Capítulo Dez

Vicente Johnson:

Conversamos por bastante tempo, parecia que estava voltando a primeira vez que nos conhecemos onde ele me contou praticamente sobre a vida dele em um único fôlego e seus sonhos.

— Tem uma coisa que quero perguntar? Porque você estava estranho antes de tudo isso acontecer — Falei, e os olhos dele brilharam intensamente.

— Bem, lembra que você tinha aquela coleção de pelúcias raras, estava localizando algumas pelúcias para dar a você — Pedro falou e me estendeu o celular e mostrou uma foto de um pequeno boneco de colecionador e depois uma conversa com o comprador. — Estava estranho e com raiva desse vendedor que estava dificultando a compra e nunca enviava o produto.

— Pelo menos você conseguiu no final — Falei.

— Sim, mas ainda acho um pouco estranho ter esse boneco em casa e seu pai recusava em receber — Pedro falou. — Mas ele me fez lembrar de você todos os dias que estava no meu apartamento ou no caso no novo apartamento. — os brilhos de seus olhos se apagaram novamente e se tornando uma expressão melancólica. — Não consegui mais ficar naquele lugar depois do que aconteceu, pela primeira vez em minha vida não estava me sentindo seguro o suficiente.

— Esqueci isso, então o que sua mãe fez nesse tempo? Lembro que ela estava pensando em fazer um jardim?

— Ela fez — Pedro falou e sua expressão voltou ao normal. — Plantou rosas, orquídeas, girassóis e várias outras flores e ainda está pegando um espaço para fazer uma horta. A aposentadoria fez bem para ela e o meu pai, acho que nunca vi ambos tão felizes e com a mente calma. Eles e os jardineiros que contrataram.

Me mostrou uma foto de um imenso jardim colorido de flores, passei para o lado vendo a horta onde via tomates, pepinos, pequenas abóboras e ainda coentro.

— Seus pais têm dedos verdes — falei. — ficou feliz que conseguiram realizar isso tudo, mande meus parabéns para ambos.

— Vou enviar, mas vou ter que ser um pouco menos comovido. Lembra como ambos amam você e o seu pai. — Pedro falou e soltou uma risada. — Imagino que depois de tudo seu pai me odeia ainda mais do que já odiava.

— Isso.... — Mordi o lábio. — Vou falar para ele o que aconteceu a três anos atrás, Pedro aquilo não foi sua culpa foi uma grande vítima de um maníaco.

— Não, ele me odeia de verdade — Pedro falou e coçou a nuca sem graça. — Julgo que ele não deveria ter mencionado que sempre ia ao restaurante querendo conversar mas me expulsava e não deixava que me explicasse.

Engasgando com o café, olhei para ele atentamente depois dessa informação que Pedro ia ao restaurante nos últimos tempo não fazia a mínima ideia.

— Pedro, ele só estava tentando proteger o filho de alguém que o machucou — Falei e peguei o telefone. — Ele vai entender o que aconteceu com você, eu que deveria ter reparado nos sinais de que estava sobre o feito de alguma droga. Ângelo é o grande vilão dessa história toda.

Apertei a mão dele e dei um aperto firme, ainda conseguia ver que ele se culpava por tudo que aconteceu a três anos. Meu coração se apertou com pena ao ver essa expressão dele.

— Pedro, esqueça o assunto do meu pai por agora — Falei sorrindo para sua direção. — Que tal conversarmos sobre outra coisa?

Ele concordou balançando a cabeça lentamente. Sorri para sua direção com sinceridade.

— O que você tem feito desde que se mudou para cá? — Ele perguntou.

— Estudei em um curso que foi ótimo no meu currículo profissional, comecei a trabalhar num restaurante que fechou um contrato com o do meu pai, também tive os meus filhos — Falei e olhei para ele atentamente, por segundos a mágoa surgiu em seu semblante.

Ele balançou a cabeça e a mágoa desapareceu.

— O que aconteceu depois com tudo com as crianças com o seu tempo de gestação? — Ele perguntou.

— Eles são seus filhos, como já deve ter percebido só de fazer os cálculos — Falei. — Eles são bastante energéticos, são amáveis com qualquer pessoa em segundos.

Mostrei uma foto dos gêmeos onde estavam sentados no meu colo, os três sorrindo para a câmera e com as roupas combinando.

— Vocês ficaram adoráveis com essas roupas. — Pedro falou e me olhou com calma. — Vicente, posso conhecer eles?

