26.06.18 - Terça
Olá, queridas e queridos!
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De: [email protected]
Para: [email protected]
Assunto: Bala de prata para um Isaácula
Boa noite, amiga, querida! Hoje finalmente dei uma saída com minha bicicleta (mesmo que não tenha passado todo o período de repouso recomendado T__T é que eu não aguentava mais), e visitei o escritório onde trabalho. E também visitei um outro lugar, mas... Vamos por partes.
Logo que cheguei no trabalho teve um cara (que eu nem lembro o nome) que falou "Ooolha o sumidinho acidentado aí! Cansou de ficar em casa e veio trabalhar um pouco?". Putz, sinceramente... Eu não tô nem aí que eles não se importem comigo. Não quero que venham perguntar o que aconteceu, nem que desejem melhoras. Mas falar daquele jeito debochado, como se eu tivesse escolhido o que aconteceu só para não trabalhar, aí já é demais.
Na hora o sangue me subiu na cabeça. Era o mesmo babaca que tinha zoado naquela vez do hidratante na minha cadeira. Meu supervisor estava por perto, e nem se importou. Pensei "se ele está pouco se fodendo, eu também estou". E respondi pro meu colega de trabalho cretino: "Tá com invejinha porque fiquei uns dias em casa? Você é tão infeliz no trabalho que precisa usar os outros pra se aliviar, já que não tem coragem de se demitir, é isso?".
Então eu levantei minha camiseta, arranquei o curativo na frente de todo mundo e mostrei o corte com os pontos. "Ou será que você também queria que fizessem isso na sua barriga como pretexto da sua covardia pra ficar em casa? Ah, mas foda-se que isso quase me matou, né? FODA-SE que eu tive uma parada cardíaca no hospital! O importante é que eu fiquei em casa e 'descansei', não é isso?".
Nessa hora eu já estava tremendo de raiva. Todos estavam me encarando... E nem percebi, mas eu tinha avançando no cara, crescendo em cima do retardado que estava na escrivaninha dele. Alguém me segurou pelo braço, e só então me liguei que "já deu". E fui pra cozinha, esfriar a cabeça.
Eu estava mesmo tremendo muito. Uma mina foi atrás de mim, ofereceu um suco que tinha na geladeira. Eu peguei e tomei só porque estava no automático. E ela ficou falando que o fulano não deveria ter falado o que falou, que ele era babaca com todos, essas coisas. Estava tentando ficar do meu lado, mas eu ainda estava alterado. Falei sem pensar: "Você riu quando zoaram comigo, na outra vez, eu lembro". Ela ficou vermelha, e tentou se explicar. Disse que não sabia que eu iria me ofender, e blá blá blá.
Cruzes... Desde quando eu me tornei tão intolerante assim? Sério, amiga. Se meu olhar matasse, eu teria derrubado metade daquele escritório essa tarde.
Depois de um tempo, fui pro meu lugar, com meus papéis (ninguém nem olhou na minha cara). O Rômulo se aproximou e perguntou se eu poderia fazer umas entregas de bicicleta e pagar algumas contas. Mas o que? O meu supervisor, perguntando se eu "posso" fazer algo? Das outras vezes eram só ordens, mas hoje ele perguntou. Até achei estranho, mas então ele explicou que, se o meu estado ainda não permitir, ele entenderia e mandaria outro.
Mas eu aceitei. Concluí que, em vez de atrapalhar, essas saídas me permitem que eu fique distante. Peguei a pasta cheia de arquivos, e fui. No meu ritmo, sem pressa, sem me importar se o Rômulo me daria uma bronca pela demora (ele ainda não sabe que eu quero pular fora em breve).
Uma das entregas era meio longe, num bairro de Eloporto. E aqui é que entra uma coisinha que eu só contarei a você: perto do cliente para quem levei uns papéis tinha uma daquelas lojas "sexshop". Eu já tinha entregue tudo o que precisava, então, só de curiosidade, entrei.
Oh... My... God.
De longe, parece uma butique comum. Mas a gente vai chegando perto, e...
Ah, que vergonha quando veio uma mulher me atender. Ela parece ter notado minha cara de espanto, porque perguntou se era minha primeira vez numa dessas lojas. E aí começamos a conversar (ou melhor, ela começou a conversar comigo), e... Minha nossa, aquela mulher tinha o dom de deixar as pessoas à vontade. Acabei olhando as coisas com mais curiosidade, e até perguntava para que isso ou aquilo servia (cada coisa!).
