Capítulo 1: Família não é sempre amor
*Eileen contando*
Vou iniciar tudo contando um pouco da história dos meus pais. Meus avos super protegiam minha mãe e desde nova ela descobriu que gostava de curtir, mas meus avos sempre estavam lá sufocando-a, certo dia ela descobriu uma forma de fugir dos pais dela, mesmo que nessa forma ela só fugisse mentalmente, então minha mãe começou a usar drogas, no início ela usava só para fugir deles, mas depois tornou-se um vício. Ela tinha muita dificuldade de achar narcóticos e o preços deles não eram muito acessíveis a minha mãe, então uma amiga dela contou que nas festas das pessoas mais ricas da cidade havia muita droga, eles usavam para se divertir e deixar as orgias mais intensas, ela entrava nessas festas junto com suas amigas fingindo serem strippers.
Em uma festa das pessoas ricas minha mãe conheceu um cara, não muito mais velho que ela, uns 5 anos para ser mais exata. Minha mãe e o cara acabaram gostando um do outro, passaram a festa juntos, eles continuaram saindo depois dela também, escondidos dos pais da minha mãe, ela começou a ficar limpa quando começou a se apaixonar por ele e nisso ela engravidou de mim, acabou descobrindo quando estava no segundo mês de gravidez, ela passou mal e desmaiou, meus avos a levaram para o hospital e ela o médico disse que o mal estar dela era por conta da gravidez, meus avos ficaram furiosos por descobrir que ela estava saindo escondida e ainda tinha engravidado tendo somente 17 anos, eles a obrigaram a leva-los na casa do pai do bebe e foi o que minha mãe fez. Meu pai ainda morava com meus avos na época, os pais da minha mãe chegaram furiosos e sentaram para conversar com meus avós paternos, meu pai e minha mãe, os pais dos meus pais decidiram que eles iriam casar e me ter.
Quando eu ainda estava me formando no útero da minha mãe, somente com 3 meses, meus pais casaram-se numa cerimônia feita as presas e foram morar juntos em uma casa, em outra cidade, eles até estavam felizes com a vida e pareciam um casal feliz, mas não demorou muito para meu pai cansar dessa vida de bom marido e começar a sair com outras mulheres sem se importar com minha mãe, que desiludida e triste voltou a usar drogas e continuou usando pelo resto da gravidez.
Assim que eu nasci, obviamente vim com vários problemas de saúde, problemas respiratórios, ansiedade severa, depressão severa e tendências esquizofrênicas, fui diagnosticada com tudo isso quando eu tinha apenas 8 anos, eu lembro como se fosse ontem: estava no consultório com meus pais e assim que souberam que eu seria uma criança que necessitava de uma atenção especial, tudo que minha mãe fez foi dar um sorriso fraco para mim, aquela vadia deu um sorriso fraco para mim, sendo que tudo isso era culpa dela, mas na época não passou pela minha mente mandar ela se foder, infelizmente.
Desde que me lembro eu sempre fui muito apaixonada pelos meus pais, mesmo que não fossem os pais do ano, eu os amava de verdade e sabia que no fundo de tudo o que eles faziam ou diziam, eles me amavam também, eles só tinham uma certa dificuldade de me mostrar isso. Meus avos também me ensinaram a nunca contestar o que eles faziam comigo, que eles faziam por amor.
Um tempo passou desde a minha consulta no medico, para ser mais especifica 3 dias. Estava em meu quarto, quando ouvi tarde da noite gritos dos meus pais, como se estivessem brigando, o que era muito comum, desci as escadas devagar para vê o que estava acontecendo, fiquei escondida vendo os dois na sala em pé de frente pro um pro outro, parecia que iam se bater.
- ISSO É CULPA SUA -Meu pai gritou furioso.
- ISSO É MAIS CULPA SUA -Minha mãe gritou chorando.
- Você que é uma viciada de merda, você usou em toda gravidez dela e agora ela é toda defeituosa, você não podia facilitar minha vida e ter uma criança normal?
