Bônus - Pedaços da mente

Oláá dominadores! Finalmente aqui está o bônus do nosso esquilinho! Ele foi o vencedor da votação! Escrevi com muito carinho, mas como tive que digitá-lo pela segunda vez, então me perdoem pelos possíveis errinhos... Não quis deixar vocês esperando mais e sempre demoro quando vou revisar! E vamos lá ao bônus...

~ Martin ~

Minha situação não é nada fácil habitado a cabeça da Megan. Principalmente com as pessoas que eu tenho que lidar a todo momento por aqui.

Normalmente eu fico entre os pensamentos dela, pulando de um pensamento a outro, sem um lugar fixo. Quer dizer, agora eu tenho um lugar quase que fixo. Perto do coração dela. Mas não no sentido que alguns de vocês devem estar pensando. Eu não estou perto do órgão coração dela. Estou sempre perto do coração dos seus pensamentos.

O coração dos seus pensamentos é uma "coisa" assim como eu, uma presença, quase física, que muitas vezes tem o pensamento por si só.

Engraçado olhar para o coração dela. Uma versão reduzida dela. Com grandes e questionadores olhos azuis e cabelos tão lisos que pareciam pertencer a uma boneca. O coração da Megan deveria ser ela com uns sete ou oito anos... Inocente até por demais. Ela gostava de me ter ali por perto. Sempre ficava muito feliz com a ideia. Saber que ela gosta de me manter perto do seu coração...

Além do coração e de mim encontrei com um monte de outras figuras por aqui. Tenho que dizer que uma das mais engraçadas é o amor que ela sente pelo Adam. Ele deve ter mais ou menos a mesma idade do coração e sempre que ele aparece por aqui o coração dela se esconde atrás de uma grande árvore e fica dando pequenos pulinhos. Sempre é uma diversão quando ele aparece.

Mas agora uma presença que sempre me preocupa ao aparecer é uma presença que ainda não tem forma, só consigo sentir. Um ódio, uma inveja... Tudo numa nuvem grande e espessa de fumaça negra.

Quer dizer, antes era somente uma nuvem de fumaça preta. Comecei a perceber que a cada vez que essa presença aparece está tomando cada vez mais forma. Uma sombra quase feminina. Olhos topázios brilhantes e perigosos.

Estava de olhos fechados aproveitando um sentimento bom no que parecia ser uma tarde feliz. Ou dia, ou noite, madrugada tanto faz... É um pouco difícil observar o tempo quando se está dentro da cabeça de uma pessoa.

Foi quando senti um aperto na boca do estômago.

Abri os olhos rápido e me deparo com a sombra rondando a pequena e inocente Megan. Ela olhava com curiosidade para a sombra, vi o receio quando ela estica sua pequena mão para alcançar a sombra. Fico em pé e grito um não, mas a minha voz sai abafada.

Então os alcanço e quando a Megan me vê, sua mão recua e então ela sorri. Como se nada tivesse acontecido, ela se afasta dali saltitando.

- Você não pode me impedir de alcançá-la para sempre... - a sombra fala.

- Posso não ter sucesso todas as vezes, mas sempre vou tentar... Mas o que exatamente é você?

- Você sabe Martin... Eu sou a escuridão da Megan. E a cada dia eu fico mais forte. A cada momento eu fico mais perto de ter minha presença aqui.

- Escuridão?

- Sim. Todos temos. Nunca tinha sido forte o bastante, Megan nunca tinha me alimentado tanto assim...

- Do mesmo jeito que ela te alimenta ela pode te eliminar.

A sombra começa a gargalhar. - Eliminar é impossível. É preciso de maldade para que se tenha bondade. Eu sempre existi aqui, sempre existirei.

- Isso é o que veremos...

- Exatamente... - a sombra se desfaz diante dos meus olhos.

Infelizmente a sombra tinha razão. Ela foi ficando mais forte, mais nítida a cada aparição, e eu não conseguia fazer nada para impedir que ela aparecesse... A escuridão ficou tão forte que consegue agora até se comunicar com a Megan. Isso não é nada legal.

E o que "ele" fala muitas vezes é de arrepiar.

Tenho que dar um jeito nisso. Mas como? Sento perto do coração e coloco a minha cabeça para funcionar. Tinha que ter um jeito.

Só percebo que o coração da Megan está em agonia quando o brilho dali diminui um pouco. Ergo a cabeça e vejo a sombra, que neste momento já não é mais uma sombra, conversar com o coração da Megan.

