Capítulo 8
Eram assim as conversas com a filha. Não queria saber nada da mãe. Apenas estes encontros fortuitos. Flávia achava que era para mais tarde não sentir, eventualmente, culpa de não ligar à mãe. Mas uma vez mais era uma crença sua. Não que duvidasse do amor da filha, mas era complicado...
Quando começou a estranhar a falta do soutien achou absurdo e pensou "...entraste no fim da tua mínima sanidade e passaste para o patamar da tua insanidade... sabemos lá onde te vai levar..."
Bem... de uma maneira geral detestava-se... de uma forma visceral... tão profundamente que por vezes conviver consigo mesma era insuportável, mas aí tinha mesmo que deixar rolar fosse como fosse... Por mais que fugisse ela estaria sempre lá. Era pior que perder um vício... pior que emagrecer, deixar de fumar, deixar de... não importa o vício..., mas fugir de si? O pensamento, a imagem, os atos... sempre colados...
O jantar com a filha decorreu dentro de alguma normalidade. Serviu acima de tudo para a filha dizer que ia viver com o namorado que ela, Flávia, ainda não conhecia.
No fim a filha disse:
Um dia combinamos e trago-te o Miguel para vocês conhecerem.
Ela anuiu. Era a única válida a fazer.
Nunca falou da relação com a filha a Raúl, pensava ela.
O restaurante era muito agradável. Música ambiente, luz média, boas entradas... e naquele momento, boa companhia. Pegou no copo e olhou para Raúl.
- Gosto quando sorris. Seja o que for que estavas a pensar devia ser agradável.
Flávia fez um ar de surpresa
- Estavas a olhar para mim?
- Para quem devia olhar? Claro que estava. És bonita e fácil de ler.
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