18 de Outubro, 2018 - Quinta (23h12)
Hey, readers! Sou eu, Lyan K. Levian 😊
Vim para contar algumas curiosidades sobre este livro, O Monótono Diário de Isaac.
Tudo começou quando eu nasci...
Não, brincadeira.
Começou com um jogo chamado "The Sims 3", que talvez alguns conheçam. Houve uma época em que eu era viciada neste jogo, e jogava com um SIM chamado "Isaac". Inclusive, o garoto que está na capa deste livro é um Print Screen que eu tirei da tela de meu computador com um ZOOM no rosto dele.
Inclusive, o nome "Vale do Ocaso" é porque em The Sims 3 o nome da cidade era "Sunset Valley" (e "OCASO" é sinônimo de Por do Sol). E o nome "Pântano dos Mosquitos" é porque a casa em que meu Sim morava chamava-se "Cova do Mosquito", que era uma das casas disponíveis no início do jogo (construída em um pântano). Então, para não ficar igual ao do jogo, mudei para Pântano dos Mosquitos.
No jogo, essa era a casa mais distante de tudo, perto do mato e com poucos vizinhos. Eu fui vivendo aquilo (no jogo, claro) e em minha cabeça uma história começou a surgir... Isaac Rodrigues começou a sussurrar em meu coração aos poucos.
(essa é a casa do jogo, a qual me baseei para O Pântano dos Mosquitos, do Isaac)
Naquela época eu ainda estava escrevendo meu primeiro Boys Love, Anjo Negro, e não tinha nenhuma intenção de fazer um livro na forma de diário (para quem não sabe, este formato de narrativa chama-se "Romance epistolar", pois é feito na forma de "cartas", ou epístolas).
Depois que lancei Anjo Negro na Amazon, recebi um super incentivo (de meu marido) para colocar em prática aquela ideia (ainda pequena) de escrever um livro na forma de diário.
Como em minha adolescência eu tinha o hábito de escrever em diários, acabei aceitando o desafio. Mas eu queria sair do padrão de "Querido diário", que me pareceu meio infantilizado para um rapaz revoltado de 20 anos (nada contra coisas infantilizadas, mas não tinha nada a ver com o personagem). Então a ideia de e-mails me veio.
Criar uma amiga "imaginária" (que é você, que está lendo) e fazer o Isaac contar tudo em detalhes foi uma decisão experimental. Comecei a rascunhar os capítulos, e na época as postagens coincidiam exatamente com o dia a dia do Isaac.
Mas muitas coisas aconteceram e, quem me acompanha desde aquela época, sabe que acabei me afastando do Wattpad por mais de um ano. Foi muito doloroso para mim ficar tanto tempo sem o Zak por perto, e recebi muitas mensagens de pessoas pedindo a volta dele. Meu coração sangrava de arrependimento por ter parado.
Atualmente me comprometi em publicar todas as quartas-feiras, sem falta. Saber que vocês estão acompanhando me dá um super ânimo, pois não quero decepcionar ninguém.
A parte mais difícil em escrever capítulos na forma de diário é que eu preciso entrar na cabeça do Isaac de forma que eu sinta de verdade o que ele sente. Senão parece que não flui... E entrar na cabeça desse garoto às vezes é meio difícil e doloroso. Afinal, ele tem uma tendência depressiva com um toque de sarcasmo a respeito das desgraças que ocorrem na vida dele.
A propósito, já teve leitoras falando que este livro tem desgraça demais. Bom... Eu concordo, mas não tenho o que fazer se a vida deste personagem é complicada a este ponto. Meu trabalho como escritora é contar as coisas como elas são na vida dele. Eu até queria que ele não tivesse problema NENHUM e vivesse um mar de rosas, mas aí não teria história nenhuma para contar. E não quero dar razão ao título deste livro (ou seja, não quero que a leitura fique monótona).
