02. café duplo
Preciso criar um apelido para vocês porque nunca sei como começar essas notas. Se alguém tiver alguma sugestão, comenta aqui. Algo meio: Olá, cafezeires! (horrível, por isso tô pedindo dica).
Vamos ao que interessa: capítulo novo na área. Deixa o seu voto, comentaaa e usa nossa hashtag no Twitter para atrair curiosos até a fic.
#DoceComoCafé
☕️🍰
Jungkook
O notebook está aberto em uma aba do trabalho, mas só tenho olhos para o relógio no canto inferior da tela. Prendo a respiração enquanto acompanho a contagem se aproximando do fim do expediente.
A cada segundo sou assombrado por pensamentos de alguém vindo até mim para delegar uma nova tarefa. Cinco, quatro, três...
— Jungkook! — Levanto da cadeira com a pressa de quem foi flagrado na cena do crime.
— Eu não — O homem mais velho lança um olhar desconfiado e eu corrijo. — Pois não?
— Não consigo mexer no notebook. Pode dar uma olhada?
Encaro o relógio e constato o fim da contagem. Só me resta suspirar ao passo que tomo a cadeira do meu colega para resolver a situação.
Após quase dez minutos de luta contra um notebook travado, caminho apressado pelas instalações da empresa. Corro a visão pelo lugar, qualquer um pode representar perigo naquele momento.
No elevador, recupero o ar e me permito comemorar mais um dia concluído de trabalho. Sigo até a garagem a ponto de pular ao encontrar meu carro. De olhos fechados, visualizo o chuveiro de casa, porém um ronco interrompe a idealização.
Penso no que posso cozinhar sem levar tanto tempo, contudo um novo ronco me deixa em alerta. Dirijo rumo à recém-descoberta cafeteria e em poucos minutos adentro o local.
Sou recebido de braços abertos pelo ar-condicionado e sinto espasmos felizes pelo corpo. O cheiro agradável, a decoração em tons terrosos e luzes amarelas produzem um efeito relaxante.
Faço o pedido decidido a experimentar algo novo. Aquela torta de açúcar nunca mais! Evito o olhar da atendente para não correr o risco de ser reconhecido e lhe entrego o dinheiro ao receber um copo com o café junto a um salgado embrulhado.
Já sentado à mesa, puxo o celular do bolso para conferir as mensagens recentes. Vejo a foto da minha irmã com uma pulseira de ouro, presente dos nossos pais. Linda e cara sem a menor dúvida.
Na conversa com Dalgi, ela comenta sobre a viagem. Há alguns dias ela vem dando indícios de que planeja visitar umas amigas em outro estado, porém minha situação financeira não abrange os gastos nem de uma ida à praia na cidade vizinha.
Começo a me arrepender de gastar uma grana na cafeteria. Em meio a lamentos internos, ouço uma voz conhecida pronunciar meu nome.
— Não é possível! — Abro um sorriso ao encontrar Jimin, o loirinho do riso frouxo. — Cara, você é cliente fixo mesmo.
— Pelo visto, em breve você também será um.
— Sei não. — suspiro. — Não dá pra manter esse luxo sempre.
— Tem razão! — Jimin fica quieto, acho que sem saber como prosseguir a conversa. — Vou te deixar na sua tranquilidade.
— Quer sentar comigo não? — ofereço com sinceridade. Apesar da primeira impressão, nossa conversa foi maneira. — Podemos continuar o papo do outro dia. Falei tanto de mim, mas sei quase nada sobre você.
Ele leva um tempo para responder, mas acena em confirmação. Espero Jimin fazer o seu pedido e bloqueio a tela do celular quando ele regressa. Termino de comer o salgado enquanto ele dá algumas mordidas numa torta de chocolate. Ô bicho pra gostar de doce!
— Então, Jungkook, o que quer saber de mim? — ele passa um guardanapo pelos lábios, esmagando aqueles beições.
— O que quiser contar. Com o quê você trabalha?
— Sou político.
