C A P I T U L O 0 5
Me apaixonar por ele foi inevitável. Eu me inspirava nele, queria ser ele, ter a vida que ele tinha... até perceber que não era só isso que eu queria. Eu queria tê-lo em meus braços, comigo, queria ser seu pensamento mais frequente, ser aquele para quem um dia ele diria "eu te amo".
Acordo com o peso esmagador da ressaca, as memórias do sonho que tive me consumindo e meu corpo mais exausto do que eu poderia imaginar. Cada músculo parece gritar em protesto enquanto me arrasto até o banheiro, na esperança de livrar meu corpo do peso invisível que o oprime.
Com movimentos lentos e pesados, tiro minha roupa e entro no chuveiro, deixando a água quente lavar não apenas os resquícios da bebedeira da noite passada, mas também a sensação de cansaço que me domina. A água escorre pelo meu corpo, levando consigo a tensão acumulada.
Não seria verdade se eu dissesse que é a primeira vez que tenho esse tipo de sonho com o Ethan, mas sem dúvidas é a primeira vez que tenho um sonho tão realista. Ainda posso quase sentir sua boca na minha, seu corpo envolvido no meu como se fôssemos apenas um. A intensidade do sonho me deixa atordoada, como se uma parte de mim ainda estivesse presa naquela realidade onírica.
Suspiro lentamente, deslizando os dedos pelo meu corpo, enquanto as memórias vívidas de uma noite que não aconteceu arrebatam minha mente com pensamentos impuros. Cada toque parece reacender as sensações do sonho, tornando difícil distinguir entre o que é real e o que é fruto da minha imaginação.
A água corre por mim, lavando meu corpo enquanto meus dedos descem cada vez mais. Fecho os olhos e deixo o sonho invadir minha mente, com os lábios molhados do Ethan, seu corpo quente embaixo de mim, deixo minha imaginação me guiar, imaginando que seria o meu amigo, e não meus próprios dedos envolvendo meu membro enquanto movo para cima e para baixo em minha carne.
Me apoio na parede do banheiro, sem fôlego, começo a sentir meu coração acelerar, meu peito sobe e desce, cada vez mais rápido, acompanhando os movimentos rápidos dos meus dedos.
Sinto o momento cada vez mais próximo, enquanto lembro de Ethan envolvido em mim, seus gemidos, seu desejo por mim, algo quase impossível no mundo real.
Sinto minha pele esquentar, o desejo ardente e puro correndo e pulsando em mim. Meus lábios se abrem e um grito forte ecoa de dentro de mim enquanto chego ao ápice, sem fôlego, mal consigo respirar enquanto a sensação profunda se apossa de mim.
- Caralho Ethan... um dia vou ficar maluco por sua causa...
Saio do banho, sentindo o vapor quente ainda pairando no ar, e me visto com roupas confortáveis. Sigo até a cozinha, onde a luz suave da manhã entra pelas janelas. Abro a geladeira, sentindo o ar frio tocar meu rosto, e pego uma jarra de suco de laranja. Encho um copo, observando o líquido dourado encher o recipiente. Pego duas fatias de pão e as coloco na torradeira, ouvindo o clique familiar.
Em seguida, vou até o armário de remédios e procuro um comprimido de Advil para aliviar a dor de cabeça que me atormenta. Engulo o comprimido com um pouco de água, sentindo o líquido frio descer pela garganta, na esperança de que o alívio venha logo.
Não demora até que a torradeira soe com um estalo, e eu retiro as fatias de pão douradas e crocantes. Sento-me à mesa, tomando meu suco e saboreando as torradas, enquanto pensamentos nebulosos de algo que não aconteceu invadem minha mente.
Após terminar o café da manhã, vou até o quarto em busca do celular. O aparelho está ao lado da cama, completamente apagado. Parece que eu estava bêbado demais ontem para lembrar de conectá-lo ao carregador. Pego o celular e o coloco na base de carregamento sem fio, observando a luz indicadora acender.
Aproveito o tempo enquanto o celular carrega para realizar outras atividades. Saio para uma corrida rápida de 5 km pelo bairro, sentindo o vento fresco no rosto e o som dos meus passos ecoando nas ruas tranquilas. Também resolvo algumas pendências de trabalho, respondendo e-mails e organizando documentos.