"O Monótono Diário de Isaac" não é para ser monótono. Acho que coloquei este título como uma desculpa de: se ficar ruim, pelo menos o título já estava avisando. Porém, quanto mais eu escrevia, mais ficava determinada a não deixá-lo ser monótono de verdade.
Ou seja: me apeguei à história... E principalmente aos personagens. Precisava fazer valer a pena para quem estivesse acompanhando. Tinha que ser algo que as pessoas não quisessem parar por estar "chato e sem acontecimentos". Então fui colocando desafios no caminho do Isaac, um após o outro, a ponto de até eu ter dificuldades às vezes durante a escrita.
Eu já chorei escrevendo esses capítulos, e já cheguei a ficar meses sem conseguir avançar. Eram momentos em que eu sentava na frente do notebook e não conseguia avançar nem duas linhas.
Escrever um livro é viver uma outra vida cujo rumo eu mesma posso escolher. E ter essa "liberdade" nem sempre é fácil, pois tem diversos fatores em jogo. Desde coisas como o desenvolvimento lógico da coisa como a aderência do público, e minha preocupação se estava ou não indo em rumos que manteriam o pessoal lendo.
Mas ganhei novas forças, e aqui estou. 🐌
Além deste capítulo que você vai ler daqui a pouco, tem pelo menos mais uns 60 capítulos ainda pela frente.
Desses cerca de 60 capítulos, apenas alguns estão prontos. O que significa que tenho muito trabalho pela frente antes que eu possa colocar "FIM" nas páginas.
Meu plano é publicar este livro quando acabar. Revisarei tudo, e contarei com a ajuda de vocês para que esta webnovel se torne um livro de verdade. Com ilustração e cheirinho de papel novo!
Se eu conseguir tudo isso ainda esse ano, terei conquistado meu 2º objetivo de 2021 (sim, o segundo... porque o primeiro é estar viva até lá... do jeito que as cosias estão complicadas, né!).
Então, tudo o que peço é... Continuem acompanhando nosso querido Isaac Rodrigues e os irmãos Belson. Continuem apoiando meu trabalho e me acompanhando nas redes sociais (links em minha bio), que é onde posto novidades.
E, acima de tudo, quero agradecer do fundo do coração por você estar aqui. Por ter acompanhado os surtos de nosso Dáki sem abandonar este livro tão diferente do padrão que costumo escrever.
Obrigada. Obrigada. Obrigada!
Continuem comigo. Prometo me esforçar para valer a pena.
E agora, chega de papo de Lyan... Bora ver papo de Zak.
18 de Outubro, 2018 – Quinta (23h12)
De: [email protected]
Para: [email protected]
Assunto: Seria perfeito se não fosse um único detalhe
Boa noite, amiga! Você nem imagina a mudança que aconteceu. Eu quase não estou acreditando...
Ontem, depois que enviei aquele e-mail, comecei a limpar a casa. Amarrei um lenço na cabeça, para que meus cabelos não ficassem enchendo o saco (estão grandes o bastante para atrapalharem, mas não o suficiente para prender), e quando eu estava jogando veneno em uma aranha em baixo da escada, ouvi a voz da Jack desesperada batendo na porta e me chamando. Tenho certeza que ela pensou que eu tinha feito alguma merda contra mim, mas... Quando abri e ela me viu à caráter de faxineiro, com veneno de baratas numa mão e vassoura na outra, deu um suspiro.
"Dáki, pelo amor de Deus, não me mata de susto com um bilhete besta daqueles..."
"Ué... Era só um aviso pra vocês não se preocuparem"
"E você achava que ISSO me deixaria mais tranquila?"
Ela disse isso, e me mostrou o papel que deixei sobre a mesinha da sala. Bom, naquela hora eu realmente estava meio alterado... Acho que acabei preocupando-os à toa ao escrever "Não quero mais dar trabalho a vocês... Obrigado por tudo. Att, Isaac".
