Capítulo 9 - parte 5 (rascunho)
– "Igor mandou atacar para provocar distração dos andares de cima. Todos nós. Ele salvará os prisioneiros" – disse Saci, assumindo a verdadeira forma.
– Nesse caso, acho que fica interessante atacarmos penetrando através da parede e provocando um barulho infernal para os desorientar – olhou para os amigos. – Prontos? Valdo, olhe e faça como nós. É fácil.
Todos miraram no mesmo ponto da parede e os comandos vibratórios emitidos pelos lemurianos começaram a fazer a parede vibrar e reverberar muito. Do lado de dentro, várias pessoas acordaram assustadas com os ecos cuja reverberação era tão intensa que não sabiam localizar a origem. Ezequiel e Hernandez uniram os sus poderes e mandaram raios de plasma, enquanto o ancião fazia aparecer a sua tradicional espada vermelha.
Dentro do palácio, as paredes ribombavam cada vez mais forte e, com um estrondo, a região atacada ruiu, abrindo uma passagem de quase cinco metros de altura e o dobro de largura.
Saci aproveitou e entrou na frente, rugido e lançando chamas. Os soldados da guarda correram para a cabeça de ponte do inimigo, as não conseguiam entrar no aposento onde a invasão ocorreu, sem falar que estavam muito assustados.
Vários deles, que dormiam, levantaram-se às pressas e correram a ajudar os companheiros. Saci era demasiado grande para passar na porta, motivo pela qual os magos reuniram-se de novo para criar outra passagem enquanto ele fazia a passagem ferver, provocando rachadoras na parece de cristal. A magia dos soldados, unida, era poderosa, mas os dragões possuíam uma proteção natural e isso atormentava ainda mais porque não estava habituados a encontrar resistência. Quando Saci parou para respirar, Ezequiel lançou uma bola de plasma e os atacantes recuram como que por encanto, ao mesmo tempo que a parede ruía e, agora, tinham de encarar dois pontos de ataque, deixando-os desesperados. Valdo e os companheiros atacaram pela outra abertura, mandando ondas sonoras de choque e alta intensidade que atordoaram muitos atlantes.
Por outro lado, a quantidade de soldados aumentava de forma exponencial que poderia virar um problema passado o fator surpresa.
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Igor, Morgana e Gwydion desceram sem dificuldades porque, com os estrondos e a gritaria, os soldados de plantão correram para as linhas defensivas, deixando livre a passagem para os verdadeiros invasores. Enquanto percorriam os degraus, andando sem parar, mas com cuidado para não serem apanhados de surpresa, ouviam o caminho a ficar livre. Assim que chegou ao seu andar, Morgana apontou:
– A mãe está ali – disse, mostrando o quarto. – os dois quartos a seguir são da Carol e os pais dela. Vá ver a mãe que eu chamo os outros.
– Obrigado, filha – respondeu Igor, dando-lhe um beijo terno na testa. – Estou morrendo de saudades.
Morgana seguiu reto e Igor ia entrar no quarto quando Gwydion lançou um jato de fogo para uma parede. Com um berro enorme, um soldado saiu de um fundo falso e Morgana disse:
– Vá, pai. Gwydion e eu damos conta dele.
Confiando na filha, o mago abriu a porta e entrou, fechando-a atrás de si. Era de tal forma silenciosa que Igor calculou que a filha deu um jeito de a deixar bem lubrificada. Apesar de toda a gritaria e ondas de choque, Eduarda não acordara e ele ficou a olhar para o seu rosto adormecido, comparando-a a um anjo. Emocionado, sentou-se na cama e pôs a mão no seu ombro, dando-lhe um beijo suave na face. Ela fez menção de se virar, mas não concluiu o movimento e Igor sacudiu-a com calma, muito gentil. Eduarda abriu um olho e passou os braços em volta da sua cintura.
– Sabes, amor – murmurou, baixinho –, tive um sonho horrível que te matavam e nós fomos raptadas...
Eduarda parou de falar e, sem abrir os olhos, apertou-o mais.
– Igor, me diz que não estou sonhando, pelo amor da Deusa. Me diz que estás vivo – disse quase implorando.
– Estou vivo, meu amor, e vim buscar vocês.
Eduarda sentiu uma coisa tão forte que não conseguiu mais falar. Abriu os olhos e confirmou a veracidade das palavras do marido. Com um salto agarrou-se ao seu pescoço e cobriu Igor de beijos, chorando.
– Tudo o que eu queria era morrer, quando disseram que te mataram, amor – sussurrou no seu ouvido. – Daí precisei pensar em Ailin e em como sair daqui, mas não queria mais viver.
– Bem, amor – disse ele, que achou melhor para Eduarda que ela nem sonhasse com a verdade do que aconteceu. – Como podes ver, estou aqui e bem. Vamos, temos que fugir deste mundo porque somos poucos para enfrentar a quantidade desses demônios que há aqui.
Eduarda levantou-se, resplandescente, e trocou-se com um simples gesto. Igor pegou um bracelete do bolso e colocou no seu braço, escondido debaixo da manga para que o inimigo não visse.
– Deves tomar muito cuidado porque os teus poderes ficarão demasiado fortes.
Pegou a sua mão e abriu a porta do quarto, saindo com ela atrás. No corredor, encontrou Morgana com os outros. Ao vê-lo, Carol correu e abraçou o amigo.
– Eu sabia – disse ela, chorando de alegria. – Eu sabia, viram?
Eduarda sorriu, mas Igor interrompeu a animação.
– Morgana, onde estão os outros prisioneiros?
– Nas masmorras – respondeu, apontando para baixo e parando de sorrir. – Não consegui barganhar por todos. O pior é que dois são mundanos. Três, na verdade, mas mataram uma mulher.
– "Igor" – disse Gwydion. – "Ezequiel pede que se apressem porque está com muitas dificuldades."
– Diz que estou indo para ajudar – respondeu Igor. Virou-se para Morgana e continuou. – Vamos, amanhã um exército virá para os libertar. Agora não teremos tempo. Gwydion, consegues carregar todos até ao ponto de encontro?
– "Sim porque a distância é curta" – respondeu o amigo.
– Nesse caso, leva-os que eu vou ajudar os outros na retirada.
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