11 de Outubro, 2018 - Quinta (14h55)
Hey, leitores e escritores!
Coloque sua história para fora! Deixe que o mundo a conheça!
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Quero lembrar a vocês que este livro, O MONÓTONO DIÁRIO DE ISAAC está em fase BETA. Isso significa que essa ainda não é a versão final.
Caso você encontre frases mal escritas, erros ou qualquer coisa estranha no texto, me avise. Dessa forma, você estará ajudando uma aprendiz de escritora (eu) a melhorar o trabalho. 😊
Não sou uma Super Mulher, então não consigo fazer tudo sozinha (queria o vira tempo da Hermione). Conto com a ajuda de vocês sempre que notarem algo a ser melhorado 💙
Um abração da Lyan 🍀
11 de Outubro, 2018 – Quinta (14h55)
De: [email protected]
Para: [email protected]
Assunto: Enquanto a chuva cai, fico falando com você.
Boa tarde, amiga! Está meio parado aqui, hoje... Estou sentado no chão da varanda de minha casa, com o notebook no colo, enquanto olho a chuva cair.
Eu nunca fui de achar grande coisa em chuva, sabe? Mas depois que me mudei para cá, ela parece que ganhou um ar todo especial. Ver a chuva da cidade é uma coisa... Agora, ver a chuva da minha casa, cheia de árvores e grama, é uma história totalmente diferente. Sobe um perfume de natureza do ar, e as folhas ficam cintilantes, como se estivessem com micro luzes sobre elas.
E o som... Ah, esse som de chuvinha tranquila, caindo enquanto escrevo para você, amiga... Quem me vê nem imagina que estou o tempo todo olhando para os lados em busca de algum movimento (você sabe por culpa de quem). Estou com uma faca de cozinha ultra afiada do meu lado, caso um certo alguém apareça. Não que eu vá ter grandes chances contra ele caso esteja armado, mas... Me sinto seguro com a faca aqui.
Eu estou um pouco melhor do que ontem. Aliás, bem melhor! Depois que te enviei aquele e-mail, o Nicolas me chamou. Acho que ele percebeu que eu não estava bem, e tentou me animar. Fui levado para o quarto dele (que era o quarto que o Lucas estava usando antes de voltar a passar uns dias na avó), e fui beijado o suficiente para acender minha vontade.
Sim, refiro-me a aquele tipo de vontade, mesmo. Mas dessa vez foi tudo mais simples (apesar de eu ter usado meus dedos nele de novo... Quero que o Nick se acostume com a ideia, sabe?). Eu diria que fizemos o que já ouvi descreverem como "sexo baunilha", apesar de eu achar estranho nomear esse tipo de coisa com sabores.
Quando acabamos, fiquei olhando para os olhos verdes dele, um pouco escondidos pelos cabelos loiros. Ele também me olhava com um sorriso bonito, e às vezes eu percebia que o foco de seus olhares era meu curativo na testa.
Sei que ele tenta disfarçar, mas ele está indignado com isso. Cheguei a ouvir, de manhã, ele falando com a Jack e demonstrando isso ao falar: "Qual é o problema daquele desgraçado com o Isaac? Ele não fez nada!", e de certa forma eu gosto disso. Não que eu queira o Nicolas tomando minhas dores para ele, mas me sinto valorizado.
Mas, sinceramente, seria muito melhor se aquele cara simplesmente tivesse ido embora sem me jogar no tronco de árvore. Já cansei de ser costurado...
Ah, ontem à noite, enquanto estávamos na cama, acabei voltando a me lembrar daquela minha velha dúvida sobre a concepção do Lucas, então acabei tocando no assunto:
"Aquela vez, com a Sônia... Você já tinha feito antes?"
Ele torceu os lábios e olhou para o teto: "Acho que já te contei sobre isso", e quando ele me viu insistindo no olhar, suspirou e continuou: "Não, eu não tinha feito antes. Mas não é como se eu tivesse gostado... Eu só segui o fluxo... Estava mais pra lá do que pra cá, e eu ainda não sabia da personalidade dela."
"Já se conheciam antes?"
