7.0 - Only fools fall for you
Confesso que dei umas risadas enquanto escrevia o final desse capítulo kkkkkkkk
GRAYSON
Uma vez eu estava lendo um livro de história do primeiro ano, e acabei encontrando um parágrafo completo explicando a razão na qual o ser humano tem a estranha sensação de encontrar um rosto onde quer que ele olhe, principalmente no escuro. Consistia em uma maneira de tentar evitar o perigo para não acabar sendo o jantar de um predador na época das cavernas...
Mas acontece que isso não se encaixava em nada como o que eu via. Eu não estava numa caverna e não estava escuro.
Procurando por Jessie na multidão que me encarava e sussurrava a meu respeito, todas as cabeças de cabelos amarelados me pareciam ser ela. Todas, sem exceção.
Como pode eu só ter olhos para ela? Mal a conheço. Isso não pode ser normal.
- Grayson, se acalma - Senti a mão de um dos professores me puxando pela camisa. Tentei puxar a roupa de volta, mas estava cansado.
- Eu estou... calmo - Respirei fundo, limpando o suor do rosto. Minhas juntas dos dedos doíam bastante agora que a adrenalina estava gradativamente se esvaindo.
Ele não me perguntou mais nada. Agora com a mão pressionando meu antebraço, o professor me puxou por entre os corredores com passos pesados e rápidos até chegarmos a enfermaria do colégio.
- Não preciso, Caravajal - Tento explicar para ele - Sinceramente, o máximo que ela pode fazer é me dar a droga de um chá e me mandar para droga da minha casa!
A enfermeira me recebeu com um olhar penetrante e zangado, provavelmente porque ouviu o que eu havia acabado de falar.
- Olá! - Tive a cara de pau de dizer.
Minha real surpresa foi ver Jessie apoiada em um dos cantos da sala. Ela não estava chorando ou encolhida, muito pelo contrário.
Ela estava nervosa. Os braços cruzados e uma das pernas apoiadas na paredes me mostravam isso.
Jazz era alguém que precisava daquele chá.
- Eu sinto muito, Jazz - Minha garganta não poderia estar mais seca.
A garota não respondeu. Continuou com o nariz empinado, tentando olhar para o vão entre mim e o professor como se não estivesse me ouvindo.
Carvajal começou a falar:
- Ethan, eu espero que você entenda que...
- Grayson. Eu sou o Grayson - corrijo o professor, sentindo o olhar irônico e ao mesmo tempo magoado de Jessie penetrando minha alma.
- Certo, Grayson - ele diz frisando meu nome - eu espero que você entenda que após toda essa confusão não tenho nenhuma alternativa a não ser suspender você e seu irmão.
Depois que ele termina de dizer, se estabelece um momento de grande silêncio entre todos da sala. Um alfinete poderia ser ouvido se caísse no chão.
Então eu abri a boca:
- Ok. Era só isso que tinha para dizer, professor? - A essa altura do campeonato não me importava com as possíveis consequências da briga, eu somente queria me acertar com Jazz.
- Seus pais serão avisados - Ele sai pela porta da frente com um sorriso sarcástico.
A enfermeira faz o mínimo que pode por mim, colocando alguns curativos pelo meu rosto enquanto eu encarava Jazz nos olhos. A tensão emocional entre nosso olhar era evidente.
- Você não vai falar nada? - Pergunto. Ela não responde - Olha, tudo que aconteceu não teve nada a ver com você...
- Ah, não? - Finalmente sua boca abriu. Quer dizer então que a gatinha sabe falar?
- Não. Isso é entre mim e Ethan. Ele é o idiota.
A questão é que eu não sei me expressar com palavras.
- Conta outra, Gray! Não foi ele quem partiu para a agressão! - Ela se argueu da parede, apoiou a mão na testa - Eu nem sei com quem estava falando toda essa semana! Eu não sei qual eu beijei!
-Comigo! Fui eu! - Se eu falasse mais alto, a cabeça explodiria.
- Não. Com você não foi - ela sorriu de um jeito amargo no qual eu nunca havia visto antes.
- Foi sim!
- Como eu posso ter certeza?!
Franzi o cenho, pensando um pouco sobre o assunto.
- Jessie, você deveria estar agradecendo que você só não sabe quem tem beijou. Imagina se tivéssemos ido mais longe e você não soubesse quem te f0deu...
- Menino! - A enfermeira me da um tapa forte no ombro.
Ela balançou a cabeça, descrente.
- O que? - pergunto para as duas que me encaravam com os olhos arregalados - É sério! Já imaginou? Nem ia dar pra saber de quem seria o filho se ela engravidasse, o DNA é o mesmo e tambem temos o mesmo tamanho do...
- Grayson! Cala a boca! Eu não quero saber! - Jessie gritou.
- Você realmente não consegue diferenciar um do outro, menina? - A moça que enfaixava minhas mãos resolveu se intrometer.
- Não.
- Claro que ela não sabe - Respondi também - Me diga, Beth, quem você escolheria entre os dois?
- Nenhum dos dois - A moça solta uma risada breve.
- Jessie, não ouça ela - Arregalei os olhos - Ela não sabe do que está falando.
A menina ignorou meu comentário totalmente. Saiu vagarosamente do canto onde estava e caminhou até a porta, sem ao menos me olhar.
- A verdade, Grayson, é que estou de saco cheio de você e seu irmão - Jaz diz friamente, tão rígida quanto a cinta liga de Beth.
Olho surpreso para Beth.
- É garoto, acho que você se lascou - a velha comenta enquanto coloca álcool em um dos machucados, o que provoca um pequeno gemido de protesto da minha parte, tanto pelo comentário dela quanto pela ardência que a substância causou no ferimento.
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