Como era que a escuridão tinha se aproximado dela daquele jeito e eu nem tinha percebido? Não acredito que eu estava tão entretido com os meus pensamentos que nem percebi os movimentos da escuridão...

Tentei levantar, mas não consegui. Uma força invisível me segurava perto do chão e me prendia ali. Só consegui levantar quando usei um pouco de mágica e também com mágica imediatamente me pus entre a escuridão e a pequena Megan.

Aproveitando o momento a pequena fugiu e nem vi para onde ela foi se esconder. A escuridão tentou acompanhá-la, mas não deixei.

- Deixa a Meg em paz.

- E quem é que vai me impedir? Você? - ela fala me encarando com um olhar cheio de ameaças.

Fiquei preocupado quando vi a forma que a sombra tinha tomado. Era a Megan agora. Igual a ela. Talvez com um cabelo um pouco mais curto, não sei... Mas era a última imagem que eu tinha dela na minha mente.

- Sim. Eu - não tinha muita certeza das minhas palavras, mas tentei soar o mais convincente possível.

- Isso eu vou gostar de ver... - ela assume uma postura de ataque.

Eu realmente não esperava por isso, mas tinha que fazer alguma coisa, quem sabe se eu a derrotasse ela iria embora para sempre?

- Você quer lutar aqui?

- Tanto faz, eu acabo com a sua raça em qualquer lugar... Já estou bem cansada de você sempre se metendo nos meus planos...

- Se os seus planos não envolvessem levar o coração da Megan para o lado da escuridão, eu realmente não gostaria nem de cruzar com você...

- Eu só quero que os meus planos se realizem, assim como você Martin. Como você pode ser tão hipócrita que não veja isso?

- Como é que é?

- Eu quero que a Megan fique igual a mim. Você quer que ela fique igual a você. E você também não poupa esforços para atingir esse objetivo.

- Não consigo ver o que nós dois fazemos aqui como a mesma coisa.

- Claro... Porque tem toda essa baboseira de bem e do mal.

- Baboseira nada. Ódio desmedido nunca fez bem para qualquer pessoa... E querer corromper tudo com ódio não é uma coisa boa.

- É que você só consegue ver um lado da moeda.

Ela avança em minha direção e vejo um brilho vermelho em seu olhar que me fez congelar no lugar. Já estou me preparando para desviar e fazer o meu movimento quando ela estanca a poucos metros de mim.

- Como? - ela olha confusa para a mão erguida para me atingir, mas que por algum motivo não conseguiu.

- Não consegue me acertar? - falo a provocando. Tenho que ver se é verdade mesmo.

- Claro que eu consigo, deixe de falar besteiras - ela volta a movimentar a mão em minha direção e nesse momento eu não faço nenhum movimento, não me movo nem meio milímetro.

E como eu tinha pensado, e torcido, sua mão está uns dois dedos longe de mim. O punho fechado tremia com ódio e eu via a frustração nos olhos dela. Não consegui segurar o riso.

- Não, você não consegue...

- Eu, eu... - vejo o esforço que ela está fazendo para me alcançar, mas tudo é em vão.

Observei fascinado quando ela começa a me rodear tentando me golpear, mas sem sucesso em nenhuma das vezes. Lá pela terceira volta que ela tenta fazer em mim, ela simplesmente para e se joga no chão, gritando com raiva.

- Mas o que diabos eu tenho de errado? Eu quero muito, MUITO, te machucar, mas minha mão não me obedece... Ou minha perna, ou qualquer parte do meu corpo que queira fazer algum dano em você...

- Você não esperava por essa não é? - sento ao seu lado e ela ergue o tronco, me olhando com surpresa.

- Claro que não. Eu sei que eu ganhei a minha voz aqui dentro por sua causa, mas agora eu estar envolvida com você a ponto de não poder te machucar aí já é demais...

- Você está aqui por minha causa?

- Sim. Algo dentro da Megan quebrou quando você morreu Martin... Sempre vi tudo de longe, sem poder controlar nenhuma das ações dela... Mas quando você morreu, eu finalmente fui libertada, e naquele momento eu tive voz, eu tive poder...

- Mas você era somente uma sombra... Como você teve voz antes?

- Eu já tive essa forma antes, no momento que fui liberta, eu tinha essa forma, mas alguém lá fora enfraqueceu a minha ligação com ela. E quando você chegou por aqui, eu voltei a ser somente uma fumaça...

- Entendo...

- Mas espera aí um momento... - ela fica de pé em um pulo. - Por que eu estou falando sobre isso com você? Eu não deveria, eu... - e então ela vira fumaça e desaparece.

