés. — Compramos alguns presentes para os gêmeos, espero que eles gostem e meu pai comprou alguns para você também por todo esse tempo.
Olhei para ele e me surge um estresse em como ele estava agindo como se não fosse nada que de repente fossemos irmãos.
— Stefano, você não está aceitando toda essa situação muito bem — falei. — Deveria pelo menos estar irritado com a minha existência, posso trazer um caos para sua família de querer os meus direitos como filho do Luciano.
Stefano me olhou com confusão então deu uma pequena risadinha.
— Eu estou surtando com todas as coisas que tem acontecido nos últimos dias, mas sei que você é uma boa pessoa — Ele disse docemente. — Minha mãe me ensinou a sempre ver o lado bom das pessoas e ler suas expressões com bastante cautela e saber quando estão mentindo para mim. — Ele diminuiu a voz. — A sua expressão diz algo totalmente diferente das suas palavras e a do seu pai também, por isso quero ajudar a acreditar que muitos merecem ser felizes. Meu pai só foi feliz quando tinha minha mãe ao lado dele e minha avó quando minha avô estava viva e mesmo quem ele tenha a mim, meu irmão e ainda minha mãe, mas quando ele falou do seu pai para mim, como o coração dele parava o tempo todo e só tinha olhos para Bill Johnson. — Suspirou. — Meu pai contou para mim e o Luigi porque ele e minha mãe se casaram.
— O que ele contou? — perguntei e meu coração deu um pulo, enquanto ouvia meu pai cantando na cozinha.
— Ele e minha mãe eram amigos de infância e se casaram para poderem se ajudar mutuamente com os negócios da família, mas tiveram eu e meu irmão para terem uma família. Mas eles não tiveram muito contato íntimo, foi mais como se meu pai fosse o doador e minha mãe a barriga de aluguel. — Stefano falou docemente. — Só foram isso e nada romanticamente além de uma amizade e parceiros de negócios.
Meu queixo caiu com essas informações, Stefano que tinha algo em suas costas me entregou um pequeno medalhão.
— O que seria isso? — Perguntei.
— Isso é um medalhão de família — Stefano falou. — Recebemos quando a pessoa mais velha da família achar que merecemos, meu pai quer dar a você e como se recusa a vê-lo eu resolvi trazer.
Olhei para as iniciais com o nome Greco, mordi o lábio querendo recusar mas ao olhar para seus olhos fechei a palma da mão e acertei.
Tinha uma decisão importante para tomar e estava considerando cuidadosamente minhas opções. Meus olhos estavam fixos na palma da minha mão e indo na direção de Stefano enquanto as alternativas surgiam em minha mente.
Enquanto considerava cada opção, minha mente começava a se sentir cada vez mais clara. Começando a visualizar as possibilidades e como elas poderiam afetar minha vida, meus pensamentos se tornaram mais intensos, enquanto ela se sentia mais e mais próxima de uma decisão.
Fiquei em silêncio por um momento, respirando fundo e reunindo minhas forças internas.
Então, com uma expressão determinada, fiz a escolha correta. Minha mente agora estava clara e me sentia confiante com o que iria fazer.
— Eu vou conversar com ele, mas em relação ao meu pai não posso fazer nada para que escute o Luciano — Falei e soltei um suspiro quando Stefano sorriu agradecido.
— Vou contar para ele — Stefano falou e me surpreendeu com um abraço. — Agradeço por ter tomado essa decisão, irmãozão!
Isso me fez ficar surpreso, enquanto ele soltou um pequeno riso dando a entender que estava feliz com a minha reação de não o empurrar.
Também fiquei com um sentimento de alegria surgindo dentro do meu peito. Agora vejo que até uma certa ideia de ser o irmão de alguém estava me agradando. Retribuí o abraço carinhosamente.
Ouvi um flash de celular e meu pai estava em pé a poucos metros com uma certa expressão de alegria.
Stefano demorou para se afastar e finalmente voltou para a casa dele assobiando com calma. Meu pai estava me encarando com delicadeza.
— Sabia que iria ser sensato — Meu pai disse orgulhoso.
— Está dizendo isso, mas ainda se recusa a falar com o Luciano — Retruquei e meu pai revirou os olhos. — Eu vou dar essa oportunidade para ver o que podemos fazer com tudo em nossas vidas.
— Uma coisa é diferente da outra — Meu pai retrucou. — Deixei esse sentimento para trás.
— Não foi o que a tia Sarah me disse e o que li em algumas anotações suas que encontrei quando ainda morava com você — Falei e meu pai congelou. — Sei que está magoado com a situação, mas sempre me ensinou que não posso viver só do passado. Ao menos escute ele e veja que podem salvar algum requisito de algo e serem felizes juntos.
— Eu.... — Meu pai começou e balançou a cabeça, voltando para a cozinha.
Sabia que a mágoa dele ainda estava dentro de seu peito como também uma fagulha da emoção que sentiu ao conhecer Luciano e assim que o reviu depois de muitos anos
Infelizmente, só posso fazer que meu pai escolha o caminho que deveria ir. Voltamos a fazer a comida com ele bastante concentrado no preparo do prato e um pouco em sua mente.
Claro que também enviando algumas coisas dos gêmeos para o telefone de Ava onde mostraria ao Pedro e aos seus pais.
Também para o número de Pedro algumas dicas de livros de paternidade que poderão ser de grande ajuda para ele como foi para mim.
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Gostaram?
Até a próxima 😘
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