Capítulo 13 - parte 1 (rascunho)

Morgana abriu a passagem e viu apenas Gwydion cuidando dela, apesar de que os magos estavam todas na praça, só que de costas. O pai, de pá, andava de um lado para o outro e falava, mas não a viu, ainda mais que anoitecia em Céltia. Ela notava a preocupação extrema dele e isso deixou-a ainda mais apreensiva porque prejudicaria a sua atuação na certa. Ele e outros cinco homens, os líderes dos grupos de ataque, conversavam e trocavam várias ideias sobre as estratégias ideais, enquanto os demais ouviam. Ao seu lado, Eduarda mantinha-se atenta, mas a filha viu as marcas do choro e da preocupação. Igor olhou para cima e um globo de luz bem forte surgiu sobre eles, continuando a falar. Morgana começou a andar devagar, aós trocar algumas ideias com o dragão. Quando estava perto, Igor fez sinal e disse,sem se virar:

– Oi, filha, chegaste bem na hora da ação.

– Você tem olhos nas costas, pai? – perguntou Morgana.

– Não, mas senti o portal ser aberto e Gwydion não reagiu, logo só podia ser gente nossa e o mais lógico seria tu. Além do mais, senti a tua vibração. – Olhou para um dos guardiões e disse, voltando ao foco. – Salvatore, vão posicionando os magos. Assim que eu der o sinal, vocês atacam de supetão, mas esperem confirmação sobre a segurança da minha filha. Se houver resistência, não deverá ficar pedra sobre pedra. Só não ataquem os cidadãos comuns.

– Qual é a ideia, pai?

– Vou procurar Ailin e um lugar para estabelecer um ponto de ataque. A ideia será o bosque. Depois, os magos estabelecem uma cabeça de ponte e colocam o palácio abaixo, se for necessário. Só isso.

– Só isso, pai? – Morgana riu. – Mas isso é uma tarefa hercúlea e o senhor não pode fazer nada sozinho.

– Eu sei, filha – disse Igor, preocupado. – A tua mãe está demasiado aflita para manter o sangue frio. Queres me ajudar?

– Pai, eu iria com ou sem a sua vontade – disse Morgana, abanando a cabeça e rindo. – Mesmo que você surtasse.

– Não há dúvida que Batsheba deve ter razão – comentou o mago, com um olhar que expressava todo o seu amor. – Vocês duas saíram a mim, pelo menos no quesito teimosia e rebeldia.

Morgana aproximou-se mais e abraçou os pais. Beijou Eduarda e disse:

– Mãe, vamos conseguir, acredite nisso.

– Eu espero, Morgana – respondeu Eduarda. – Coração de mãe não perdoa...

Um portal abriu-se, chamando a atenção de todos, menos de Igor, que ainda estava de costas. Ele apenas disse:

– O que será que trouxe a Carol aqui?

– Eu chamei-a, pai – disse Morgana, decidida. – A mãe não deve ficar sozinha.

– Tens razão, filha – disse ele, virando-se e vendo a sacerdotisa fazer um sinal para Caroline.

A inglesa aproximou-se às pressas e seu olhar era muito preocupado. Aflita, abraçou Eduarda.

– Vai dar tudo certo, Duda – disse ela. – Eles vão conseguir e nós duas ficaremos na reserva.

― ☼ ―

Ailin abriu o portal, aparecendo perto do palácio. Rimon exultava.

– Meu pai esteve aqui – disse a pequena. – Eu sinto isso!

– Você acha? – perguntou o capitão da guarda, pensando em como agir.

– Por que tu falas tão estranho? – perguntou ela, andando e direção ao palácio, sem medo algum.

Quando estava perto de uma entrada, Rimon apressou-se a alcançar a criança. Ainda vinha a uns dez metros quando um guarda apareceu correndo. Ele tinha uma espada que segurava na mão, mas vacilou ao ver uma menina tão pequena. Ailin, contudo, viu o bracelete e foi o que bastou porque reconhecia nisso o inimigo que aprisionou a mãe e irmã.

– Tu és um homem mau que pegou a mamãe a mana e a tia Carol. – Fez um gesto brusco e gritou, ainda mais alto. – Sai da minha frente.

Ailin nunca aprendeu a lutar, então não sabia de nada, mas a ira foi de tal forma intensa que o soldado saiu vando, projetado por mais de trinta metros e caindo no chão atrás de um arbusto. Felizmente para a menina, ela não tinha noção de que matou um ser vivo, mas Rimon arregalou os olhos, apavorado. Correu o pouco que faltava e pegou a menina, puxando-a para o lado.

– Assim todo mundo vai saber que estamos aqui – disse, para disfarçar. – Se vamos salvar sua mãe, precisamos de fazer as coisas escondido.

– Como vamos fazer?

– Eu vou me disfarçar de um deles e levo você para dentro. Escondo você e vou procurar a sua mãe e seu pai.

– Tá, bom – concordou Ailin. – Será que tem comida aqui? Tô com muita fome e também tenho sono.

– Então a gente vai se esconder para você poder comer e descansar. Precisa ficar forte para ajudar o seu papai. Espere aqui que vou ver se pego uma roupa deles e um bracelete. Preciso fingir bem, senão pegam a gente.

– Tá. – Ailin sentou-se no chão e encostou-se à parede, aguardando.

Rimon dobrou a esquina e trocou-se usando os seus poderes. Após, foi à entrada e deu instruções específicas para que fosse verificar o guarda abatido e fingissem não ver a menina entrar com ele.

Voltou e encontrou Ailin cabeceando a parede. Há muito que ela devia ter passado da hora de dormir, pelo que notava. Chamou-a e pegou a sua mão. A seguir, foi caminhando devagar e notou que os guardas obedeceram. Entrou às pressas e pegou a menina ao colo descendo para a área mais oculta do palácio. Deu alguma comida e colocou um inofensivo, porém muito poderoso soporífero para ela dormir. Assim que Ailin apagou, levou-a para um local onde jamais seria encontrada a menos que fosse por muita sorte. Calculou quando deveria dar nova dose do entorpecente e retornou para falar com Argonos.

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