04. ristretto
Olá, cafeinados! Chegou mais um pov do Jungkook e conheceremos a irmã dele.
Bora deixar um voto, comentar bem muito e usar nossa hashtag no Twitter. Irei responder a todos por lá. Boa leitura!
#DoceComoCafé
☕️🍰
Jungkook
Cultivo um carinho sincero pela minha irmã e ele é regado sempre que ela aparece na minha casa trazendo comida. Hyunseo perguntou se eu estava livre e a convidei para jantar comigo e com Dalgi. Minha irmã não apenas topou, como assumiu a responsabilidade pela refeição.
Apesar de mais nova, Hyun age como irmã mais velha. Ela é a caçula da família, rodeada de mimos e atenções. Eu sou o ponto fora da curva, o que escolheu viver por conta própria a aceitar me esconder atrás de uma cortina.
Imagino que ela se sente obrigada a limpar a barra da família, por isso cuida de mim como pode. E não tenho nenhuma ressalva quanto a isso.
Dalgi aparece na sala usando uma toalha para secar o cabelo. Tento puxá-la quando passa pelo sofá, porém ela é rápida em desviar. Calada, estende a toalha no varal e senta em uma poltrona afastada.
— Ei, xuxu! — Chamo — Fica chateada comigo não. Prometo te acompanhar na próxima viagem.
— Não me prometa mais nada, por favor! — Cruza os braços fugindo do meu olhar.
— Você conhece a minha situação. Assim que terminar as parcelas do notebook, terei como juntar dinheiro.
— E se precisar comprar outra coisa? — Me encara. — Não dá, Jungkook! Precisa arranjar um emprego melhor.
— Eu vou arranjar. Mando currículo toda semana, mas não é simples assim.
Dalgi joga o cabelo para trás e sobe as pernas para a poltrona. Prevejo sua próxima fala de tão corriqueira. Chega logo, Hyun! Só você pode me salvar, irmãzinha.
— Algum avanço? — arregalo os olhos e um sorriso pinta meu rosto.
Esse seria o momento da crítica, mas dessa vez ela parece disposta a entender o que planejo.
— Ainda não. Uma empresa focada em jogos digitais abrirá as portas nos próximos meses. É a minha esperança.
— Enquanto isso, viverá com um salário merreca sem ao menos a garantia de uma vaga nessa empresa?
Sinto o corpo esfriar ao passo em que a animação escorre pelos poros. Antes de dar espaço à melancolia, ouço toques na porta. As pernas tremem quando ando até a porta e sou recebido pelo abraço de Hyunseo, as mãos ocupadas com sacolas. Em seguida, faz o mesmo com Dalgi, alheia ao clima soturno no apartamento.
Ajudo minha irmã a arrumar a comida na mesa. Ela comenta novidades e faz perguntas de rotina, gesticulando afoita. Percebo a pulseira brilhar no seu antebraço. Bonita e chamativa tal qual ela.
— Vocês já querem comer? — Concordo, sem forças para fingir naturalidade — Tava desejando comida japonesa. Espero que não se importem!
Durante o jantar, Hyun guia boa parte da conversa. Ela e Dalgi se entendem, então permaneço observando. Apesar de não morrer de amores pela comida, esvazio o prato. Prefiro encher a boca a soltar o que está entalado.
— Jungkook comentou sobre a viagem. Vai passar quantos dias?
— Vou aproveitar o feriado e ficar três dias. Tentei convencer seu irmão a ir, mas não rolou.
— Por que não? — Hyun vira em minha direção.
— Falta de grana, maninha. — bagunço os cabelos dela que reclama.
Viro o copo com refrigerante imaginando um café ardente, queimando as cordas vocais e me deixando sem fala.
— Pois é! Jungkook prefere viver com privações a usufruir o que é dele por direito.
— Agradeço a preocupação, Dalgi, mas você não é minha advogada.
— Jungkook! — Noto a expressão espantada de Hyun — Tenho certeza que ele te acompanhará na próxima, Dalgi.
— Preciso ir!
Dalgi levanta com o prato e o deixa na pia. Ela vai ao quarto, saindo de lá com sua bolsa. Despede-se de Hyun com um beijo na bochecha e passa pela porta sem trocar olhares comigo.
A pele queima quando sinto o olhar mortal da minha irmã. Deixo ela ali e vou à cozinha. Lavar louça é a deixa perfeita para atrasar a conversa. Focado na atividade, ignoro o amargor que escorrega garganta abaixo.
Passos indicam a presença de Hyun. Ela estende a louça restante e eu continuo a lavar, esperando sua fala.
— O que foi aquilo, Gguk? — Ofego, aliviado pela preocupação no tom de voz. Esperava encontrar julgamento.
— Dalgi acredita que é perda de tempo desejar o emprego dos sonhos.
— Mas não é como se estivesse parado. Você tem um trabalho, se mantém.
