Capítulo 14 - parte 5 (rascunho)

Os cinquenta dragões pousaram na floresta e cada um montou o seu. No início Marlon teve medo por não estar com Morgana, mas logo "escutou" a mente do gigante que o tranquilizou, explicando o que fariam.

Não foi muito diferente do que aconteceu com Lídia, mas não houve muito tempo para pensarem. Como se fossem um só, as cinquenta fortalezas voadores ergueram voo, mantendo uma formação de cunha com Igor à frente. Assim que chegaram à periferia da cidade, viram que havia muitos atlantes olhando a guerra sem interferirem. Já nas regiões mais ricas e nobres, muitos soldados faziam guarda aos "feudos" dos seus mestres. Tratava-se de casas e prédios de cristal que brilhavam muito, em contraste com a região mais pobre. As sombras gigantes cobriram a luz da lua e eles viram os dragões, formando-se logo um pânico insano entre o populacho.

Todos corriam, olhando para cima, e ocorreram alguns acidentes. Quando avistaram a praça dos bares, os gigantes do ar fizeram uma espiral intensa em parafuso e pousaram mantendo a formação em cunha. Os dez dragões mais à frente desceram os seus tripulantes e Igor começou a andar, altivo com a espada brilhando de forma assustadora, empunhada. Do lado direito, vinha Morgana, e do esquerdo, Ezequiel que também empunhava o sabre, ameaçador. Caminharam devagar até que uma porta se abriu e um homem saiu, carregando uma criança ao colo. Ele parou e aguardou.

A resposta veio a jato. Igor colocou a espada na cintura e ergueu uma mão, arrebatando a filha e mantendo-a protegida no ar enquanto, com a outra, enrolava o homem com uma tira de energia. Uma mulher veio gritando de dentro da casa e correu a abraçar o marido, chorando.

– "Para, Igor." – Gwydion gritou tão forte que todos ouviram, incluindo os atlantes. – "Ele não deseja mal para Ailin, nunca desejou. Era forçado a cuidar dela. Veio devolvê-la de livre vontade."

– É verdade, senhor – disse o homem, tremendo. – Todos aqui estão fartos de guerras. Somos oprimidos, nossos impostos consumidos e nós, os soldados que são feridos, acabamos abandonados na sarjeta. Qualquer um aqui deseja a paz e não tem nada contra os lemurianos. Essa guerra maldita devia ter acabado há milhares de anos.

– Nós não somos lemurianos, mas eu faço-lhe uma pergunta: se lhe garantir um salvo conduto, está disposto a conversar com eles sobre paz em nome do seu povo? – Perguntou Igor, que já tinha a filha no colo, olhando o seu rosto adormecido.

– Iria agora mesmo – respondeu ele. – Mas os nobres jamais aceitarão falar sobre paz com a Lemúria. Não sei se conhece a nossa sociedade, mas nós somos o que eles chama de lixo ou escória, especialmente os soldados que se tornaram inúteis para o combate ou perderam os braceletes.

– Pois então venha – disse Lídia, dando um passo em frente para que ele a visse. – O nosso líder vai surgir em breve e terá a sua grande chance.

– Quanto aos nobres – disse Ezequiel. – Deixe que o meu genro dará um jeito na arrogância deles, não se preocudo.

O homem não se fez de rogado a aproximou-se deles. Olhou desconfiado para os dragões e perguntou:

– Pretende que eu voe com isso? – olhou de novo para o dragão, que soltou uma fumaça e fê-lo recuar um passo. – Esse bicho vai me comer e, pelo jeito assado, eu acho.

– Ele acabou de salvar a sua vida, meu caro – disse Igor, rindo do velho soldado. – Foi ele que leu a sua mente e viu a verdade, foi o pensamento dele que me disse para parar.

– Obrigado – disse o homem, aproximando-se de Gwydion.

– Vamos, eu o ajudo a subir – disse o mago, usando os seus poderes para trazer o homem até atrás de si.

― ☼ ―

O combate acalmava-se e os soldados atlantes começaram a se render, em especial depois de descobrirem que os chefes não apareciam. Tudo o que precisavam fazer, segundo as ordens dos magos, era deixar os braceletes em uma caixa enorme que havia no chão e sentar-se, aguardando. A maioria deles morria de medo dos lemurianos e acabou cedendo.

Apenas do lado de dentro ainda ocorriam combates intensos e o silêncio começou a surgir no jardim. Um portal abriu-se e duas mulheres envoltas em campos de força verdes surgiram perto dos lemurianos. Ao reconhecer Eduarda e Caroline, Zéfiro aproximou-se e chamou-as, levando-as para o seu soberano.

– Conselheiro Kelvin – disse. – Esta é Eduarda, mãe da menina sequestrada.

– Salve Eduarda, sou Kelvin, grão conselheiro da Lemúria. Viemos ajudar o seu povo.

– Obrigada, conselheiro – disse Eduarda, tentando sorrir. Salvatore apareceu e fez uma vênia. – Salve, Guardião Salvatore. Alguma novidade da minha filha?

Um jato de fogo vindo do alto chamou atenção do guardião, que sorriu e apontou a escuridão da noite, junto ao luar. Cinquenta sombras voavam com cem pares de asas batendo em cadência. Nesse momento, o da frente largou uma labareda de fogo. Salvatore sorriu.

– Estão retornando, senhora – disse.

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