Pensando bem, foi realmente uma mensagem terrível. No lugar dela eu também teria ficado desesperado.
"Agora o Nicolas está vindo pra cá, achando que você se meteu em outra enrascada, Dáki. E ele desliga o celular enquanto dirige, então não tem como eu desfazer o engano..."
"Desculpa... Eu só não queria ficar explicando... Eu... Ah, Jack, me desculpa... Fui um idiota".
"É, foi mesmo. Agora me fala, que raios você veio fazer aqui? É perigoso ficar sozinho!"
Então expliquei a ela o que te falei ontem, amiga. Que não queria mais atrapalhar, e que eles já tiveram que aturar demais meus pânicos por qualquer porcaria de barulho. Quando eu estava começando a explicar o segundo motivo, o Nicolas chegou. Ouvi o carro dele freando à distância. Quando os passos dele chegaram até a varanda, eu já estava com o coração na mão por tê-lo feito sair no meio da aula (de novo...) por minha causa.
A Jack foi a primeira a falar: "Relaxa, Nick. Não aconteceu nada".
Ele olhou para nós dois, um em cada lado de minha pequena mesa de jantar, e correu para me abraçar.
"Pelo amor de Deus... Você quer nos matar de susto? Eu achei que... Ah, esquece. Não importa o que pensei. Você está bem?"
"Ele estava correndo atrás de uma aranha quando cheguei. Ele está bem, e tem explicações para nos dar... Não é, Dáki?"
Eu já tinha falado a primeira parte de minha explicação para minha cunhada, mas mesmo assim repeti, para que o Nicolas entendesse que eu estava me sentindo como um peso, mesmo que eles insistissem no contrário. E então falei o meu segundo motivo, que a Jaqueline ainda não tinha ouvido:
"E tem mais... Se ele resolvesse entrar lá para me pegar e vocês estivessem no caminho, poderia ser pior. Eu jamais me perdoaria se algo acontecesse a vocês por minha causa, sabem disso. Eu simplesmente não conseguiria continuar vivendo".
O Nicolas ouvia encostado na porta, de braços cruzados e um olhar bem duro: "E por causa disso foi impulsivo novamente, decidindo voltar para cá sem nem falar com a gente?"
"É que... Não pensei muito..."
"Exatamente! Não pensou! Essa é a definição de impulsividade, Zak! Mas que droga!"
"Foi mal por fazer você sair no meio da aula..."
"Não é por isso que tô bravo, e você sabe disso".
A Jaqueline, que até aquela hora só estava olhando de um para outro, bateu palma duas vezes: "Ok, ok... Dáki, você volta com a gente. Se você ficar sozinho aqui quem não vai ficar bem somos nós. Pare de ser tão egoísta e se coloque em nosso lugar um pouco!"
Confesso que ser chamado de egoísta não estava nos meus planos... Eu achei que meu ato era qualquer coisa, menos egoísta, então na hora ardeu muito ouvir isso da boca dela. Mas ao fazer o que ela sugeriu, me imaginar no lugar deles... Bom, posso dizer que entendi um pouco. Mas isso não mudava o fato de que eu estava me sentindo um peso ali, na Casa das Flores, mesmo ajudando nos afazeres e tudo o mais. Sem contar que minha casa estava ficando abandonada, o que me deixava aflito.
Expliquei tudo isso novamente, e tentei fazer com que eles também se colocassem em meu lugar (ei, eu tenho esse direito!), então a Jack fez uma cara de pensativa. A expressão que ela fez era tão intensa que tanto eu quanto o Nicolas ficamos quietos, observando.
Até que ela começou: "Eu vou me casar com o Jonas... E quando eu fizer isso, vou morar com ele, no apartamento de Eloporto".
"Hum... E isso quer dizer...?", perguntei, não entendendo bem onde ela queria chegar com essa coisa de casamento.