Cerca de duas horas se passam até que eu tenha o aparelho em minhas mãos novamente. Ele rapidamente volta à vida, vibrando com novas notificações. Olho para a tela e vejo várias mensagens: alguns textos de Dakota, duas mensagens de voz do Ethan e uma mensagem longa de um número desconhecido. Abro a conversa para descobrir do que se trata e, para minha surpresa, vejo que Charlotte me enviou essa mensagem.
Tento evitar pensar demais enquanto sigo até a casa do meu pai. Depois de toda a situação vergonhosa que ele causou ontem na despedida de solteiro, parte de mim já esperava por isso. Talvez esse seja o grande motivo para eu ter tentado de todas as formas convencê-lo a não ir para a reunião, o que obviamente foi inútil, uma vez que meu pai é incapaz de ouvir a voz de alguém além de si próprio e do seu pastor.
Chego até sua porta, já desgastada pelo tempo, e imagino se poderia estar em melhor condição se ele não doasse tanto para a igreja. Bato na madeira, e o som ressoa até que uma voz seja ouvida lá de dentro, seguida por passos lentos.
Meu pai me encara de cima a baixo assim que me vê, como se seus olhos soubessem mais do que deveriam apenas por um olhar.
- Voltou para casa direito noite passada? - ele pergunta, com um tom de desconfiança que quase me faz rir. De fora, parece se tratar de verdadeira preocupação paterna.
- Não se preocupe - respondo, tentando manter a calma.
- Como posso não me preocupar se tudo o que você sabe é me envergonhar e me dar trabalho? - ele retruca, a frustração evidente em sua voz. - Você deveria ser motivo de orgulho e não de vergonha.
- Nunca foi minha intenção te envergonhar - digo, sentindo um nó se formar na garganta.
- Então por que continua falando com aquele xing ling de merda? Eu já disse para você que aquele rapaz...
- Pai, chega. Por favor - interrompo, a exasperação transparecendo em minha voz. - Jay é meu amigo, ele vai ser meu padrinho de casamento. Não torne isso tudo mais difícil.
- Não estou tornando as coisas mais difíceis, é você que não me respeita... quando eu tinha sua idade... - ele começa, mas eu já não consigo mais ouvir.
- Pai. Por favor, pare de falar e só me deixe entrar, certo?! - peço, a impaciência crescendo dentro de mim.
Meu pai abre mais a porta e permite minha passagem, retirando-se para o lado. Entro então na minha antiga casa.
Cada pedaço desse lugar traz memórias em mim, boas e ruins, de uma infância cheia de uma inocência perdida há muito tempo. Memórias me invadem, lembranças de quando minha mãe ainda morava conosco antes de ir embora para sempre. A sala de estar, com seus móveis antigos e o cheiro familiar de madeira envelhecida, me faz sentir uma mistura de nostalgia e tristeza. As paredes, cobertas de fotos antigas, contam histórias de tempos mais felizes, mas também de momentos difíceis. Cada canto dessa casa guarda um pedaço da minha história, uma história que ainda estou tentando entender e aceitar.
- Você acha que eu deveria chamar minha mãe para o casamento? - Pergunto antes que eu possa me impedir, sentindo um aperto no peito.
- Porque você faria isso? - É a resposta do meu pai, com um tom de desprezo. - Ela foi embora, ela decidiu não fazer mais parte da sua vida. Ela não ama ninguém e sequer deveria ser chamada de mãe. Mas se você quiser chamar ela... só me avise para eu saber que não preciso ir ao casamento, assim eu ficarei ciente que você é tão sem vergonha quanto ela.
- Você precisa mesmo falar assim? - Pergunto, tentando esconder a dor em minha voz.