Posso não enxergar a expressão no meu rosto, mas garanto que não escondo o choque tão bem. A garganta seca e bebo alguns goles do café duplo para evitar uma tosse.
— Deu pra notar o preconceito — ele nega com a cabeça.
— Não é isso não, minha nossa! É que nunca conheci alguém com essa profissão. Isso explica sua preocupação com a vida alheia.
Jimin estoura em uma gargalhada alta. Olho ao redor da cafeteria, notando ela mais cheia do que na vez anterior. Alguns curiosos encaram de volta e tento comunicar minhas desculpas pelo barulho.
— Tudo bem, Jungkook! — recuperado, Jimin confessa: — Eu menti para ver sua reação. Sou apenas um social media numa empresa de publicidade.
Esse cabra não é confiável. Quem garante que ele não mente agora? Uno as sobrancelhas numa tentativa de lhe arrancar a verdade.
— Duvida? — ele ri — Trabalho na agência há duas quadras daqui. Pode perguntar lá.
— Precisa não.
— E você? Qual a sua profissão?
— Eu trabalho como desenvolvedor de software.
— Que legal! — Penso em contestá-lo, mas prefiro não me alongar no tema.
— É, legal.
— Como vão as coisas com a sua namorada?
— Melhor que antes. O assunto do meu amigo foi jogado debaixo do tapete. Agora é torcer para não nos encontrarmos tão cedo.
— Relacionamentos são tão mágicos — não deixo de notar ironia em sua voz, atiçando minha curiosidade.
— Suas experiências não foram positivas?
Jimin oferece um pedaço da torta a qual recuso. Observo ele desfrutar do chocolate antes de responder.
— Lembra do meu primeiro ex e atual melhor amigo? — Concordo. — Pois bem! Minha mãe adora ele, o Taehyung. Aí quando vou apresentar um novo namorado, ela enche o rapaz de defeitos e diz para eu dar uma nova chance ao Tae, o que é fora de cogitação. Isso estremece a confiança dos homens.
— Não ter a aprovação da sogra deve ser duro mesmo — Agradeço em pensamento pela minha sogra morar longe.
— Como se não bastasse isso, eu tenho um ex que vira e mexe surge na minha vida cobrando atenção. No meu último namoro, ele reapareceu transtornado, pedindo uma nova chance. O meu namorado saiu no soco com ele. Foi deplorável!
— É por isso que está solteiro?
— Sim e não. Nós terminamos na época, porém voltamos algum tempo depois. Entre términos e recaídas, decidi dar um ponto final há algumas semanas.
— É, você conseguiu tornar minha história uma bobagem — Jimin dá de ombros.
— Precisamente!
O celular acende com uma notificação. Pela tela, vejo que Dalgi cobra uma decisão sobre a viagem. Ainda não faço ideia de como responder, então deixo a imagem do celular apagar.
— Mas como é isso da sua mãe não ter superado o seu primeiro ex? — pergunto, ainda curioso sobre as lutas de Jimin com seus relacionamentos.
— Preciso de mais café. — nego com a cabeça, cativo pelo seu bom-humor.
☕️🍰
Protagonistas apresentados! Quero saber quais suas primeiras impressões de cada um e qual te conquistou mais. Alguma ideia do que virá por aí?
Próximo capítulo conheceremos mais da rotina do Jimin e tem novos personagens chegando. A atualização está marcada para dia 07/10.
Fiquei muito feliz de ler os comentários de leitores que me acompanham há mais algum tempo. Se você está chegando agora no Vitorverso, muito bem-vinde! Não deixe de seguir meu Instagram (@autorvitorsemc) e Twitter (@vminoshi) para novidades sobre minhas histórias.
Peço que me ajudem a divulgar o meu é com açúcar, sim? Comentem com os amigos, usem a tag lá no Twitter para deixar suas impressões do capítulo e vamos crescer mais uma história juntos. Obrigado pela calorosa recepção e beijo docinho em cada 😘💙
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