17 de dezembro, 2018 - Segunda (10h36) → (2 de 3)
Continuação direta do capítulo anterior
(continuação: 2 de 3)
Eu havia ido tomar banho (ainda tomo uns quatro por dia, pois a sensação de que estou muito sujo me ronda), e fui até a sala. O Nicolas tinha dado um jeito de sair da cadeira de rodas e se acomodar no sofá. Enquanto eu descia as escadas ele me olhou e sorriu. Chegando perto, ele acariciou meus cabelos e os prendeu atrás de minhas orelhas. Três segundos depois os fios se soltaram, pois ainda não estão longos o suficiente para permanecerem ali.
"Gosto dos seus cabelos assim, Zak. Está cada dia mais bonito... Até quando pretende deixá-los crescer?"
"Até eu me cansar e resolver cortar, acho. Se eu aguentar bastante, quem sabe em alguns anos meu cabelo não chega na cintura? Hum, não, esquece... Isso pode me deixar ainda mais com cara de uma boneca frágil... E odeio isso."
"Não acho que você tenha cara de uma boneca frágil, mas sim de um garoto de traços angelicais. Não faça essa cara de deboche, Zak, estou falando serio. É você que não consegue se enxergar direito. Eu gostaria de te ver com cabelo na cintura. Você pareceria um príncipe , daqueles que carregam uma espada encantada."
Dei risada. Nunca pensei em mim como um ser angelical, ou como um príncipe. São iluminados demais para combinarem comigo. E mesmo tendo sido eu a dar a ideia inicial, imaginar meus cabelos tão longos é no mínimo estranho.
Dei-lhe um selinho, secretamente agradecido por minha aparência ser agradável aos olhos dele. Falei:
"Para mim, você é como o deus Apolo, com uma armadura dourada brilhando ao sol."
Ele mordeu o lábio e sorriu.
"Depois você acha que estou exagerando quando falo que você me coloca num pedestal, Zak..."
"Mas foi você que começou com essa história de ser angelical e príncipe com espada encantada."
Passei uma de minhas pernas sobre o Nicolas, sentando no colo dele. As feridas em minha virilha já estão quase curadas, então este movimento não doeu. Me aproximei, e beijei-o como não fazia há semanas. Nossos últimos beijos têm sido pouco mais que selinhos reservados, pois eu sempre paro antes que esquente muito. Mas neste dia eu estava decidido a enfrentar isso. Abri um pouco mais minha boca, e deixei que ele sentisse minha língua.
O Nicolas aceitou o beijo molhado e respirou fundo enquanto retribuía, como se estivesse ávido por aquilo há tempos. As mãos dele tocaram minha cintura, subiram para minha nuca, e depois desceram novamente, acariciando minhas costas com força. Deu pra sentir a ereção dele através de minha bermuda. Cresceu bem rápido. Tive que olhar bem para o homem em minha frente e gritar para minha consciência: "calma, é o Nicolas".
Meu coração estava disparado. Ele notou, pois parou o beijo e segurou meus ombros:
"Zak, está tudo bem? Acho que estamos indo longe demais..."
Minha resposta foi pegar a mão dele e colocá-la de volta em minha cintura.
"Se eu achar que está indo longe demais, aviso."
Tirei nossas roupas e entreguei-lhe o frasco de lubrificante. Ele sabia o que fazer. Apoiei minha cabeça em seu ombro, e senti suas mãos em minha entrada.
"Você tá legal? Posso continuar?"
"Uhum..."
Por causa de minha posição, ele não viu que eu estava cravando os dentes e apertando as pálpebras. O toque era gentil, mas minha mente não era. A voz do Isaac perverso ficava falando que o último que tocou meu ânus havia sido aquele desgraçado, e que neste momento estava morto por minha causa. Esses pensamentos me levaram para um poço bem fundo durante alguns segundos, a ponto de eu demorar para ouvir o Nick chamando:
"Zak? Zak responde! Você está bem?"
"Por que? O que aconteceu?"
"Você estava com a respiração estranha, por isso parei. Acho melhor parar."
"Não! Por favor, continua. Vou ficar com os olhos abertos agora."
E foi o que fiz. Ele voltou a me tocar, e fiz questão de não tirar os olhos da pessoa que estava me tocando la dentro com os dedos lambuzados. A princípio, o olhar dele foi de preocupação. Mas à medida que eu mesmo fui relaxando, percebi tesão tomar-lhe a face.
Meu Deus, quanto tempo fazia que eu não via aquela expressão no Nicolas? Amo tanto vê-lo daquele jeito... Olhos semicerrados, boca entreaberta e lábios úmidos, pedindo para serem mordidos.
