Capítulo 15
Esperava que ele respondesse logo, mas não. Parecia que precisava de tempo para lhe dizer o que precisava de lhe dizer. Não era nada bom sinal.
- Concordo contigo. Não posso fingir que isso não me tenha feito sentir bastante zangado. Creio Flávia, que neste tempo tenho sido bem paciente contigo, mas há limites. E realmente a tua atitude de má educação e até de ingratidão fez-me rever o que é isto que nós temos...
- Compreendo. Tens razão. Se calhar é melhor assim, eu de uma forma geral não sou boa companhia. Tens sido um querido e agradeço-te por tudo.
Levantou-se. Raúl segurou-lhe o braço.
- Onde vais? Ainda não acabei. Desistes muito facilmente...
Fizeram as pazes e Flávia prometeu tentar confiar mais nele.
Realmente é preciso uma capacidade de resiliência, coragem e resistência para podermos ver o que vem depois da tempestade.
Flávia racionalmente sabia tudo isso, mas achava que as forças inicias começavam a transformar-se em resignação e desapontamento...
Procurou distrair-se fazendo algumas arrumações.
Abre a gaveta da roupa interior e para seu espanto, logo por cima, vê o soutien preto, ali, assim como se nunca tivesse saído para lugar nenhum.
Ela não podia estar assim tão louca. Não, não, não! Tinha a certeza que o soutien havia desaparecido.... Rodopiou sobre si mesma com as mãos na cabeça.
Foi à cozinha beber um copo de água e vê uma margarida branca pousada no balcão.
Agora tinha a certeza de que alguém lhe entrava em casa. Afinal não estava louca. Sim ela sabia que era um pouco, mas não totalmente.
Finalmente foram mudar-lhe a fechadura da porta. Queria ver agora como é que entravam.
Mas quem e por que razão iam lá a casa fazer estas pequenas coisas e não roubavam nada?
Não sabia se devia ir à polícia...
Decidiu que antes demais deveria contar a Raúl e saber qual era a sua opinião e só depois decidiria. Era o que lhe parecia melhor.
Antes de sair resolveu que devia tomar algumas precauções que lhe permitisse perceber se alguém entrou dentro de casa. Assim na porta do seu quarto que deixou fechada bem no cimo colocou fita adesiva que não impedia de abrir a porta nem criava resistência, mas que dava para perceber se alguém lá tinha ido. E um pouco pela casa deixou determinadas peças em determinados lugares. Quando chegasse poderia perceber se a nova fechadura tinha resultado.
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