Capítulo 10 - parte 3 (rascunho)
O grupo descia as escadas, encontrando vários focos de batalha de soldados com magos e ou dragões. Em nenhum dos casos, foram interrompidos porque os invasores, apesar de serem numericamente inferiores, eram muito mais poderosos. No entanto, quando alcançaram o penúltimo piso antes do térreo, viram uma barreira de soldados atlantes. Morgana tomou a dianteira, seguida dos lemurianos e Eduarda. Valdo permanecia com a equipe da Lídia desde o início e sentia-se muito bem e feliz pelas afinidades dos poderes. Não perdia uma única oportunidade de aprender e os novos amigos eram muito gentis, atuando como tutores. Daquela vez não foi diferente.
Os atlantes viram a mulher que duelou com dois colegas e ficaram nervosos desde o início, mas confiavam na superioridade numérica. As duas mulheres não deveriam ser páreo para eles, mas precisavam de ter cuidado por causa do seu governante. As duas intensificaram as barreiras, que brilhavam com um verde intenso, tão forte que iluminavam as paredes que bruxuleavam de forma fantasmagórica com os movimentos delas. Os atlantes concentraram os raios martelo sobre elas, que chegaram a recuar um passo com os impactos, sem, no entanto, sentira nada. As duas feiticeiras riram e avançaram sem atacar.
Os soldados sentiram pela primeira vez na vida a sua autoconfiança escoar pelo ralo, mas o efeito final veio pelos companheiros delas, que ergueram barreiras douradas e colocaram-se ao lado das tuas mulheres e fazendo os reflexos nas paredes muito mais agradáveis, embora os soldados não pensassem nisso.
Morgana tomou a iniciativa e bateu palmas. Um trovão intenso ecoou dentro do corredor, seguido de uma violenta onda de choque que varreu alguns deles para longe. Antes de se recuperarem, Eduarda jogou uma pequena bola azul-pálida para um grupo que não se dispersou com a filha. Quando a esfera, que não era maior do que uma bola de tênis, acertou o primeiro soldado, explodiu em uma onda luminosa e atingiu o resto do grupo que foi lançado para longe em convulsões. Alguns soldados tentaram reagir, mas foi a vez de Valdo que, orientado pela Lídia, lançou um ataque de padrões lemurianos. Ele mexeu a mão direita e, um círculo e ocorreu um estrondo similar ao que Morgana fez, mas os soldados, em vez de serem catapultados pela onda de choque, foram atirados em turbilhões, cada qual girando feito um peão enlouquecido. Quando alcançaram o chão, a quase dez metros de distância, estavam de tal forma tontos que nem ousaram levantar para reagir.
– Muito bem, Valdo – elogiou Zéfiro. – Nenhum de nós teria feito melhor.
– Pelo menos, desse jeito não mato ninguém – retrucou o jovem, pensativo. – Não gosto de matar.
– Ninguém gosta, meu amigo – disse Marlon, sorrindo. – Pelo menos nós, lemurianos, não gostamos, mas precisamos de estar preparados para que nunca mais nos aconteça o que ocorreu no passado.
– Vão – disse Morgana, fazendo uma barreira entre os soldados e as escadas. – Eu sigo atrás de vocês...
Um impacto brutal atirou a sacerdotisa quase que de encontro ao grupo. Ela equilibrou-se e virou de lado, fazendo sinal para que se apressassem. Virou-se bem a tempo de estender a mão para impedir o novo ataque. A onda de choque alcançou-a e foi absorvida. Olhou para a frente e deparou-se com um grupo de seis soldados que estavam aglomerados. Irada, jogou uma bola de plasma. A esfera laranja alcançou os soldados e explodiu na cara deles. Segundos depois, havia apenas seis corpos carbonizados. Morgana virou-se e deu de cara com Marlon, que a esperava.
– Por que motivo não seguiu com os outros? – perguntou, contrariada. – Eu disse que seguissem na frente.
– Desculpe, formosa Morgana – Marlon sorriu. – Eu desejava ajudar e apoiá-la, caso necessitasse, mas agora vejo que é como o seu pai e não há poder no Universo que a destrua.
– Ambos sabemos que não é assim – disse a feiticeira, sorrindo para ele. – Mas obrigada pelo apoio.
– Morgana, sei que agora as coisas estão um pouco estranhas, mas gostaria de a convidar a conhecer o meu mundo quando tudo acabasse.
