Uma sugestão
Ela esperava sentada nas cercas de metal que rodeiam o parque e cuja a tinta descascava, o vento frio batia em seu rosto sem piedade deixando-o rijo.
Lilian continuou esperando até Eric chegar com a respiração entrecortada pelo frio e colocar seu queixo fino em cima da sua cabeça. A jovem passou seus braços ao redor do corpo do garoto, absolutamente feliz.
- É bem raro você me chamar - comentou ébria pelo cheiro de laranja que exalava de Eric. Não fazia tanto tempo que ele havia ligado e pedido para ela esperá-lo no parque.
Eric apoiou as mãos na cerca atrás de Lilian curvando as costas e deixando o seu rosto a centímetros do dela.
- Eu saí com sua mãe ontem - disse Eric, colocando a cabeça sobre o ombro dela em uma posição que parecia dolorosa.
Ela ficou surpresa com aquela afirmação mas não durou tanto, a respiração quente em seu pescoço logo chamou a sua atenção deixando-a arrepiada e vermelha dos pés a cabeça.
- E o que vocês foram fazer? - perguntou Lilian.
- O seu pescoço está vermelho - balbuciou distraído deixando Lilian ainda mais corada. - Fomos visitar o seu pai.
Aquilo foi um soco no estômago para a jovem.
- É mesmo? - Ela tentou fazer parecer que não se importa mas estava na cara o incômodo de sua voz.
- Por quantos psicólogos você passou mesmo? - murmurou ao pé do ouvido da garota, as palavras pareceram mais do que maliciosos, aquela melodia macia era estranhamente enjoativa.
- Não me lembro…
Ele riu baixinho:
- Mentirosa.
- Não vamos falar sobre isso… - pediu, mais parecendo uma súplica.
O silêncio foi o que sobrou, o vento assobiava devagar trazendo um farfalhar delicado das árvores.
- Deveria tentar resolver seus problemas.
- Eu tento! - gritou. - Eu tento! Mas não consigo, eu tenho pesadelos durante o sono, eu não quero mais isso!
- Entendo, você fica frustrada porque não consegue resolver seus problemas e tenta resolver os dos outros - acusou voltando a olhar para os olhos amarelos dela, eram de um amarelo escuro, pareciam uma pedra.
Eric não esperava que ela começasse a chorar, mas ela começou e se entregou ao pranto.
- Eu não sei mais o que fazer…
“Eu não queria que ela chorasse” pensou com seus botões, “Mexer em um trauma é realmente complicado.”
Então ele se lembrou de uma frase que em outrora tocou seu coração:
- Então, divida seus problemas comigo. - Ele a beijou, deitando seus lábios no dela e obrigando-a a retribuir; sua boca tinha um gosto salgado. - Certo? - murmurou se afastando por apenas alguns segundos, Lilian fez que sim com a cabeça, já havia parado de chorar.
Eric beijou-a novamente atraído pelos olhos que começavam a derreter e cascatear mel, e os lábios finos reprimidos com delicadeza.
- Acho que você deveria começar visitando o seu pai - sugeriu apertando-a num abraço quando já não podia mais beijá-la.
- Não quero! - reclamou Lilian, sua voz saiu abafada pois tinha o rosto enterrado no peito do garoto.
- Eu vou com você - replicou.
Foi com relutância que Lilian concordou. Às vezes pensava que ele a tratava feito criança mas realmente não se importava muito com isso, porque estava feliz.
***
Raposinhas ❤
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