"E isso quer dizer que o Nicolas vai ficar morando sozinho com o Lucas lá, enquanto que o Dáki vai ficar morando sozinho aqui... Vocês não conseguem somar dois mais dois?"
Na hora que ela falou aquilo, pareceu que girou uma chave dentro de mim. Eu tinha entendido, e olhei para o Nicolas, porque era um passo muito sério, e dependia da opinião dele. Meu namorado estava com cara de quem ainda juntava as peças, mas tenho certeza de que ele havia compreendido até mais rápido que eu. Então ele disse: "Jack, por acaso você está sugerindo o que eu imagino?"
"Não sei, ainda não aprendi a ler a mente do meu irmão".
Então o Nicolas olhou para mim.
Amiga... A expressão que ele fez é quase impossível de explicar... Por um momento ele pareceu uma criança pedindo algo. Pareceu esperançoso e, ao mesmo tempo, com medo: "Zak, você... O que acha disso? Quero dizer, a casa é sua, e tenho que perguntar antes, mas... Você entendeu a sugestão dela, né?".
Meu olho começou a encher de lágrimas quando falei: "Aham... De você e o Lucas morarem aqui depois que a Jack se casar".
E o Nicolas acenou para mim com a cabeça, sorrindo. Ah, Deus... No meio de tantas coisas ruins, é até inacreditável que consegui sentir tanta alegria naquele momento. O Nick parecia tão feliz quanto eu, e só de saber que ele queria morar comigo meu coração derreteu.
"Vocês entenderam só uma parte", a Jack falou. "Seria um desperdício esperar tanto... Eu e o Jonas ainda nem decidimos a data, mas vai demorar um pouco. Então vamos unir o útil ao agradável. O Dáki não quer deixar o Pântano... Ao mesmo tempo em que aqui é nossa floricultura... E ficar revezando entre aqui e nossa casa dá trabalho. Então vamos ajudar o Dáki a limpar tudo, principalmente aquele quartinho fechado lá de cima, e vamos trazer hoje mesmo o que a gente conseguir. A partir de hoje, os Belson vão morar no Pântano dos Mosquitos!", ela decretou, levantando-se da cadeira com o punho no alto. Depois olhou para nós, que estávamos de olhos arregalados, e completou: "Se o Dáki não se importar, claro."
Amiga, enquanto ela falava meu sorriso foi pouco a pouco se estendendo de uma orelha a outra... O Nicolas ficou boquiaberto, olhando para ela e para mim, e quando percebeu que minha resposta era o SIM mais óbvio deste mundo, me abraçou e me girou no ar, dando um beijo em seguida.
Não sei se o gelo no peito foi pelo giro, ou pela felicidade entrando mais rápido do que eu acreditava ser possível.
Em seguida a Jack nos abraçou também, e já começou a planejar onde cada uma das coisas ficariam. Enquanto isso, o Nicolas me ajudou a dar um trato no quartinho menor de cima (aquele que sempre fica fechado, o qual abri para a Hellen-vaca dormir quando ela invadiu aqui).
Combinamos que aquele quartinho menor seria do Lucas, quando ele finalmente voltasse depois de passado o perigo. Por saber que seria o espaço do Pinguinho, caprichamos na limpeza mais do que no restante, e depois fomos trazendo algumas coisas do quarto do Nicolas para levar no quartinho.
Amiga, pensa num cansaço que chega até os ossos... Quase todas as coisas foram transferidas, desde cama até a escrivaninha que era do Nick. E quando o Jonas chegou das entregas, ajudou a desmontar o guarda-roupas que seria do Lucas. Enquanto eu o ajudava a carregar as partes, ele falou: "Eu e a Jack já tínhamos pensado nisso há um tempo, sabe? Já que você e o cunhadão estão namorando firme, não teria motivo para não fazer isso, cê não acha?", e graças a uma conversa com ele descobri que a Jaqueline só estava esperando uma brecha para sugerir isso para nós, pois ela não suportava me ver sempre sozinho num casarão enorme.
