Capítulo 15 - parte 2 (rascunho)
Igor observava aquilo do alto. Não lhe agradava matar tanta gente assim, mas foram eles que criaram a situação. Olhou Cylonos na retaguarda, teve uma ideia e disse:
– Gwydion, vou saltar e já volto.
Não esperou resposta e desapareceu do dorso do amigo, surgindo nas linhas de fundo do adversário. Cutucou o seu ombro e Cylonos virou-se, ficando branco como cal. Igor deu-lhe um soco muito forte e ele desmaiou. A seguir, transportou ambos para o dragão. Depois disso, orientou os dragões a fecharem a retaguarda de modo a impedirem a fuga dos atlantes para dentro da cidade e mandou despejarem bolas de plasma.
Enquanto os soldados eram massacrados por uma estratégia bem montada e uma boa dose de coragem, Igor tratou de acordar o adversário.
– Não acha muito feito atacar um homem pelas costas? – perguntou, olhando nos seus olhos. – Acredita que, me matando, mudaria alguma coisa?
– De... desculpe.
– E se o atirasse daqui de cima para o meio dos seus homens?
– Pelos Deuses! – implorou.
– Espere, vou aumentar a confusão – disse Igor, pegando a espada que começou a brilhar.
Saltou para o meio dos soldados de arma em punho e atacou meia dúzia, matando-os com facilidade. Para os atlantes, aquele gigante de branco que empunhava uma espada flamejante movendo-a com tanta velocidade de um lado para o outro e semeando a confusão, era como um fantasma assustador. Igor ficou o tempo necessário para não ser atingido por uma grande superioridade de elementos e voltou para o dragão.
– C... como faz isso?
– Gostou? – perguntou o mago, rindo. – Viu que eu disse a verdade sobre poder enfrentar os seus homens? Morrem como moscas. Desculpe, é claro que desconhece esse termo. Pense bem, Se vocês se renderem e entregarem os braceletes, essa carnificina sem sentido acaba.
– Ficaremos à mercê da ralé – disse Cylonos, apavorado.
– Se continuarem assim, ficarão à nossa mercê e morrerão todos, um após o outro e sem piedade – insistiu Igor. – Pense bem. Eu vou começar a matar os seus homens assim. Quando cansar, jogo o senhor daqui de cima e, nessa hora, será tarde.
Igor desapareceu e repetiu a dose em outro ponto, eliminando mais guardas e bagunçando tudo. Quando retornou, viu alguns dos senhores nos fundos e mandou duas bolas de plasma de uma só vez, matando-os.
– Como consegue usar as duas mãos? – perguntou Cylonos, que mesmo face à situação não podia deixar de admirar o poder dele.
– Percalços do destino, penso eu – respondeu Igor. – Vocês estagnaram e regrediram por milhares de anos, mas nós evoluímos. Agora eu pergunto: quem serão realmente os decadentes e degenerados? Vão desistir desta luta idiota e abandonam os planos de conquistar a Terra ou precisaremos de matar todos vocês?
– Já lhe disse que não nos interessa mais invadir a Terra...
– E Gwydion já me mostrou que é mentira. Deixe de tentar me enganar...
Morgana emparelhou com eles e gritou:
– Pai, isto está virando uma carnificina sem sentido. Temos que parar.
– Depois que se renderem, paramos, do contrário, em pouco tempo começa tudo de novo.
Morgana apontou quatro dos nobres e olhou para o Pai. Estendeu as mãos e dois deles começaram a voar, apavorados. Igor fez o mesmo com os outros dois e ele mais a filha começaram a fazer rasantes com os Senhores da Atlântida como se fossem simples aviões a jato de controle remoto. Desesperados, tentavam invocar os seus poderes para impedir os captores, mas não conseguiam. Os soldados, em especial os da retaguarda, pararam de lutar e ficaram a olhar aquilo, desorientados. Depois, os quatro subiram por algum tempo, girando em parafuso e foram soltos da influência mágica que os segurava. Como resultado, caíram como uma pedra e esborracharam-se aos pés dos seus homens. Usando os poderes para tornar a voz um trovão, Igor berrou:
– Atlantes: rendam-se e serão poupados. Tudo o que precisam fazer é entregar os braceletes e viver em paz.
Ele notou que muitos soldados vacilaram, mas, nesse momento, um batalhão de carruagens ergueu-se no ar para atacar os dragões. Igor deu uma gargalhada e gritou:
– A eles, irmãos.