— Não é suficiente. Dalgi é uma profissional bem-sucedida para a idade. — Sorrio, negando com a cabeça — Meu maior sonho foi pensar que estaria à altura dela.
— Sem querer diminuir as conquistas dela, mas parte de sua posição se deve à influência da família. Ela não estagiou num escritório de advocacia do tio?
Termino de lavar a louça e coloco para secar. Indico Hyun a me acompanhar até a sala, onde ocupamos o sofá. Seu olhar é meigo, capaz de enxergar o quanto o assunto incomoda.
— Ela não se conforma por eu abrir mão de qualquer coisa que venha dos nossos pais.
— Nisso eu não lhe tiro a razão. Você tem direitos, Gguk — ela morde o lábio antes de continuar. — Sei lá, talvez agora que está namorando uma mulher, quem sabe...
— Isso não muda o fato de eu me atrair por homens também. Se posso apenas usufruir desse privilégio mascarando parte de quem sou, prefiro abrir mão de tudo.
— Claro. Nossa, que besteira eu ia falar. — Hyun segura minhas mãos. — Desculpa! Errei rude.
— Agora você sabe que deve evitar comentários assim, maninha. — aperto seu nariz para suavizar o clima. — Mas o problema com Dalgi vai além.
Encosto a cabeça no estofado do sofá. De olhos fechados, relembro os primeiros meses de namoro. Nós nos conhecemos desde a infância pela amizade de nossas famílias, porém somente adultos nos interessamos de forma romântica.
O fato dela ser mais velha e exitosa me causa insegurança até hoje. Mas a admiração sempre foi maior, por isso deixei a paixão vencer, dando uma chance para nós. Desde então, também almejo provocar-lhe fascínio.
As mãos pequenas de Hyunseo puxam minha cabeça para seu colo. Ela inicia um cafuné entre os fios curtos. Fecho os olhos, entregue ao refúgio de não precisar mascarar as incertezas.
— Se as coisas estão complicadas assim, não seria o caso de terminar?
— Um namoro não é feito apenas de bons momentos. Se eu desistir a cada novo problema, qual o sentido de começar algo?
— Às vezes os problemas são sintomas de que tem algo errado, não acha? — Como pode uma guria com menos de duas décadas de vida dar lição de moral?
Evito refletir sobre sua pergunta para não dar espaço a uma decisão definitiva. Apesar das discussões, sou feliz com Dalgi. Por que abrir mão disso?
— Acredita que cheguei ao ponto de desabafar com um desconhecido?
— Como é?
— Dalgi e eu discutimos em uma cafeteria. Ela me deixou lá e um cabra começou a rir porque ouviu tudo.
— Então você enxergou como um sinal para contar sua história de vida?
— Ele disse que já passou por uma situação parecida. Quando vi já tinha desembestado a falar — levo a mão ao rosto, rindo — O Jimin é maneiro. Gente boa, sabe?
— Jimin — por algum motivo não gosto de como soa na voz dela — É bonito?
— E o que importa se ele é bonito ou não?
— Curiosidade. Tô precisando de um namorado, hermano.
— Jimin é homem feito, pirralha. Vá estudar pro vestibular que você ganha mais.
— Ui! — ela afasta minha cabeça do colo. — Então melhor eu ir pra casa estudar. Pode ficar com o Jimin.
— Jeon Hyunseo!
Ela identifica meu olhar travesso e levanta a tempo de escapar. Corro atrás dela, o sofá entre nós. Como sempre, venço a distância e alcanço minha irmã, iniciando uma série de cócegas debaixo das axilas. Hyun implora piedade, mas continuo até considerar o bastante.
Por uns minutos ela exibe uma faceta emburrada. Chama um táxi, mantendo distância. Antes de ir, porém, Hyun me abraça apertado e aperta meu nariz. É sua forma de demonstrar o quanto me adora.
Sozinho, deito no sofá com o corpo para cima. Repasso a conversa enquanto pondero prós e contras.
Não seria o caso de terminar.
Seria?
☕️🍰
Digam aí, o que acharam do capítulo? Imagino que tenham se estressado com alguns diálogos, mas faz parte.
Infelizmente não trago uma boa notícia. Eu tive um problema com o meu notebook que atrasa a minha rotina de escrita. Como sabem, estou trabalhando na adaptação de Os Fios Voltam a Crescer e tentei manter uma rotina de atualização de 'o meu é com açúcar' a cada três semanas.
Não posso garantir uma data de atualização, mas como já postei esses capítulos em outubro, no máximo no início de novembro devo trazer mais um, e, se ficar pequeno, dois.
Não teve interação dos Jikook nesses dois né? Mas preocupa não, que eles tão vindo! Segue meu Insta (@autorvitorsemc) e Twitter (@vminoshi) para não perder as novidades.
Divulguem a fic pros amigos. Quero ver mais gente surtando conosco. Um beijão, se cuidem, aproveitem o aniversário do Jimin e o show em Busan. Até a próxima 😘🤎
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