Quando eu me mudei para cá, em Abril, eu amava a solidão nessa casa. Era uma paz enorme não ter a voz peçonhenta de meu pai me xingando, ou minha mãe reclamando pelos cantos de minha existência inútil... Eu realmente apreciei a solidão durante um tempo.
Quando foi que comecei a me apegar tanto à presença dos Belson?
Ah, sim... Acho que foi quando voltei do hospital. Lembra? Eu não conseguia nem levantar o garfo sem sentir dores no lugar do corte na barriga, por isso eles fizeram eu ficar na casa deles por um tempo. Desde então, com o Nicolas como namorado, tem sido cada vez menos frequente os momentos em que fico realmente sozinho no Pântano dos Mosquitos. E confesso que desacostumei, amiga. Gosto de sempre ter um ruído de cozinha, alguém conversando no andar de baixo enquanto escrevo para você... Enfim. Eu não sou mais aquele Isaac que apreciava a solidão.
Ficar solitário tem lá seu lado poético, e a introspecção é boa às vezes. Mas apenas quando é voluntária, não quando é imposta. E agora sei disso. Agora entendo a grande diferença entre solidão e solitude.
Ah, olha eu me perdendo em pensamentos... Enfim. Quando terminamos de montar o guarda-roupas e colocar lá todas as coisas minúsculas do Lucas, estávamos um trapo. Ficamos os quatro sentados na varandinha do futuro quarto do Lucas (menor que a minha, mas aconchegante) respirando como se tivéssemos corrido uma maratona. Depois de uns minutos, o Jonas perguntou: "Aê, quem quer um drinque? Vou fazer um pra mim e pra minha noivinha aqui..."
Eu e o Nicolas negamos, mas ele pediu água, e a Jaqueline desceu com o noivo, me deixando a sós com meu namorado. Então ele falou uma das coisas mais lindas que já ouvi (mas que ainda estou processando, porque é demais para mim): "O quarto do nosso filho tá pronto".
Ah, meu Deus... Amiga, tô escrevendo isso para você enquanto seco os olhos, porque... Puta que pariu, nem sei como conter isso dentro de mim. Eu sempre vi o Lucas como "o filho do meu namorado", sabe? Eu amo demais aquele menino, mas nunca passou pela minha cabeça de algum dia chamá-lo de filho. Eu nem sabia se teria esse direito, de tão irresponsável que sou como ser humano. Mas o Nick... Ah... Ele disse com todas as letras "nosso filho".
Eu ainda não me acostumei com isso. Sério... E nem sei se o Lucas acharia normal eu chamá-lo assim, já que sou o "tio Dáki". Mas... Se for ver nossa situação, eu seria realmente como um pai, né? Ou, um padrasto, sei lá. Isso me faz parecer mais velho, e mais responsável do que na realidade sou.
Quando ele falou isso, me olhou com um sorriso gentil, e me abraçou quando viu minhas lágrimas escorrendo. "Obrigado por aceitar a gente em sua casa, Zak...". E com isso, chorei mais ainda, escondendo minha cara no ombro dele para que não notasse meu nariz começando a escorrer. Eu queria que ele entendesse que eu é que estava grato por ele ter topado a sugestão da Jack de eles morarem aqui. Mas eu estava chorando tanto que não consegui falar nada.
Quando a Jack e o Jonas voltaram com um copo enorme de alguma coisa alcoólica azulada, perguntaram o que tinha acontecido para eu estar daquele jeito. O Nicolas deve ter feito algum gesto para tranquilizá-los (que não vi por estar com a cara enterrada no ombro dele), pois não falaram mais nada, apenas voltaram a se sentar.
Assim que voltei o olhar para todos (nariz vermelho e olho inchado) o Jonas falou o que ninguém estava disposto a ouvir: "Cês tão ligados que ainda tem todo o resto da casa pra mudar, né?"
