5.1 - I can be the one

ETHAN:

Não era típico da minha personalidade me separar de Grayson do modo que estávamos separados essas semanas. Em geral, mesmo que tivéssemos personalidades distantes, gostávamos da presença um do outro mais do que de qualquer outra pessoa.

Para ser sincero, em resumo, eu sentia muita falta dele.

Nessa manhã, o ônibus passou poucos minutos mais cedo, então mal nos vimos durante o café da manhã. E tinha Jazz também, que o fazia me pedir para continuar indo de bicicleta.

Não que fosse de todo ruim, mas estava cansado de misturar desodorante ao suor.

Ao chegar na escola, Joguei a bicicleta e corri pelas escadas para poder chegar no horário certo. E posso afirmar que cheguei.

Dessa vez, diferentemente dos outros dias, eu não enrolei para entrar na sala. Mas infelizmente, como não sou alguém que possamos chamar de exemplar, dormi nas duas primeiras como o restante da turma que estava de ressaca depois que entrei.

Ver outras pessoas de porre causava-me inveja. Estou falando, alguém que sente a cabeça latejar porque curtiu uma noite inteira? Quase não é um castigo, entende?

Ao final de duas longas aulas de história, o sinal tocou tão forte que acordou todos dentro da sala.

Levantei da mesa na hora, ja angustiado de ficar tanto tempo no mesmo lugar. Segui pelos corredores de azulejos claros até o meu armário com passos estendidos e vagarosos, daqueles que não demonstravam vontade de nenhuma. A grande massa de adolescentes que passava formava um burburinho enorme justamente com muitas risadas.

- Ethan! - Um garoto branco e magricela chega perto de mim. Seus cabelos negros estavam escondidos debaixo de um boné vermelho - Iai, cara? - Ele apoia a mão no meu ombro.

- Veio pedir alguma coisa, Aaron? - Questionei depois que tirei a mão dele de mim.

- Só estou aqui para confirmar, brother. Você vai na minha festa amanhã, certo? Na minha casa.

Aaron Carpenter era muito amigo meu e, para ser sincero, toda sua animação me contagiava.

Além do mais, eu tinha uma certa tendência a acreditar que Aaron gostava mais de mim do que de Grayson - E até mesmo eu não tomaria essa decisão, em vista que meu gêmeo é, sem sombra de dúvidas, mais amigável do que eu -, então isso me fazia gostar ainda mais da companhia dele.

- Vou ver o que posso fazer, Carpenter - respondi vagamente.

- O que? Não, cara, você tem que ir. Nós somos irmãos!

Não, Aaron, nós não somos irmãos.

- Pode chamar o seu gêmeo se quiser! - Ele avisa aos gritos enquanto se afastava de mim.

Se eu for, provavelmente não vou chamar.

Abri meu armário. Ele cheirava bem, porque quase não havia nada lá, tampouco algo que eu precisasse, mas eu gostava da sensação de procurar alguma coisa dentro dele.

- Grayson? - Sinto o toque de uma garota no meu ombro.

- Não, querida, na verdade eu sou o... - Quando me virei para ver quem era, dei de cara com Jazz, e logo fiz meu rosto num sorriso galanteador - Sim, o Grayson. Como vai?

Ignorando-me completamente, ela estendeu um maço de papéis na minha direção.

- O que é isso? - Perguntei.

- Não me diga que vai amarelar, vai? - Animada, ela apenas arqueou uma das sobrancelhas e invediu-me a alma com seus olhos castanhos.

-Eu? Amarelar? - Revirei meus olhos ao mesmo tempo que cruzei os braços - Deve ser bem a minha cara.

Ela deu de ombros, concordando veemente. Tive vontade de rir e dizer que Grayson era mesmo o mais sentimental... mas o personagem me impedia de ser Ethan.

- Estes são os papéis para preencher caso tenha certeza que quer entrar no teatro do Newark School, se você ainda não percebeu - Jessie abaixa o olhar na direção do amontoado de folhas e coloca uma mecha do cabelo para trás da orelha pequena. Seus cabelos estavam bem mais lisos hoje.

Isso foi algo que, sem pensar duas vezes, me veio uma pergunta a mente:

- Que merd4 você fez nesse seu cabelo, sua idiota? - Indaguei, a procura dos cachos loiros depois de enfiar tudo que tinha em mãos dentro da bolsa.

A pergunta fez com que o sorriso saísse do rosto dela e a face se tornasse bem mais obscura. Tinha fumaça saindo pelo ouvido e pelo nariz.

Então, ao invés de me insultar como as outras meninas normalmente fazem, ela simplesmente deu-me as costas e partiu para o outro lado do corredor.

Sem trabalhar com os meus neurônios, corri para alcança-la. E, quando a alcancei, continuei a caminhar de costas para poder completar a conversa.

- Como você consegue ir de uma pessoa tão legal e amável para uma tão estúpida e arrogante em questão de segundos? - Ela perguntou com fúria nos olhos.

- Já te disseram que você fica muito gata quando está brava? - Um sorriso de canto de boca se formou em meus labios. Apoiei minha mão em um armário qualquer para fazer Jessie pausar seu andar.

- Está vendo só?! Pare com isso!

- Parar com o que? - Indaguei, me aproximando.

- Pare de ser tão confuso, Grayson! Eu juro que tento te entender todos os dias!

- Por que você tenta, garota? Porque você gosta de mim, é isso? - Nossos rostos estavam tao proximos que eu poderia ouvir a respiração ofegante dela, por pouco beija-la. Estava pronto para saber dos relacionamentos do meu irmão.

E por pouco consegui...

Se um tapa bem estalado não fosse de encontro com a minha cara nesse momento.

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