Das Águas Cristalinas ao Abismo do Mar
O rei Mírias da ilha do Mar de Atlas avistou a cavalo enfrente a gruta da costa, localizada em direção ao mar, duas coisas envoltas por tecido, um de cor branca e outro negra, estando próximo cessou a corrida do cavalo, por sentir uma força oprimi-lo, e logo escutou uma voz provinda da gruta:
- No rolo branco, está o sabor que abre os olhos da alma, fazendo ver as abundancias dos pensamentos, sentimentos, desejos da alma humana e das atitudes dos homens. No rolo negro, está o sabor que abre os olhos da alma, fazendo ver as abundâncias de artifícios de edificação, de forças misteriosas, artefatos de guerra, da arte, capazes ao homem. Fazendo ver as abundâncias de benefícios às riquezas, as abundâncias de benefícios à ordem ética da civilização, as abundâncias dos trabalhos com números e letras, como ver as abundâncias da natureza e suas criaturas, e as abundâncias de sedução da fala.
Espantado, andou agachado aproximando até a entrada da gruta com submissão, e viu abaixo dos joelhos até os calçados vermelhos alizarina, eram de um ser de grande porte, prostrou-se e disse:
- Um filho de deus desceu dos palácios imortais para presentear seu servo?
Disse em resposta:
- Levante-se, venho como um igual, e para dar, não receber. Muito nós ganharemos com sua escolha e partilha aos seus súditos.
Mírias ergueu a cabeça e estranhou: estava sentado em uma rocha, tinha um vestuário incomum, sobre o torso uma classe de manto sem mangas e touca, de fronte pouco aberta, e o tamanho de sua barra era até o meio do abdômen, de cor vermelha alizarina. Portava sobre a cabeça um pano confeccionado de forma que cobria o superior da cabeça na mesma medida desta, o tamanho de sua barra era até o meio da testa, de cor vermelha alizarina. Trajava sobre as coxas um pano confeccionado de forma que cobria na mesma medida desta, e sua barra era até um pouco abaixo dos joelhos, com mesmo tom de vermelho. Os seus calçados eram de couro tingido do mesmo vermelho, um pouco largos nos pés e no tornozelo um fio de ouro enrolado no couro firmava-o. Ele abastava altura, tinha tinta negra ao redor dos olhos e vermelha nos lábios, as íris de seus olhos eram vermelhas.
- Aproveite, pois, a prosperidade nunca foi serva, mas senhora! E estendeu as duas mãos com as palmas para cima sobre cada rolo.
Mírias se lembrou que no rolo negro está ofertado uma benção que trará riquezas e artefatos de guerra, repudiando o outro, que à momento percebia como baldio, portanto, exclamou o rei da ilha do mar de Atlas:
- Seu servo tomará o escuro! Que benefício tem de conhecer a alma humana se não traz riquezas ao reino e tampouco estende as fronteiras?!
Disse em resposta:
- Isso mesmo? Não quer tomar o outro?
Mírias disse convicto:
- Apenas basta saber da alma humana que ela clama por poder! Essa é a verdadeira felicidade, ser senhor.
A figura misteriosa apoiando o queixo com os dedos polegar e indicador pensou: um rei tropeça na sua coroa, nunca terá tudo que verdadeiramente precisa, e disse:
- Pode retirar-se, não fale de mim, e só volte quando necessitar.
Após este encontro, ele partilhou o doce místico com seus súditos, e esculpiu a poderosa Atlântida, a rainha do mar, à abençoada na guerra, na magia, nas riquezas, na política, nos trabalhos com números e letras, na arte da fala, na arte manual, nos saberes dos bens da natureza no mar, no solo, no céu e acima. Formosa nos edifícios enfeitados com preciosidades minerais e nas esculturas. A ambição avara, assolou como praga Atlântida, trazendo miséria e fartura: a natureza estava decrépita como parte do povo; e outra sadia. No governo ela rompeu laços familiares, dividindo o poder de guerra. Nos tribunais a praga da mentira ceifou a liberdade e a vida de muitos. O ódio era uma fornalha em meio ao povo, que desencadeou em rebeldia. Mírias sabendo que uma guerra viria, na madrugada ele foi se encontrar com quem o presenteou, próximo à gruta chamou:
- Senhor!
Disse em resposta:
- Sua alma não está abastada? Aquele não era o conveniente?
Mírias lamentando disse:
- Meus irmãos e o povo irão guerrear, e contra mim também, e uma grande nação tornará uma grande porção de pó, é amargo. Como poderia cessar o furor?
- Isso você repudiou, era a sabedoria, a vela da alma! Por isso eu os preparo separadamente pois os homens preferem os bens de vaidade, uma beleza que rui a alma, caindo em cilada, por mim, Pagída, que é a Cilada! Ele ocultou-se na escuridão até as regiões abismais do Tártaro.
Mírias irou-se em meio aos tremores, e estrondos dos poderes fabulosos de guerra, que abalaram as fundições, submergindo a ilha ao mar até as crateras do Hades, antes exclamou:
- O Inferno veio a mim para me enterrar em seu cemitério na casa dos enganadores!
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