XVI - Irmãos

O meu sangue escorre pelo chão, juntamente com o de Jun. Nós dois estamos incapacitados. Samael nos empurra e caímos no chão, fracos e derrotados.

Eu sinceramente não consigo aceitar que perdi justamente no último momento...

Samael começa a desfazer sua réplica e a se unificar, tornando-se um só. A Force Edge, agora unificada, desperta seu verdadeiro poder...

... Samael agora tem em sua posse a Sparda, a Espada Lendária.

O que me parecia um momento de fraqueza na verdade era pior. Perdi completamente toda a fé. Me senti derrotado profundamente, pois meus objetivos eram bons e mesmo assim eu fui confrontado e caí.

Tá aí uma lição que eu não queria aprender...

Não importa o quanto sejamos bons... as vezes iremos cair e ninguém irá nos ajudar a se levantar. Não importa quem somos ou o que tenhamos feito... coisas ruins simplesmente acontecem, e elas podem nos destruir completamente.

...

Eu já estava desesperado. É como se os Céus não dessem a mínima pra gente, ou se não houvesse mais justiça.

Seria o fim...

... se uma aparição miraculosa não acontecesse exatamente agora.

...

* ALGUÉM PARA O TEMPO COMPLETAMENTE *

Era o Arcanjo Miguel, líder das tropas do céu e o anjo mais influente dos céus.

Miguel parece bem enfraquecido, mas seu poder ainda é tão imenso que somente a sua presença já causa uma distorção temporal. Com o tempo paralisado, ele consegue deixar Samael imóvel e a espada dele "congelada", e parece que o tempo só está "funcionando" para mim e para ele. Miguel diz:
—  Isso só vai durar por alguns minutos...

Eu fico um pouco com raiva mediante à situação. Eu discuto:
—  Por que não apareceu antes? Precisávamos de você aqui!

Miguel estende a mão. Mas minha raiva ainda não passou. É complicado entender o motivo do Arcanjo mais poderoso dos céus não ter feito nada para ajudar no caso. A aparição dele foi muito tardia.

Miguel suspira. Ele responde:
—  Esta realidade está fadada à destruição... e a única opção que temos é usar meu poder angelical para voltar no tempo e recomeçar.

As asas de Miguel vão se fechando vagarosamente. Quando se fecharem completamente, o tempo voltará ao normal. Eu pergunto:
—  Voltar atrás não dá na mesma? Não nos leva exatamente aonde chegamos?

—  Talvez... —  Miguel estende a mão angelical dele e toca o peito de Samael. Ele me olha e diz —  Vou levar Samael comigo para o início dos tempos e aprisioná-lo no limbo temporal.

—  Mas isso o aprisionaria também. Você não deve se sacrificar por isso... —  digo.

—  Alguns sacrifícios devem ser feitos. —  Miguel toca e atravessa o peito de Samael, e então abre uma espécie de portal angelical e rapidamente corre ao portal, levando Samael e a Espada Lendária de Sparda.

...

FECHAMENTO DO PORTAL

Miguel e Samael são enviados para a.C. e estão presos no limbo temporal.

TERREMOTO E QUEDA DA TORRE DA PROVAÇÃO COMEÇA

...

—  Eu não acredito nessa merda! —  eu começo a analisar como os conflitos foram resolvidos e simplesmente não consigo aceitar.

Nada saiu de acordo com o que planejei.

Jun se levanta, sem entender direito o que aconteceu. A Torre da Provação começa a tremer mais e mais.

Jun me olha e pergunta:
—  Foi você? VOCÊ DE NOVO? —  Jun começa a se alterar. —  Por que você é tão melhor do que eu?

Ele puxa a Rebellion e parece me desafiar de novo.

—  Você se esqueceu o que acabou de acontecer aqui? Quase morremos e você ainda pensa em brigar? —  abro os braços, falando num tom de voz irritado.

Jun continua raivoso. Eu começo a encarar ele, sem entender por que ele está agindo feito um idiota. Eu digo:
—  Quem fez isso foi Miguel. O mérito é dele!

—  Foda-se. —  responde Jun.

Ele realmente não liga para a verdade. Jun deixa a ira o dominar com muita facilidade, o que também me irrita as vezes.

Babaca.

Eu seguro a Yamato com as duas mãos, pronto pra tirar ela da bainha e enfrentar Jun novamente.

E lá vamos nós de novo...

...

Jun aponta a Rebellion pra mim...

Eu tiro a Yamato da bainha de uma vez.

...

Jun vem correndo na minha direção, pronto pra acertar um golpe de espada. Mas eu rapidamente dou um salto no ar e dou um giro, golpeando a espada dele e quebrando a defesa dele.

Com essa manobra eu consigo chegar atrás dele e chutá-lo. Ele se vira pra mim e eu corto o peito dele.

Jun se afasta, dolorido. Ele implica, com uma expressão muito raivosa:
—   ...te odeio tanto!

Isso é uma coisa pesada de se dizer...

Eu aponto a Yamato pra ele...

Jun, furioso, nem espera sua regeneração se completar. Ele avança pra cima de mim tentando me acertar de novo.

Enquanto nossas espadas se cruzam, a tremedeira da Torre da Provação se para por um instante. É estranho isso acontecer tão de repente.

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