Capítulo 3

- Deves estar curiosa para saber como posso ter este à vontade contigo, quando tu nem te lembras de mim, certo?

- Eu lamento, embora haja momentos em que a sua cara não me é totalmente estranha, mas são mesmo flashes. Onde nos conhecemos? Quando?

Raúl sorriu mais uma vez

- Eu acho que devia ficar chateado por não teres nenhuma ideia minha, mas afinal devias estar mais bêbeda do que o que eu pensava, e se me tivesse apercebido não te tinha deixado ir embora.

- Como?...

Ela sabia que de vez em quando ficava tudo em branco. Precisamente para não se lembrar. Contudo, sabe deus porquê, as lembranças, memórias, o que quiserem, acabavam por chegar aos quartos...

Flávia gostava de ser uma pessoa normal... fosse isso o que fosse... mas sabia que não era.

Nesta altura da vida, a bebida dos deuses era um subterfúgio, para esquecer tudo, mesmo tudo. Contudo podia haver momentos em que pagava uma fatura demasiado alta. Provavelmente era este o caso.

- Ouça... Raúl?... Certo??

Ele acenou

- Eu não me lembro de si, acredito que provavelmente o conheci podre de bêbeda e então? Não me diz nada. Não me interessa e não quero saber. Espero que tenha passado um bom momento. E agora deixe-me em paz, porque não estou interessada! O que recordo dessa noite é ter tido a sorte de não ter ido presa.

- Eu estou interessado! Isso pode querer dizer qualquer coisa, não achas?

Flávia não se pronunciou.

- És uma mulher diferente, e o facto de estares sob efeito de álcool fez vir ao de cima, aquilo que eu penso ser a tua essência... e gostei! Muito!

- Lamento não poder dizer o mesmo, e não estou interessada. Terminamos por aqui. Desejo-lhe tudo de bom! Adeus!

"Flávia, eu sei que te sentes sozinha e que desejas um companheiro, talvez irreal, não sei bem, mas estás super carente. Não percebo porque não me dás uma oportunidade?...

Ela olhou-o e foi-se embora!

Flávia não conseguia tirar aquele homem da cabeça e muito menos tudo o que ele disse.



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