O Nicolas estava com os olhos fechados e a cabeça encostada na parede, curtindo o vento freso que vinha da varandinha: "De boa, por hoje chega. Amanhã a gente paga alguém pra ajudar com o resto, porque eu não vou aguentar esse ritmo de novo..."
Hoje trouxemos mais algumas coisas, e acabou que fizemos sozinhos novamente porque só conseguimos marcar de os ajudantes virem no sábado pela manhã. Até lá a gente vai trazendo os pormenores.
Durante a trabalheira, paramos para almoçar e os gêmeos acharam que seria melhor colocar a Casa das Flores para aluguel, em vez de vendê-la. Eles moraram lá desde que nasceram, então queriam manter ainda na família. E alugá-la vai ajudar demais nas despesas, que atualmente estão bem apertadas, mesmo com as vendas constantes da Belson's Flora.
Sobre a estadia do Lucas na avó (que ainda não faz ideia da mudança), o Nicolas fez questão de conversar com os agentes do conselho tutelar e explicar a situação em que estamos (risco do Marcus aparecer do nada e mudança para minha casa), e eles concordaram que mantê-lo longe, no momento, realmente era o melhor a se fazer. E também aprovaram a mudança depois de saberem que havia um quarto preparado apenas para ele. Mas deixaram claro que, assim que o perigo passasse, o ideal era que o Lucas voltasse a ficar perto do pai.
E agora, isso significa: na minha casa! Escrevo isso com um sorriso bobo no rosto, amiga... Estou só esperando o momento em que o Marcus vai voltar para a cadeia para podermos voltar com nossas vidinhas pacatas e felizes.
E por falar nele, a polícia está rondando por perto, de vez em quando. Por saberem que sou um possível alvo, sabem que este é um bom lugar para encontrá-lo (infelizmente é verdade... Eu preferia que não fosse).
Agora vou voltar para o andar de baixo, ficar com o Nicolas. Ele está assistindo o jornal da noite sentado no colchão de solteiro dele. E vai ser um dos últimos dias que veremos televisão assim em minha casa, pois aquele sofá maravilhoso que eu AMO vai vir para cá! UhuL! Amiga, você não tem noção do quanto eu adoro deitar naquele sofá! Parece uma nuvem te abraçando, é incrível! Eles disseram que os pais pagaram uma nota nele, e mal tiveram tempo de usar pois poucos meses depois houve o acidente com o raio... A Jaqueline disse que só não venderam porque era o sonho de consumo da mãe dela, então ela achou que seria uma afronta se desfazer do sofá.
E no sábado os caras que contratamos vão trazê-lo para cá, junto com a poltrona menorzinha (que eu às vezes usava para escrever esses e-mails).
Ai, amiga... Essa mudança está dando uma chacoalhada nas energias, sabe? Eu ainda estou com medo do Marcus, é claro, mas não estou mais tendo surtos, o que já é ótimo, porque eu estava com os nervos e a sanidade definhando. Sério.
Agora parece que minha fortaleza aumentou e ficou mais espessa (mesmo que na prática seja a mesma coisa). Ah! E o Jonas me ajudou a fazer aquele meu sistema de segurança doido, você acredita? Pegamos uma porção de badulaques velhos que estavam na dispensa da Casa das Flores e prendemos tudo em fios de náilon, em volta das árvores e ao redor da casa. Fizemos o teste: se algum desavisado tentar invadir meu terreno, vai fazer MUITO barulho!
Com isso em mente, declaro que espero ter uma noite bem silenciosa hoje, pois não estou nem um pouco afim de ter uma visita indesejável.
Amiga, agora vou fazer companhia ao meu namorado e curtir o fato de que agora moramos oficialmente juntos (mesmo que a mudança ainda esteja pela metade). Bye, anjo-irmã! Que as energias positivas de meu coração alcancem o seu nessa noite tão estrelada!
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