Bom, isso até chegarmos na parte de dildos.
Nossa, eu gelo só de lembrar da quantidade de pênis de plástico tinha ali. Aliás, gela a barriga, mas o rosto queima. Não tive como evitar de pensar "como será que é o do Nicolas?", e acho que por esse motivo eu devo ter ficado encarando mais do que o necessário um dos exemplares ali (se a atendente me empurrasse, acho que eu desmontaria no chão)...
"Você tem interesse num desses?", ela perguntou. Waaa, que vexame ter ficado olhando aquilo! Eu balancei a cabeça e disse que não teria coragem de ter uma coisa naquele formato (eu deveria ter dito que não tinha interesse em NADA naquela loja, mas eu estava com a cabeça em outro lugar). Com isso, ela disse que tinha coisas mais discretas, e me puxou para uma outra prateleira. Nessa hora, ela me mostrou algo que parecia um projétil gigante e prateado. Sério, não importava como eu olhasse: a coisa era como uma bala de prata. E a moça tirou da caixa...
Ela não parava de falar um segundo! Eu não tive tempo de dizer que não estava ali para levar algo. Ela simplesmente assumiu que eu era um cliente em potencial e estava mandando ver nas informações. Pegou minha mão e deslizou nela aquela coisa vibrando... Perguntou se era para mim ou para presente. Eu dei uma gaguejada, e acabei falando que era para presente.
... COMO ELA FEZ ISSO, DIACHO?
Se um terço das vendedoras que me abordam fosse como essa mulher, eu iria à falência, Jesus Cristo! Acontece que acabei comprando a coisa, e um lubrificante junto! Haaaa, meu Deus, nem eu acredito!
Quando voltei do trabalho, falei para os gêmeos que eu tinha umas coisas para resolver no computador, e me fechei no quarto do Nick para te escrever. A "bala de prata" (que é um VIBRADOR) está agora escondida. Eu joguei a embalagem fora (piquei em mil pedaços e amanhã cedo vou deixar na lixeira da rua), enrolei o projétil numas camisetas e deixei num compartimento oculto de minha mochila.
Deus me livre se alguém vê (tipo... o Nicolas).
Agora... A verdade é que... Eu meio que queria testar. Mas além da vergonha (de mim mesmo), não posso simplesmente fazer isso aqui na casa deles. Absolutamente não posso.
E vendo todas aquelas coisas na loja, com insinuações, fotos, e mil ideias pervertidas, eu fiquei muito aceso. Acho que vou esperar todos dormirem para aliviar isso no banheiro.
E... NÃO. Eu não vou usar a coisa.
Ao menos, não ainda.
Ahh, amiga, quanta coisa na minha cabeça. E todas elas começam com "Ni" e terminam com "colas".
À medida que o dia da prova chega, ele fica mais e mais absorto. Até a Jack disse que nunca viu ele tão empenhado nos estudos. A gente fica junto no sofá, assistindo algo (ou conversando sobre nossos planos para a Belson Flora) enquanto ele usa fones de ouvido e entra no mundo dele.
O mundo dele... Me pergunto se ele me considera parte deste mundo.
Ele já é parte do meu. Ele, a Jack e o Lucas...
Mas, ok. Eu tô tentando desviar do assunto. Você notou, não?
Estou plenamente consciente de que tem um vibrador na minha mochila, e eu estou curioso pra caralho para saber como é aquela porcaria.
Sim.
Eu estou mesmo curioso, porra. E daí?
Ok, chega de falar abobrinha... Esse e-mail já perdeu as rédeas há tempos. Eu só consigo pensar naquilo e ponto final (principalmente com a Dinamarca classificada... toda vez que alguém fala a palavra "Dinamarca" eu lembro da aposta... é inevitável).
Depois de enviar esse e-mail vou pra sala ver o que a Jack está assistindo. Quem sabe minha mente não muda um pouco de canal?
Mas o Nick está ali... Meu Deus, eu não tenho para onde correr!
Está decidido. Assim que eu tiver a oportunidade (mas não hoje), eu pego "a coisa" e vou para a minha casa, me tranco e...
É, eu vou testar.
ISAAC, CHEGA de falar bobagem. Nem eu me aguento mais!
Amiga, manda eu calar a boca?
Ok, boa noite!
Fui.
(esta imagem não é de minha autoria - foi feita com o aplicativo do site Rinmaru Games)
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