A penetração com os dedos não estava me causando repulsa, então resolvi partir para a próxima etapa de uma vez. Na posição em que estávamos, comigo de frente para ele, recebi-o dentro de mim. É mais grosso que os dedos, claro, mas não doeu. Fiquei atento a cada uma das expressões dele, e vi que suspirou de prazer.
"Gosta de estar dentro de mim?"
Não sei por que perguntei isso. Acho que se fosse antes de eu ter sido estuprado ele teria respondido de pronto. Mas a testa dele enrugou e meu namorado ficou sem saber o que responder por um tempo. Ele acariciou meu rosto.
"Não sei como responder a isso agora sem parecer um cretino, Zak..."
"Tudo bem..."
Comecei os movimentos de subir e descer, pois eu não queria que ele amolecesse por falta de estímulo. Um coisa amarga estava se formando em minha garganta, pois aquele desgraçado ferrou até com a forma de eu e o Nick transarmos. Antes ele teria respondido algo safado que me levaria à loucura, fazendo eu querer ser comido com força pelo mastro lindo e veiudo dele. Mas naquele momento, aquele Nicolas que se deleitava por estar fazendo sexo comigo não existia.
Meus pensamentos começaram a girar enquanto eu cavalgava sem nenhum prazer. Parei os movimentos, e descansei os quadris. Ele ainda pulsava dentro de mim quando perguntei com a voz embargada:
"Você está com nojo de fazer comigo?"
Ele arregalou os olhos e franziu o cenho.
"De onde você tirou essa ideia? Claro que não, Zak! Eu nunca teria nojo de você, não fale uma coisa dessas!"
E me abraçou.
"Então responde aquela pergunta... Você gosta de estar dentro de mim?"
Ele acariciou meu rosto, e deu um sorriso bondoso. Pareceu entender o que eu queria.
"Amo estar aí dentro, e fazer amor com você, Zak! Não vou conseguir dar aquelas respostas de que gostava agora, porque não quero parecer um cafajeste insensível, mas saiba que você continua tão delicioso como sempre, ouviu? Pare de penar besteiras."
Sorri, e voltei a cavalgar meu namorado. Ele realmente não falou as sacanagens que eu gostava de ouvir e, pensando bem, acho que nós dois vamos demorar um pouco para voltar naquele padrão. As memórias ainda são recentes demais.
Ele não tinha como se mover como gostaria por causa dos pinos da perna, por isso fiz o melhor que eu podia sobre ele. A verdade é que o prazer que eu senti foi o de vê-lo sentindo prazer. Admirar os gemidos dele, tocar-lhe os mamilos arrepiados... A penetração em si não estava me dando tesão algum – mas também não causou nenhuma sensação ruim, o que já vejo como um avanço. Depois que ele gozou ajudei-o a subir as escadas, e eu tomei outro banho – junto com ele, na cadeira especial para isso.
Quando fomos para o quarto, nos deitando juntos na cama de solteiro, ele pediu desculpas. Estranhei e perguntei o motivo.
"É que você não chegou lá. Acabou sendo só eu."
Fiquei meio sem jeito, disse que estava tudo bem, mas ele insistiu. Retribuiu com uma boquete, e foi bom demais sentir isso de novo. Bom demais.
A outra coisa que quero lhe contar é sobre um passeio que dei na quarta-feira da semana passada. Logo na manhã seguinte àquele e-mail que lhe mandei, em que tive aquela crise dos infernos, resolvi sair. Essa vontade não veio tão repentinamente assim. Eu passei um bom tempo acordado aquela noite, pensando. Acho que o Nicolas nem percebeu. Tentei não ficar lembrando de coisas ruins, mas era difícil. Com a escuridão noturna e o silêncio do mundo, parece que nossos monstros afloram.
Mas uma certeza tive: não quero continuar assim. Absolutamente, não quero. Mas eu não estava (e ainda não estou) pronto para enfrentar um consultório com um estranho esperando eu "me abrir".
Enfim. Quando amanheceu, tomei o café com os gêmeos e o Pinguinho, e fiquei meio quieto. Eles se esforçavam para me animar, e fico verdadeiramente grato por isso, mas eu mal reagia. Quando chegou perto da hora de abrir a Belson's Flora veio uma vontade enorme de pegar minha bicicleta e sair sem rumo. Não para fazer nenhuma loucura, é importante frisar. Mas apenas para arejar a cabeça, ver o mundo, lembrar que o sol não gira em torno do meu umbigo, essas coisas. Assim que avisei o Nicolas, ele me olhou com aquela preocupação de quem sabe que vou fazer merda.
(continua na parte 3/3)
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A propósito, a pergunta que mais recebi da primeira vez que pedi isso foi:
QUANDO LANÇA ANJO NEGRO 2?
Por isso fiz um post completo falando a respeito.
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Espero que goste da novidade =)
KISSES ~ KISSES
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