- Como você quer que eu fale, Ethan? Quer que eu fale igual uma mocinha? Que te trate igual uma mulher? - Ele responde, a raiva evidente em cada palavra. - Você tem que ser homem, tem que agir como homem e aprender a respeitar e ouvir o seu pai. É por você e gente como você que o mundo está do jeito que está. Hoje em dia não existem mais homens de verdade, os homens estão vestindo saia... ninguém busca mais a Deus, ninguém busca viver o que Deus nos ensina em sua palavra... como aquele seu amigo... você acha que aquele xing ling conhece Deus? Acha que ele sabe viver nos preceitos de Deus? Acha que um dia ele vai achar uma mulher? Ele não vai. Ele vai acabar virando a mulher, vestindo uma saia para sair por aí. Você teve sorte de arrumar uma mulher boa, uma mulher honesta para você, mas enquanto você for amigo daquele projeto de homem... sua vida não vai para frente, meu filho. Você vai sempre ficar amarrado no mesmo lugar porque aquele cara faz isso com você. Escuta o que eu tô dizendo. Para o seu bem, escuta o que eu tô dizendo. Esse cara só vai te arrastar para o mesmo antro de pecado que ele vive, ele vai te arrastar para a perdição e para o demônio...
- Chega, pai, já disse para você parar - corto ele com a voz firme, tentando controlar a raiva que cresce dentro de mim.
- Você não entende, não sabe o que é fazer tudo para um filho e ele não respeitar. Eu sou seu pai, Ethan, eu sei o que é melhor para você e esse viadinho de merda vai te levar para o fundo do poço...
- Chega. Eu não aguento mais ouvir você falar assim. Eu já disse para você que o Jay não é gay, pare de falar assim dele - grito, a frustração e a dor transbordando em minhas palavras.
- Você não entende, não sabe o que é fazer tudo para um filho e ele não respeitar. Sou seu pai, Ethan, eu sei o que é melhor para você e esse viadinho de merda vai te levar para o fundo do poço...
- Chega. Eu não aguento mais ouvir você falar assim. Eu já disse para você que o Jay não é gay, pare de falar assim dele - grito, a frustração e a dor transbordando em minhas palavras.
- Vai continuar dizendo isso quando ele tentar te estuprar, vai? Quando ele mostrar que tudo o que ele quer é te usar e te comer como um gayzinho nojento?
- Não é estupro se eu permitir que ele faça isso - me dou conta das palavras assim que elas deixam meus lábios.
Tudo acontece muito rápido depois, tão rápido que sinto a dor antes mesmo de entender o que aconteceu. O vermelho do sangue pinga no chão, e só então percebo que é do meu nariz. Levo a mão ao rosto e sinto a ardência se espalhar pela minha pele, como se pequenas agulhas estivessem perfurando cada poro.
Encaro meu pai com os olhos lacrimejando de dor, raiva e tristeza. Uma confusão de sentimentos misturados habita em mim, enquanto no semblante dele o ódio puro e simples é nítido, quase palpável. Seus olhos, frios e implacáveis, me perfuram como lâminas afiadas.
- Eu estava brincando... - digo baixo, quase num sussurro - acho que é melhor eu ir embora...
Meu pai não me responde. Ele apenas me encara com a fúria fria em seus olhos, uma fúria que conheço bem. Não é a primeira vez que ele ofende Jay, não é a primeira vez que preciso ouvir um longo discurso sobre meu amigo. Eu não deveria ter falado nada, passei do limite.
- Desculpe - digo para ele, tentando manter a voz firme - não queria ter ofendido o senhor. Eu volto outro dia.
Me viro e saio rapidamente pela porta, limpando o sangue que marca meu rosto. Lágrimas de fragilidade brotam em meus olhos quando passo pela soleira, e preciso focar meus pensamentos e me afastar o máximo possível dali. Apenas para chorar na porta de um desconhecido, sem chance de mostrar mais essa fraqueza ao meu pai.
Enquanto as lágrimas escorrem pelo meu rosto, me perco em pensamentos, memórias do passado e de todo o sofrimento que já passei. Cada lágrima parece carregar um fragmento de dor, uma lembrança amarga que se recusa a ser esquecida.
Minha infância não foi fácil. Cresci em uma família desestruturada, onde as brigas intensas sempre me deixavam assustado. Aprendi a fingir muito antes do que deveria, pois a vergonha de falar sobre o que acontecia em casa era tanta que não havia outra forma de me comportar.
Conheci Yoon Jay e nos tornamos amigos. Essa amizade era um tipo de escape para mim, uma fuga da realidade que me atormentava dia após dia. Yoon Jay era uma inspiração, a imagem perfeita de alguém que tinha tudo o que eu sonhava, tudo o que eu nunca teria.
