Capítulo 8 - parte 3 (rascunho)

Gwydion aproximou-se, mantendo a própria forma porque iam para Céltia primeiro. Igor abriu o portal e fez os amigos passarem. Valdo sentiu alegria ao voltar para Nova Andécavos e deu-se conta de que aquele mundo tinha gosto de lar. Quando foi para a Terra, não chegou a sentir nada disso. Satisfeito, inspirou fundo e tomou a dianteira para a sua casa. Ficou satisfeito ao ver, no jardim, o companheiro junto com o filho e Nealie. Além deles, Gwenhwyar e Shayla também estavam, junto a Ezequiel. Apenas Ailin não estava presente, mas tanto Igor quando Valdo sabiam muito bem onde devia estar, já que Saci não estava por perto.

Ezequiel viu o grupo que se aproximava e levantou-se. Seguido pelos demais que fizeram logo uma reverência rápida ao seu superior. Shayla apressou-se a abraçar Igor porque gostava muito dele desde que o conheceu em Avalon.

– Ezequiel e Nealie já nos contaram o que aconteceu, Igor. Conseguiu algum resultado?

– Mais ou menos – respondeu ele. – Infelizmente, isso vai significar a primeira guerra da nossa história desde que saímos da Terra.

Igor olhou para Gwenhwyar e sentiu um aperto na garganta, devido à forte semelhança que ela tinha com Eduarda. Controlou-se e disse:

– Salve, Gwen, pensei que estavas no mundo de cristal – disse, tentando parecer descontraído. – Onde está Kenneth?

– Kenneth ficou na Cidadela – respondeu. – Eu vim visitar minha mãe e filhas.

Igor trocou mais algumas gentilezas e apresentou os amigos. A seguir disse:

– Shayla, eu vinha te procurar para abrigarem hoje algumas centenas de magos e muitos dragões por um ou dois dias. Eu, Valdo, Ezequiel e Hernandez vamos invadir o mundo dos atlantes e abriremos o caminho para o ataque a partir daqui. Não será possível levar tanta gente assim para a Terra. Além disso, pretendo evitar o confronto aberto, mas temos de estar preparados...

A conversa foi interrompida por um barulho intenso e todos olharam para cima. Não muito alto, Saci laçou um jato de jogo por mais de trinta metros e mergulhou em um parafuso maluco para endireitar já perto do chão e pousar com suavidade. Rindo muito Ailin desceu do dorso e deparou-se com o pai. Alegre, correu para os seus braços.

– Papai, tu voltaste. Já salvaste a mamãe? – Olhou para a frente e viu os três lemurianos que estavam estupefactos com a cena do voo do dragão. Ela olhou para Marlon e disse. – Eu vi o senhor falando com a minha irmã no parque!

– Oi, Ailin – disse Igor. – Eles vão nos ajudar a libertar a mamãe, mas tu precisas de ir para a Cidadela e ficarás com a Batsheba.

– Bah, papai – disse a criança, contrariada. – Ela é a guardiã dos aprendizes mais chata que existe.

– Mas é a melhor de todas, meu amor – disse Igor, rindo. – Eu, quando tinha a tua idade, também pensava assim, mas muito do que aprendi foi com ela, sabias?

– Quer dizer que se eu aprender com ela, sou ser como tu?

– Claro, filha – respondeu o mago. – Agora preciso de todo mundo para me ajudar a salvar a mamãe e tu precisas de estar em segurança. O Mundo de Cristal, no momento, é o lugar mais seguro do Universo.

– Shayla – voltou a falar o mago. – Posso contar com a tua ajuda?

– Claro, Igor – disse a neta. – Todos aqui ajudarão de bom grado, até os mundanos.

– Ficarei a ajudar a minha mãe – disse Gwenhwyar. – Se possível, deixe uma mensagem para Ken.

– Claro, Gwen. – Igor piscou o olho, deu mais um abraço e beijo nas descendentes e virou-se para Ezequiel. – Pronto para ir ao covil do leão?

– Sempre, filho.

– Posso abrir o portal, papai?

– Sim, filhinha – respondeu ele, colocando a filha no chão.

Ailin ergueu as mãozinhas e baixo, abrindo a passagem e rindo, alegre. Foi para o lado e esperou que todos passassem inclusive os dois dragões. Ezequiel murmurou:

– Essa criança é impressionante, Igor. Nove planos em um só tiro!