— Você tem esse direito, também são seus filhos — Falei. — Em breve vai ser a festa depois de amanhã é o aniversário deles, se quiser poderá ir.

— Tem certeza que não ficará estranho? — Pedro perguntou.

— Você tem esse direito — Falei e inclinei a cabeça, pegando um pouco mais da comida do meu prato. Então sorri docemente. — O que mais pode acontecer depois disso, afinal eles são seus filhos? Todas as evidências estavam lá, sua paternidade é uma escolha sua que tirei por entender errado o que estava acontecendo com você naquele momento. — Pegue suas mãos. — Eles merecem conhecer seu pai e julgo que tirei muito dele com o passar do tempo, então vai na festa.

Ele sorriu agradecido e as lágrimas brilharam em seus olhos, delicadamente limpei.

— Obrigado por ter vindo me ver e deixar isso acontecer — Ele falou.

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Saindo da cafeteria me despedindo de Pedro que seguiu seu caminho assim que a irmã chegou com o carro onde ele entrou e acenou para mim.

Entrei no meu carro e fui até a empresa de segurança do meu tio com rapidez, quando cheguei no prédio entrei em segundos. Em ambos os lados das salas estavam lotados com todos os treinando. No meio encontrei meu tio na sala de treinamento, ele estava segurando um dos recrutas que estava se debatendo contra o seu mata-leão.

Quando meu tio Josué me enxergou se afastou do recruta e deu finalização para esse treinamento, limpou o rosto com uma toalha e veio na minha direção.

— Vicente, acho que estava me devendo uma visita até minha casa — Ele disse e estalou a língua. — Sabe como eu e sua tia sentimos saudades da sua companhia e dos gêmeos, quando tenho notícias foi que tem um louco perto de você.

Coçando a nuca envergonhado para essa situação, quando ele apenas balançou a cabeça.

— Tive muito que fazer e ainda organizando a festa dos gêmeos, então desculpa por não ter ido visitar — Falei e notei que os outros seguranças estavam curiosos com a situação. — Então pode ajudar em deixar alguns seguranças disponíveis para minha proteção.

— Garoto, claro que vou fazer isso. Também vou pedir para alguns conhecidos meus da polícia ficarem de olho nesse Ângelo — Meu tio disse e me puxou para um abraço. — Só vai por mim não conte para sua tia, ela pode querer resolver a situação por conta própria e não seria bom que ela fosse presa.

Minha tia Sarah é uma mulher que gosta de resolver as coisas com as próprias mãos e possivelmente se soubesse dessa situação iria ir atrás de Ângelo e acabar com ele de uma vez por todas.

Isso seria algo muito bom de se acontecer, mas minha tia poderia ser presa.

Pelas informações que estava analisando, Ângelo tem mais aliados que o ajudaram com todos seus planos, mas ele não sabe que um deles o traiu.

Ele deve pagar por tudo que fez contra Pedro e a minha pessoa, deverá provar do próprio veneno que será dez vezes pior.

Meu tio me levou até seu escritório para resolver alguns assuntos e fazendo lembrar que hoje a noite meu pai irá chegar, agora que pensei nisso, em breve ele estará embarcando no avião.

Vai ser tão bom ter ele novamente ao meu lado, ainda explicar toda a situação.

— Jéssica me contou por cima o que aconteceu ontem, a grande informação do que aconteceu com você e aquele rapaz o Pedro três anos atrás — Josué falou e engoli em seco. — Esse tal Ângelo é mesmo ardiloso, com ele por perto tudo pode ser complicado. Que diabos?! Como funciona a lei, a pessoa tem muitas provas contra ela e ninguém faz nada só por causa do dinheiro? Sempre soube que o mundo era mais nojento com várias pessoas corruptas, ninguém consegue fazer o trabalho adequadamente.

Meu tio tinha um timbre de voz muito alto e com a voz grossa, então não controlava o volume de sua voz quando estava irritado com alguma coisa, isso fez com que meus ouvidos doerem.

Puxando a manga e olhei para ele que pediu desculpas.

— Tio, ele vai pagar sempre existirá a lei do retorno — Falei.

— Se isso demorar a acontecer, serei eu que vou resolver a situação à minha maneira — Ele disse e sorriu com uma expressão assustadora.

Já estava muito bem acostumado com esse jeito dele, praticamente ele e a minha tia estão a bastante tempo juntos para veremos como ele é super protetor com a família e aqueles que ele gosta no fundo do coração.

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Gostaram?

Até a próxima 😘

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