"Hum, não exatamente. Já tínhamos nos visto em outras festas de amigos, mas aquela foi a primeira vez que conversamos... E chega de falar nisso".
"Não, espera... Você... Gostava de alguém? Quero dizer... Antes de estar comigo, você deve ter se interessado por alguém, não é?"
"Ah, Zak... Eu também já te falei sobre isso. A coisa de ser demissexual, lembra?"
"Mas você não falou se já tinha se apaixonado antes. Por uma... Por uma garota. Uma mulher."
Então ele elevou as sobrancelhas: "Ah, entendi onde quer chegar... As minhocas na sua cabeça andaram conversando com você? Ou foi aquele desgraçado que disse alguma coisa?"
"Não. Bom, não exatamente, mas... É que você nunca falou nada sobre. Sei lá, tipo... Quando você se masturbava, em quem pensava?"
"Uôu, essa foi direta!", ele disse, e deu risada. Depois respirou fundo e cruzou os braços na nuca enquanto voltava a olhar para o teto. "Sei que pode parecer mentira, mas eu raramente pensava em alguém. Geralmente me concentrava só na sensação. Mas às vezes eu pensava em pessoas que achava bonitas."
"Mulheres... Né?"
"Sim, Zak, mulheres... Mas não vá deixar isso alimentar suas minhocas, tudo bem?"
"Tá..."
"Hum, ótimo. Mas teve uma vez..."
"O que? Fala! Fala, Nick, senão eu fico desesperado!"
Ele começou a rir da cara que eu estava fazendo. Aposto que ele fez aquele suspense só pra me ver daquele jeito.
"A Jack tinha aqueles pôsteres de bandas de garotos pelo quarto todo...". Quando ele disse isso, fiz um O com a boca e quase não acreditei no restante do relato. Ele ficou um pouco vermelho enquanto falava, mas não parou em momento algum: "Ela sempre deixava a porta do quarto fechada, mas teve uma vez que precisei entrar. Ela estava fora, num curso, e acabei ficando sozinho naquele quarto cheio de pôsteres de caras bonitos".
"Quantos anos você tinha?"
"Ah, uns quinze ou dezesseis... Eu era moleque ainda."
"Então... Você fez lá, mesmo? No quarto da sua irmã?"
"Shhh, fala baixo! Ela nunca soube disso! Mas, sim... E nos dias seguintes eu ficava pensando na foto do cartaz enquanto... Ah, você sabe."
Eu comecei a rir, apoiando o rosto no ombro dele. "Você não é de ficar vermelho falando essas coisas, Nick. Mas olha pra sua cara, agora! Parece eu quando bebo!"
"Não é justo, eu nunca tinha contado isso pra ninguém! Agora é sua vez de contar!"
"Ah, a minha história é padrão... Eu olhava pros caras, batia uma pra eles e sentia uma culpa horrível, porque achava que o capeta estava em mim..."
Nessa hora o riso dele diminuiu, mas não saiu daquela boca linda: "Mas nem por isso você parava, não é?"
"Acho que sou teimoso, sei lá... Ou talvez eu quisesse que Deus me castigasse logo de uma vez, não tenho certeza."
"Isso é triste de ouvir, Zak... Prefiro só pensar que era teimosia, mesmo. É desse Isaac que eu gosto."
Foi bom ouvir aquilo. Era como um aconchego em volta do meu peito. Então perguntei: "Naquela época você nunca sentiu culpa por se masturbar pensando em um homem?"
"Não... Eu só achei diferente, mas nunca senti vergonha. Eu só não quero que a Jack saiba porque eu fazia isso no quarto dela, e isso é meio que imperdoável, você sabe."
"Sim. E depois do cara do cartaz, em quem mais você pensava?"
Ele balançou a cabeça numa negativa: "Depois comecei a pegar emprestado vídeos pornôs hétero, e deixei de fantasiar com outras pessoas... Apenas olhava o que faziam enquanto batia uma. Não era lá aquelas coisas, mas ajudava a aliviar."
