Conto: A casa 93
"Lembro que quando eu estava com meus 13 anos, uma casa me marcou. Estava com Margaret umas 5 ruas a frente da rua onde ficava a casa do meu pai, fomos até a residência de uma tia de dela, depois que ela fez o que tinha que fazer na casa de sua tia, saímos e ficamos na calçada em frente à residência esperando o carro do pai de Margaret vim buscar a gente, estávamos conversando até que eu vi duas crianças, de uns 3 anos mais ou menos, saindo bem rápido da casa à frente da que estávamos, nela tinha um número bem grande escrito '93', a casa era bem linda e pintada num tom de verde claro. As crianças eram dois meninos pequenos, eles estavam correndo pelo quintal, mas um deles parecia que ia atravessar a rua, fiquei com medo que ele acabasse se machucando, então corri em sua direção e o peguei no colo voltando para o quintal, logo saiu uma mulher baixa com um chapéu grande que cobria seu rosto e um homem, o homem pegou o outro menino e a mulher chapéu grande veio até mim.
- Muito obrigada, não sei como eles conseguiram sair de casa -A mulher me agradeceu, ela tinha uma voz suave- Não sei nem como agradecer tamanha gentileza.
- Não tem problema, eu só fiz o que precisava fazer -Entreguei a criança.
- Claro que tem, vi que impediu que ele fosse para a rua, deixou meu filho em segurança, é importante, pois não sei o que eu faria sem ele em minha vida, sabe coisas de mãe -A ouvi dando um beijo na criança, ela tirou o chapéu e levantou o rosto devagar- Obriga... -Ela cortou a fala na mesma hora quando nós olhamos.
Quando vi o seu rosto e quando ela me viu nos duas gelamos, travamos na mesma hora.
- Mãe? -Falei gelada e com os olhos arregalados.
Ela ficou mais travada ainda.
- Eu não sou sua mãe, eu nunca te vi na minha vida, entendeu? Nunca mais repita isso -Ela virou e entrou dentro da casa rápido.
Eu voltei até a Margaret, eu fiquei em choque o resto do dia, aquela era minha mãe eu tinha certeza absoluta disso, eu achei que ela havia ido embora da cidade ou até mesmo do país, mas ela estava ali, tão perto.
O que me abalou mais no encontro com minha mãe era o fato dela ter se casado de novo e ter tido outros filhos, eu tinha dois irmãos e não sabia, mas eu sabia que provavelmente nunca poderia ter contato com eles. O que me machucou por um longo tempo foi vê-la sendo carinhosa e preocupada com os filhos dela, aquilo foi como uma facada no meu coração"
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