12.1 - I know what you did last summer

A traição nunca pode prosperar.
Por qual motivo?
Bem, se prosperar, ninguém poderá
chama-la de traição.
J. Harington (adaptada)

ETHAN

Enquanto eu estava saindo da escola, senti alguém segurar o meu braço e  puxar-me de volta. Estava cansado, confuso e de saco cheio dessa semana agitada.

Por esse motivo achei que fosse a dona dos cabelos loiros, Jazz, que me segurou pelo punho.

- Jessie! Porque você não volta para o teatro e diz pra o Grayson que ele pode ficar com o papel de uma vez por... Anne? - Franzi o cenho.

Seus olhos castanhos pareciam tristes, assim como os cachos do cabelo que não tinham visto um bom banho faz algum tempo. A menina segurou meu outro braço, e senti a palma da minha mão ser acariciada pelos seus dedões.

- A gente precisa conversar, Eth...

- Anne... nem chega perto - Eu balancei a cabeça negativamente e olhei para cima. Ainda gostava dela apesar de tudo, porque em algum aspecto ela realmente lembrava a mim.

Era estranho vê-la fora da biblioteca ou da sua casa - Poucas foram as vezes que ela apareceu no meu portão, porque eu não queria que ela soubesse da existência de um irmão gêmeo meu.

Aliás,  o que ela fazia na escola? Estava por minha causa?

- Estou falando sério, Eth, gostaria muito de conversar um pouco contigo - A garota tentava me convencer muito descaradamente.

- Ah, é mesmo? Você acredita que eu também estou falando sério? Vai embora.

A última coisa que eu precisava hoje era dela falando bobagem no meu ouvido.

- Escuta, sei que você deve estar me odiando agora, mas preciso dizer que...

- Não te odeio. Não posso te odiar - A interrompi.

Anne piscou várias vezes, movimentando seus cílios enormes da forma mais dramática possível.

- Então... Não me odeia por ter te traído com o seu melhor amigo?

Ai! Essa doeu.

- Eu não posso dizer "eu te odeio" para quem um dia eu já disse "eu te amo" - Disse ríspido, empurrando a garota devagar - Sería hipocrisia minha.

- Hipocrisia? - Anne não era exatamente um símbolo de inteligência apesar de trabalhar numa biblioteca - Desde quando você fala tão bem?

Fechei a cara.

- Não... Não te interessa. Eu nem sei porque estou falando com você, sinceramente.

Ela me encarou com o rosto contorcido numa careta e ficou na ponta dos pés antes de dizer:

- Então... Por que não podemos voltar?

Não acreditei no que ouvi. Dei uma risada sarcástica.

- Aaron te chutou, foi isso que aconteceu? - Disse, fazendo bico - Vai ter que lidar com a rejeição.

A menina encarou o chão e mordeu o lábio inferior.

- Querida, eu vou deixar uma coisa bem clara entre nós dois - chegou um momento que eu havia empurrado-a tanto que agora a garota estava entre mim e a parede - Eu sou fiel aos meus sentimentos, não às pessoas. Isso quer dizer que quando eu não sentir mais o que eu sinto por alguém, ou sentir algo mais por outra pessoa, eu provavelmente vou terminar com ela - Apoiei minha mão na parte alta e metálica da parede - E você deveria ter feito o mesmo.

Repentinamente, ela apoiou suas duas mãos pequenas na minha nuca e tascou um beijo nos meus lábios.

- Não! Anne, não! - Me afastei dela - Isso não é certo, você entendeu?

- Mas... Ethan, eu gosto de você - Ela tentou voltar para os meus braços.

Respirei tão fundo que senti meu peito sem espaço, e tirei todo o oxigênio tão devagar quanto.

- Você não me merece.

E comecei a andar para o caminho até o ônibus escolar.

- Ethan!  Espera! - Agora ela gritava com raiva na voz.

- Você não veio até aqui atrás de mim. Veio atrás do Aaron! - Ergui ambas as mãos,  em sinal de redenção - Eu não vou ficar aqui para ser a sua segunda opção, Anne!

- Você é não é só a minha segunda opção! Você é a segunda opção de todo mundo! Não vê? - Anne passou para a defensiva rapidamente.

- Vai se f0der!

Então ela me disse algo que conseguiu destruir meu ego:

- Você acha mesmo que o Aaron foi o primeiro?! - Ela colocou as duas mãos formando um "o" próximas a boca.

- Eu realmente espero que sim! - Respondi.

- Isso quer dizer que você deveria conversar mais com o seu irmão, seu otário!

Eu devo ser muito ingênuo mesmo.

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