07 de Setembro, 2018 - Sexta (15h36)

ATENÇÃO: este capítulo ainda não foi revisado. Então o que você está prestes a ler é a primeira versão, ok?

A versão final deste livro receberá ILUSTRAÇÕES NO ESTILO MANGÁ em alguns capítulos (não todos).

Como pode ver, o projeto é ousado... Ficará pronto apenas lá pelo final de 2021.

Por isso PEÇO AJUDA para que você seja MY BETA READER: ao encontrar erros, palavras repetidas, cenas confusas, problemas de continuidade (ou qualquer coisa que interrompa o fluxo de leitura), pode comentar sem medo. Serei grata pela ajuda.

Você está acompanhando o nascimento de um livro! ^_^


07 de Setembro, 2018 – Sexta (15h36)


De: [email protected]
Para: [email protected]
Assunto: Outro surto da louca


Ah, amiga... Acho que as coisas vão ficar complicadas a partir de agora. Só pra você ter uma ideia, a Jaqueline foi levar o Lucas de volta pra casa da Sônia, sendo que era pra ele passar o final de semana com a gente. E ela disse que vai fazer outra compra para a avó dele.

Já o Nicolas se enfurnou na minha cozinha, folheando um livro de receitas doces complicadas (é assim que ele esfria a cabeça... Já te contei, né?).

E por isso estou escrevendo esse e-mail. Quero contar o que rolou hoje mais cedo...

Quando desci as escadas, percebi que a gritaria estava acontecendo na calçada de casa. Atravessei todo o quintal, sempre indo por entre as árvores, e assisti escondido (não queria que a Sônia me visse).

Acontece que a megera tinha ficado de tocaia, com o carro escondido na rua de baixo, esperando os gêmeos voltarem com o Lucas do desfile. Ela estava gritando, falando que o Nick tinha "roubado" o filho dela e que estava "pervertendo" o Pinguinho.

Os gritos dela estavam tão altos que a Maria Onésia (que mora na frente da Casa das Flores, distante da minha) ouviu e saiu para a rua. Mais ao longe um ou outro vizinho também saiu para ver o que estava rolando. E parece que isso deu um gás extra pra Sônia, porque a louca começou a gritar: "Esse filho da puta é gay", e apontava o Nicolas como se isso fosse um crime. Ele tentava acalmar falando algo (não deu pra ouvir, porque ele não gritava que nem a outra lá), mas parece que a tentativa dele de controlar a situação só piorava tudo. E ela empurrava o peito dele, gritando: "Seu podre, depravado, devolve meu filho!".

O pior de tudo é que o Lucas começou a chorar no colo da Jaqueline. Ele obviamente não entendeu nada do que estava acontecendo, e o coitado ficou desconsolado. Isso esmagou meu coração de tal forma, amiga... Deu vontade de sair de trás da árvore e ir dar um soco na boca daquela piranha drogada. Mas não sei se foi a sensatez ou a covardia que me manteve no mesmo lugar.

Logo o Claus chegou, de bicicleta (acho que foi a Jack que chamou ele), e tentou acalmar a irmã. Ela começou a gritar "Você sabia, não sabia? E não me contou!". Deu pra notar que ele não entendeu do que ela estava falando. Afinal, até onde sei o Claus não tinha ideia de que eu e o Nicolas estamos namorando. E a megera continuou: "Esse desgraçado é gay, Claus! Ele é GAY!".

Se a situação não estivesse tão ruim, eu teria achado graça da cara dele. E pra surpresa de todo mundo, o olhar dele foi do Nicolas pra irmã, e falou "Tááá, mana, saqueeeei a parada, mas... E daíííí?".

Essa foi a hora de eu ficar surpreso. É que, no início da semana, quando descobri que o estranho que me espionava era irmão da Sônia, esperei o pior do cara. Achei que seria umas três vezes mais endemoniado que a irmã, mas no fim das contas eu estava bem errado. Ele é esquisitão, está chapado na maior parte das vezes e fala de um jeito irritante, mas... Porra, ele falou "e daí"! Deu pra ver que tanto o Nicolas quanto a Jack ficaram aliviados com a reação dele. Já a Dona Maionese estava com aquela cara de "Oh céus, tenho que espalhar esse escândalo".

E como a Sônia não recebeu o apoio que esperava do Claus, ameaçou chamar a polícia se os Belson não entregassem "o moleque".

Antes de conhecer o Lucas direito, eu o chamava assim também (e me sinto um pouco mal por isso), mas ouvir a própria mãe falando assim do Pinguinho deu raiva. Comecei a sair do meu esconderijo pra falar umas merdas na cara daquela mulher, mas a Jaqueline me viu antes de todos e fez que "não" com a cabeça. Eu nunca vi a Jack tão preocupada daquele jeito... Acho que ela só não tirou o Lucas dali porque a Sônia iria surtar ainda mais.

As ameaças de acionar a polícia continuaram (não sei se era blefe, ou se ela de fato faria isso), então a Jack prometeu que "devolveria" o Lucas assim que ele almoçasse e se acalmasse. O Claus se juntou à Jack na tentativa de acalmar a Sônia, e parece que deu certo. Ela apontou o dedo pro Nicolas e gritou: "Se o Lucas não estiver comigo daqui a uma hora, eu mando a polícia comer teu rabo, seu depravado sem vergonha".

Sabe o que me deixou mais indignado em tudo isso? O fato de o Nick ficar quieto. Ele deixou aquela puta falar tudo aquilo sem responder nada.

