¹³ KIM SEOKJIN QUERIA SUMIR?

Meu sangue gelou, não sabia se era pelo que tinha visto no baú, ou pela voz que me indagava. Fechei o baú virando minha cabeça devagar encontrando Henri, parado me observando. Como se nada estivesse acontecendo joguei a chave e o cadeado dentro do baú, me erguendo com minhas mãos por trás de meu corpo.

- O que o detetive faz aqui? - Seu olhar questionador me intrigava.

- Vim procurar Amtonie, e acabei encontrando a porta entreaberta, resolvi entrar e não o encontrei como pode ver. - Em um momento enquanto se distraía olhando em volta, retirando a abotoadura de dentro do bolso.

- Entendi. E porquê estava abaixado? - Pressionei os lábios. Quem deveria estar fazendo perguntas sou eu, não esse moleque metido a rico.

- Procurava isso que se desprendeu do paletó, - mostrei a abotoadora dourada com uma rosa gravada nela. - é uma herança de família, e não podia me dar o luxo de perdê-la.

- Claro. Amtonie, é muito chato imagina se ele descobre que você possivelmente poderia estar mexendo nas coisas dele? Jin sempre levava bronca por causa disso. - Sorriu e o encarei sem expressar nada.

- Eu que deveria estar fazendo as perguntas aqui, não é? - Seu sorriso sumiu.

- Desculpe parecer enxerido.

- O que veio fazer aqui exatamente? O que você deseja com o Sr. Amtonie? - Indaguei guardando a abotoadora novamente.

- Vim conversar com a Sra. Kim, e como não estava a encontrando e a emprega que me atendeu não sabia onde ela estava foi procurá-la, decidi vir atrás de Amtonie já que ele sabe sobre tudo por aqui... Mas como encontrei você por aqui, irei lhe entregar de uma vez isso. - Henri retirou uma caixinha retangular do bolso interno do blazer, estendendo a mim.

- O que é isso?

- Enfim consegui juntar o dinheiro, e aqui está o relógio...

- Relógio? Porque Henri está lhe dando um relógio? - Min Yong apareceu do nada se escorando na porta.

Tomei rapidamente o relógio das mãos de Henri guardando em um bolso dentro do blazer.

- Do que adianta ser fina, se fica escutando a conversa dos outros? É essa a classe que você diz ter, senhorita? - Vi seus pulmões inflarem para soltar um suspiro claramente irritada.

- Vejo que falta educação ao senhor.

- Por quê? Apenas por ser sincero? - Ela me lançou um olhar mortal, enquanto ergui as sobrancelhas.

- O que ambos fazem aqui?

- Estava procurando o Sr. Amtonie e já estou de saída, com licença. - Passei por eles indo em direção ao fundo da casa, precisava de um ar.

Passo pela porta do corredor pelo qual passei quando estive aqui pela primeira vez, caminhei um pouco passando a estufa da Sra. Kim e logo avistei um varal, nele havia algumas peças de roupas estendidas, porém uma em específico chamou minha atenção. Aproximei olhando atentamente a parte de cima do terno preto que coincidentemente faltava um pedaço, justamente onde ficava a abotoadura.

Isso está ficando fácil demais!

🔍

Fui embora da mansão minutos depois após me despedir da anfitriã, precisava organizar as ideias antes de conversar seriamente com Oliver. Chegando em casa me banhei na intenção de relaxar meu corpo para tentar montar o quebra-cabeça que tinha em mente. Secava meu cabelo quando a campainha tocou, joguei a toalha sobre a cama indo até a porta.

Me surpreendi em ver quem estava do outro lado, o que será ela veio fazer aqui?

- É a primeira vez que o vejo trajando roupas casuais. - Sorriu fazendo as famosas borboletas voarem em meu estômago.

O que diabos está acontecendo? Porquê ela mexe tanto comigo?

- O que devo a honra de sua visita?

- Não vai me convidar para entrar? - Abri a boca envergonhado abrindo mais a porta para que ela passasse.

- Vim ver você, e conversar um pouco. - Sentou-se no sofá cruzando as pernas.

- Nem me atrevo a perguntar como soube onde moro.

- Meu padrinho me disse. - Me sentei ao seu lado franzido as sobrancelhas.

- Foi ótimo você ter tocado nesse assunto Louise. Não sabia que Amtonie tinha uma afilhada.

- Poucas pessoas sabem, até porque não tenho que ficar falando por aí sobre isso, concorda?

- Concordo! Para mim foi uma surpresa! - Sorri.

- Tenho muita sorte em tê-lo ao meu lado, graças a ele eu cresci bem, não passei necessidades. - Sorriu passando a mão pela saia do vestido Azul claro que trajava.

- E a herança de seu pai? Não sobrou nada para você? - Seus olhos desviaram do meu para o chão.

- Minha mãe gastou o pouco que restou com as maluquices dela. Ela nos deixou na falência, antes de se matar.

- Então seu pai estava realmente envolvido com gente perigosa? Sinto muito por tudo isso que aconteceu com sua família. - Ela crispou os lábios abaixando a cabeça.

- Meu pai ganhou muito dinheiro de maneira errada, e isso custou a sua vida e consequentemente a da minha mãe. No entanto isso só me mostrou o quanto minha família não era perfeita como pensava. - Mordi meu lábio vendo Louise ainda de cabeça baixa.

- Última pergunta. Seu pai também era artesão? Foi ele que te deu aquele boneco não foi? - Seu olhar veio em minha direção sem ao menos levantar completamente a cabeça, me assustando um pouco.

