IX - Demônio Primordial
Ao sair do banco central, o medalhão de Geralt apita novamente. Vários corpos de bestas e criaturas estão deitados no chão, queimando. Com certeza foi Sophia, com suas magias de fogo.
Fico pensando no que acabou de acontecer. Bancos centrais são assim, lugares onde notas de papel são produzidas e as pessoas atribuem valor a essas notas de papel. Dizem por aí que dinheiro é o que comanda o mundo.
Fico triste em perceber que existem poucas pessoas com tanto, e tantas pessoas com pouco. É lamentável que as riquezas estejam nas mãos de pessoas picaretas que gastam rios de dinheiro com besteiras, bebidas caríssimas, carros de luxo, noitadas, roupas de marca e até mesmo drogas pesadas. Enquanto uma família normal poderia ter uma vida tão feliz só com uma parcela desse dinheiro. Entendo que o dinheiro é uma propriedade privada e cada um faz o que quiser, mas não é justo colocar a liberdade acima da moralidade. Gastar deliberadamente com tanta coisa ridícula incide uma culpa moral na decadência da sociedade sim. Não estou dizendo que as pessoas deviam ser obrigadas a doarem aos mais pobres, mas sim dizendo que quem contribui para a decadência da sociedade com gastos ridículos sim tem culpa do mundo ser sujo, independente se o dinheiro for "seu" ou não. Afinal, ninguém sabe a procedência desse dinheiro, se foi conquistado com suor ou herança. Se foi suor, garanto que a pessoa não seria um gastão irresponsável.
As crianças e demais clientes do banco estão todos seguros do lado de fora. Sophia me olha, segurando o medalhão que nos guia ao local mais "escuro" debaixo do céu.
Sophia diz, sem medo:
— Tenho um sentimento de que lá é o epicentro.
Percebo que Sophia está mais destemida. Se antes alguém se iludiu achando que ela é uma garota indefesa, hoje podem ter certeza que ela não é. Ela deu conta de derrotar todas as criaturas do lado de fora do banco central, e sem perder a calma.
Começamos a caminhar rumo ao epicentro.
...
Ao chegar no local, percebemos vários trilhos contornando o local. Uma porta aberta com um fundo obscuro assola o local. É de lá que os demônios saíram, com certeza.
Uma demônio está sentada na calçada. Ela diz:
— Veio tentar fechar as portas?
Olho meio desconfiado. Não percebi ela aqui a princípio.
Sophia fica pra trás, em guarda. Eu digo:
— E você é...?
— Sou Lilith. — a demônio se apresenta. Ela tem olhos esbranquiçados e cabeços loiros claros. Ela tem uma pele branca e aparenta ser bem fria.
Os portões parecem calmos.
Ela se levanta, dizendo:
— Todos os demônios já saíram, com exceção de um.
Eu fico meio surpreso em ela estar me contando. Pergunto:
— Quem?
Ela responde, com um sorriso sádico:
— Belial. Aquele que governará este mundo!
Balanço a cabeça, dizendo:
— Tá, chega de papo furado. — e parto pra cima dela para acertar um soco.
Lilith rapidamente salta pra cima, ficando no topo do teto do portão do inferno. Ela me encara lá de cima, dizendo:
— Me matar não vai impedir que ele venha. E não tem como fechar essas portas sem as 66 chaves. Mas posso te contar, caso fazer um pacto comigo.
Imediatamente nego, dizendo:
— Não vou vender minha alma a troco de informações.
Lilith imediatamente assume uma forma obscura, saindo uma fumaça negra de sua boca. O corpo de cabeços loiros e olhos brancos se torna pó. A fumaça negra rapidamente entra na boca de Sophia, possuindo o corpo de Sophia.
Achei que essa possessão seria impossível para os demônios. A única explicação é que Lilith não é uma demônio qualquer. Franzo o cenho, dizendo:
— Ok, você agora me deixou interessado.
Droga! Preciso pensar em uma forma de tirar essa demônio dela sem causar danos à Sophia.
Ao me sentir em uma posição sem saída, digo:
— Vamos fazer o acordo. Me conte tudo e deixe Sophia em paz.
Lilith é esperta. Ela quer firmar o contrato. Ela diz:
— Vamos primeiro selar com um beijo...
Caralho... admito que sempre quis dar um beijo na Sophia, mas não nessas circunstancias onde o corpo dela foi possuído por uma demônio.
Decido ser corajoso. Não tenho medo das armadilhas do demônio. Dou um beijo, selando o contrato.
(Daqui, o capítulo tem 666 palavras)
Lilith se afasta, dizendo:
— Porra.... por que todo Nephilim beija tão gostoso?
— Então não sou o primeiro? — brinco.
