Capítulo 14 - parte 6 (rascunho)

– "Eduarda está ali com os lemurianos, Igor" – disse Gwydion, soltando o fogo. – "Acho que não aguentou o suspense."

– Ainda bem que deu certo, Gwydion – disse o mago. – Pelo amor da Deusa, nem uma palavra sobre eles me terem torturado que a coitadinha está demasiado fragilizada com tudo.

– "Claro, Igor, fica tranquilo" – respondeu o amigo. – "Sinto os pensamentos da Ailin mais coerentes. Ela vai acordar em breve."

Gwydion mergulhou e os lemurianos abriram espaço para os aliados pousarem. Assim que tocou o solo, Igor transportou-se para a esposa, mostrando a filha que acordava nessa hora. Ela viu a mãe e sorriu, estendendo os bracinhos e agarrando-se à mãe que chorava de alegria.

– Mamãe! – exclamou. – Papai achou a senhora! Eu vim ajudar mas acho que dormi!

Igor sorriu e virou-se, vendo Lídia chegar com o homem. Fez uma vênia para o superior e disse:

– Salve, Conselheiro Kelvin – apontou Igor. – Apresento-lhe o Magnífico Guardião Supremo Igor Montenegro, líder dos magos do Velho Mundo e do Mundo de Cristal. Igor, este é o Conselheiro Chefe Kelvin e a Conselherira da Guerra e Defesa Joyce.

Igor virou-se para o seu par e encarou o homem, que era o oposto de Argonos. Era alto e musculoso, com um olhar que transmitia serenidade e muita autoridade natural. A mulher era como qualquer outra, na aparência, mas ele via que tinha um olhar perspicaz e inteligência aguçada, além de, como o seu colega, exibir um ar de autoridade natural. Sorriu e fez uma mesura.

– Salve, conselheiros – disse. – Agradeço muito pela vossa ajuda e gostaria de conversar com vocês sobre uma aliança assim que terminarmos isto.

– Será um imenso prazer, Magnífico Guardião Supremo Igor Montenegro.

– Igor, apenas Igor – disse, voltando a sorrir.

Salvatore aproximou-se e fez uma mesura.

– Salve, Magnífico – disse. – Os focos de resistência cedem, mas ainda há bastantes soldados lutando.

– Vamos acabar com isto – disse Igor. Virou-se para os chefes da Lídia e continuou. – Se me permitem esta pequena interrupção, acho que não demoro.

Virou-se para o palácio e avaliou a distância, aproximando-se uns dez metros. A seguir, fez sinal para todos que se afastassem e ergueu as mãos.

– O que ele vai fazer? – perguntou Kelvin, curioso.

– Agora o senhor verá o tamanho do poder desse homem e entenderá quando eu disse que uma aliança com eles é boa – disse Lídia, sorrindo.

As mãos do mago começaram a brilhar, cada vez com mais intensidade e ele fez um gesto violento contra as paredes. Dois raios da grossura do punho saíram e atingiram o palácio a meio, explodindo tudo em um raio de vinte metros. Com um barulho ensurdecedor e pedaços de cristal de todos os tamanhos caindo para o solo, Igor gritou, usando os seus poderes de forma a multiplicar a potência da voz.

– Atenção, soldados Atlantes, aqui fala o Guardião Supremo dos magos do Mundo de Cristal e ordeno ao vossa rendição imediata. Os seus superiores estão mortos e quem se render nos próximos dez minutos será poupado. Depois que os meus magos saírem de dentro do palácio, ele será destruído com vocês dentro.

Baixou a voz e disse para o Guardião da Guerra:

– Salvatore, ordene a retirada dos magos e posicione-os todos em volta do palácio para o bombardearmos em dez minutos.

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Dentro do palácio, os soldados viram os atacantes recuando e todos sentiram o estrago feito sobre o edifício porque todo o prédio tremeu com apenas um impacto. Muitos deles pensaram em resistir até ao final, mas a grande maioria desceu atrás dos magos e aproximou-se da entrada principal, gritando:

– Nós nos rendemos.

– Tirem os braceletes e coloquem-nos na caixa após a saída. A seguir, sentem-se no pátio junto aos outros soldados – berrou Salvatore.

Os atlantes obedeceram e ficaram muito poucos, que tentavam atacar com os seus "raios martelo" mas os magos eram fortes demais. Os lemurianos, ao verem a situação controlada, recuaram e fecharam um cerco.

Salvatore fez um sinal e os companheiros prepararam-se, erguendo as mãos esquerdas que começaram a brilhar em carmesim. Por causa dos braceletes, os bordões tornaram-se desnecessários. Alguns soldados dos que ficaram para trás viram aquilo e renderam-se às pressas. Os demais não chegaram a sentir a desgraça que se abateu. Como um só, quase um milhar de magos e dragões atacaram e o prédio foi abaixo em poucos segundos.

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Igor conversava com Kevin e o ex-soldado, enquanto Eduarda e Caroline, levavam Ailin de volta para Céltia. O atlante dizia:

– Os nobres vão disputar governo e começará tudo de novo.

– Vamos tirar a sede de conquistas deles – disse Igor. Olhou para Gwydion, que estava perto. – Gwydion, podes pedir para os teus irmãos prepararem um avanço conosco contra a cidade?

– Qual é a ideia? – perguntou Kelvin, curioso. – O povo pode acabar sofrendo.

– Não, Conselheiro – disse Igor. – Os nobres ficam separados do povo em geral. Eu vou transformar todos em iguais?

– Como? – perguntou Joyce.

– Sem os braceletes, pouco se diferenciarão dos outros – disse Igor, decidido. – Tudo isto aconteceu porque eles desejavam mais braceletes. Como disse Lídia, o poder atrai e corrompe. Tanto que vou recomendar que não sejam usados no Mundo de Cristal exceto em casos de defesa. Este povo ficou indolente e fraco por causa disso.

Cento e cinquenta dragões pousaram em linha, enquanto os agos e lemurianos preparavam-se para marchar sobre os nobres. Igor fez sumirem os braceletes e mandou os soldados dispersarem, alertando-os que não haveria uma segunda chance. A seguir, dez mil e oitocentos homens e cento e cinquenta dragões marcharam para a capital da Atlântida. Em cada um dos gigantes ia um mago, exceto quatro deles, que levavam os conselheiros, Marlon e Lídia. Por mais que tentassem convencer Zéfiro, ele preferiu ir com as tropas.

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