Me apaixonar por ele foi inevitável. Eu me inspirava nele, queria ser ele, ter a vida que ele tinha... até perceber que não era só isso que eu queria. Eu queria tê-lo em meus braços, comigo, queria ser seu pensamento mais frequente, ser aquele para quem um dia ele diria "eu te amo".
Mas como eu poderia fazer algo? Dizer algo ou tomar alguma iniciativa quando cresci com os ensinamentos do meu pai sobre o quanto ser homossexual era errado e vergonhoso, sobre o quanto essas pessoas mereciam a morte por envergonhar suas famílias?
E, além disso, Jay sempre me viu apenas como um amigo. Ele sempre deixou isso muito claro. Todas as vezes que tentei insinuar algo ou dei a entender meus sentimentos, ele sempre fugiu, aparecendo com alguma mulher logo em seguida. Eu tentei, tentei me enganar por tempo demais, mas quando conheci Charlotte, quando decidi namorar com ela, foi o primeiro passo que dei para um caminho sem volta.
Não posso me deixar levar por isso mais uma vez.
Pego meu celular no bolso e disco o número de uma amiga, que atende depois de alguns toques.
Tenho dificuldade em dizer algo de princípio, pois sei que minha voz sairá embargada pelas lágrimas, sendo impossível esconder que eu estava chorando. Demoro alguns segundos até que eu responda sua série de "alôs".
- Willie, pode ir até meu apartamento? Preciso conversar com alguém - minha voz sai trêmula, quase um sussurro.
- Ethan? O que aconteceu? Você está bem? Você estava chorando? Sua voz está estranha... - a preocupação na voz dela é palpável.
- Podemos conversar sobre isso pessoalmente? Eu realmente não quero falar disso no telefone - tento manter a calma, mas a ansiedade transparece.
- Claro, claro... eu estou indo. Te encontro no seu apartamento em... uh... 15 minutos, certo? - ela responde rapidamente, sem hesitar.
- Certo - digo, sentindo um alívio momentâneo.
Corro até meu apartamento que, por sorte, não é muito longe, e acabo chegando praticamente ao mesmo tempo que Willie.
Minha amiga me encara com um olhar profundo e me abraça, antes mesmo que eu possa falar alguma coisa. Deixo-me levar pela sensação de ser abraçado e correspondo da mesma forma, tomando-a em um abraço apertado. Sinto as lágrimas voltarem, mas desta vez de alívio.
- Me conte o que aconteceu... - ela diz suavemente assim que entra em minha casa, sua voz cheia de preocupação.
Willie percorre os cômodos como se estivesse em sua própria casa, indo até a cozinha e enchendo um copo de água para mim enquanto espera que eu responda.
- Eu dormi com o Jay ontem - confesso, minha voz quase um sussurro.
- Como é? E por que essa cara emburrada então? Eu achei que algo terrível tivesse acontecido e você me aparece com uma notícia dessas... - ela exclama, surpresa, mas com um toque de alívio.
- Ele estava bêbado, Willie. Eu praticamente me aproveitei da situação. Tenho certeza de que ele nem vai se lembrar do que aconteceu de verdade. E depois eu só... fugi da casa dele, como um maldito covarde - digo, sentindo a culpa e a vergonha me consumirem.
Willie se aproxima e coloca a mão no meu ombro, seu olhar cheio de compreensão.
- Ethan, você precisa conversar com ele. Não pode deixar isso assim. Vocês são amigos, e ele merece saber o que aconteceu - ela diz, sua voz firme, mas gentil.
- Mas Ethan, mesmo que ele estivesse bêbado. Isso significa que ele te quer, que ele sente algo por você. Do contrário, ele não ficaria com você depois de beber demais. Não é a primeira vez que isso acontece, certo?! - Willie exclamou, sua voz carregada de esperança e frustração.
- Deve fazer uns 10 anos, Willie... e mesmo assim, Jay nem sequer se lembra de ter tirado minha virgindade... e mais uma vez ele não vai se lembrar, ele vai continuar agindo como sempre... - respondi, minha voz embargada pela tristeza e resignação.
- Você podia tentar, Ethan... não sei, tentar fazer algo quando ele estivesse sóbrio... - Willie sugeriu, tentando encontrar uma solução.
