-Flávia, vou estar uns tempos fora em trabalho, finalmente vais poder descansar de mim.

-Tens ideia de quanto tempo?

Raúl abanou a cabeça

-Mas vamos falando e vais-me pondo a par de todas as situações.

-Sim claro.

Flávia procurou mostrar que era uma situação normal. Afinal eles nem tinham propriamente uma relação... era assim qualquer coisa entre isso e amizade colorida...

Na realidade ficou preocupada por ficar sozinha... e já se ia acostumando à sua presença... mas era melhor assim, para não se esquecer que tudo é volátil e efémero... sim, era melhor assim.

Já tinham passado três dias desde que Raúl foi embora, Flávia resolveu ver as imagens que tinha nas câmeras.

De repente o coração dela pára. Vê um vulto negro nas filmagens. Não consegue identificar a pessoa porque traz uma sweat com capuz, e este, está na cabeça. Percebe contudo, que o vulto é de mulher o que a deixa completamente pasmada.

Quem poderia querer assustá-la ou pior? Tentou todas as câmaras para ver se a conseguia identificar, mas aquelas estavam muito altas e a pessoa era pequena. Começou a ficar mesmo preocupada. Nesse dia a pessoa não deixou nada em casa mas andou a mexer nos papéis de Flávia. Mas que raio queria ela?

Flávia levou as filmagens à polícia. Agora não podiam dizer que era esquecida ou fruto da imaginação. Tinha provas.

-Flávia

-Olá Raúl. como vais?

-Tudo bem. Estou quase a terminar, em breve estou aí. Novidades?

- Estive a ver as filmagens e realmente existe alguém que entra cá em casa.

-Descobriste quem?

- Não tinha um capuz, mas sei que é mulher. Já levei à polícia as filmagens e eles vão pôr alguém a vigiar a casa para descobrirem o que se passa.

- Boa, finalmente ouviram. Não há nada como ter provas. Daqui a nada estou aí. Tem calma e qualquer coisa vai logo à polícia. Tenho que desligar. Beijos.

-Beijos.