Capítulo 14 - parte 3 (rascunho)

Morgana fez Argonos flutuar até Gwydion e subiu nele. Fez um aceno para o pai e pegou no telefone enquanto o gigantesco dragão dava impulso, soltando um urro intenso além de um gigantesco jato de fogo que mostrou ao atacante onde estavam.

Igor pegou Rimon pela gola e começou a espancá-lo, mas sem o deixar perder a consciência.

– Onde está a minha filha?

– Se me matar, nunca saberá.

– Não o matarei, Rimon, você se matará. Vou fazê-lo ficar louco e se matar em grande agonia. Já sei como fazem os interrogatórios psicológicos e tenho os meus próprios meios, cujos efeitos colaterais podem ser a loucura, mas será uma insanidade que provocará delírios de pavor.

Deu-lhe um forte soco, dessa vez para nocautear e pegou no corpo da mesma forma que se pegaria um saco de batatas. Sem pressa, transportou-se para o lugar combinado com a filha e fez surgir cordas comuns que usou para amarrar Rimon, usufruindo de todos os requintes da arte. A seguir, colocou um feitiço para as tornar imunes ao atlante. Sentou-se e aguardou a filha que pousou poucos segundos depois. Argonos acordava nesse instante, mas ela não perdoou e desferiu-lhe uma cotovelada no rosto, tão forte que ele apagou de novo.

– A invasão vai em pleno andamento, pai.

Igor fez um gesto e obrigou-o a flutuar até si, dispensando o mesmo tratamento que fez com o capitão da guarda.

– Ótimo, meu amor. Agora tu e Gwydion vão pegar Ezequiel, Saci, Lídia, Valdo e Marlon. Tragam-nos aqui.

– Certo, pai. – Morgana beijou-o e saiu. – Ela sabia muito bem, apenas pelo olhar do pai, o que ele ia fazer aos dois e não o culpava. Promessas, uma fez feitas, deviam ser cumpridas. Juramentos então, nem se falava.

Não demorou muito a Rimon acordar. Igor olhou para ele e fê-lo sentar.

– Última chance para me entregar a minha filha por vontade própria – disse. – Vai cooperar? Se cooperar, eu poupo a sua vida.

– Como conseguiu ficar tão forte? – perguntou espantado. – Eu acho que está milhares de vezes mais forte do que o nosso encontro no parque do Reino Perdido!

– Simples – disse Igor, encolhendo os ombros. – Se vocês podiam usar braceletes, por que raio eu não poderia? Então arranjei braceletes para mim e meus súbditos.

– Mas você está sem camisa – argumentou ele. – não usa bracelete!

– Vocês desenvolveram dependências e vícios idiotas por estarem decadentes – respondeu o mago. – Nunca lhes ocorreu fazer experiências, não é? Não, porque vocês precisam mexer no bracelete para fazer magia, mas isso é frescura vossa. Coloquei o bracelete no tornozelo. Ele precisa de estar no corpo, não importa onde.

Igor levantou a perna e ergueu a calça, mostrando o bracelete. Olhou em volta e continuou.

– Então? Vai aceitar a sua última oportunidade para viver?

– Vai aceitar matar a sua filha?

– Muito bem. – Igor voltou a sentar. – Eu vou entrar em contado com a essência deste mundo. Vou estender os meus sentidos através de cada ser vivo desta floresta, desde um mísero inseto até às árvores e aminais maiores. Depois, eles vão estender essa conexão a todo o mundo. Quando isso acontecer, os meus poderes mentais serão de tal forma intensos que poderei saber o que acontece em um raio centenas de milhares de quilômetros. Eu vou invadir a sua mente de um impulso só com toda essa força e ela será esmagada por tamanha consciência. Você ficará louco por contemplar algo que será parecido com o infinito, tão louco que vai desejar a morte, mas não conseguirá, porque, a partir desse momento as coisas mais ínfimas parecerão gigantescas perante a sua vã consciência.

Rimon riu, achando que era blefe, mas viu que o mago não respondeu e começou a se concentrar. A sensação de se conectar com a floresta era algo inebriante e que ele adorava. Em pouco tempo os níveis de consciência adquiriram proporções impossíveis de quantizar e Igor tornou-se, em parte, a própria Atlântida. Não teve dificuldade em sentir os pensamentos dos amigos e viu a filha a caminho com as pessoas solicitadas. Chegou a sentir uma impressão fugaz da Ailin e procurou segui-la, mas era demasiado fraca. A direção, contudo, ele localizou e descobriu que passaram todo o tempo procurando no lugar errado. Sentiu a mente de Argonos ao seu lado voltar à consciência e notou a curiosidade despertada por ver Igor sentado e inativo. Assim que sentiu todo o poder concentrado, achou que era chegada a hora de arrancar a verdade e Igor abriu os olhos, virando o rosto para Rimon que até tentou resistir, mas a sua mente foi tomada de assalto por centenas de bilhões de pequenas partes que perfaziam algo grande demais para um cérebro tão limitado. Rimon, começou a gritar feito um desesperado, enquanto se urinava todo. O seu rosto mudou e ficou crispado ao mesmo tempo que os olhos adquiriram um tom vermelho por causa de alguns vasos sanguíneos que rebentavam com o esforço muito intenso. Os berros aumentaram tanto que até incomodavam os ouvidos sensíveis do mago. Argonos, assustado, via aquela tortura louca e tentava entender o que acontecia, mas concluiu que o ideal seria fugir dali o quanto antes.

Bem que tentou, só que não logrou conseguir nem se livrar das amarras. Quando pensou que acabaria enlouquecendo com a gritaria do seu capitão, passou a reinar um silêncio sepulcral. Levantou o rosto para olhar e viu o mais destemido guerreiro da Atlântida babando e olhando com o mesmo trejeito de um bebê recém-nascido. Igor estalou os dedos e Rimon ficou livre das cordas, que caíram no chão. Em vez de reagir, apenas recuou o mais que pôde até acertar uma árvore. Deu um berro assustado e virou-se para outro lado, mas encostou em uma folha e voltou a gritar apavorado, enquanto tentava fugir sem tocar em nada. Igor virou o rosto para Argonos e sorriu.

– O que achou do seu lugar tenente? – perguntou-lhe. – Acho que agora vou tratar do senhor.

― ☼ ―


Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top