Igor apenas sorriu. Acompanhado dos amigos foi para o laboratório e encontrou o cientista compenetrado com pelo menos vinte ajudantes a fazerem braceletes. Quando viu o mago, levantou-se, alegre.

– Salve, Magnifico – disse. – Os braceletes são eficientes mesmo sem uma programação. Por isso, requisitei todos os ajudantes que consegui e estamos a produzir o máximo que conseguirmos.

– Salve, doutor Zeiss, agradeço por tudo. Quantos acha que conseguirá até ao fim do dia?

– Talvez uns oitocentos, se continuarmos neste ritmo.

– Ótimo – comentou o guardião supremo, satisfeito. – Isso deve dar para quase todo o efetivo. Por favor, me dê um bracelete para Ezequiel. Quero que ele vá testando isso.

― ☼ ―

Morgana voltou para o quarto andando rápido. Desde que Argonos lhe falou do pai e da real possibilidade de estar vivo que ela desejava voltar para os amigos, mas tinha que esconder a ânsia porque o algoz era demasiado perspicaz. Assim que entrou e se viu a sós, chamou a todos, com os olhos brilhantes.

– O meu pai pode estar vivo – disse. Eduarda arregalou os olhos e agarrou as mãos da filha, tremendo de ansiedade. – Sim, mãe. Eles não o mataram, apenas feriram e ele foi salvo por lemurianos, pelo que deduzi, apesar de Argonos achar que eles o prenderam. Além disso, um soldado que foi na casa da Carol foi aprisionado por alguém que tem uma barreira de proteção dourada similar às lemurianas, mas que supostamente é da Terra. Esse soldado foi aprisionado e levado pelos lemurianos, mas o estranho perseguiu-os. Aproveitando uma distração, o soldado atlante tentou fugir mas o mago atacou-o de novo e ele parecia um velho quase morto quando fugiu. Falou em um animal enorme e assustador que acompanhava o terrestre de barreira dourada.

– Mas o que isso quer dizer? – perguntou Eduarda, cheia de esperanças.

– Quer dizer que o animal devia ser Gwydion ou Saci – explicou Morgana.

– Mas e o homem da barreira dourada.

– Pensei muito a respeito – comentou Morgana. – Esse homem não é um mago dos nossos, exceto por uma possibilidade. Só existe um mago capaz de tirar toda a vitalidade de uma pessoa ou o contrário.

– Valdinho – gritaram Caroline e Eduarda. A última continuou, de olhos brilhantes. – E ele sabe ressuscitar. Então ele deve ter curado Igor. Ai, minha Deusa, Carol, tu tinhas razão!

– Eu sei, eu sei – respondeu a amiga, abraçando Eduarda e enxugando uma lágrima. No fundo o que mais a amedrontava era poder estar errada porque sabia que Morgana tinha razão no assunto da espada.

– E agora? – perguntou Morgana. – O que vocês acham que devemos fazer.

– Se bem conheço o meu Igor – começou Eduarda com uma energia abrupta e cheia de esperanças –, ele vai fazer uma aliança com os inimigos dos atlantes e já deve ter acionado o alerta global.

– Alerta global? – perguntaram Caroline e os pais ao mesmo tempo.

– Depois de Avalon, Igor achou que precisávamos de uma força de combate capaz de nos defender de alguma forma – explicou Eduarda. – Os ensinamentos dos guardiões da guerra estava demasiado ultrapassados. Por isso, incumbiu Ezequiel de ajudar a formar novos combatentes, como umas forças armadas. Chegou mesmo a incentivar magos a servirem nos exércitos dos seus países de origem. Hoje, o Mundo e Cristal tem um exército pequeno, secreto e superpoderoso.

– Mas combater esta gente toda não deve ser suficiente! – exclamou Caroline, preocupada.

– Não, Carol – disse Morgana. – Este povo está indolente e decadente. Tornaram-se reféns dos seus braceletes e ficam quase incapacitados sem eles. Na verdade, acho que os tais dois milhões de guerreiros são um simples blefe. Ele quer a Terra para pegar cristal e fazer mais braceletes porque não há muitos.

– Mesmo assim, os que há são suficientes para um grande estrago – comentou a inglesa, ainda apreensiva.

– Bah, Carol – disse Eduarda, rindo. – Agora, sou eu que te digo para confiares no Igor.

– Mãe – pediu Morgana, pondo a mão no seu ombro. – Precisas de fingir que o meu pai está morto. Tens que continuar com aparência de depressão.

– Vai ser difícil – disse Eduarda, com um suspiro. – Mas que seja.

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