Aquelas informações me foram muito úteis. Mesmo ela indo embora depois de me falar isso, eu agora tenho uma ideia de como essa escuridão nasceu. E se eu sei como ela foi criada, pode ser que fique mais fácil saber como irá embora.

O que me leva a esse momento.

O coração começa a escurecer quando vejo a Megan grande atravessando pela Megan pequena. Tive que coçar os olhos para ter certeza que aquilo não era uma pegadinha da minha mente. E não era.

A Megan grande ainda antes de sair completamente pelo coração da pequena, me deu um tchauzinho. Mas como?

Assim que eu não pude mais ver nada ali dela, o coração se iluminou como nunca. Não entendi o que aquilo significava. A escuridão tinha ido embora de verdade? Mas se aquilo era verdade, para onde tinha ido?

- Ela se foi - o coração afirma os meus pensamentos.

- Para onde foi?

- Ela foi enfrentar o mundo cara a cara. Não irá voltar até que tenha Encontrado o que procurava lá fora...

- E como isso aconteceu.

- Qualquer sentimento para aflorar tem que ser pelo coração Martin. Sempre foi assim...

Ele tinha razão. E agora sem a presença da escuridão aqui, tudo estava acontecendo da melhor maneira possível. Vi com meus olhos a evolução da Meg em seus domínios, e como ela está aperfeiçoando todos os seus conhecimentos.

Mas fiquei em estado de alerta quando vi pelos olhos dela aquela escuridão diante dela, e ainda por cima, com a minha forma. Aquilo não estava certo. Só sabia que era ela, pois já a conhecia, sabia dos truques que gostava de usar.

Esperei com muita fé que as coisas se resolvessem, que a Meg derrotasse aquela escuridão. E fiquei muito feliz em perceber que ela também não tinha sido enganada por aquela cópia fajuta. Mas quando vi o coração entrando em agonia e tentando escurecer, não tive outra escolha.

- Desculpe Megan, mas tenho que fazer isso antes que seja tarde demais... Não deixarei que isso aconteça. Me desculpe, mas acho que vai doer um pouco...

Levo minha mão rapidamente ao estômago da Megan de doze anos. Minha mão, assim como eu esperava atravessa completamente. E tento fazer meu caminho pelo corpo dela o mais rápido que consigo.

Acredito que não estou fazendo um trabalho muito bom que tudo o que eu consigo escutar é o som abafado de dor da Megan. Uma luz brilhante quase me cega e tenho que desviar o olhar da luz, mas sempre continuando a avançar.

Até que meus pés descalços alcançam a grama fresca. E eu arrisco abrir os olhos. Já consigo enxergar. Estou ali diante da Megan da escuridão, a minha Megan, Oliver e Adam. Eu tinha conseguido, tinha saído de dentro da cabeça dela. Mas tinha algo faltando em mim, não me senti completo, não sei o que é, mas não me dou ao luxo de pensar no que poderia ser.

Vejo o olhar espantado dos dois rapazes ao me encarar, como se não acreditando que eu estava ali. Eles vão ter que entrar na fila, já que eu também ainda estou tentando entender como isso é possível.

Troco algumas palavras como todos ali e logo já tenho que dedicar a minha atenção a outra Meg e parar os seus planos. É engraçado como ela ainda tenta me acertar. Admito que ela está chegando cada vez mais perto e em alguns momentos até me assustei com a proximidade, mas, ainda não corro nenhum risco.

Tento de diversas maneiras agarrá-la para que os outros possam fugir, mas a partir do momento que ela percebeu o que eu estava tentando fazer, ela torna tudo bem mais difícil.

Até que ela escorrega e arranha a sua perna num galho afiado perto de nós. Ela nem parece se importar com aquilo e olha diretamente para a Meg. Olho chocado quando vejo o corte igual na sua coxa. Elas também estavam ligadas, mas num nível mais profundo e perigoso do que eu.

Aproveito o momento que ela está distraída falando com a Megan para agarrar o seu braço e torcê-lo somente o suficiente para que ela fique imobilizada. Ela tenta se mexer, mas não consegue fazer muita coisa com suas mãos.

Ela troca palavras ofensivas com todos ali. Não me recordo daquela escuridão ser tão desagradável daquele jeito...

- Aí é que você se engana pequeno guardião - ela fala tentando se livrar de mim. - Não está vendo que somos iguais? - ela fala apontando com a cabeça para a Meg.

- Só se for na aparência. Você nunca terá um coração tão bonito quanto a Megan - falo com aquela certeza. Claro que o coração da Meg passou por algumas coisas, mas ainda está aqui, firme, forte e belo.

