Capítulo 7 -parte 4 (rascunho)
Igor estava sentado no seu banco, na preferia da Praça do Lago da Lua, o maior lago que ficava em meia-lua no sopé da encosta e onde todas as cachoeiras deixavam as suas águas. Em silêncio, ouvia as minúsculas ondas a baterem na pequena praia de não mais de cinco metros de largura, de areias límpidas e algum cascalho, além de pepitas de pequenos cristais, a maioria de quartzo. Àquela hora, os arco-íris começavam a desaparecer para darem lugar aos reflexos multicoloridos das luzes emitidas pelas paredes dos prédios que iluminavam as noites da Cidadela. Pensando na esposa, deu um grande suspiro e recostou-se no banco, triste. Estava tão compenetrado que só se deu conta que tinha companhia quando uma mão lhe tocou o ombro.
– Sinto demasiada angústia nesse coração, Igor – disse Lídia, tranquila. – Posso me sentar?
– Claro, sente-se – respondeu, virando o rosto para a mulher e dando um pequeno sorriso. – Eu acho este lugar tão especial! Desde que era um menininho que vinha para aqui e ficava curtindo o lago, isso quando não ia nadar nele.
– Este mundo é a coisa mais especial que já vi na vida, Igor. Nunca imaginei algo assim, nem em sonhos. Eu viveria aqui de bom grado.
– Bem, quando tudo se resolver, os amigos sempre são bem-vindos e podemos trocar embaixadores.
– Eu seria a primeira a me candidatar, mas creio que Marlon também. Cá pra nós, acho que se apaixonou pela sua filha.
– Bem, isso é entre ele e ela.
– Essa vossa supertecnologia é impressionante – comentou ela, pensativa. – Como desenvolveram tudo isso em tão pouco tempo?
– Simples, Lídia – disse Igor. – Quase mil e quinhentos anos de paz e tranquilidade. Todos os nossos esforços foram para o nosso desenvolvimento e agora colhemos os frutos. Claro que aprendemos muita coisa com a ciência dos mundanos até que avançamos tanto que já os ultrapassamos em tudo.
– Você fala em paz, mas, com o seu cientista, comentou algo a respeito de criar uma bomba falsa que se assemelhasse a uma verdadeira. Por isso concluo que têm o poder de as fazer.
– São muito fáceis de fazer – respondeu lacônico. – Engraçado como uma coisa altamente destrutiva pode ser tão simples, como este bracelete ou a bomba. No entanto, nós levamos séculos para desenvolver coisas boas. Eu mesmo já precisei de fazer e usar uma para salvar a Terra de invasores. Foi essa a onda de choque que vocês ouviram.
– Tem razão, Igor, instrumentos de destruição são ruins, mas podem nos assegurar o direito a viver em paz, como você acabou de mencionar.
– É, mas detesto matar – respondeu ele. – No meu caso anterior, os invasores não eram humanos. Aqui, não sei se teria coragem de usar uma bomba dessas contra os atlantes.
– Ela faz-lhe muita falta, eu noto – disse Lídia, falando com cautela. – Sinto que se sente agoniado e perdido, sem ela.
– Não imagina quanta falta ela me faz, Lídia – disse Igor, encarando-a nos olhos. – Sem ela, não tenho motivos para viver exceto pelas minhas filhas.
– Sabe – disse Lídia, levantando-se. – Eu espero um dia encontrar alguém que tenha por mim tanta dedicação quanto a que tem pela sua esposa e o seu povo, Igor. Isso é uma coisa muito, muito rara. Estou muito satisfeita em ter confiado em você. Vou me recolher.
– Até breve, Lídia.
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