- Eu tentei, Willie. Eu tentei. Caramba, eu tentei beijar ele duas vezes, eu perguntei especificamente para ele sobre isso... mas não adianta... Jay não tem sentimentos por mim - falei, sentindo a frustração crescer dentro de mim.
- Se ele não tivesse sentimentos por você, ele não ficaria com você quando está bêbado, Ethan! Pelo amor de Deus - Willie insistiu, sua voz elevando-se com a intensidade da emoção.
- Mesmo se for esse o caso, ainda significa que ele não gosta de mim o suficiente. Além do mais, ele está namorando... - respondi, tentando manter a calma, mas sentindo a dor da rejeição.
- E daí? Não é a primeira vez que ele começa a namorar assim... - Willie rebateu, sua voz cheia de determinação.
- Eu tomei uma decisão, Willie. Eu não vou mais tentar nada... já passou da hora de eu esquecer isso de uma vez por todas. Eu estou noivo agora, não posso continuar fazendo isso com a Char, ela não merece isso. Ela merece que eu dê toda a atenção e o afeto que ela merece - declarei, tentando convencer a mim mesmo tanto quanto a ela.
- Mas você ama o... - Willie começou, mas eu a interrompi.
- Willie, eu já tomei minha decisão - falei firmemente, tentando encerrar a discussão.
- Você tem certeza, Ethan? - Willie perguntou, seus lábios apertados em uma linha fina de preocupação.
- Sim, Willie. Eu fiz tudo, eu me entreguei a ele e ele fugiu, tentei beijá-lo e ele se afastou, deixei claro meus sentimentos e isso também não acabou bem. Eu tentei vezes demais. Jay sempre me afastou, sempre me recusou... ou fugiu de mim - suspirei, tentando evitar as lágrimas nos meus olhos. - Não posso fazer isso mais.
- Ethan... - Willie começou, mas eu apenas balancei a cabeça, indicando que a conversa estava encerrada.
- Sabe o quanto me feriu vê-lo dia após dia com uma mulher após a outra, sabe como me feriu quando ele fingiu que nada aconteceu depois de... tirar algo tão precioso de mim. Eu deixei tudo claro, fiz o qie eu precisava, tentei o maximo qie eu pude... Jay sempre vai ser meu melhor amigo. Foi difícil mas enfim eu me conformei... Meus sentimentos nunca foram, nem nunca vão ser reciprocos. Posso viver com isso, nunca mais vou tentar me convencer de algo que meus olhos iludidos me forçam a ver.
- Você está mesmo desistindo dele, Ethan? Depois de tudo isso? Depois de dormir com ele?
- Não posso desistir de algo que nunca existiu, Willie. Mas, uma coisa é certa. Nunca cometerei o erro de me deixar levar novamente...
- Eu naoachi que você está tomando uma boa decisão Ethan... mas não posso fazer nada se é isso o que você quer... você não merece comtinuar sofrendo.
- Eu estou cansado de tudo isso... e também tem o meu pai...
- O que tem o seu pai? O que ele fez dessa vez?
- Ele me bateu... eu fuz un comentário que não drvia quando estavamos discutindo sobre o Jay e ele não gostou disso...
- Ele não pode fazer isso Ethan...
- Foi erro meu, ok?! Eu sei comk ele é. Não devia ter provocado isso. Eu só precisava ficar caloado e nada teria acontecido. No fim foi tudo culpa minha.
- Não. Nada disso foi culpa sua, você não trm culpa se o seu pai é um homem louco e doente.
- Ele é o meu pai, ele é qiem esteve comigo o tempo todo. Ele é a unica coisa qie eu fenho e no fim eu sei que tudo o qie ele faz é por qie me ama e se preocupa comigo Willie... ele nunca ia querer o meu mau.
- Isso não é verdade, se ele quisesse seu bem ele não teria te batido Ethan. O que você falou de tão ruim? Para chegar a esse ponto.
- Não importa, foi um comentário de merda.
- Nenhum comentário deveria ser Recompensado com uma surra Ethan.