- Me poupe dessa conversinha de corações bonitos, de amor e alegria, isso não cola comigo. Eu conheço bem vocês dois. Sei que cada um de vocês tem um lado negro bem perverso... Eu só deixo o meu aparecer - na realidade ela é a escuridão, mas não quis entrar em detalhes técnicos naquele momento.

- Não é bem assim - torço um pouco mais o braço, mas quando vejo os olhos da Meg se fecham tentando esconder a dor não aguento e afrouxo a torção.

- Mas vocês dois não são uma coisa bem fofa? - Megan sombria percebe o que eu fiz e fala ironizando. - Como eu ia dizendo, compaixão aqui não vai te levar a muito longe...

Me dói as palavras que eu troco com a Meg. Infelizmente não gostaria de ter que fazer isso, mas é o jeito que eu tenho de parar tudo aquilo. Com magia, seguro a sua coluna e com a quantidade certa de pressão, paraliso o corpo das duas. Quase me matou ver o rosto de dor da Megan, mas continuei firme e fiz o que tinha que fazer.

Depois de paradas, peço auxílio aos dois para que a levem para longe dali, e mais uma vez sinto uma profunda felicidade de ajudar a Meg a ficar bem. Claro que uma ponta de tristeza por não poder interagir mais com ela daquele jeito, mas eu daria um jeito...

Sentia a magia escorrer para fora do meu corpo a cada segundo e ficava cada vez mais difícil deixá-las paralisadas. Finalmente ela me escuta e vai indo embora. Vai se aproximando de uma porta grande e antes que ela passe por essa porta eu grito para ela.

- Megan, por favor diga a Felícia que eu só quero que ela seja feliz - falo de todo coração.

- Eu digo a ela Martin - ela sorri para mim. E eu fico tranquilo ao escutar aquilo. Nunca tive a chance de falar aquilo para ela, e saber que Felícia saberá agora me traz um pouco de felicidade.

A porta se abre, um mundo completamente diferente daquele estava do outro lado. Antes que a se fechasse um grito ameaçador sai da garganta daquela Megan.

- Nós vamos nos ver novamente Megan! Anote as minhas palavras! Eu vou te ver novamente, nem que para isso eu tenha que nos matar!

Sei que ela não está falando sério. Não acredito que ela esteja tão maluca para conseguir corromper a Meg que se não conseguir ela vai acabar com a vida das duas! Isso é egoísmo demais, até mesmo para ela.

Escuto um barulho abafado do trinco e então porta começa a se dissolver e desaparece num piscar de olhos. Estamos presos aqui. Mas onde mesmo?

- Então Martin, a porta se foi... Que tal você me largar agora? - ela fala revoltada balançando vigorosamente a sua cabeça que ainda era a parte do seu corpo que se movia.

- Claro - sorri e a liberto.

Demora um tempo para que os movimentos dela voltassem e eu fiquei analisando ao nosso redor enquanto ela se recompunha.

- Você tinha que sair da cabecinha da Megan não tinha? - ela fala cruzando os braços e sentando sobre suas pernas no chão.

- Você sabe que eu tive que sair. Você não me deu outra escolha.

- Matava se você demorasse mais um pouco? Mas que droga Martin, eu estava tão perto...

- Por isso mesmo que eu tive que sair. Eu pensei por alguns momentos que eu não conseguiria a tempo...

- Você sabe que foi por muito pouco...

- Eu sei, eu estava lá dentro. Eu vi tudo.

- Irritante o fato de eu não poder te machucar, nem que seja um pouco... Tenho certeza que esse seria o empurrão que a Megan está precisando...

- Nem tenha dúvidas disso, mas tanto você sabe tanto quanto eu que não consegue.

- Não sei como a Megan não ficava com raiva de você à todo segundo por querer ter sempre a razão. Isso é bem irritante!

- Não é irritante é só bom senso...

- De um jeito ou de outro é de certo irritante!

- Você só está frustrada por não ter alcançado os seus objetivos... Se isso te fizer melhor, pode descontar sua raiva em mim.

- Ai está, o Martin prestativo e amoroso... E sabe-tudo! Mas você mesmo sabe que eu não consigo descontar minha raiva em você, mesmo querendo muito.

- Ah disso eu sei bem...

- O que você pretende fazer agora? Mofar aqui nesse lugar comigo até o final da sua magia?

- Claro que não! Vou dar um jeito de voltar.

- Com essa faísca sem graça e quase morta que você chama de magia? Acho que não garotão...

- Você é muito pessimista.

