O NATAL DE MORWENNA


Morwenna abanava o rabo para Larissa que rodopiava com seu novo vestido para lá e para cá pela casa, esperava a mãe e o pai terminarem de arrumar a irmã para irem para a igreja naquela manhã de Natal, Morwenna sentia que depois de 5 anos realizaria seu sonho de partir com eles para a mais bela festividade do ano.

-Amor! Acho que podemos deixar a mesa do café da manhã e guardar quando voltarmos, o que acha? - perguntou Eric observando a mesa com gosto.

-Cuide da casa, querida Morwenna!-Disse Larissa a sua vira lata caramelo.

Morwenna em mais um ano não realizaria seu sonho, chorar lhe foi inevitável.

-Não chore, Morwenna! Voltamos logo, minha princesa.-Falou Gabrielle com Inês chorando em seu colo com muitos adornos e babados.

Ali sozinha Morwenna teve a ideia de ir passear no mato, morar em sua chácara tinha suas vantagens, ela realmente sentia pena de seus amigos da cidade. Quando adentrou o mato um esquilo saiu correndo, o porco espinho soltou sua defesa em sua direção, as aves saíram correndo e cantarolando, as borboletas voavam das flores, todos sentiam medo de Morwenna que chegou correndo. A cadela sempre corria atrás dos outros bichos para brincar, mas como não falavam na língua dos latidos nunca entendiam o desejo de amizade de Morwenna.

A cadela ficou feliz quando avistou seu amigo Patinete, um pato de meia idade que adorava pegar carona em suas costas. Ao ver a cena o porco espinho saiu de trás da pedra encantado com o que via, o esquilo meteu um pinhão na cabeça de Morwenna descendo da Araucária para ver mais de perto aquela amizade de uma ave e um mamífero.


Morwenna abanava a cauda em sinal de respeito e carinho, Patinete logo deu um voo baixo de suas costas, fazendo com que a cadela aproveitasse para rolar no chão e ficar de barriga para cima sinalizando aos novos amigos que queria apenas brincar.

Os outros animais entendiam que aquilo era um pedido de carinho universal entre os animais, humanos ficavam meio aninhadinhos, e não era lá muito diferente dos outros animais. O esquilo correu para fazer cócegas nela, o porco espinho deu um jeito de tomar cuidado com seus adornos e foi lá fazer um cafuné na amiga, Patinete deu umas bicadinhas e tirou alguns carrapatinhos do pelo da amiga, as borboletas dançavam nos ares, e o céu ficava nublado indicando a chuva.

Morwenna levantou-se e foi dar umas lambidas nos amigos, cheirava um e outro, era um Natal feliz e repleto de amor embora não se comunicassem da mesma forma. Morwenna foi buscar sua bola para jogarem, e avistou a mesa ainda posta, foi quando teve a ideia de fazer uma ceia com os novos amigos, hoje não precisariam caçar para poder comer amanhã.

Morwenna deu um jeitinho de levar os amigos para a ceia, por sorte a grande janela da cozinha estava aberta, o porco espinho teve um pouquinho mais de trabalho para subir, no entanto os amigos se uniram para amontoar algumas pedras para fazer uma escadaria natural.

Patinete enterrou-se no bolo de milho, o esquilo deliciou-se com as avelãs e os pinhões cozidos em um grande balde, o porco espinho estava meio perdido, porém Morwenna logo lhe jogou um pão recheado com agrião, alface, tomate e queijo, estava torradinho e crocante. As aves não demoraram a vir depois do chamado de Patinete, cantavam chamando os outros amigos, e assim tinham um coral natalino.

A diversão era tanta que nem viram a família de humanos chegando, que se comoveram com a cena, Morwenna ao ver os amigos humanos abanava a cauda enquanto seus amigos selvagens estavam imóveis diante da situação. A pequena Larissa não demorou a apontar a câmera do celular para tirar uma foto e postar nas redes sociais a confraternização natalina de Morwenna.

Depois de um tempinho Eric deu um jeitinho de colocar a bicharada para o quintal, enquanto isso Gabrielle foi cuidar do mama de Inês, e o pai com a filha foi logo arrumar as coisas para esperar a chegada dos familiares, e Morwenna foi para o mato divertir-se com os amigos e sua bola.

ARGUILERA, C

23.12.2024

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