Os dragões aumentaram a velocidade e atacaram os oches mágicos, incapazes de fazer grandes manobras. Gwydion avançou de frente e, quando um dos soldados arremessou uma lança flamejante e passando a seguir para os famosos "raios martelo", o gigante alado deu uma guinada, subindo em espiral e dando a sensação de se estar em uma montanha-russa alucinada. Depois, mergulhou e despejou um facho de fogo, derrubando-a. Já Saci, optou por agarrar a sua com as garras e arremessá-la contra o lago próximo. Igor achou engraçado porque cada dragão tinha o seu estilo próprio. Em poucos segundos começaram a chover carruagens em chamas sobre os soldados, desorientando-os ainda mais. Quando não havia mais veículos alados, Igor pegou Cylonos pelo cangote e atirou fora do dragão.
– Sua vez – disse, enquanto via o nobre de olhos arregalados e gritando de terror.
Cylonos fez tanto barulho que todos olharam para cima, parando de lutar.
– Eu me rendo – berrava a plenos pulmões. – Eu me rendo.
A queda foi interrompido a um metro do solo e Igor fê-lo voar de volta até ficar do mesmo nível. Olhou para ele e abanou a cabeça, triste.
– Foi preciso encarar a morte de frente para ver a futilidade disto tudo? – perguntou. Apontou para o bracelete. – Tire-o agora e solte-o.
Cylonos obedeceu, tremendo. Quando soltou o cristal, ele ficou a flutuar no ar. Igor estendeu a mão e a peça voou até ele. Em baixo, havia-se feito silêncio a partir do momento em que os atlantes pararam de lutar porque os lemurianos e magos recuaram. Tudo o que se ouvia no momento era o bater das asas dos dragões que se afastavam e pousavam no campo, ao lado dos amigos.
Cylonos, contudo, continuava a flutuar no ar, perdendo altitude jundo com Gwydion. Ele pousou, mas Igor ainda manteve o inimigo no ar. O mago desceu e olhou para os atlantes apontando para cima.
– Ele rendeu-se e vocês? – Materializou uma caixa grande na frente dos soldados. – Coloquem os braceletes aí e estão livres. Quem tentar sair com o bracelete escondido, será apanhado pelos dragões e morto. A escolha é vossa.
Os soldados atlantes nem pensaram duas vezes, mas os senhores relutaram até que Igor desceu de vez Cylonos e berrou:
– Têm um minuto para capitularem e tirarem os braceletes. A seguir, quero todos na minha frente. Quem não obedecer, eu mesmo despacharei para a Deusa com a minha espada.
Derrotados, os Senhores da Atlântida capitularam e postaram-se de frente para o vencedor.
– Agora, exijo que me jurem lealdade e obediência. Além disso, também quero que abandonem qualquer tentativa de invasão a outros mundos, sejam nossos ou lemurianos. Chega de guerras e mortes estúpidas.
Eles ficaram reticentes, mas Morgana ergueu as mãos e um trovão intenso surgiu, seguido de um raio que caiu entre vencedores e vencidos.
– Nós juramos lealdade e concordamos com todos os termos, Igor Montenegro, o poderoso. – A seguir, ajoelharam-se.
– Aqui também? – resmungou ele e Morgana riu. Erguendo as mãos e a voz, continuou. – Levantem-se. Não quero subserviência, apenas paz e, se para obter a paz tenho que ser eu a mandar, assim será. A partir de hoje, vocês viverão em paz e pararão de tratar mal o povo. Quero harmonia, do mesmo jeito que é no meu mundo, onde todos somos felizes e iguais.
– Sim, Igor – disseram, levantando-se.
Igor ergueu as mãos e a caixa dos braceletes começou a flutuar devagar. Segundos após, passou a rodopiar sempre mais rápido até que estourou e os braceletes foram projetados em todas as direções. Antes de atingirem o chão, desapareceram.
– Os braceletes, a partir de hoje, estão banidos e só voltarão no dia em que forem dignos – disse o mago. – Vocês verão que, sem eles, os seus poderes aumentarão com o passar do tempo e perderão a dependência disso. Eu voltarei para o meu mundo agora, mas vocês receberão visitas periódicas e deixarei aqui um guardião a mediar e regular. Mais tarde, poderemos até comerciar e ser amigos, mas primeiro, as marcas da guerra precisam de desaparecer. Sempre que precisarem de ajuda, estarei disposto a interferir e poderão pedir ao guardião que virá para a Atlântica. Felicidades neste recomeço. Podem se retirar.
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