- Sabe o quanto me feriu vê-lo dia após dia com uma mulher após a outra? Sabe como me feriu quando ele fingiu que nada aconteceu depois de... tirar algo tão precioso de mim? Eu deixei tudo claro, fiz o que eu precisava, tentei o máximo que eu pude... Jay sempre vai ser meu melhor amigo. Foi difícil, mas enfim eu me conformei... Meus sentimentos nunca foram, nem nunca vão ser recíprocos. Posso viver com isso, nunca mais vou tentar me convencer de algo que meus olhos iludidos me forçam a ver - desabafei, sentindo um peso sair dos meus ombros.
- Você está mesmo desistindo dele, Ethan? Depois de tudo isso? Depois de dormir com ele? - Willie perguntou, incrédula, seus olhos arregalados de surpresa.
- Não posso desistir de algo que nunca existiu, Willie. Mas, uma coisa é certa. Nunca cometerei o erro de me deixar levar novamente... - respondi, tentando manter a voz firme, mas sentindo a dor da decisão.
- Eu não acho que você está tomando uma boa decisão, Ethan... mas não posso fazer nada se é isso o que você quer... você não merece continuar sofrendo - Willie disse, sua voz cheia de preocupação e tristeza.
- Eu estou cansado de tudo isso... e também tem o meu pai... - comecei, sentindo um nó se formar na garganta.
- O que tem o seu pai? O que ele fez dessa vez? - Willie perguntou, sua voz carregada de preocupação.
- Ele me bateu... eu fiz um comentário que não devia quando estávamos discutindo sobre o Jay e ele não gostou disso... - confessei, sentindo a vergonha e a dor se misturarem.
- Ele não pode fazer isso, Ethan... - Willie exclamou, indignada.
- Foi erro meu, ok?! Eu sei como ele é. Não devia ter provocado isso. Eu só precisava ficar calado e nada teria acontecido. No fim, foi tudo culpa minha - respondi, tentando justificar o injustificável.
- Não. Nada disso foi culpa sua, você não tem culpa se o seu pai é um homem louco e doente - Willie disse, sua voz cheia de compaixão e raiva.
- Ele é o meu pai, ele é quem esteve comigo o tempo todo. Ele é a única coisa que eu tenho e no fim eu sei que tudo o que ele faz é porque me ama e se preocupa comigo, Willie... ele nunca ia querer o meu mal - tentei explicar, sentindo a confusão e a lealdade me consumirem.
- Isso não é verdade, se ele quisesse seu bem ele não teria te batido, Ethan. O que você falou de tão ruim para chegar a esse ponto? - Willie perguntou, sua voz suave, mas firme.
- Não importa, foi um comentário de merda - respondi, tentando encerrar a conversa.
- Nenhum comentário deveria ser recompensado com uma surra, Ethan - Willie disse, sua voz cheia de determinação e carinho.
- Ele é meu pai. Ele é tudo o que eu tenho - disse, tentando justificar o injustificável.
- Isso não é verdade! Você tem o Yoon Jay, só é covarde demais para deixar realmente tudo claro porque cresceu ouvindo esse velho de merda dizer o quanto ser gay é errado. Mas ele não sabe de nada, ele é só um corno que desconta em você tudo de ruim que passou. Você só não enxerga isso porque é um idiota - Willie explodiu, sua voz cheia de raiva e frustração.
Encarei minha amiga sem saber o que dizer, o silêncio se instaurou no ambiente e o clima pesou de um jeito desconfortável. O olhar dela era intenso, cheio de emoções conflitantes.
- Desculpe - ela disse depois de um tempo, sua voz mais suave, mas ainda carregada de emoção.
Antes que eu pudesse responder, meu telefone tocou. Olhei para a tela e vi o nome da minha noiva estampado. Pressionei os lábios e encarei Willie, tomando uma decisão.
Levantei-me, dando as costas para minha amiga, e segui até a sacada do meu apartamento.
- Oi, meu amor - disse, atendendo a ligação, tentando soar calmo.
- Graças a Deus você atendeu, nossa, não aguento minha mãe... ela estava falando um monte de coisa horrível aqui... - Char desabafou, sua voz cheia de frustração.
- Eu sinto muito por isso, Char... quer que eu vá até aí? - perguntei, preocupado.
- Não, não precisa... eu vou dar um jeito... - ela disse, fazendo uma pausa. - Na verdade, eu liguei porque precisamos falar sobre Yoon Jay.
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