- Sim, ou melhor, ele não era bem um artesão apenas tinha o hobby de fazer marionetes e bonecos ventrículos... Como sabe que foi ele quem me deu aquele que tenho? E como sabe sobre esse hobby dele? - Sua cabeça ergueu com as sobrancelhas franzidas.

Estou em um mato sem cachorro, o que eu digo? O que eu digo? Pensa Yoongi, pensa.

- Ouvi um boato uma vez numa cafeteria onde duas senhoras comentavam. - Disse tentando parecer o mais convincente possível.

- Entendi, o que mais falam de mim nessa cidade envolve meus pais, por isso quero ir embora daqui um dia.

- Paris é uma cidade lindíssima, já teve a oportunidade de visitar? - Ela negou com a cabeça - Tenho parentes por lá, na verdade eu sou parisiense. Então qualquer dia podemos ir juntos, isso se você quiser é claro.

- Mas é claro que eu quero, irei adorar viajar com você e conhecer a cidade mais romântica do mundo.

Seu corpo se aproximou do meu devagar como uma gata, e aos poucos sua boca se aproximava da minha, sentia seu hálito bater contra minha bochecha, suas mãos subiram por meus braços desnudos me fazendo arrepiar. Quando seu nariz tocou o meu de forma sútil, meu corpo reagiu automaticamente tomando seus lábios para mim.

Minhas mãos foram para sua cintura, enquanto as suas estavam em meus cabelos. Aqueles lábios pintados de vermelho eram tão tentadores, que assim que os tomei para mim senti a maciez, os lábios de Louise eram viciantes mesmo sendo a primeira vez a beijando. Aprofundei mais o beijo querendo tudo de si, meu corpo foi subindo contra o dela fazendo com que ele fosse se deitando aos poucos no sofá, quando meu corpo encostou por completo no seu um alerta se acendeu imediatamente.

Interrompi o beijo me erguendo ficando parado em pé próximo ao sofá, recebendo um olhar confuso dela.

- O que foi? Não gostou? - É aí que estava o problema. Eu gostei, gostei até demais.

- Não é isso, e que estávamos avançando bem rápido não acha? - Ela começou a rir se sentando novamente no sofá.

- Avançando demais? Estávamos apenas nos beijando Yoongi.

- Sim, mas era um passo para algo mais íntimo acontecer. - Ela se levantou parando bem próxima a mim.

- Seu bobo, não irá acontecer nada que não queremos. - Seu polegar deslizou sobre meus lábios limpando o batom que vermelho grudado ali.

- Quando o momento apropriado chegar, tudo acontecerá. - Ela sorriu e sorri junto dela.

- Bem preciso ir, meu padrinho irá jantar comigo hoje. - Pegou sua bolsa passando o indicador pelos lábios.

Acompanhei Louise, até a porta e antes que ela cruzasse o marco indo embora, segurei seu pulso a virando para mim selando nossos lábios mais uma vez. Fechei a porta ao vê-la atravessar a rua, me sentia nas nuvens, pois ter enfim beijado ela, foi maravilhosamente relaxante.

Levei meus dedos aos lábios os tocando relembrando o beijo, peguei a toalha que havia colocado sobre a poltrona indo para o quarto. Coloquei a tolha no cabideiro passando perto da escrivaninha e sem querer derrubei algo, me virei para ver o que era encontrando o diário de Seokjin, caído aberto no chão.

O peguei notando que aí cair havia desmarcado onde tinha parado, e estava em uma página que me intrigou demasiadamente ao ler "sumir" nela. Me sentei na cama lendo me pondo a ler.

29 de Junho 1953

"Gerenciar uma empresa não é fácil, é extremamente sufocante. Em apenas três dias aprendendo todos os macetes, me sinto submerso em um lago tentando emergi em busca de ar. Como os acionistas, advogados e funcionários da administração aguentavam aquilo, é um inferno.

Meu lugar não é lá gerenciando tudo, ditando ordens o tempo todo, controlando tudo o que acontecia e o pior, me responsabilizando por exatamente tudo o que acontecesse.

Não quero passar meus dias enfurnado naquela sala, mesmo que ela me faça lembrar de meu pai não quero, quero aproveitar o que há de melhor nessa vida, seguir com minha faculdade sem tantas responsabilidades em mãos. Quero sumir, sumir pra bem longe onde ninguém possa me encontrar tão facilmente... Será que ela aceitaria ir junto a mim? Seria incrível só nos dois em um lugar tranquilo, onde a única coisa com o que deveríamos nos preocupar seria ser feliz."

Meu Deus, será que tudo até agora foi em vão? Toda a investigação foi uma verdadeira perca de tempo? Impossível?

Cocei a cabeça desorientado. Seokjin, queria sumir isso ficou mais claro que água... Agora ele teria realmente feito isso? Ele teria realmente abandonado o barco e sumido no mundo? E quem é "ela" a quem ele se refere? Chloé, só pode ser ela... Mas ela não falou nada sobre.

Agh! Por que tudo tem que ser tão confundo? Desse jeito vou acabar tendo um colapso com tanta informação.

A única coisa que eu poderia fazer no momento, era conversar com aquele que certamente me ajudará a organizar tudo e desvendar esse caso. Mas antes...

Olá bearzinhos! Me desculpem pela falta de pontualidade, tive alguns contratempos e não pude postar o capítulo antes. Espero que me desculpem por esse atraso.


E sobre a fanfic. Ela está chegando ao fim, a investigação do nosso detetive está perto da conclusão fiquem ligadinhos porque vem bomba por aí. 👀👀🕵️

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