"Nunca mais fantasiou com ninguém"
"Era raro. Raro mesmo... Até que vi um rapaz meigo gaguejar no mercado onde eu trabalhava... O mesmo que se mudou para o lado de minha casa..."
Nessa hora os olhos dele deixaram o teto e colaram nos meus. Ah, que formigamento que deu nas pontas dos dedos, amiga... Parecia que minhas bochechas iam pegar fogo!
"Um rapaz meigo? Hãã... Não acho que você esteja falando de mim..."
Ele deu um riso com as narinas, e ficou com aquela expressão de cachorro safado delicioso.
"Quando te conheci uns pensamentos começaram a vir em minha cabeça... Então peguei um DVD que eu tinha pego emprestado, e no meio das cenas adivinha quem veio à minha mente?"
Ah, amiga... Não teve como eu não lembrar daquela vez. Sabe do que estou falando, não sabe? Quando eu me entupi de Dramin e saí perambulando... Eu não tenho mais aquele vídeo, mas... Ah, minha nossa! Eu não tinha como perguntar ao Nick, mas fiquei me questionando se era aquela vez. Se eu voltasse alguns meses no passado e contasse à minha versão da época que o "vizinho gato" estava me homenageando numa punheta, eu não acreditaria.
Algum dia eu ainda vou ter coragem de contar isso ao Nicolas, sobre eu tê-lo espiado. Mas definitivamente não farei isso tão já.
Ele continuou falando sobre como começou a reparar em mim, e sobre como resolveu me convidar para a festa de boas vindas da Jaqueline sem mais nem menos, só porque não me tirava da cabeça, e queria me conhecer melhor.
Ah, amiga... Eu tenho uns azares bem tensos, mas é cada sorte que me aparece para fazer com que tudo valha a pena! Aahhhh... E aquela boca linda é toda minha... E outras coisas também!
Então ficamos calados por uns minutos, até que voltei no assunto da gravidez da Sônia. Eu sei que posso ter sido pedante, mas minha intenção era, de verdade, saber mais sobre a situação da chegada do Pinguinho.
"Quando ela apareceu na frente de minha casa dizendo estar grávida eu achei que era mentira", ele contou. "Meus colegas disseram pra eu ficar de olho nela, porque era o tipo de garota problemática, então quando ela apareceu gritando e exigindo pensão, pensei mesmo que era mentira. Mas acabamos indo a um laboratório de confiança da Jack, e acabou se confirmando."
"Eu não tenho a menor ideia de como deve ser isso... Digo, receber a noticia de que vai ser pai, e talz"
"No começo foi horrível. Eu não tinha estrutura nenhuma, não estava trabalhando e morava com meus pais... Eu não aceitei a exigência dela de nos casarmos, e isso fez a família da Sônia me ver como um canalha desonesto. Então comecei a trabalhar no mercadinho e isso mal dava para pagar a pensão. Ser pai solteiro tem lá suas dificuldades, e demorou para que a mãe dela começasse a me ver com bons olhos. Precisei provar que eu era um cara decente para estar com o Lucas, em vez do canalha desonesto que enganou a pobre moça."
"E por que pensariam isso de você?"
"Essa é uma parte complicada... Por algum motivo a Sônia achava que minha família era rica, e se decepcionou ao ver que não era."
"Nossa, por que ela achava isso?"
"Não sei de onde ela tirou essa ideia... Tudo o que consigo pensar é que ela julgou pela minha aparência, ou pela forma como eu estava vestido no dia da festa, quando tudo aconteceu. Eu usava coisas de marca, sempre novas... Enfim... Você sabe que a doida cria o próprio mundo na cabeça e acha que a realidade deve corresponder, né? Deve ter me visto na festa, pensado que sou rico, e achou uma boa oportunidade..."
"Aham... É como se...", eu comecei a falar, sem muita certeza. "Como se ela tivesse dado o golpe da barriga, não é?"
Ele deu um riso sem graça: "Seria, se eu fosse rico. Mas minha família sempre foi de poucos recursos. Meus pais têm essa casa desde sempre, e nosso negócio sempre foi a floricultura. Eu me vestia bem porque naquela época gostava. E por estarmos sempre próximos dos amigos milionários da Jaqueline, ela deve ter pensado que eu era um solteirão cheio da grana. Só que não."