Mas, pensando bem, de que adiantaria falar alguma coisa? Se ele respondesse racionalmente, ela não ouviria. Talvez gritasse ainda mais... E se ele respondesse no mesmo nível, daria a ela motivo para falar mais merda ainda.

Ah, cara... Pensando bem, ele estava certo em ficar quieto. Eu que sou besta e esquentado demais...

Bom, depois dessa ameaça a megera foi buscar o carro na outra rua, com o Claus (que deixou a bicicleta na Casa das Flores). Ela ficou olhando para trás até virar a esquina, com aquela cara de monstra raivosa. É incrível como uma pessoa tão bonita e elegante consegue ficar tão feia.

Quando os gêmeos entraram pelo portão e passaram por mim, o Lucas me viu e correu em minha direção, chorando. Se eu achava que meu coração já estava apertado, aquilo terminou de esmagá-lo. Ele não disse nada, apenas abraçou meu pescoço e chorou. Entrei em minha casa com ele no colo, e os gêmeos ao meu lado. Enquanto atravessávamos o quintal, perguntei: "Ela tem o direito de tirar ele de você durante o fim de semana?", e a resposta foi apenas um dar de ombros do Nick. Deu pra ver, pela cara dele, que estava arrasado.

Durante a única hora que restava antes de a Jack levar o Pinguinho para a Sônia, o Nicolas ficou com ele, dando o almoço e distraindo-o com brincadeiras que o fizeram parar de chorar. Eu fiquei por perto, mas não interferi. Ver o Nicolas brincando com o Lucas, principalmente sabendo da situação atual, me pareceu a cena mais linda do mundo. Não quis estragar isso.

Quando a Jack finalmente saiu pra levar o Lucas, o Nicolas ligou para o Claus. Ele estava andando de um lado a outro em minha sala, parecendo um lobo irritado. Do outro lado da linha, deu pra ouvir quando o Claus disse: "Aêê, brother, foi mal aí pela mana... Ela tá enlouquecendo". O Nick não respondeu a isso, e só pediu: "Claus, preciso de um favor seu... Fique totalmente sóbrio esse fim de semana. Preciso que olhe o Lucas, e não deixe que a Sônia fique perto dele nem de sua mãe. Se o que me disse aquele dia é verdade, ela não pode ficar perto deles".

"Teeenso né, brother... Belê, pelo Luquinha vou me esforçaaar. A mana tá pioraaando, cara. Nunca vi ela assim nããão, tá ligado? Ela fuçou na minha gaveta procurando bagulho, e achou aquele jornaaal. Foi mal aííi...".

Nessa hora o Nick me olhou. Eu estava no colchão da sala, ouvindo, e a cara dele era aquela de detetive que tinha pescado a pista certa: a descoberta da matéria sobre a "família moderna". Como o Nicolas ficou quieto ao telefone, o Claus perguntou: "Aê, a mana falou aquilo, mas... É verdade que cê tá curtindo a outra fruta, e pegando aquele vizinho? Bem que eu achei ele meio estranho...".

O Nicolas, que ainda estava me olhando, ficou visivelmente sem jeito. Ele sabia que dava pra eu ouvir tudo (o celular dele é muito alto).

"Claus, a minha vida pessoal não é da conta de mais ninguém... A única coisa que posso garantir é que isso não vai influenciar o Lucas negativamente, ok?".

"Naah, brother, eu só tava perguntando de curioooso, tá ligado? Sou cabeça aberta! Relaxa aííí... E por falar nisso, o esquisito tá xeretando nossa conversa, igual naquele dia?".

Nessa hora percebi que o Nicolas se irritou. Eu sinceramente não ligo muito de o Claus me chamar de esquisito (mesmo porquê, ele não está tão errado errado assim), mas fiquei feliz pelo que ouvi: "Ele é uma boa pessoa, Claus... Já pedi pra não chamar o Isaac assim, ok? Eu não quero que o Lucas te ouça falando assim dele".

"Hum... Cês tão namorando de verdade, brother?"

"Estamos"

"Carái, véi, eu nunca imaginaria... Mas tá belêêêza então. Não vou mais falar assim do esquisito"

"Porra, Claus!"

"Foi maaal..."

"Só cuida do Lucas, ok? E não de minha vida pessoal!"

E desligou sem ouvir a resposta.

Olha, confesso que achei engraçada a irritação do Nicolas. Ele bufou e foi pra cozinha, procurar uma receita complicada de doce, como eu comentei no inicio do e-mail.

A Jack logo volta das compras pra Dona Rosa (avó do Lucas), e antes de sair comentou que assim que chegasse teríamos os três uma conversa séria sobre a situação.

Assim que der volto e conto tudo. Agora vou ficar um pouco com o Nick... Bye, amiga-irmã!

Se estiver com um tempinho, poderia responder a estas perguntas?


1) No geral, o que achou do capítulo?

2) Tem algo NA ESCRITA que poderia melhorar? Me deem dicas para a revisão ^_^

3) Votaria neste capítulo para me ajudar?

Muito obrigada por acompanhar meu trabalho! ^_^


K I S S E S ~ K I S S E S



🔷 🔶 DICA EXTRA para quem escreve histórias, ou está pensando em começar: no link externo aqui do wattpad você será direcionada(o) para um vídeo falando sobre a criação de personagens.


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Recomendo que dê uma olhada 😍

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