O Tylenol de sua dor

Eric levava Lilian pelo caminho até sua velha casa do qual ela não sentia o menor desejo de voltar, estaria novamente sozinha naquele perigoso mundo que era sua mente. Ela fungava a cada dez segundos, talvez mais e apesar de toda irritação que causava, Eric era paciente.

- Essa é sua casa? - perguntou apontando para a estrutura mau-feita e desbotada que era seu lar. Lilian assentiu fungando. - Então entre e espere pela ligação da enfermeira - Lilian fungou mais uma vez -, ela provavelmente só desmaiou por cansaço. - A jovem fungou mais uma vez fazendo Eric perder por fim a paciência:

- Pare de fungar! - repreendeu-a colocando a gola da blusa de Lilian por cima de seu nariz. - Assoe! - Lilian obedeceu, não estava feliz o suficiente para ficar receosa com besteiras. - Me ligue se acontecer algo.

Eric esperou paciente até a jovem entrar em sua casa, olhando-a de longe. E era nesses momentos que ela desejava um pouco mais de tempo com ele, o Tylenol da sua dor.

***

O telefone tocou apenas uma única vez antes de ser atendido por Lilian, que passara a noite em claro esperando essa ligação.

- Alô, aqui é do hospital, com quem falo? - perguntou-lhe uma vozinha irritante.

- Com Lilian! - respondeu inquieta.

- Pois bem, Lilian, parece que os exames da sua mãe foram concluídos e as visitas já foram libe… - Lilian não esperou que a moça terminasse, pegou o dinheiro da passagem e foi correndo para o hospital da cidade vizinha.

Chegou inquieta, com pressa e suada indo diretamente ao quarto de sua mãe que estava deitada numa cama dormindo com agulhas no braço. Havia um homem bonito ao lado dela, tinha cabelos castanhos claro, um rosto delicado, óculos quadrados, tinha no máximo 30 anos e apesar disso já era um médico. Lilian tinha a impressão que já o tinha visto antes, só não se lembrava onde.

- Então… por que ela não acordou? - perguntou olhando diretamente para o bonito médico de expressão gentil.

- Ela desmaiou de cansaço - esclareceu -, vai dormir até que esteja totalmente descansada.

- Não podemos cutucar ela? Só para ver se ela abre o olho… - indagou meio que brincando meio que pensando na possibilidade.

O doutor riu deixando sua expressão mais bonita.

- Creio que não! Eu me chamo Henry, serei o médico da sua mãe - apresentou-se gentilmente.

- Sou a Lilian - apresentou-se sonolenta olhando para sua mãe que dormia calmamente.

O doutor Henry se retirou do quarto deixando a jovem a sós com sua mãe. Ela estava aliviada por Romênia estar bem. Lilian se sentia culpada pelo que havia acontecido, deveria ter se esforçado mais, arrumado um emprego de meio período, mas se importou mais com os problemas alheios e esqueceu que tinha os seus próprios para resolver.

As cortinas brancas balançavam calmamente com o vento, o quarto estava silencioso. A respiração das duas se misturavam e desapareciam no ar.

“Já está na hora de resolver os meus problemas.”

***

Mais um capítulo minhas raposinhas, logo, logo eu voltarei    >°°<

Deixem um votinho e um comentário, bjs <3

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