Ela sorri, dizendo:
— Você claramente não faz ideia de como seu pai um dia foi.
De verdade, não me interessa ouvir isso agora. Pergunto:
— Me diz que porra tá acontecendo.
— Belial não saiu ainda porque, como pode ver, o local é protegido por cem milhas de uma armadilha de demônio feita de trilhos de trem. Os trilhos forma um pentagrama, e são feitos de um material revestido de sal, água benta e ferro. — conta Lilith.
A pessoa que construiu essa prisão certamente pensou em tudo. Isolou os portões do inferno em 66 fechaduras, com uma armadilha de demônio de 100 milhas feita de material anti-demônio.
Seja lá quem fez isso, contribuiu muito para a humanidade.
Eu digo:
— Suponho que os demônios que saíram pra fora estão enfraquecidos e não conseguem sair da armadilha.
Lilith sorri, dizendo:
— Sim, mas graças aos acólitos de V, os trilhos estão prestes a serem rompidos. Foram eles quem abriram as 66 chaves do inferno. Basicamente, os humanos doutrinados hoje são acólitos da causa do apocalipse e já estão danificando os trilhos para desfazer a armadilha de demônio.
Fico estarrecido. Com isso, basicamente me resta pouco tempo para caçar os acólitos de V e evitar que Belial seja liberto.
Imediatamente abandono Lilith. Não posso machucá-la, pois ela possuiu Sophia. Mas em algum momento eu a pegarei.
Começo a correr em velocidade da luz. Preciso mais do que tudo encontrar V, ou os acólitos dele. Preciso impedir que esse demônio primordial seja solto, pois aí sim o apocalipse estaria decretado.
Após uma busca incessante por V, sinto uma energia poderosíssima emanando algumas milhas no hemisfério sul. Ao me aproximar do local, percebo que houve uma batalha entre um anjo e vários demônios. Uma aura angelical cobre o local, e sinto que a aura é familiar. Os trilhos que cobriam o local foram completamente obliterados e o solo sofreu uma erosão antinatural.
Ao prestar mais atenção, sinto que é Barachiel, que foi derrotado e seu corpo explodiu. Agora, seu espírito vaga pelo local, a procura de outra casca.
Imediatamente um portal se abre. É quem eu estava procurando. Em carne e osso, vivo e a cores.
V...
No exato momento que V aparece, o hemisfério norte, mais próximo onde era o portão do inferno, sobre uma explosão onde é possível ver uma aura cobrindo todo o céu. Uma áura vermelha e super poderosa.
Tarde demais... ele saiu...
A simples aparição de Belial causa uma energia extremamente negativa nos arredores. Um vento forte toma conta do local, e isso é só o começo.
Olho para V e xingo, sem poupar palavras para manifestar minha raiva:
— Olha que PORRA você acabou de fazer, seu filho da puta!
V sorri, com seus cabelos bagunçando de tanta ventania. Ele diz:
— Consegui o que eu queria.
Puxo a gola de V, socando o rosto dele. O vento é tão forte que contribui para que ele caia no chão. Digo:
— E PARA QUÊ?!
V, no chão, não reage. Claramente, ele deixou ser atingido.
Fico absurdamente irritado com tudo isso. Subo em cima de V e me preparo para socar o rosto dele. V sorri, provocando:
— Isso. Libere sua raiva. Quero que você manifeste seu poder. Quero que você SOLTE TUDO! Depois que acabar comigo, vá pra cima do Belial!
Eu, olhando tudo isso, fico completamente sem entender.
Odeio ser consumido pela raiva. Esse cara claramente está mexendo comigo. Está me provocando. Cansei de entrar nos joguinhos dele, cansei de dar ouvidos pra ele, de ser manipulado e de ser conduzido.
Desde quando retornei do mundo dos mortos, percebi que fiquei mais Irado...
Eu hesito por um momento. Digo:
— Seu merda. Não vou mover um músculo até você me dizer.
V tira seu sorriso do rosto e percebe que não estou mais consumido pela raiva. Ele olha com cara de decepção, me chutando com força pra longe e se levantando.
Me afasto dele, prestando atenção no que está acontecendo.
V, ao se levantar, caminha para outro rumo e olha para o demônio primordial. O vento persiste, e parece que não vai passar. O solo inclusive começa a tremer levemente e os céus já foram irregularidades de nuvens.
Claramente, V está surpreso com o poder do demônio primordial. O poder dele, mesmo a milhas de distância, é avassalador e faz a Terra ter calamidades como terremotos e furacões. É um cataclisma, uma anomalia. V diz:
— Você não entende...
V saca a Yamato, mostrando como a katana reage a seu sangue. Ele me olha, e surpreende ao dizer:
— Eu sou você.
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