"Otária. Ela não sabe o que está perdendo. Hum, sorte a minha!"
Ele riu, dessa vez de uma forma mais aberta: "Sou eu que tenho sorte...", e me deu um beijo rápido. "A Sônia está perdendo até o contato com o Lucas... Aquela mulher vive numa bolha que ninguém mais entende. Parece que tudo o que ela quer na vida é um 'Sugar Daddy' pra poder viver no luxo sem ter que fazer nada. Ela nunca parou em emprego nenhum, por isso que nem fiquei chocado quando soube que ela tinha sido mandada embora desse último. O que eu não sabia era que o motivo era abuso de drogas..."
Nessa hora eu me lembrei daquela conversa estranha que ouvi uns meses atrás, dela no telefone, na escolinha do Lucas durante a festa junina, e contei a ele. Você lembra disso, amiga? Ela estava falando com alguém no celular, provavelmente um cara, e deu a entender que estava achando um saco o fato de ter que fazer o papel de mãe. Ela falou sobre esconder que usa em casa e tudo o mais... Na época eu achei que fosse apenas maconha, mas provavelmente ela já estava partindo para rumos mais perigosos.
"Por que nunca me contou isso, Zak?"
Sabe o que mais me doeu, amiga? A expressão decepcionada dele. E o pior de tudo é que eu sei que ele tinha razão.
"Sei lá, eu... Na época tudo era muito recente... Quero dizer, você tinha me apresentado como apenas amigo, então eu não sabia o que pensar, sobre vocês dois, e... Eu não quis parecer fofoqueiro naquele dia, e eu nem tinha ideia sobre até que ponto você sabia, então... Ah, Nick... Me desculpa... Se eu tivesse dito naquela época, nada disso teria ac..."
"Ei, eu, calma!"
Eu tinha começado a surtar, amiga. Parecia que minha incrível habilidade de sempre ter as piores escolhas estava me assombrando por uma decisão besta do passado. Mas o Nick se sentou na cama e me calou com um beijo molhado e gostoso. "Está mais calmo agora?"
"Acho que sim... Ah, desculpe. É que você me beijou desse jeito, então..."
Um detalhe importante para você saber, amiga, é que o tempo todo estivemos conversando sem roupas (já que tínhamos transado, e tudo o mais). E quando ele calou minhas paranóias com aquele beijo acabei despertando novamente. Meu pênis estava apontado para ele, e acabei ficando com um pouco de vergonha, pois minha cabeça ainda estava vivendo aquelas paranóias... Por isso me senti sem jeito, e me cobri. Na minha opinião, paranóias e safadeza não combinam muito bem.
Ah, enfim... A noite acabou sendo tranquila, e voltamos a conversar coisas menos densas. Coisas que nada tinham a ver com as paranóias que zumbem em meu cérebro como moscas de escuridão.
É, amiga... Eu estou tentando melhorar, sim, mas me mostre uma pessoa que muda de uma hora para outra, e eu lhe mostro um robô programado.
E eu sou um ser humano, de carne, osso, e pontos na testa.
A chuva está parando. Acho que logo a Jack estará de volta... É que ela foi pegar o Lucas para levá-lo na clínica onde a Sônia está internada. Pois é, finalmente permitiram que ela recebesse a visita do Pinguinho.
Confesso que estou curioso para saber como foi. Ao menos a Sônia não é uma vaca com a Jaqueline (por isso foi ela a levar o Lucas).
Mas ela não vai voltar com o Lucas, infelizmente. Por causa do Marcus, ele ainda vai ficar na casa da avó. Uma cautela nossa, você me entende.
E amanhã é feriado católico, e dia das crianças. Estamos pensando em almoçar na casa da Dona Rosa, mas ainda não tenho certeza.
Bom, amiga... Vou ficando por aqui. Pelo jeito a minha faca ultra afiada vai ser usada apenas para descascar os legumes do jantar, e não para me defender de um lunático estuprador. Bye!
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