Capítulo 1
Procurou na roupa suja, na roupa lavada, nas gavetas, nos armários... nada. Simplesmente tinha sumido... o soutien preto. Não era o único. Tinha dois pretos, mas aquele era um pouco especial.
Inicialmente ficou só chateada. Tinha poucos soutiens porque eram muito caros. Tinha sempre de ser de marca, tinha as mamas grandes e as costas estreitas, não era qualquer um que lhe ficava bem...
Mas esse dia passou e ela começou a usar outro.
Flávia era uma mulher madura, autónoma e muito independente, um pouco ingénua que contraria a maturidade, e muito criativa. Vivia sozinha, divorciada e a sua única filha estava longe, a viver a sua vida, independente e autónoma com o namorado.
À medida que os dias passavam e não o conseguia encontrar, procurou nos sítios menos prováveis... começou a sentir um certo desconforto.
Por vezes, sozinha à noite, bebia mais do que devia e, fazia coisas mesmo muito más, das quais só se lembrava, no dia seguinte, de retalhos, ou de nada. Já lhe tinha trazido vários problemas inclusive com a polícia. Mas por vezes, a noite tornava-se insuportavelmente barulhenta dentro da sua cabeça. E ela só queria adormecer e esquecer.
Nessa noite quis sair. Ainda se sentia muito bem e o sono não chegava. Primeiro precisava de saber onde. "Vou à Foz e procuro".
Saiu, meteu-se no carro e lá foi.
De madrugada estava quase a chegar a casa e parou nuns semáforos batendo no carro da frente.
"Ai, ai meu Deus!" Saiu do carro a chorar e desequilibrada a pedir desculpa aos ocupantes do carro da frente. "Ai que agora vou ter que pagar! Ai desculpem" Os ocupantes tentaram-na acalmar dizendo que não era grave e quando se deu conta já estava junto dela o INEM. Perguntaram-lhe onde morava, tentaram acalmá-la e de alguma forma conseguiram levá-la a casa. Foram fantásticos, podia ter passado a noite na cadeia e ter cadastro por conduzir bêbeda...
De manhã acordou e foi trabalhar como se nada fosse. Contudo começou a lembrar-se de pequenos trechos do que tinha acontecido no dia anterior e começou a ficar verdadeiramente stressada. Estava mal disposta, apreensiva e envergonhada.
O dia foi correndo e ela percebe que teve muita sorte, por todas as razões: os ocupantes do carro da frente foram impecáveis e mesmo o INEM que podiam (e deviam) chamar a polícia, não o fizeram. Levaram-na para dentro do apartamento e um deles levou o carro e estacionou-o ali perto. Foram impecáveis, contudo não se lembrava de ninguém.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top