– Eu ficarei feliz de conhecer, Marlon – disse a sacerdotisa jogando uma bola de estática para outro grupo enquanto o lemuriano atacava outro –, mas falaremos a respeito quando voltarmos ao Mundo de Cristal.
Assim que os soldados ficaram todos neutralizados, Morgana e Marlon seguiram atrás dos amigos, encontrando-os em pleno combate no andar de baixo. Ezequiel, daquela vez, comandava o ataque e berrava feliz, dando um susto nos atlantes enquanto a sua espada distribuía raios para todos os lados. Marlon juntou-se aos companheiros e olhou para Lídia, que, em silêncio, fez um aceno sutil com a cabeça. Ela virou-se para Valdo e fez um sinal para que se juntasse ao grupo. Os quatro, envoltos na barreira dourada, avançaram até ficaram eu lado do ancião e aproximaram-se tanto que os ombros deles se encostaram. As barreiras fundiram-se e surgiu uma esfera dourada de intensidade tão alta que ofuscava. Comandados pela lemuriana, os quatro desferiram o golpe em uníssono. Os soldados e as barricadas que tinham feito para enfrentar os magos rebentaram com violência, voando para o fundo do corredor. Assim que obtiveram sucesso, a união foi desfeita, mas os lemurianos ficaram um pouco tontos e Morgana achou que eles usaram uma dose de poder bem incomum. Nesse momento, Igor chegou e desceram o último lance de escadas. Ali, a batalha estava acirrada e Igor fez o seu grupo parar.
Argonos sentia-se apático e desesperado. Tinha esperança que os seus soldados saíssem vitoriosos com vantagem, frente à quantidade, mas descobriu a duras penas o quão fácil foi para os estrangeiros vencerem-nos. A um sinal do mago, Ezequiel tratou de segurar o atlante.
– Para onde ficam as masmorras dos outros prisioneiros? – perguntou ameaçador.
Argonos não disse nada e Gwydion virou-se para ele, soltando fumaça do nariz enquanto Ezequiel deu-lhe um apertão no ombro, erguendo a espada.
– No segundo nível abaixo do solo – respondeu, assustado. Apontou a batalha e continuou. – O acesso é por ali.
Igor olhou a batalha, pensativo. Havia magos misturados aos atlantes e ele não queria ferir nenhum dos seus. Virou-se para o amigo e disse:
– Valdinho, como anda o teu Kung-fu?
– Nunca parei de praticar, Igor – respondeu, sem entender o que ele desejava. – Qual é a ideia.
– Abrir caminho à força. Se usarmos os nossos poderes, poderemos ferir alguns dos magos.
– Bem – afirmou Valdo, pensativo. – Creio que a superioridade numérica vai acabar conosco.
– Temos de manter as barreiras ativas e atacar para derrubar. Enquanto isso, Eduarda e Morgana tiram os braceletes dos caídos e amarram-nos usando os seus poderes. Ezequiel cuida do cacique deles e Gwydion dá suporte. – Virou-se para os lemurianos e perguntou. – Vocês sabem lutar corpo a corpo?
– Sim.
– Nós vamos abrir caminho à força de pancada para não arriscarmos atingir os nossos.
Terminando de falar, pegou a espada e ergueu a barreira púrpura. Valdo seguiu o amigo e entraram no corredor vendo os soldados a poucos metros deles. Procurando não matar. Igor distribuía pancadas com o lado chato da espada, derrubando vários soldados. Ao seu lado, Valdo começou a sua pancadaria com toda a elegância de um lutador marcial. Antes de passarem cinco segundos dez atlantes faziam no chão e as mulheres começaram a tarefa de retirar os braceletes e amarrá-los. Um minuto depois, os soldados começaram a se atinar que havia mais um grupo atacando pelas costas. Uma parte deles virou-se e reagiu, obrigando Valdo a recuar por causa dos impactos concentrados. Contudo, isso fez com que aquele grupo de soldados não tivesse nenhum mago junto e Igor, sem perdoar, atacou com uma das suas bolas de estática. A seguir, eletrificou a espada e começou a avançar brandindo a espada para a frente e lados, derrubando tudo o que havia no caminho. Os soldados atlantes, desesperados com o atacante isolado, recuram a correr e caíram direto nas mãos dos magos do primeiro grupo.
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