- Eu estava limpa até você me trair, desde que engravidei você me abandonou, eu tive que criar aquilo sozinha, você nem sabe a cor dos olhos dela e eu tenho que olhar para eles todos os dias, os malditos olhos que me prenderam a você.
- É o SEU dever cuidar dela, não o meu, você engravidou.
- VOCÊ ME ENGRAVIDOU.
- E você teve que seguir a diante com essa gravidez, era para ter abortado e não teríamos que estar juntos ou ter que cuidar daquilo.
Caiu lágrimas dos meus olhos, não era a primeira vez que eu os ouvia brigar por se arrependerem de me ter ou de estarem juntos por minha causa, também não era a primeira vez que eu os ouvia falando tudo que falaram de mim, as vezes doía, mesmo que eu soubesse que eles só falavam aquilo na hora da raiva, eles me amavam no fundo, eu tinha certeza.
- Minha mãe me obrigou a seguir em diante com a gravidez, você acha que eu queria dar a luz aquela coisa? -Minha mãe chorou mais.
- Então parabéns, você me prendeu num casamento indesejado, então aceita as traições -Papai pegou as chaves em cima da mesa ao lado da porta e saiu.
Fui correndo para o meu quarto, fechei a porta e enfiei-me em baixo dos lenções, um tempo depois minha mãe entrou, sentou no lado direito da cama, ao meu lado.
- Acorda filha -Ela fez carinho na minha cabeça.
Virei para ela, sentei olhando-a, eu sabia que ela se importava comigo e só isso bastava.
- Eu abri mão da minha vida toda por você, sabia? -Ela fez carinho na minha cabeça com uma fisionomia calma.
- Sim, mamãe.
- Casei com um homem cruel que me trai e nunca está presente para mim, só para você está aqui. Você tem a vida perfeita. Você é feliz, não é?
- Sim, mamãe -Dei um sorriso.
- E eu te odeio muito por isso -Ela puxou meu cabelo e a fisionomia dela mudou para um rosto de ódio- Eu vivo uma vida miserável para você ter uma vida perfeita? Eu apanho dele para você sorrir pra mim? Eu aceito as vadias entrando e saindo daqui para você poder respirar? Por mim você não respirava, sua vadiazinha egoísta -Ela me deu um tapa no rosto muito forte- Você deveria ter morrido dentro da minha barriga, eu odeio você mais do que tudo nesse mundo, mas do que odeio ele, eu não quero que você tenha uma vida perfeita, eu quero que você tenha uma vida horrível, eu queria que morresse -Ela saiu do quarto furiosa.
Respirei fundo, virei para o lado esquerdo da cama e fui tentar dormir.
As agressões da minha mãe já haviam acontecido antes, eu nunca contestei, ela precisava extravasar e eu sabia que era a culpada por ela sentir tanta raiva e tristeza, então nada mais justo do que ela me usar para extravasar, mas naquela noite aconteceu algo diferente após a agressão dela, na manhã seguinte ela havia desaparecido, meu pai não ligou e meus avós maternos também não, sempre achei que eles sabiam aonde ela estava, mas eles nunca me falaram e eu nunca mais soube dela, que dizer, até descobri depois de alguns poucos anos que ela estava morando umas 5 ruas a frente da casa do meu pai, eu soube também que estava casada e tinha até filhos, mas ela nunca mais quis saber de mim.
Eu fiquei sozinha desde a partida da minha mãe e meu pai continuava sem dar importância para mim, então fui aprendendo a me virar sozinha, tinha as pessoas que cuidavam da casa e comida, tinha também o fato dos meus avós paternos mandavam dinheiro todo mês para emergências, então eu conseguia ficar bem, mesmo que eu só visse meu pai quando ele estava dormindo depois de ficar em bares ou em outros lugares a noite toda, ele nunca me via, morávamos na mesma casa e desde o sumiço minha mãe, ele nem sequer me via, saia de casa quando eu ainda estava dormindo e quando voltava estava bêbado demais, então só caia na cama, era bem solitário, porem nada muito ruim, afinal eu parar para pensar, sempre estive sozinha.
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