- Você que tem esperança de um morto voltar a vida! Você sabe que não pode salvar a Megan e mesmo assim fica tentando...

- Claro que eu tento, e sei que fui muito bem sucedido durante o pouco tempo que fiquei com ela. Nunca vou conseguir abandoná-la, e você deveria saber muito bem disso.

- Eu esqueço. É muito desnecessário essa sua necessidade de manter sempre a Megan nos eixos. Você sabe da natureza dela. Sabe que ela pode vir a abraçar a escuridão a qualquer momento.

- Isso não acontecerá enquanto eu puder fazer alguma coisa para impedir.

- Arg! - ela solta uma lufada de ar e revira os olhos com vontade. - Coisa mais frustrante. A porta dissolveu ou sei lá o que, e eu fiquei presa aqui com você. Tenho que dar um jeito de sumir, o mais rápido possível.

- Você não vai a lugar nenhum, não pelo menos sem mim - falo calmamente e sento na grama.

Minha mão vai se imediato para o ponto de contato da natureza com o chão e meus dedos formigam um pouco enquanto minha mão desliza de um lado para o outro. Foi maravilhoso sentir aquela sensação de novo. Nunca pensei que fosse sentir saudade de uma coisa tão boba quanto é pegar na grama, mas na verdade eu sentia falta de tudo. A brisa batendo de leve no meu rosto, os cheiros. Minha nossa os cheiros!

Sentia falta de muita coisa, principalmente de estar vivo, ter o meu próprio corpo, mesmo eu não tendo um corpo, eu aproveitava aquelas sensações com muita vontade. Foi o máximo que eu consegui depois de trocar a minha vida pela a de Megan.

Fiquei um pouco surpreso quando ela sentou do meu lado e começou a olhar para cima com uma certa concentração. Pensei que ela fosse falar alguma coisa, mas ela ficou em completo silêncio. E assim foi o nosso relacionamento.

Falávamos somente o necessário um para o outro e os dias foram passando.

Conservava todo o resto de mágica que eu tinha e os dias foram passando rápidos e tranquilos. Tanto que um mês se passou e eu ainda estava ali. Até que a Megan veio falar comigo.

- Tenho um jeito de sair daqui.

- Tem? - pergunto espantado.

- Tenho. Você acha que eu passo os meus dias de bobeira e aproveitando a vida que nem você Martin? Me poupe, preciso voltar.

- E porque está me falando?... Espere, nem precisa me dizer... Você precisa da minha ajuda para voltar não é?

- Infelizmente - ela fala soltando uma lufada de ar.

- Tá o que eu tenho que fazer?

E ela me explica o que temos que fazer para sair dali. O plano é bem simples, e ela só precisa de mim porque ela precisa de um link forte com a Meg. Se houvesse um jeito de eu ir e deixá-la aqui seria o ideal, mas eu não tenho magia suficiente para tal. Não sei se posso confiar completamente na Megan, mas sei que ela não pode me ferir e se ela veio falar comigo é porque não deve haver mais nenhum jeito...

Não quero acreditar que eu estou trabalhando em conjunto com ela para voltar para a Meg, mas tenho que ter a certeza de que o coração dela estaria bem... Vi aquela nova escuridão se aproximando... Não quero deixá-la à sorte.

Somente por isso é que eu estou de mãos dadas com a Megan sombria enquanto ela recita um encantamento antigo.

Nossas mãos começam a brilhar e aquela mesma luz que me levou para fora da Meg me cega. Acho que estamos no caminho certo, essa luz deve ser um bom sinal. Meu corpo treme e não sinto mais o chão abaixo de mim.

As mãos dela se soltam das minhas quando sinto meu corpo impactar com o chão. Abro os olhos e olho ao meu redor, feliz por estar de volta na cabeça da Meg.

Vejo o coração da Meg triste e encolhido num canto. E fica bem triste ao ver a presença da outra Megan. Só espero ainda ter uma voz ali dentro. E quando sou ouvido não consigo parar de sorrir. Ainda vou conseguir ajudar a Meg a se livrar dessa escuridão.

E então o que acharam do bônus? Se gostaram não se esqueçam de votar e deixar um comentário ^^ Esse bônus é dedicado a todos que votaram no Martin. Todos que encheram de comentários pedindo para que eu contasse essa pontinha de história pela voz dele. E a todos os outros que não votaram no Martin também e que participaram da votação, esse capítulo também é pra vocês. Fica aqui meu carinho. Obrigada a todos pela participação. Gostei da votação, quem sabe eu não faço outra em breve ^^ Beijos grandes para todos e até a próxima <3

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